O Gato E O Corvo escrita por Lara Green


Capítulo 12
O Que Aconteceu Entre As Irmãs?


Notas iniciais do capítulo

E aí povo do meu Brasil, gostaram do título? Eu inventei na hora por que eu acho que é mais ou menos o que vocês estavam se perguntando, hehehe.
"Se tu choras por ter perdido o sol, as lágrimas te impedirão de ver as estrelas".
Antoine de Saint-Exupéry



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/491516/chapter/12

Quando Diana acordou no dia seguinte ela não estava mais tonta.

Ela se levantou com cuidado e percebeu que estava em uma cama, ela reconhecia aquele lugar, era a casa de sua irmã.

– Ninguém merece... – Diana resmungou.

– Então você finalmente acordou – Vivian apareceu na porta, estava vestida para trabalho, com as roupas chiques de quem trabalha no governo.

– Quanto tempo eu dormi? – Diana ainda não tinha acordado totalmente.

– São quatro da tarde.

– Ah – Diana olhou para a janela, realmente, ela tinha dormido durante 16 horas, não era a toa que se sentia melhor.

– Você tem sorte de eu não ter mandado te prenderem.

– Tenho sorte mesmo? Você não vai me prender, você quer que eu lhe conte o que aconteceu.

Vivian sorriu vagamente.

– Você me conta e eu te conto também.

– O que você teria para me contar?

Vivian tirou algo do bolso, o celular preto. Diana levantou uma sobrancelha.

– Você não pode ficar fazendo tudo por sua conta Diana, eu já lhe disse isso antes.

Diana deu de ombros.

– Naquela situação a polícia apenas atrapalharia.

Vivian entregou o celular à Diana e deu as costas.

– Você mal sabe com o que está lidando.

Diana se levantou e foi atrás de Vivian.

– Imagino que você saiba, não é? E depois fala que não é do serviço secreto...

Vivian foi até a cozinha e começou a olhar no armário.

– Vai querer chá?

– Não precisa se lembrar o tempo todo que somos inglesas – Diana disse sarcástica, se sentando à mesa da cozinha – eu vou querer sim.

Vivian serviu o chá e se sentou, as irmãs se encaravam, esperando quem falaria primeiro.

– Você espera que e comece te contando o que eu sei? – Vivian perguntou.

– Uma pequena ajuda de sua parte de vez em quando não faria mal.

Vivian fechou a cara.

– Eu sempre tento te ajudar.

– Não, você tenta me tirar do caso – Diana disse enquanto tomava um gole.

– Eu confesso que esse caso em particular é mais perigoso – Vivian mexia no seu chá com a colher, mas não o tomava.

Diana estalou os dedos em frente o nariz de Vivian.

– Acorda Vivian, eu não tenho o dia todo. Mamãe dizia para não brincar com a comida, lembra?

Vivian tomou um gole do chá pela primeira vez.

– Então... O cara no telefone... Estávamos atrás dele à alguns anos, nós não o conhecemos, mas o consideramos culpado de inúmeros assassinatos e sequestros, lavagem de dinheiro, tráfego e todas as coisas imagináveis.

Diana levantou uma sobrancelha.

– Uma pessoa? Vocês acham que uma pessoa fez tudo isso sozinha? Ela demorou o quê? 20 anos?

– Eu também não acho que tenha sido apenas uma pessoa... Mas não chegamos a nada – Vivian parecia envergonhada – por que você acha que estou te contando isso, Diana? Nossos agentes não conseguiram chegar longe nesse caso, mas você tem contato direto com ele e... Bom, nós precisamos de sua colaboração.

Diana pareceu achar graça.

– Ah, você quer que eu colabore com o governo britânico? Você enviou agentes falsos da Scotland Yard que nem se preocupam em se disfarçar de policiais e não os “homens de preto” para pedir a minha... “Colaboração”. Isso é cômico.

– Pare de agir como criança – Vivian estava zangada – isso tem importância nacional!

Diana riu.

– Qual é a graça? – Vivian perguntou.

– Você. “Pela rainha e pela pátria” – Diana brincou – olha, eu sinto muito, mas você acha mesmo que daria certo? O governo tem muita burocracia eu acho que vai ser melhor assim, eu vou descobrir quem é esse cara.

