O Gato E O Corvo escrita por Lara Green


Capítulo 13
É Assim Que Se Joga Detetive


Notas iniciais do capítulo

Oooooi, tudo bem? Ficaram curiosos com o último capítulo? Infelizmente esse não vai esclarecer muito, eu tentei acabar tudo nesse capítulo aqui, mas ficaria muito grande, então é melhor assim. Não se preocupem, eu não demoro para postar o próximo :3
"O homem vangloria-se de ter imitado o voo das aves com uma complicação técnica que elas dispensam".
Carlos Drummond de Andrade



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Sara e Zack andavam pelo corredor da escola pensando onde Diana tinha se metido, ela perdera o dia todo de aula.
– Você acha que ela ainda está com a irmã? - Sara perguntou à Zack.
– Não, Diana não consegue aturar Vivian por vinte minutos, quem dirá esse tempo todo.
– Sim, mas Diana pode se entender com ela ainda.
– Eu não tenho tanta certeza. Falando nisso, eu também não vi o John hoje, sabe como ele está?
– Não... - Sara respondeu, ontem, depois que chegaram na escola, eles haviam perguntado a John se ele sabia quem era a pessoa que o sequestrara, ele disse que não, estava com os olhos vendados - Eu espero que um dia Diana descubra quem ele é, eu...
– Desculpe - o celular de Zack estava tocando, ele atendeu - alô?
Zack mudou suas palavras.

– Ciao papà, sono stato impegnato in questi giorni ... No, io non voi ignorate di nuovo. Ho imparato la mia lezione ... Che cosa? Davvero? No, non senza problemi. Va bene, così.
Sara ficou confusa, Zack olhou para ela e percebeu em que pensava.
– Bem... Você não sabia... Mas eu sou italiano.
– Sério? - Sara sorriu, agora que ele comentara Sara percebera que Zack falava com gestos, como os italianos - eu nunca percebi.
– Você e muita gente. Meu pai na verdade é inglês, mas eu nasci na Itália, sabe, minha mãe... Hum, esquece, deixa pra lá.
Sara ia perguntar a Zack o que ele ia dizer a respeito da mãe, mas foi interrompida por alguém gritando o seu nome.
– Sara! - Uma garota veio correndo em direção à Sara e Zack - Eu estava à dias te procurando!
– Stacy! - Sara cumprimentou a garota, ela havia se esquecido, Stacy era a pessoa de quem Diana estava falando quando se conheceram, era a garota que Sara estava esperando encontrar quando Diana chegou e descobriu isso tudo só olhando para o seu cobertor, parecia que tudo aquilo fazia séculos.
– Sara! Onde você se meteu, garota? Eu não te achava em lugar nenhum!
– Bem eu estava meio ocupada...
– Temos muito o que conversar e... - Stacy percebeu Zack pela primeira vez - E... Sara, quem é? É o seu namorado?
– Não, ele é...
– Não? Que ótimo - Stacy se colocou em frente a Zack, empurrando Sara para suas costas - Oi, tudo bem? Eu sou a Stacy.
Zack pareceu achar graça.
– Ah, sim. Muito prazer eu sou o Zack, agora com licença, eu me esqueci de fazer o dever de casa - Zack foi para o quarto.
Zack nunca fazia o dever de casa, Sara sabia disso, Diana também nunca fazia. Isso a fez lembrar: Onde afinal estava Diana?
**************************************************
Diana andava pela sala de vagar, analisando cada pessoa, uma por uma, Ela viu uma mulher loira com os cabelos presos e maquiagem bem feita, porém suas mãos e unhas estavam desgastadas, pelo estado das mãos Diana percebeu, supôs que aquela mulher era uma empregada.
Depois viu uma mulher usando roupas caras e muitas jóias, todas bem limpas e cuidadas, foi quando percebeu o anel em seu dedo, uma aliança de casamento, ela estava suja.
" Ela é casada, mas é infeliz. Ela limpa todas as suas jóias, mas não a aliança de casamento. E é uma aliança cara".

Diana deu uma olhada geral na sala, viu um homem de meia idade e expressão dura, um coveiro (a julgar pelo barro em seus sapatos e os calos distintos em suas mãos) um homem usando terno, uma mulher velha, mas com uma expressão rígida, como uma antiga professora e uma mulher jovem.

– Então é isso? Um jogo de detetive?

Ela olhou de novo para as pessoas na sala.

– Eu imagino que nenhum deles conheça o assassino, o único que já soube quem ele é era...

Diana voltou sua atenção para o morto. Ele sabia quem era o assassino? Diana balançou a cabeça. Ela se lembrou de que as luzes haviam se apagado, nem ele viu o assassino. Sua morte não fora planejada? Seria uma opção, mas Diana sentou-se na cadeira em que o morto estava antes, ele sentara-se no meio do semicírculo, qualquer uma das pessoas na sala poderia mata-lo. Isso não poderia ser coincidência. Diana olhou mais uma vez para as pessoas, elas nem se mexiam, o que tinha de errado com elas?

