Rette Mich escrita por gaara do deserto


Capítulo 11
Nuvens de Tempestade - Ultimato


Notas iniciais do capítulo

ÊH, POVÃO, HERE WE GO!

Eu e minha mana co-autora, nesse capitulo que muitos vão odiar, uns vão chorar e outros vão beber Coca-Cola (propaganda descarada).

Em homenagem ao nosso ETERNO Kurt, um capitulo com muitas reviravoltas, e com um novo arco!

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Se algum vizinho passasse àquela hora da noite pela frente da casa do Kaulitz, certamente acharia que a fachada familiar da residência era uma credencial de “família feliz”. Mas não era bem isso o que ocorria lá dentro.

- Mãe por que você fez isso? – perguntou Tom, a testa franzida com a irracionalidade da situação.

- Não interessa! – gritou Simone, alterada e inspirando longamente.

- Interessa sim! – retrucou Bill, ao lado do irmão – Você trata a nossa amiga e a mãe dela daquele jeito e não quer dizer o que houve?

- Bill, cala a boca! – responde ela, os olhos com um quê alucinado que assustava os garotos.

- Eu não calo! – gritou o gêmeo mais novo, tão alto quanto a mãe.

Simone respirou fundo, tentando se acalmar e, quando os dois pensaram que algo normal sairia de sua boca, tiveram mais uma surpresa, talvez a decisiva para todas as outras coisas que eventualmente viriam a acontecer.

- Eu não quero nunca mais ver vocês perto daquela garota e muito menos da mãe dela, vocês me ouviram bem?

- O QUÊ? – berrou Tom, mal crendo no que ouvira.

- Você não pode está falando sério, você não pode pedir isso! – disse Bill, cujo coração batia inquieto, fazendo-o tremer com aquele estranho ultimato.

- É... Você tem toda razão, não estou pedindo, estou mandando! – rebateu Simone, autoritária com os filhos e querendo encerrar a discussão - Agora pro quarto, os dois. – e retornou para a cozinha, num movimento ágil que os pegou desprevenidos.

Sabendo que não adiantaria nada ir atrás da mãe e arriscar uma vida toda de castigo ou talvez algo pior, como uma surra, os gêmeos subiram as escadas com passos fortes e quando chegaram ao quarto bateram a porta com força.

Na cozinha, Gordon sentara-se à mesa, suas reminiscências levando-o à conclusão de que não haviam realmente um motivo concreto para o que acontecera naquela noite.

- Simone, você não acha que pegou pesado de mais? – disse, num suspiro cansado à mulher, que tomava um copo de água com açúcar, encostada perto do fogão.

- Eu apenas estou pensando no que é melhor para eles – respondeu ela, fechando os olhos e baixando o copo vazio.

- E você realmente acha que isso vai fazer bem para eles? – ele sabia que estava com a razão. Cabia agora fazer Simone parar de distorcer o que ela achava que era certo, o que ela sentia e tentar pensar no lado dos filhos e não no dela.

- Quer parar de discordar de mim? – a voz dela denunciava um desequilíbrio que preocupou Gordon - Às vezes eu me arrependo muito de ter dado tanta liberdade para eles, eu não quero que se metam com más companhias.

“De novo, distorcendo os fatos”, pensou ele, desanimado. Tentou novamente.

- Simone eu concordo com você, mas... A Sophia mudou, ela não é mais a mesma de quando a conhecemos.

Seu comentário fez Simone dar uma risada fria e cheia de escárnio.

- Eu realmente não acredito que as pessoas possam mudar – disse, segurando o copo vazio com força.

- Simone...

-... E eu nem sei que tipo de educação aquela maluca deu para aquela garota – continuou ela, com desdém.

- Não fale assim, desde que eles conheceram a Aline nunca apresentaram comportamento diferente.

Ele estava com a razão, sempre estava... Entretanto, como dissolver um preconceito sólido feito o de Simone?

