O Gato E O Corvo escrita por Lara Green


Capítulo 16
A Voz Explica Por Que Diana Não Tem Amigos


Notas iniciais do capítulo

Oooooooi gente! Desculpa mesmo o atraso, principalmente para a Avery, para a qual eu disse que a história não iria demorar por que eu já tinha a trama toda na cabeça. Bem, o que acontece? Eu realmente tinha a trama toda na cabeça, mas depois eu comecei a não gostar muito dela, e como tudo o que acontece nos capítulos provocam quase que uma reação em cadeia aos outros capítulos eu tive que mudar tooooooda a história, então demorou mesmo, desculpem :3
"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las"
Voltaire



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Diana olhou para Sara, Sara assentiu lentamente para Diana, e esta disse:

– É... Homem?

– Não.

Nesse momento todos os homens que estavam de pé se sentaram e sobraram apenas mulheres, Diana entendeu a brincadeira, Sara pareceu confusa.

– É só isso?

– Como assim? – Diana perguntou.

– É só perguntar? Simples assim?

Diana franziu a testa, estava realmente simples de mais, porém ela deveria tentar.

– Usa... Óculos?

– Não.

Três pessoas se sentaram, Diana queria que ele dissesse sim, mas ele, aparentemente, não era tão idiota.

– Tem alguma coisa errada aqui... – Sara disse incomoda.

Diana analisou a situação, era um jogo como os que ele já havia proposto antes. Claro que isto era bem errado, mas se considerado com o que estava lidando tudo estava normal. Diana continuou:

– Ah, eu sei lá... Tem cabelo castanho?

– Sim.

Diana começou a perder a paciência, não queria jogar aquilo. Sara olhava de um lado para outro, cada vez mais incomodada.

– Diana...

– Tem olhos castanhos? – Diana fez um sinal para Sara se acalmar.

– Sim.

– Usa tênis?

– Sim.

Diana começou a sentir que estava acabando, poucas pessoas faltavam.

– Usa rabo-de-cavalo?

– Sim.

Diana sorriu, restara apenas uma pessoa de pé. Ela fez sua última pergunta:

– Está usando uma saia?

– Não – A Voz no telefone se divertia imensamente enquanto a última pessoa em pé se sentava.

– Ah... Que ótimo – Diana franziu a testa, não tinha mais ninguém em pé – o que é agora?

Não houve resposta.

– Olha, isso não vale. Não tem mais ninguém de pé.

Não houve resposta.

Diana suspirou.

– Tudo bem, eu vou adivinhar quem é, mas me dê tempo. Vai me dar tempo?

– Dez... – A Voz começou a contar.

Diana se desesperou, começou a pensar, quais eram as características que ela havia citado?

– Nove...

– Uma mulher que não usa óculos... – Diana murmurava de olhos fechados, concentrada.

– Diana o que está acontecendo? – Sara perguntou, ela ainda não conseguia se livrar da sensação de que algo estava errado.

– Oito...

– Cabelos castanhos, olhos castanhos.

– Sete...

– Tênis e rabo-de-cavalo, eram essas as características, mas não sobrou ninguém de pé assim...

– Seis, Cinco...

– Você está acelerando a contagem!

– Eu não pensei que você fosse tão idiota, três...

Diana levou uma das mãos a testa, a contagem não a ajudava a se concentrar... Mas, então ela teve uma ideia.

– Dois...

– Meu Deus, Sara! Cuidado!

Diana empurrou Sara, como ela poderia ser tão estúpida? A única pessoa que estava de pé e tinha todas essas características era Sara. Diana se odiou por não ter visto isso antes, Ela percebeu apenas quando a contagem estava no um, e o tiro, apesar de estar sendo mirado na cabeça de Sara, não foi evitado, Sara foi atingida no tornozelo, a dor era insuportável, Sara gritou até os seu peito doer, mas não doía mais do que o seu tornozelo.

O tiro aparentava ter “acordado” todos os policiais e pessoas, que gritavam e corriam por todo lado enquanto os policias tentavam acalmar a multidão, eles não viram Sara, Diana se lembrou da mensagem que havia mandado na casa de Vivian. Antes que ela pudesse acabar de pensar alguém segurou seu ombro.

– Diana o que está acontecendo? – Zack gritava, tentando falar mais alto que a multidão – Você disse na mensagem que estaria perto da casa da sua irmã!

– É, eu tive uns contratempos - Diana respondeu também gritando e apontou para Sara – Faça-me um favor e leve ela para um hospital o mais rápido possível. Você tem um carro, não é?

