O Gato E O Corvo escrita por Lara Green


Capítulo 17
Um Crime Pelos Melhores Motivos


Notas iniciais do capítulo

Oi seres vivos que tem computadores (estou de bom humor hoje), bom, eu tinha escrito esse capítulo ontem, mas não deu para postar, então eu pensei: Tudo bem, amanhã cedo eu posto.
Eu sei que não é cedo, e que são dez e meia da manhã mas acontece que eu acabei de acordar e.e
"Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te".
William Shakespeare



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Ligue para ela de novo!

Sara estava no hospital, a dor em seu tornozelo havia passado, na verdade, a dor em seu tornozelo não lhe era tão preocupante agora quanto antes, Diana não atendia o celular. Zack já tentara falar com ela quatro vezes e ela não atendia. Sara insistia para ele continuar tentando.

– Eu já disse, Sara – Zack disse, enquanto ouvia mais uma vez o som da caixa postal no celular – Diana não atente.

Sara suspirou.

– Aonde ela foi parar? Vai acabar levando bomba.

– Não esquente a cabeça com isso.

– Eu quero saber aonde ela foi! Diana está andando sozinha pela rua! Se começar uma guerra nuclear não diga que eu não avisei.

– Onde estão os seus pais? – Zack mudou de assunto.

– Vão chegar só amanhã, eles tem que atravessar o país, não mude de assunto.

Zack cogitou por um momento.

– Tudo bem, eu vou procura-la. Não saía daí.

– Para onde eu posso ir?! Eu levei um tiro!

Zack saiu do hospital, mas parou em frente à rua e pensou por um momento. Não fazia a menor ideia de onde encontraria Diana, não sabia nem se começava pela esquerda ou pela direita. Ele não demorou muito em seus pensamentos, simplesmente deu de ombros e virou à direita, afinal, as pessoas diziam que dava sorte começar pela direita, não é? Ele andou sempre em frete, não virou em nenhuma curva e não fez nenhum desvio, sua cabeça estava imersa em pensamentos, não fazia ideia do que estava acontecendo, tinha certeza de que sabia menos do que Sara, e pensar sobre aquele assunto só servia para fazer a sua cabeça latejar.

Ele estava tão distraído que não notou que as pessoas, que antes passavam aos montes perto dele, foram diminuindo e a mesma coisa acontecia com os carros, quando ele notou já estava caminhando por uma rua deserta que ele não conhecia. Quando olhou em volta conseguiu ver, além da estrada, um terreno amplo, sem vegetação, sem pessoas, sem nada.

– Ótimo, estou perdido.

Zack pegou seu celular, felizmente ainda tinha área no “nada”, Zack se preparou para telefonar para alguém quando viu, no terreno vazio, um vulto disforme andando ao léu. O rapaz foi até lá, era um homem que pela aparência devia estar mais perdido do que Zack.

– Senhor? – Zack chamou – Está tudo bem?

O homem olhou para ele com surpresa e confusão, mas não disse nada.

– Está tudo bem? – Zack repetiu quando conseguiu alcançar o homem.

O homem parecia estar olhando para uma assombração, ele abria e fechava a boca, porém não emitia nenhum som.

– Senhor – Zack começou a ficar preocupado – Qual é o seu nome? De onde você veio?

Mais uma vez não houve nenhuma resposta, a não ser pelo olhar assustado e suas tentativas frustradas de fala. Por fim o olhar do homem ficou vidrado, fixo num mesmo ponto, a sua boca parou de se mover. O homem caiu para trás lentamente, como uma árvore quando é derrubada. Sua queda quase não produziu som.

Zack se abaixou assustado perto do homem e checou seu pulso e sua respiração, ele estava morto.

Zack pegou seu celular, queria ligar para Diana novamente na esperança de que ela atendesse, mas não precisou, Diana ligou para ele antes.

– Diana! Eu...

– Zack, eu estou na escola. Venha para cá agora.

– Não, você não entende. Um homem acabou de morrer aqui.

– Ahn? Como assim?

Zack explicou o que acontecera, Diana pensou por um instante e por fim disse:

– Chame a polícia e venha para cá rápido, é importante.

******************************************************************************

Quando Zack chegou à escola o sol já havia se posto, alguns alunos conversavam no pátio e tudo estava tranquilo, Zack havia chegado pelo portão traseiro, perto das quadras. Ele andou um pouco procurando Diana, enquanto andava pisou em uma noz.