- Você é cego? Não viu como o Bill me enfrentou agora a pouco? – defendeu-se ela, a irritação voltando a lhe acometer. Não entendia os motivos de Gordon, não entendia porque ele estava do lado de Sophia, justo Sophia, que se mostrara uma pessoa tão...

- Ele estava com raiva e o Tom também! – ele estava se sentindo tão irritado quanto a mulher. Levantou-se da cadeira, despejando o que de fato pensava - Se quer saber eu também enfrentaria minha mãe se ela proibisse a minha amizade com qualquer pessoa.

Foi o bastante para Simone perder o controle. O copo de vidro bateu contra a parede e se espatifou, mas seu barulho foi abafado pela explosão dela.

- Porque você sempre os defende?! – gritou para Gordon - Não dá para ficar uma vez do meu lado?!

- Simone... – ele sabia o quão infantil ela estava sendo, mas não se sentiu intimidado pelos cacos que se espalharam pelo piso.

- Olha, eu não vou mudar de idéia! – gritou ela, antes de sair da cozinha.

 

***

Sophia parou o carro em frente a sua casa, com uma ligeira freada e saiu, batendo a porta. Aline a acompanhou, preocupada.

- Mãe você tá bem? – perguntou, timidamente.

- Não Aline, eu não estou nenhum pouquinho bem! – exclamou a mãe, que parecia à beira das lágrimas.

- O que está acontecendo? – quis saber a garota, na soleira da porta - Porque a Simone tratou a gente daquele jeito? – continuou ela, vendo Sophia remexer a bolsa à procura das chaves.

- Aline quer parar de tocar nesse assunto? – pediu a mãe, evitando encarar a filha.

- Não mãe! Eu quero saber! – insistiu Aline, tão aflita quanto Sophia.

- Aline para com isso, AI! – Sophia colocou a mão na cabeça, deixando a bolsa cair.

- Mãe?! – exclamou Aline, tentando segurá-la.

Sophia foi se desequilibrando até cair.

- MÃE! – Aline ajoelhou-se – Mãe fala comigo... Eu preciso de ajuda! – gritou ela para a rua.

E naquela hora passavam um homem e um garoto, chegando perto da casa das duas.

- Ei vocês! Por favor, me ajudem!

Os dois correram até Aline ao perceber do que se tratava.

- O que aconteceu? – perguntou o homem, que tinha barba bem feita e olhos castanhos claro que reluziam na noite.

- Eu não sei... A gente meio que tava discutindo e depois ela colocou a mão cabeça e desmaiou.

- Onde vocês moram? – perguntou ele, tomando o pulso de Sophia.

- Aqui mesmo – respondeu Aline.

- Então me ajudem a levá-la lá pra dentro – disse o homem, carregando Sophia.

Aline puxou a bolsa da mãe e rapidamente encontrou as chaves, abrindo a porta. O homem entrou na casa e depositou o corpo desacordado da mãe dela no sofá.

- Mas... Peraí você não vai levar ela para um hospital? – perguntou Aline, confusa.

- Não se preocupe, eu sou médico, já vi isso acontecer várias vezes, ela apenas deve ter se estressado demais e a pressão dela caiu – explicou o homem.

- Ah, tá... Mas ela vai ficar bem, né?

- Vai sim, mas agora procura se acalmar tá? – ele deu um sorriso meio forçado que pareceu convencer Aline, mas ao mesmo tempo deixá-la um pouco desconfiada.

- Olha, tá frio aqui... Pega uns cobertores pra ela, por favor? – pediu ele, ainda com o sorriso.

- Tá. – Aline subiu, foi até ao quarto da mãe e encontrou uma carta em cima da cama de Sophia, o que a fez parar e esquecer por um momento o que viera fazer ali. Foi até a cama da mãe e pegou o pequeno envelope que continha a assinatura que conhecia bem.

- É do meu pai. – disse pra si mesma.

Achando que aquilo só poderia ser um mau agouro depois de uma noite tão horrível, Aline pegou a carta e colocou no bolso de sua calça, buscou o cobertor pedido e desceu.