Vivian arranhou a mesa por ansiedade.

– É perigoso – murmurou.

Diana ficou zangada de repente.

– Não se atreva a se preocupar comigo – ela falou em tom baixo – você nunca o fez, não comece agora.

– Ah, poupe-me, não comece com isso.

– Se você está querendo bancar a irmã mais velha deveria ter feito isso anos atrás, quando você realmente deveria cuidar de mim, agora não adianta mais.

– Eu cuidava de você – Vivian disse friamente.

– Ah, claro! Você me fez começar a estudar química e física aos seis anos, eu era a única menina de seis anos que sabia jogar xadrez e toda a história do império romano.

– Não foi tão ruim assim, confesse que é útil para você agora.

– Sim, mas você me impediu de ter uma vida normal! Os únicos amigos que eu tenho quase morreram depois que um barco explodiu.

– Você não é normal, Diana – Vivian estava começando a perder a paciência – nunca foi, sempre foi diferente das outras pessoas, você decorou a tabela periódica aos oito anos.

– Isso não explica a sua frieza – Diana estava furiosa, sua voz estava baixa, pois ela se controlava para não bater na irmã – nós praticamente não tivemos pais, Vivian, eles nunca estavam lá, você sempre foi uma irmã horrível isso não me ajudava em nada.

– Ficou pior depois – Vivian ainda estava com a expressão fria, mas por dentro estava imensamente chateada – ficou pior depois... Daquilo, não é Diana?

A expressão de Diana passou de tristeza para raiva rapidamente, mas depois voltou para a raiva.

– Não toque nesse assunto.

– Isso acontece com todos, Diana! Você sabia que aconteceria uma hora ou outra.

– Eu vou embora – Diana foi em direção à porta – obrigada pelo chá.

*************************************************************************

Diana andava pela rua lentamente, não tinha pressa de voltar para a escola, já havia perdido o dia letivo mesmo. Ela olhou para o céu nublado, ela já estava incomodada depois da discussão com a irmã, agora só faltava cair uma chuva, como nos filmes.

Diana afastou o pensamento da cabeça, não era bom ficar remoendo esses assuntos sentimentais, sua vida não era uma novela das seis.

– Será que se eu passar por aqui chego mais rápido? – Diana murmurava consigo mesma enquanto andava pela rua, ela conhecia todas as ruas de Londres, já andara por ali várias vezes e era útil saber.

Diana atravessou a rua junto com dezenas de pessoas, as ruas estavam movimentadas e tudo estava normal, até que o celular tocou, Diana atendeu.

– Não estou com cabeça para você agora...

– Mas é por isso que eu estou aqui! Para te animar um pouco – a Voz respondeu – olhe a sua volta, Diana.

Diana olhou em volta, viu as pessoas andando pela rua e os carros, nada mais do que isto.

– Está vendo estas pessoas, Diana? Enquanto estão juntas não são nada além de pessoas, uma pessoa normal não olharia para elas e veria cada pessoa pelo que realmente é, quando estão juntas elas são sempre parecidas umas com as outras e essa pessoa normal não enxergaria diferenças entre elas. Mas você não é uma pessoa normal, não é Diana? Não, você enxerga as pessoas como elas realmente são. Quero ver como consegue. Pare aí.

Diana estava andando pela rua, parou em frente uma estrutura estreita com apenas uma porta.

– Não está trancada – a Voz disse.

Diana abriu a porta, atrás dela tinha uma escada. Diana subiu as escadas e se deparou com uma sala em que havia sete pessoas, todas sentadas em cadeiras dispostas em um semicírculo.

Diana olhou para as pessoas e se lembrou do que a Voz disse no telefone, todas eram a primeira vista normais, três mulheres e quatro homens encaravam Diana.

De repente a luz se apaga, Diana ouve um barulho que parecia um tiro, a luz se acende novamente e um dos quatro homens está no chão, morto com um tiro no peito. As outras seis pessoas nem se mexeram.

– Uma dessas pessoas é um assassino – a Voz continuou a falar com Diana – Descubra quem é.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Curiosos? Esclareceu a situação da Diana com a irmã? Hahaha, ficaram ansiosos com o final? Ou ficaram com vontade de me matar por acabar assim?