Diana andava lentamente pelo navio, havia pouca iluminação e um silêncio completo, Diana não conseguia ver ninguém por perto, mas ela não poderia dizer que estava sozinha, estava tão escuro que qualquer um poderia facilmente se esconder. Diana pensou em como o guarda a deixara entrar, aquilo a fez ter certeza de que a pessoa no telefone a queria ali. Ele realmente pensava que aquilo era um jogo... E o prazo estava se esgotando...
“Espere um pouco... O que acontece quando o prazo se esgota?”
Ela não teve muito tempo para pensar a respeito, pois ela viu uma porta, não diferente de nenhuma outra, porém esta estava guardada por dois homens, um de cada lado. Diana parou em frente a porta, os guardas nem se mexeram, ela empurrou a porta com cuidado e eles não a impediram. Diana entrou pela porta, lá dentro havia uma sala vazia, exceto por uma única pessoa amarrada em uma cadeira, com os olhos tapados por uma venda. Diana se aproximou devagar dessa pessoa, ela retirou sua venda com cuidado e viu... John Jones, o garoto que de repente tirou nota baixa em história.
– Era exatamente o que eu temia...
Diana desamarrou o garoto, ele se levantou e Diana se preparou para sair dali, mas foi quando ela teve um pressentimento, ela sentiu que algo não se encaixava, ela deu uma olhada completa no lugar, mal conseguia enxergar, mas notou, no canto da sala, que havia outra pessoa. Diana andou até lá e viu a pessoa amarrada na cadeira e vendada, assim como a primeira. Ela tirou a venda e viu... John Jones... Mas, não, não era John Jones, o cabelo e os olhos estavam de cores diferentes e este John olhava para Diana com raiva.
– Então é isso mesmo - Diana falou consigo mesma - são os gêmeos da história. Como eu imaginava a pessoa que tirou nota baixa não era o John de verdade, era você, não é? Caso o contrário não faria sentido aquele poema. Ele falava de gêmeos em um navio que enfrentou tempestades e ventos. Vocês são os gêmeos.
" 'Que a bordo estavam os poderosos gêmeos', sim, faz todo sentido. Mas qual era a outra parte? 'O calor dos irmãos inseparáveis' calor? "
Um cheiro estranho e desagradável chegou ao nariz de Diana.
– Gasolina...
“ Calor? Gasolina? Fogo! "
Diana olhou no relógio, quatro minutos para a meia noite, ela precisava sair dali depressa, Diana olhou para o "John falso" ela precisava tirar os dois dali. Ela desamarrou o garoto e o puxou para ele se levantar, mas ele caiu no chão, Diana notou que havia algo errado com sua perna, ela trincou os dentes, a pessoa do telefone a estava testando, queria ver o que Diana iria fazer. Ele amarrara o seu próprio capanga no navio para ser fiel ao seu enigma, Diana estava decidida que tiraria os dois dali, ele chamou John para ajuda-la a levar o outro John e eles correram pela porta, os guardas não estavam mais lá, já deveriam ter corrido a muito tempo, Diana e os dois rapazes corriam, mas o "John falso" estava com a perna ferida e o esforço para carrega-lo estava fazendo muito mal a Diana, John não estava muito melhor, era o que se esperaria de alguém que foi sequestrado, os três corriam pelo navio aos tropeços, Diana olhou novamente no relógio, faltavam dois minutos, ela esperava que conseguissem... Diana e os dois rapazes fizeram uma curva, Diana se lembrava, a porta não estava tão longe, porém foi quando o "John falso" tropeçou, os três caíram com tudo no chão, Diana sentiu um líquido em seu rosto, era a gasolina, ela começou a se desesperar, faltava um minuto para meia note, eles não conseguiriam... Diana e John ajudaram o outro a se levantar.
– Eu tive uma ideia! - Diana segurou o braço do "John falso" e de John e os arrastou, ela ignorou o grito de dor do "John falso" enquanto ela o arrastava. Diana correu até uma janela, uma portinhola na verdade, e passou por ela, depois puxou os dois, pouco depois que o último John passou pela portinhola o relógio marca a meia noite e o fogo corre pelo navio coberto pela gasolina, Diana e os outros estavam debaixo d'água quando ouviram o som surdo do navio explodindo, Diana esperou um tempo até nadar com os dois rapazes até a margem, ela chegou até o porto, mas não conseguiu alcançar a estrutura de madeira, ela se esticou o máximo que conseguiu, não alcançou, estava passando muito mal e o "John falso" mal conseguia manter sua cabeça fora da água, por sorte Sara viu os três adolescentes na água e segurou a mão de Diana bem na hora que ela perdia as forças. Zack e Lucas correram para ajudar e logo os três estavam deitados ofegantes no porto.
Diana se levantou, estava tonta.
– Temos que chamar a polícia - Sara disse.
Diana olhou para o lado.
– Ah... Acho que isso não vai ser necessário.
Dois carros pararam em frente ao porto, um deles era da polícia, o outro era um carro preto normal. Dois policiais correram em direção ao navio, os bombeiros viriam logo atrás. E dois homens de terno andaram até os jovens.
– Você vem com a gente - os homens apontaram para Diana - e vocês voltem para a escola.
Diana fez cara feia.
– Eu também vou voltar para escola.
Ela começou a andar para a rua, mas ficou tonta novamente e caiu no chão. Sara, Zack e Lucas correram até ela, Zack conseguiu erguer a garota e Sara colocou a mão em sua testa, a pouco tempo atrás Diana estava suando frio, agora estava fervendo de febre.
– Vamos leva-la - o homem de terno disse.
– Como assim? – Sara protestou. - Vocês não podem fazer isso! – Zack concordou

O homem mostrou um documento para Zack.

– Scotland Yard, garoto. Recebemos ordens para leva-la.

– Leva-la? - Lucas repetiu - Para onde? Ordens de quem?
– Vivian... - Diana resmungou baixinho. Ela se apoiava em Zack e parecia muito mal - Deixem-me desmaiada aqui no porto se quiserem, mas, por favor, não me levem até minha irmã.
Depois que disse isso Diana perdeu a consciência, os quatro jovens – depois de muito protesto - deixaram Diana com os homens da Scotland Yard, Lucas disse que eles deveriam levar John de volta para a escola. Sara, Zack, Lucas, John e Diana inconsciente foram no carro preto dos agentes da Scotland Yard, o "John falso" foi levado para o hospital no carro da polícia para tratar da perna, após isso seria detido. Diana continuou desacordada no carro enquanto os outros quatro jovens foram deixados na escola, Sara hesitou por um tempo, Diana não queria ficar com a irmã de jeito nenhum, mas Sara não tinha escolha, era a melhor opção, além disso, ela não sabia o motivo de Diana não gostar da irmã a ponto de preferir ser deixada desacordada em um porto, talvez fosse a hora de Diana se reentender com a irmã.
O carro avançou pela noite até sumir na escuridão. Sara estava certa, uma reconciliação com a irmã seria a melhor opção para Diana, Vivian tinha um cargo mais importante do que comentara com Sara e Zack aquela vez, Diana sabia disso, mas os desentendimentos passados com Vivian estreitaram as relações de Diana com a irmã. Mas Diana precisará muito de Vivian um dia, ela só não compreendera isso ainda.