- Tá aqui – disse ela, entregando-o para o homem, que verificava se Sophia não estava com febre.

- Obrigado – agradeceu ele, cobrindo Sophia. – Eu vou ficar mais um pouco para ver se ela acorda e...

- Não, tudo bem, fique o tempo que for necessário até ela melhorar – disse Aline, querendo uma desculpa para ler a carta - Eu vou lá pra cima, já volto – e voltou a subir as escadas, só que entrou em seu quarto e, na pressa, acabou deixando a porta entreaberta. Ela se sentou no chão, desdobrando a carta com cuidado, como se fosse uma bomba. Então, respirou fundo e leu:

Sophia,

Estou te escrevendo esta carta porque depois de tudo o que vivemos juntos eu sou muito fraco para te dizer pessoalmente.

Há algum tempo que estou me relacionando com outra mulher, ela é o motivo pelo qual não tenho ficado muito em casa. Quero que saiba que todos os momentos que passamos vão ficar para sempre em minha memória, mas eu já não conseguia viver na mesma casa com você. Eu não sei explicar, o amor simplesmente acabou, talvez eu apenas tivesse me encantado com você.

Agora eu vou recomeçar minha vida na Inglaterra ao lado da mulher que eu amo, mas isso não significa que irei me esquecer da nossa filha, eu tentarei ser um pai sempre presente na vida dela.

Já faz algum tempo em que venho providenciando os papéis da nossa separação, assim que ficarem prontos eu os mando para você os assinar.

Sophia, eu lhe peço para que não guarde mágoas de mim e se precisar de alguma coisa, como dinheiro, pode sempre contar com a minha ajuda. Apesar de tudo, eu quero ter pedir para sermos amigos e espero que possamos nos ver em breve.

Abraços, Heike."

As lágrimas simplesmente começaram a rolar do rosto de Aline.

“Seu desgraçado! Porque fez isso com a minha mãe?!” – pensou, enraivecida.

Eram lágrimas de puro ódio.

Uma batida na porta entreaberta quebrou seu fluxo venenoso de pensamentos.

Ela olhou para ver quem batera na porta e viu o garoto que estava com o homem, mas que nem notara que havia entrado junto com ele. Tinha traços do mais velho, como os cabelos quase ondulados, mas seus olhos eram de um verde claro.

- Ah! – exclamou ele - Desculpa, eu... É que o meu pai pediu para eu ver como você estava, mas se você quiser, eu posso ir embora.

- Não, tudo bem. – disse Aline, escondendo a carta.

- Eu posso entrar? – perguntou ele, de um jeito tímido.

- Pode – respondeu ela, limpando as lágrimas displicentemente.

O garoto se sentou ao lado de Aline.

- Eu seria muito intrometido se te perguntasse por que estava chorando? – perguntou ele, mais humorado.

Aline sorriu.

- Sim, seria – disse ela. O garoto também sorriu e lhe estendeu a mão.

- Meu nome é Georg Listing – apresentou-se.

- Ah... Aline Marback – respondeu ela, apertando-lhe a mão.

- Toma. – falou ele, lhe entregando um lenço.

- Valeu – agradeceu ela, pegando o lenço e enxugando o que restava das lágrimas. – Então... Aquele cara lá em baixo é seu pai?

- Meio óbvio, né? – ele tornou a sorrir – Nos mudamos faz pouco tempo pra cá, nós moramos em frente a sua casa.

- Sério? – espantou-se Aline - E eu nunca te vi?

- Pois é...

- Mas porque você mudou? Onde você morava?

- Calma – riu ele, de um jeito que desfez completamente a primeira impressão de “tímido” que ela teve - Eu sei que sou interessante, mas uma pergunta de cada vez.

Aline riu.

- Você me lembrou um amigo meu. – disse, sem pensar. Mas o mal entendido daquela noite pareceu encoberto em seu coração pela chocante carta de Heike.

