Rette Mich escrita por gaara do deserto


Capítulo 3
Sobre os Céus de Leipzig - Aproximação


Notas iniciais do capítulo

Felizmente, mais um cap.!
É, eu tbm estou feliz...!



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Aline observava calmamente de seu canto quando foi surpreendida por uma mão em seu ombro. O susto a fez virar-se rapidamente para ver quem era e deparou-se com um susto ainda maior:


- Greg!


- Pelo visto eu sou famoso mesmo... Você até sabe meu nome!


Aline levantou a sobrancelha e deu um sorriso falso.


- Você... É a aluna que foi transferida, não é? – perguntou Greg sonsamente.


- Ora, então você também me conhece! – respondeu a menina, sem jeito.


“Quero sair daqui...”, pensou amargamente.


Tom percebeu que eles não estavam sozinhos, pois tinham uma audição melhor que a do irmão.


- Bill – chamou Tom.


- Quê?


- Você tá ouvindo vozes? – de repente ele reparou que estava sussurrando.


- Depois eu que sou o paranóico – riu o gêmeo, caçoando dele.


- Não, é sério! Tem mais alguém aqui.


- Eu não vi nada, você deve estar com fome – era fácil inverter os papéis com aqueles dois. Quando um acabava pressentindo algo, o outro tratava de desmentir (ou não se importar). Era irritante às vezes.


- Olha só, quer parar de falar e escutar direito? – mandou Tom e o irmão o obedeceu, parando para escutar. Mas ambos não ouviram nada.


- Viu? – caçoou Bill – É só você com fome. A propósito, tô com sede, vamo’ beber alguma coisa?


- Tá – concordou Tom, pulando do banco e seguindo o irmão.


Eles se aproximaram de onde Greg e Aline estavam.


- Mas... E aí, qual era mesmo o seu nome? – perguntou o garoto.


Bill e Tom ficaram paralisados ao ouvir a voz de Greg.


- Viu? Eu disse que tinha ouvido alguém – sussurrou Tom, irritado – Vamo’ dá o fora daqui.


- Espera aí – alertou Bill – Tem mais alguém com ele!


- Pra quê você quer saber meu nome? – perguntou Aline, enojada.


- Quê? – exclamou Tom, sem entender.


- É uma garota – disse Bill.


- A gente podia se conhecer melhor, né? – insistiu Greg, sem perceber o quanto desagrava Aline.


- Ele tá cantando ela? – perguntou Tom, abismado com a capacidade de um idiota feito Linsenbröder.


- É o que parece – respondeu Bill.


Aline subitamente ouviu os sussurros dos Kaulitz e ficou em pânico. Encostou-se mais na parede em que estivera escondida, avaliando o melhor jeito de salvá-los sem que Greg visse nada. E rezava para que o melhor jeito não envolvesse algo muito horrível.


- C-conhecer melhor...? – ela não conseguiu dar um sorriso convincente o bastante, mas Greg continuava olhando-a como um maníaco.


- É, logo ali tem umas mesas. A gente podia sentar e conversar um pouco – sugeriu ele – Duvido que alguém vá nos incomodar.


“Não quando você já incomoda bastante, imbecil”, tornou a pensar acidamente.


Greg a puxou pelo braço subitamente.


- Vamo’ lá?


- Quê? Não... Espera! – ela empurrou-o, assustada e temendo que seu teatro fosse descoberto. Uma pessoa com um cérebro normal já o teria feito.


- Ah... Sabe o que é... Já vai começar a próxima aula – desconversou Aline, voltando para a parede e fazendo sinal às costas para que os gêmeos saíssem dali antes que fosse tarde demais. Nisso, acabou deixando uma pulseira cair.


- Ela tá ajudando a gente? – boquiabriu-se Bill.


- É o que parece – foi a vez de Tom repetir - Bom, então é melhor dar o fora daqui, a paisagem não é das melhores.


- Espera! – disse Bill, arrastando-se para pegar a pulseira do chão. Após isso, juntou ao irmão e os dois saíram às pressas do local.


- Que tal a gente ir junto pra sala? – perguntou Greg rapidamente, voltando a se aproximar.


- Ah, não vai dar...! Acabei... Acabei de lembrar que eu tenho que falar com a Frau Marburg – falou Aline sorrindo pelo sucesso de seu plano. Mentir parecia bem mais fácil agora que os gêmeos haviam ido – Bom, eu vou indo! Thau!


