Rette Mich escrita por gaara do deserto


Capítulo 7
Sobre os Céus de Leipzig - Declaração


Notas iniciais do capítulo

Olha, e não é que conseguimos escrever o primeiro capitulo do ano?
Que felicidade!

T.T



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-... Tom e Aline

Tom sorriu para Aline, não podendo estar mais contente.

- E Bill – continuou Frau Kneifel, consultando o fim da lista -, você fica com a Cristina.

“Nããããããããooooooooooo!” - pensou Bill, não acreditando em sua desgraça.

- Só lamento por você – falou Tom dando palmadinhas nada sinceras na costa do irmão, que permanecia num grito silencioso, os olhos arregalados.

- Tudo isso por causa de uma simples garota? – admirou-se Aline.

- Essa garota é terrível! – retrucou Bill num sussurro baixo.

- Ela é mimada de mais, acha que todas as pessoas do mundo são empregadas dela. – completou Tom, apoiando as palavras do gêmeo.

- Isso mesmo – reforçou -, eu só a ouço dizer “trabalhe pra mim, agora!”

Aline fitou-os por um instante.

- Credo – e foi só o que lhe ocorreu. Como novata, ela não fez nenhuma questão de conhecer ou prestar atenção aos nomes de seus colegas, visto que só lhe interessava os nomes de seus amigos, e de Greg Linsenbröder, por precaução.

- Vocês já podem se juntar e começar a fazer o exercício. – lembrou a professora, interrompendo os cochichos dos três.

- Boa sorte – desejou Tom com um sorrisinho, levantando-se para se juntar a Aline.

Bill ainda estava naquele transe de horror quando a cabeleira loira platinada de Cristina Vogt apareceu para ele.

- Pegue a minha carteira e traga até aqui! – ordenou, a voz fina e irritante. Alguns alunos observavam entusiasmados a cena, por cima dos livros, cochichando pros vizinhos, concordando e dando risadas silenciosas pelo bônus de “avacalhação com os Kaulitz”.

- Eu não! – replicou Bill na mesma hora - Pega você, você tem duas mãos.

- Eu estou mandando! – sibilou Cristina, que considerava igual desgraça ter que se ajuntar com aquele esquisito – Odeio me repetir!

- Você não manda em mim – ele fervia por dentro; como a professora podia ignorar um abuso daqueles bem na frente dela?

- Se você não pegar minha carteira eu vou gritar bem alto e você vai se dar muito mal – ameaçou a garota, estreitando os olhos - Eu vou contar até 3, 1... 2...

- Tá bom!

Bill levantou-se, pegou a carteira de Cristina e colocou no chão perto da dele. A garota sentou-se e ficou encarando-o.

- O que você tá olhando? – perguntou Bill, disposto a tratá-la com toda a grosseira possível.

- Tá esperando o quê? – pergunta como se fosse obvio - Comece a fazer o exercício pra mim agora! E é melhor você fazer bem rapidinho – acrescentou maldosamente.

“Ai, eu mereço!” – pensou Bill.

Tom não parava de rir do irmão.

- Você não se sente mal rindo da desgraça do Bill? – perguntou Aline, apoiando o queixo na palma da mão.

- Não – respondeu Tom – Tá, brincadeira, mas fala sério, olha pra eles e vê se não dar vontade de rir.

- É, eu tenho que admitir... – disse Aline, espiando os dois.

- Mas... - Tom foi ficando sério.

- Mas o quê? – ela virou-se para encará-lo, sem entender.

- O Bill é muito importante para mim, eu diria que ele é a pessoa mais importante na minha vida, não só pelo fato dele ser meu irmão gêmeo – começou Tom, concentrado em algum ponto da carteira - É que pra mim é como se fosse uma parte minha, e sim porque ele é a única pessoa que me entende por completo, apesar de sermos tão diferente – ele sentiu-se um pouco corado de estar dizendo aquilo sem mais nem menos - O Bill precisa de mim para continuar e eu preciso protegê-lo, apesar de que nesses dias eu só tenho metido ele em confusão, mas mesmo assim ele precisa muito do meu apoio. Nós podemos até brigar de vez em quando e ficar sem se falar por um tempinho, mas logo estamos nos falando novamente – Aline ouvia tudo com ligeiro espanto, sabendo que eram palavras proferidas por um garoto até então muito seguro de si. O dever praticamente fora esquecido - Eu nem consigo imaginar minha vida sem ele, é por isso que temos uma união muito forte, para podermos enfrentar juntos tudo o que passamos aqui. Acho que se eu estivesse sozinho não agüentaria tudo isso e muito menos ele.