– Sim, mas... O que aconteceu?

– Apenas faça isso, pelo amor de Deus! – Diana correu para longe, sem dar tempo de Zack tentar discutir.

Diana abriu caminho pela multidão, até conseguir escapar do lugar, ela andou rapidamente pela rua, aonde ela ia? Ela ainda não sabia com certeza. Apenas pensava em limpara a sua mente dos últimos acontecimentos, ela sabia que não era legal deixar Sara logo depois dela ter levado um tiro, porém ela tinha certeza que seria melhor se ela não estivesse presente, ela não serviria para nada naquele momento.

Do céu nublado caiam as primeiras gotas de uma chuva, Diana andava por uma rodovia, não estava muito movimentada, o que lhe dava um ar de solidão, pois além da estrada não tinha mais nada lá. Diana se xingava de idiota e todas as variações da palavra, não conseguia acreditar que não percebera logo de cara o que estava acontecendo. Ela conseguira perceber apenas um segundo antes do tempo se esgotar, se não fosse aquele um segundo Sara morreria, Diana bateu na própria cabeça.

– Seggfej, Mудак, šupak,Stronzo.

Ela já havia se esgotado com todos os sinônimos da palavra “idiota”, então decidiu se chamar de “imbecil” em outras línguas.

O celular tocou, Diana ignorou, não queria saber de conversa naquele momento. O celular tocou pela segunda vez, Diana ignorou novamente, só o atendeu na terceira chamada.

– O que raios você quer agora? – Diana perguntou se esforçando para não falar um palavrão.

– Por que você está zangada comigo? Tudo o que eu fiz foi te lembrar do motivo.

– Que motivo?

– O motivo pelo qual você não tem amigos.

– O que você quer dizer com isso? – Diana ficou zangada.

– Espere, não precisa se zangar. O que eu quero dizer é que o motivo pelo qual você não tem amigos, Diana, é que você não pode ter amigos.

Como não houve resposta alguma ele continuou com seu discurso:

– Para qualquer lugar que você vai, Diana, você atrai o perigo e isso acaba atingindo as pessoas à sua volta, você não pode fugir disso, enquanto alguém estiver perto de você essa pessoa correrá perigo, o que aconteceu com Sara comprova isso.

– O que aconteceu com Sara não é culpa de mais ninguém senão sua.

– Eu não me vejo conversando com mais ninguém além de você, confesse que esse tipo de coisa só acontece com você.

Diana começou a agarrar com força os próprios cabelos.

– Eu... Eu te odeio... – Um tom de ódio vinha de sua voz.

– Você ainda não pode dizer isso. Ainda não sabe o que é ódio de verdade.

– Não. – Diana respondeu, sua voz estava baixa, perigosamente baixa – eu te odeio, e nunca mais quero falar com você.

Diana pegou a sua arma, jogou o celular para cima e deu dois tiros no aparelho enquanto ele ainda estava no alto. Depois que o celular caiu despedaçado no chão Diana se virou para frente e continuou a andar, como se nada tivesse acontecido.

*****************************************************************************

Era uma sala mal iluminada, moveis aparentemente caros e aparentemente confortáveis. O que mais parecia confortável na sala era em como ela era mobilhada, perecia como aquelas velhas casas inglesas de livros da época de cinquenta, as chamas de uma lareira eram as únicas coisas que serviam para dar alguma luz ao ambiente.

Em uma das poltronas próximas à lareira conseguia-se distinguir o vulto que um homem jovem, que deveria ter os seus vinte anos, ele parecia imensamente preocupado, em uma de suas mãos havia um celular.

– Ela destruiu o celular, ela destruiu o celular – ele repetia – mas por que ela foi fazer isso?

– Senhor – um velho homem chegou perto dele, parecendo preocupado – está tudo bem?

– Não... Ela destruiu o celular. Para quê ela tinha que fazer isso? Eu estava gostando tanto de conversar com ela...

O velho homem ergueu uma sobrancelha.

– E o que o senhor está pensando em fazer?

– Eu vou ter que falar com ela de qualquer jeito...

Ele passou a mão na boca, sua expressão mostrava uma mistura de incômodo e tristeza, ele olhava para o celular como se naquele momento o aparelho lhe fosse inútil.

– Acho que vou ter que falar com ela pessoalmente...


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Notas finais do capítulo

Oi de novo! Como vocês acham que vai ser esse "encontro" hein? Hehehehe