Aline saiu correndo para o banheiro feminino, que era mais perto, antes que Greg inventasse de segui-la. Quando fechou a porta de um dos boxes, respirou fundo e ficou pensando no que acontecera.


“Aff, pensei que não ia me livrar daquele idiota! Nem sei por que fui tão simpática! Nem como agüentei tanto aquele bafo de onça!”, pensava com raiva, “E o que é que eu tô fazendo aqui? Droga, não é hora de pensar nisso, tenho que voltar pra sala... A Educação Física já deve ter acabado.”


Ela correu novamente e entrou em sua sala sem olhar pra ninguém (sorte que nem todos haviam voltado da aula anterior) e sentou na própria carteira, que ficava no fundo da sala, na ultima fila do lado da janela.


Bill e Tom, que eram último e penúltimo, respectivamente, na terceira fileira a partir da janela, discutiam o ocorrido.


-... Eu tinha razão! – sibilava Bill – A pessoa que salvou a gente existe mesmo!


- Duvido que seja a mesma pessoa – disse Tom.


O irmão o olhou incrédulo.


- Tom, não temos tanta sorte assim a ponto de mais alguém simpatizar com a gente – comentou, sarcástico.


- Tá, mas mesmo assim nem sabemos quem é, só que é uma garota... E nem vimos o rosto dela... Pode ser qualquer uma, pode nem ser da nossa turma!


- Nós temos uma pulseira – lembrou Bill, agitando a pequena pulseira prateada na cara do irmão – Para com essa merda de pessimismo, não tá ajudando.


- Nossa, uma pulseira, que ótimo – continuou Tom, sem ligar para o comentário de Bill – Todas as garotas dessa sala usam pulseira... Você quer realmente sair por aí procurando?


Antes que Bill respondesse, a professora de química, Frau Jendra, entrou na sala.


- Bom dia, turma – disse autoritariamente para os alunos, com um olhar que inspeciona e detesta rebeldia muito parecido com Herr Ziller, só que ela era uma mulher magra, com um nariz adunco, cabelos loiro-claros presos e mãos que mais pareciam garras.


A mulher sentou-se em sua cadeira e puxou uma longa lista de chamada.


- Aline Marback! – chamou Frau Jendra.


A garota fechou os olhos e lamentou-se.


“Por que eu tinha que ter um nome com ‘A’? Eu sempre sou a primeira na lista de chamada, merda”.


“Só espero que ela não me chame pra que eu me apresente pra turma, seria a pior coisa do mundo”. Frau Jendra chamou-a novamente. Aline respondeu dessa vez, soltando um fraco “Presente” do fundo da sala.


- Hm... Aluna nova, hein? – os olhos da professora faiscaram – Queira vir à frente para se apresentar.


“Ah, sua velha duma figa, nenhum dos outros professores me obrigou a isso!”


- Ah... – Aline se postou diante do quadro negro, tentando evitar os olhares de toda a turma, que tinha uma boa visão dela – Meu nome é Aline Marback, tenho doze anos, fui transferida de um colégio da Inglaterra para cá, pois meus pais acharam essa escola realmente maravilhosa – ela encenou um tilintante sorriso falso, que não foi aceito por todos, que ficaram um pouco impressionados com ela.


-Volte ao seu lugar, então, Aline – dispensou-a Frau Jendra – Só espero que você não dê tanto trabalho quanto certos alunos – seu olhar se demorou propositalmente nos Kaulitz – Bom, vamos começar a aula.


A aula seguiu-se com uma boa dose de preguiça e má vontade da turma, que se não odiava de todo aquela morcega, também não se simpatizam com ela (exceto nas vezes em que ela castigava severamente os gêmeos). Aline olhava com interesse para a janela de vidro, onde o tempo parecia bom e não tinha o clima tempestuoso daquela turma.


- Dever de casa! – disse Frau Jendra ao fim da aula.


- AH, NÃO! – exclamaram os alunos com se fossem um só.


- Calados! – repreendeu-os, instalando um silêncio contrariado na turma.


- Vocês me trarão uma tabela listando os elementos químicos e classificando-os por número de massa e número atômico, ouviram bem? Não aceitarei colas da internet e nem desculpas de que “o cachorro comeu o trabalho de vocês”. Quem não trouxer pegará uma detenção!


Felizmente o sinal tocou antes que ela continuasse a amaldiçoá-los.


Aline tirou de sua mochila um caderno de desenhos preto e de capa dura que tinha uma etiqueta de “NÃO MEXA”. Ela pegou um lápis de ponta fina e começou a desenhar o contorno do rosto de alguém que ela não conhecia, só por distração.