- Você não parece o tipo de pessoa que fala esse tipo de coisa – comentou Aline assombrada.

Tom pareceu ligeiramente mais envergonhado e baixou a voz até que virasse um sussurro quase inaudível que fez Aline se inclinar pra perto.

- E não sou, então esse papo morre aqui, não quero que fiquem sabendo que andei falando coisas de mariquinhas.

Aline riu.

- Ah... Tudo bem – e voltou para o dever passado.

- Eu nunca tinha falado sobre o que eu sentia com ninguém antes, nem mesmo com o Bill – murmurou ele, como se duvidasse da veracidade das palavras que acabara de proferir.

- E por que resolveu me contar?

- Não sei... – responder com sinceridade - Eu só te olhei e você me pareceu confiável, mas vamo’ mudar de assunto, ah... Olha, eu não entendo nada de matemática, então será que você pode fazer o exercício? – pediu cinicamente.

- Sem problemas – concordou ela, pois era muito boa em matemática.

Um pouquinho longe dali, a mais ou menos duas filas, a coisa não parecia tão boa com Cristina e Bill, que mantinham um dialogo furioso.

- Você tá demorando muito para terminar esse exercício – reclamou Cristina.

- Ai! Vê se cala a boca, se você continuar falando eu não vou conseguir me concentrar – retrucou Bill, cuja cabeça tentava encontrar as formulas certas, mas a todo instante era interrompido pelos muxoxos da garota.

A aula seguiu com rapidez para alguns, mas com crescente lerdeza para o Kaulitz mais novo, que sentia certa raiva da sorte de Tom.

- Terminei – anunciou Aline, escrevendo os nomes deles no inicio da folha.

- Cara como você conseguiu? – admirou-se Tom.

- É fácil.

- Fácil? – caçoou ele - Eu fiquei só olhando e não entendi nada.

Aline riu.

- De que você tá rindo?

- É que você é engraçado até quando não quer – respondeu, tampando a boca para abafar o riso.

- É... Eu sei que eu sou, mas será que você pode me dar uma aulinhas particulares de matemática? – ele novamente fez uma cara cínica, juntando as mãos - É que eu preciso de uma boa nota para passar de ano.

- Tá, sem problema.

- Valeu então – agradeceu o garoto, percebendo a grande chance que tinha de se aproximar mais dela.

“Sem maldade”, acrescentou como nota mental.

A sineta do intervalo tocou, para alivio de Bill. Cristina saiu logo da sala e ele foi se juntar a Tom e Aline, que permaneciam sentados em suas carteiras, absortos em uma conversa.

- E aí como é que foi com a senhorita “trabalhe pra mim”? – perguntou Tom, ao ver o irmão chegando perto.

- Como você acha que foi? – rebateu ele, irritado - É claro que foi horrível, mas eu não tô nem um pouco a fim de falar dela.

- Tudo bem – falaram Tom e Aline ao mesmo tempo.

- Mas, e aí Aline o meu irmão te deu muito trabalho? – perguntou, estranhando o comportamento daqueles dois.

- Ah... Não, na verdade ele é muito legal apesar de ter deixado todo o exercício pra eu fazer – respondeu ela, sarcástica.

Bill riu.

- Vamo’ pro refeitório? – desconversou Tom - Eu tô morrendo de fome.

Eles concordaram e os três foram pra lá, pegaram os seus lanches com a mulher do refeitório e sentaram em uma mesa afastada do burburinho alto dos outros alunos.

- Ah... Aline? – chamou Bill, ao terminar de engolir um grande pedaço de pizza.

- O quê?

- Eu queria te agradecer por hoje cedo, você...

- Não foi nada – interrompeu-o, disposta a deixar o assunto morrer.

- Mas você foi tão corajosa em enfrentar o Greg e... Eu não quero que se machuque por causa da gente – aquela era primeira vez que realmente pensava no assunto e as amplas conseqüências que causariam caso Aline Marback continuasse a falar, andar e comer com eles. Precisava alertá-la, apesar de não querer em hipótese alguma o afastamento dela.