– Vocês falam?

Nenhuma resposta, nem sequer um movimento, aquilo não estava certo, aquelas pessoas não estavam bem.

– Nesse estado... Alguma delas poderia matar esse homem? Já sei, o assassino deve ser alguém contratado pela pessoa no telefone, ele deve estar são.

A luz se apaga novamente, ouve-se um tiro e assim que a luz volta Diana vê o coveiro no chão.

– Ah, Diana sua imbecil. Pare de dizer suas conclusões em voz alta.

Diana partiu para o pensamento.

“Se esse é um jogo de detetive...”.

Diana começou a olhar a sala, ela não estava vazia, pelo contrário, havia muitos móveis espalhados por lá, Diana vai até uma escrivaninha encostada à parede. Em cima dela estavam materiais de escritório comuns, mas o que chamou a atenção da garota foi um papel em cima da escrivaninha de madeira.

“Um testamento?”.

Diana observa novamente o primeiro morto, ele usava a mesma aliança de casamento da mulher.

“Ela matou ele pelo dinheiro? É isso?”

Diana leu o testamento, parecia que não era tão simples assim, no testamento não citava deixar nenhum dinheiro para uma mulher, citava apenas um homem. Essa parte chamou a atenção de Diana, o testamento estava riscado, havia um nome que Diana não conseguira ler, mas foi riscado e colocado o nome de um homem no lugar (Patrick Harrison), como se a pessoa que o escreveu estivesse pensando em muda-lo.

Diana olhou para o coveiro, ela não conseguia pensar em nenhuma razão para o pobre homem ter morrido.

“No Detetive, para conseguir solucionar o mistério você tem que eliminar todas as opções e a que restar é a verdade. A carta do coveiro foi mostrada”.

Ela continuou andando pela sala, ela viu o que parecia ser uma cozinha, realmente, tudo o que estava naquela sala havia sido colocado lá com um motivo.

A cozinha estava completamente mal arrumada, os pratos estavam guardados, mas não haviam sido limpados corretamente, a pia não foi limpa depois que os pratos foram lavados, ainda havia restos de comida nela e, além disso, tinha poeira no chão.

“Aquela empregada é mesmo horrível, por que ela não foi demitida? Ah, claro, o motivo de sempre, ela é a amante. Aposto que a esposa do homem sabia, mas não pediu divórcio, mesmo não tendo um casamento feliz. Então imagino que ela se preocupe muito com o dinheiro, afinal o marido é que rico, o testamento mostra bem isso, e se ela se divorciar não vai ter mais dinheiro”.

Ela se voltou para o homem de meia idade.

“E você, quem é?”

Diana olhou novamente na escrivaninha, abriu uma gaveta. Lá dentro estava um antigo revolver e uma medalha, Diana a pegou, reconheceu como uma medalha militar. Parece que o primeiro morto era um militar, Diana viu também uma foto de todo o batalhão, reconheceu o morto e o senhor de meia idade, eles eram amigos do exército?

Diana teve um pressentimento, voltou até a esposa do homem morto, como ela não se mexia Diana não teve dificuldades em retirar a sua aliança, estava lustrosa por dentro. Era frequentemente retirada do dedo.

“Adúltera?”

Ela era casada com aquele homem e não era feliz, Diana se perguntou se a mulher e o homem tinham algum filho, poderia ser ele quem estava no testamento. Diana olhou para o homem de terno, ele seria o filho do casal? Diana olhou para ele, notou algo em seu bolso, ela olhou e tirou de lá duas alianças, ele iria pedir alguém em noivado! Mas quem...

Diana volta-se para a mulher jovem, poderia ser ela, Diana observou sua fisionomia, ela tinha a expressão rígida, como uma antiga professora, espere um pouco, onde ela tinha visto aquilo antes?

Diana sorriu, se ela tinha razão quando disse que o assassino era o único que se comporta normalmente ela teve uma ideia. Diana pegou o celular, viu o número que sempre a ligava e retornou a ligação.

– Olá? – a Voz atendeu.

– Você está jogando já faz algum tempo – Diana falou.

– Sim...

– Bom, você já mostrou as suas cartas...

Diana retirou um revolver que ela sempre prendia na calça, nunca andava sem ele. Diana mirou na cabeça de todas as pessoas na sala, uma por uma.

– Está na hora de eu apresentar a minha...


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não tirou muitas dúvidas, eu sei. Sinto muito por isso, mas sejam pacientes, tudo bem? Aguardem apenas um pouquinho.