Eclodiu então na sala uma “pequena” guerra de bolinhas de papel.


- Merda, ninguém merece – sussurrou Bill, pegando um caderno para se esconder.


- É legal enquanto não acertarem a gente – comentou Tom, pegando um caderno também.


Uma bolinha acertou Bill bem na orelha esquerda.


- Seu bocudo – sibilou ele para o irmão, que riu.


Foi quando Greg se fez ouvir naquela balbúrdia. Subindo em cima da mesa dos professores, gritou:


- Perai, peraí – todos viraram para olhá-lo – Aqui nessa escola só temos um alvo (ou dois?)! E são aqueles dois idiotas ali! – e apontou para Bill e Tom, escondidos atrás de seus “escudos” – Então, o que estão esperando? ATACAR!


Os alunos começaram a jogar bolinhas de papel nos gêmeos e apesar de tudo ter se iniciado como uma brincadeira, agora eles não poupavam esforços em jogar com toda força possível, unicamente para machucar.


Bill e Tom continuavam a se proteger com o que podiam, mas não foi o suficiente, pois eram acertados nas orelhas ou nas pernas, o que doía muito.


Até que, como se tivessem pensado ao mesmo tempo, resolveram revidar.


E reinou o verdadeiro pandemônio na sala de aula.


Aline fechou o caderno violentamente.


“Esse cara não desiste de infernizar a vida desses dois?”


(n/a: Vai ver é um amor não correspondido... o.O)


“E o pior é que dessa vez eu não posso fazer nada! Se eu pedir para pararem, ninguém vai me ouvir... Se eu chamar a Frau Marburg, é bem capaz do Greg dizer que foram eles quem começaram...”


“Agora eu só posso assistir”.


Aquela situação perdurou por mais um tempo e só acabou quando a professora de português, Frau Moritz, entrou na sala, com os olhos arregalados de espanto. Ao contrário de Frau Jendra, Moritz era mais complacente com os alunos e tinha um sorriso bondoso que preenchia a maior parte de sua cara gorducha. Ela sempre usava roupas floridas por cima do jaleco de professor e deixava que os alunos conversassem quando ela não estava explicando matéria.


- O-o que houve aqui? – perguntou, piscando várias vezes.


- Uma guerra de bolinhas – disse petulantemente uma garota de tranças.


- Ah... Bom, ah... – ela pigarreou antes de se sentar-se à mesa (Greg já voltara ao seu lugar) – Desculpem pelo atraso – e puxou a lista de chamada tal como Frau Jendra – Ah, temos uma nova aluna! – exclamou contente – Venha aqui querida – disse a professora sorrindo.


Aline levantou-se de sua carteira e foi até a Frau Moritz.


“Droga! Isso de novo!” – pensou Aline.


- Você deve ser Aline Marback, certo?


- Sim, sou eu, ah... Acho que todos aqui já sabem quem eu sou – falou Aline sorrindo.


- Bom... Então volte ao seu lugar.


Aline voltou para sua carteira, agradecida.


- Eu deixei algum exercício? – perguntou a professora


- Não! – respondeu a turma, mentindo.


E mais uma aula passou e dessa vez o tempo não pareceu ter sido congelado como acontecia nas aulas de química, até que passou bem rápido.


Enquanto revisavam tópicos que envolviam morfemas, o lápis de Aline escorregou de seus dedos e saiu rolando pela sala, parando numa determinada carteira da terceira fila após a janela.


Era a carteira de Bill (n/a: Lápis Cupido... ^^’).


A garota levantou-se sem ser percebida e começou a procurar o lápis, irritada pela falta de sorte.


- Hm? – Bill olhou para baixo ao sentir que pisara em algo. Ao ver o lápis, pegou-o do chão, mas antes que pudesse entregá-lo à Aline, que vinha em sua direção, Greg tomou o objeto rapidamente para entregar primeiro.


- Toma – disse a Aline, com um sorriso cínico que esperava que fosse cativante.


- Obrigada – agradeceu ela, pegando o lápis e voltando ao seu lugar, dando as costas para Greg e fazendo uma careta de nojo.


Bill não se importou muito e retornou sua atenção para Frau Moritz.


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Notas finais do capítulo

... Mas sabe o que ia me deixar mais feliz?
REVIEWS!!!

Obrigada!
Se gostaram, obrigada.
Se não gostaram... Obrigada tbm.
OU não?