– Onde está Diana? – Ele perguntou em voz alta.

Quando disse isso alguma coisa acertou sua cabeça, ele olhou para cima e viu Diana sentada em cima de um dos galhos de uma árvore, com a vasilha com nozes em uma das mãos.

– Sabe – Zack se aproximou da árvore – talvez você não saiba, mas nozes servem de alimento também.

Diana sorriu ligeiramente.

– Não gosto de nozes – ela respondeu com simplicidade enquanto descia da árvore – Vem.

Diana começou a andar até o portão, Zack ficou confuso.

– Por que você me chamou até aqui se já está indo embora?

– Ah, eu vim aqui para pensar. Mas já tomei uma decisão então não precisamos mais ficar aqui.

– Sobre o que você pensava?

– Sobre o que eu conversei no telefone depois do acidente de Sara.

– E sobre o que você conversou no telefone?

Diana olhou incomodada para Zack.

– N-nada que possa lhe afetar... Você faz perguntas de mais.

– Se você respondesse com mais clareza eu não precisaria fazer outras perguntas.

– Tudo o que você precisa saber sobre aquela conversa é a parte que me interessa agora.

– Que é... Vamos, eu odeio quando você dá meias explicações.

– É, eu sei. O que me interessa é quando ele disse: “Eu não me vejo conversando com mais ninguém além de você, confesse que esse tipo de coisa só acontece com você”. Eu pensei muito sobre isso, e comecei a pensar na teoria de que tudo está conectado, você sabe, a parte das explosões e tal, essa teoria até se mostrou bem sucedida e eu fiz algumas pesquisas. Eu comecei a pensar que esse cara no telefone, para fazer o que ele faz precisa de um grande número de criminosos ao seu dispor.

Diana e Zack já tinham saído da escola naquele momento, Diana continuou.

– Ali, vamos para aquele café. Como eu estava dizendo ele precisava de um grande número de criminosos, depois de falar com algumas pessoas (eu tenho alguns informantes que não tem uma ficha muito limpa, mas que me ajudam) eu fiquei sabendo de uma mulher que supostamente trabalhava para um homem desconhecido e ficava espalhando mensagens e outras coisas do gênero para “trabalhar” com seu patrão, como ela.

– E você acha que essa mulher e essas mensagens tem alguma coisa a ver com a pessoa no telefone? – Zack perguntou enquanto entravam no café indicado por Diana, ela não se sentou e sim ficou parada junto à parede próxima à porta, Zack encostou-se ao seu lado.

– Acho sim.

– E onde é esse lugar que ela espalhava as mensagens?

– Temo que na cadeia.

– Ah.

Diana suspirou, perecendo chateada.

– Se eu quiser saber mais sobre esse cara, coisa que eu quero muito, então eu preciso ver essas mensagens... De qualquer jeito...

Zack franziu a testa.

– Diana... Por que eu estou aqui?

– Eu não quero que você e Sara fiquem muito preocupados – Diana disse, se colocando a frente de Zack e o empurrando com cuidado, colocando a mão em seu peito.

Zack estranhou, alguma coisa estava errada com Diana, ele notou então que na mão com a qual a garota o empurrava estava seu celular, Zack o pegou e viu que já estava discado o número da polícia.

– Eu sinto muito por isso – Diana disse – Você me promete que vai ligar para a polícia?

– Mas...

– Você promete ou não?

– Ok... Prometo.

Diana foi em direção ao caixa, ela hesitou por um momento, mas então se repreendeu, aquele cara tinha matado, sequestrado e traumatizado pessoas inocentes. E ainda iria matar Sara, Diana tinha prometido a si mesma que o pararia, e faria isso a qualquer custo. Ela retirou sua arma, que sempre levava consigo, e a apontou para a mulher no caixa, só havia cinco pessoas no local, e estas começaram a ficar desesperadas.

– Ahn... Não se desesperem, isso é um assalto. Não pretendo ferir ninguém... Eu só quero muito ir para a cadeia.


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Notas finais do capítulo

Ooooooh, Diana irá presa? O que será que ela vai encontrar na cadeia? Quando eu tiver mais criatividade eu respondo :-P Hahahahahaha, brincadeira.