- Não quero que se preocupe com isso – disse ela, a voz transbordando confiança - Eu sei muito bem o que faço e aquele idiota tava precisando ouvir umas coisas. Eu não tenho medo dele.

- Nossa! Aonde você tava que a gente não tem encontrou antes? – falou Tom, cada vez mais admirado com a garota.

Bill e Aline riram.

- Por que tá ajudando a gente? – quis saber.

- Ah... Realmente eu não sei, alguma coisa dentro de mim me diz para proteger vocês, bem... Da primeira vez eu não is deixar vocês apanhando, então logo vi que o que tava acontecendo aqui era uma injustiça.

- Ah... Pensei que você tava interessada em mim – brincou Tom, com um ar convencido.

Aline riu e Bill revirou os olhos.

Na hora em que a sineta bateu, eles se sentiram um pouco tristes pela trégua entre eles e o resto do mundo ter acabado mais rápido que o normal.

- Tá na hora da gente limpar essa porcaria de refeitório – declarou Tom, bufando e levantando-se, as mãos apoiadas no tampo da mesa como um trabalhador importunado.

Greg estava se aproximando da mesa onde eles estavam.

- Aí faxineiras (n/a: A mãe!) eu trouxe um presentinho pra vocês – provocou Greg, que vinha com dois embrulhos cor-de-rosa nas mãos.

- E aí não vão nem dizer obrigado? – perguntou ao jogar aventais femininos para os gêmeos, que simplesmente os deixaram cair no chão.

(N/a: Piadinha da hora)

- Vai tomate cru? – xingou Tom, sorrindo sonsamente. Aline e Bill riram pelo nariz.

- Como é que é?

- Vai-to-ma-te-cru? – repetiu, olhando Greg como se este fosse a coisa mais burra que vira na vida.

- Ah! Seu moleque! – exclamou o outro após entender.

Greg ergueu os punhos, pronto para resolver as coisas do seu jeito habitual, mas (felizmente) se conteve e recuou o braço quando viu Frau Marburg entrando no refeitório.

- Greg o que você ainda faz aqui? – indagou ela, desconfiada.

- Ah... Eu... – gaguejou o garoto, atrapalhando-se com a explicação.

- Eu? – incentivou Bill com um sorriso no rosto.

- Vai! Fala o que você tava fazendo aqui - provocou Aline, fazendo coro.

Frau Marburg não entendeu a situação, mas também não forçou nenhuma explicação daquele que era, para segredo da maioria, seu sobrinho.

- Greg vamos, eu acompanho você até a sala – mandou, pegando-o pelo ombro e lançando um olhar maldoso aos Kaulitz - E vocês dois, é melhor começarem a limpar tudo aqui.

Mas mesmo após esse aviso desanimador, enquanto aqueles dois iam se afastando, Aline, Bill e Tom não conseguiram conter o riso

- Ah, cara... – o gêmeo mais velho limpava lagrimas dos olhos, chutando o avental dado por Greg e tratando de ir buscar um pano para começar sua ingrata tarefa - É melhor você ir, depois sobra pra você e... – acrescentou para Aline, que ainda se dobrava sem fôlego diante do riso.

- Tá me expulsando? – perguntou, se apoiando no ombro de Bill, em igual estado.

- Não é que...

- Acho que vou ficar aqui pra ajudar vocês – decidiu, empinando o nariz e colocando as mãos na cintura.

- Tudo bem então – disseram os gêmeos, sem nenhum motivo para dispensar ajuda e companhia de sua melhor amiga.

A limpeza nunca era fácil, além do mais por aqueles alunos que sabiam do castigo dos Kaulitz e faziam questão de torná-lo mais penoso, comendo como porcos e deixando sujeira suficiente para irritá-los. Aline não reclamou nenhuma vez de ter ficado e não lamentou ao ver que tinham feito um ótimo trabalho no fim.

- Bom acabamos por hoje – falou Bill, satisfeito.

Eles foram correndo pra sala de aula, pois estavam barbaramente atrasados e ajeitando-se rapidamente, bateram na porta e entraram.

- Estão atrasados! – ralhou a professora de História.

- Desculpa – disseram, sentando-se em seus lugares.

Fora mais um dia em um estranho paraíso.


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Notas finais do capítulo

Até a proxima!