- Eu não sou assim, quer dizer não o tempo todo, mas é curioso você dizer isso, eu também tenho um amigo assim – Georg disse isso muito rápido, ansioso por terem engatado uma conversa.

- Será que estamos falando da mesma pessoa? – deduziu ela, apesar de lhe ser pouco provável.

- Bom...  – respondeu Georg - O nome dele é Tom...

-... Kaulitz – completou ela, mal crendo em tamanha coincidência.

- É! – exclamou ele, arregalando os olhos.

- Você deve ser o Georg de quem eles falaram... – disse ela, recordando-se - Você morava em Magdeburg, certo?

- Isso mesmo.

- Georg – a voz do pai de Georg chamou-o, sobressaltando-os, pois nem haviam percebido sua presença no corredor – Tá na nossa hora.

Georg se levantou e Aline também, arrumando os amassados da roupa e tornando a escorregar a carta pro bolso.

- E a minha mãe como ela está? – perguntou, descoversando.

- Ela vai ficar bem, provavelmente deverá acordar somente amanhã – respondeu calmamente o pai de Georg.

- Tem certeza que ela não precisa ir a um hospital?

- Ah... Talvez amanhã ela deva ir ao médico para que lhe receitem um remédio para pressão – explicou ele, sem se alterar.

- Tudo bem – disse Aline, enquanto os três desciam as escadas de volta à sala, onde Sophia repousava, a expressão mais suave.

- Olha – acrescentou o homem - Ela precisa de repouso e, por favor, não a faça sofrer emoções fortes.

- Claro – ela tentou sorrir, mas desistiu, pois a carta começou a pesar-lhe na consciência diante desse aviso dele.

“Que ótimo! Como eu vou mostrar a carta para ela agora?”, pensou Aline, mas se dependesse dela, queimaria aquela coisa agora mesmo.

- Se precisar de alguma coisa, pode procurar a gente. – pronunciou-se Georg, amigável.

- Acho que isso não vai ser necessário, afinal ela tem um pai... – disse o homem.

- Eu não tenho pai! – sibilou Aline, cuja raiva borbulhou com a menção da palavra.

- Não? – espantou-se ele - Er... Quer dizer... Isso não é da minha conta, mas já que é assim... Procure-nos.

- Obrigada pela ajuda – agradeceu Aline, envergonhada pela explosão acidental – Qual o seu nome?

- Meu nome é Henry – disse o pai de Georg.

- Eu sou Aline – apresentou-se, estendo-lhe a mão.

- Muito prazer... – murmurou Henry – Bom, então... Thau.

- Thau – falou ela, abrindo a porta.

- Thau, Aline – disse Georg, acompanhando o pai.

Eles foram embora, e a garota trancou a porta, correndo até Sophia; deu-lhe um beijo na testa e sussurrou um “Gute Nacht”, antes de subir pro quarto.

***

Na casa dos Kaulitz, as coisas ainda não iam nada bem. Com a eventual discussão entre mãe e filhos, Bill e Tom não haviam sequer jantado e Gordon, querendo apaziguar um pouco daquela reinação, trouxe-lhe uma bandeja de comida, mas nem chegou a entrar no quarto, pois estava trancado.

- Er... Bill, Tom, eu trouxe alguma coisa para vocês comerem – murmurou ele do lado de fora.

Mas o silêncio foi a única resposta que ele recebeu..

- Ah! Qualé garotos, eu sei que estão morrendo de fome – insistiu, desesperançoso,

Silêncio.

- Eu vou deixar a bandeja aqui se vocês quiserem comer depois – suspirou ele, antes de desistir.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu NÃO sei quem é o pai do Georg, sei que ele NÃO mora com ele, mas a licença poética de ficwritter me fez sair com uma dessas, então, é isso aí.
Obrigada por terem lido e como isso tem MUITO a ver, amanhã é aniversário da minha co-autora, então deem reviews de presente pra ela, tá?

Até a próxima!