A História não contada de Apolo e Ártemis escrita por Biah


Capítulo 21
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Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas. Não sei se ainda tem gente que lê essa fanfic, mas obrigado pelos que fazem isso, ela é minha primeira fic, e tenho muito orgulho, a ideia é muito boa para ser simplesmente jogada fora.
Sei que havia dito que faria uma segunda temporada, já tinha escrito o capítulo piloto da segunda, mas acho que ele talvez possa ser aproveitado em outra oportunidade (um capítulo futuro, quem sabe).
Serei sincera: não postava mais capítulos porque tinha outros projetos e sempre quando voltava para essa fic, a criatividade era zero. Pra piorar, ainda tive alguns problemas com depressão e crises existenciais, mas consegui passar por cima de tudo isso e cá estou eu.
O capítulo é curto, mas é mais uma "reintrodução" à fanfic para mim até que eu volte a pegar o jeito de escrevê-la mais uma vez.
E quero também agradecer especialmente à lima ie, que não desistiu de mim e sempre me apoiou para que continuasse a fic, muito, muito obrigada.
Muito obrigada, um beijo e aproveitem a leitura! ^^



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A garota olha para o objeto à sua frente mais uma vez. O grande piano velho e desgastado havia se tornado mais do que um mero objeto para a morena fazia algum tempo. Ele se tornara uma lembrança - mais uma lembrança - dele. Não ousa mais dizer seu nome em voz alta pois a pontada de dor que sente em seu coração cada vez que o fazia acabou sendo cada vez mais insuportável. Ou talvez ela estivesse mais fraca.

Ela direciona as orbes escuras para suas mãos que descansam nas teclas do piano, tão suavemente que não as pressionam, evitando que qualquer nota se torne audível. Seus dedos estavam mais finos, seu corpo todo estava mais magro, sua pele estava mais pálida e as olheiras ficavam cada dia mais profundas. Anya havia feito alguns testes para tentar descobrir o que estava acontecendo, mas eles nunca revelavam nada errado com ela. Até mesmo Circe havia apelado para magia, porém as respostas eram sempre as mesmas - ela está bem, tanto física quanto psicologicamente, mas ninguém entende o porquê de seu corpo estar reagindo dessa forma. Ela começou a comer um pouco mais, dorme algumas horas a mais do que costumava dormir (ou o máximo de tempo que seus pesadelos lhe permitem) e tirou algumas horas apenas para ficar ao sol, mas nada parece adiantar.

A única pessoa que não a questiona e não a pressiona ou tenta convencê-la a fazer "só mais um teste para ter certeza" está sentada à janela, observando-a de longe. O ruivo já não se importa mais em esconder suas asas, parece que finalmente aceitou sua natureza verdadeira. Bom, pelo menos Ártemis não é a única que mudou. Eles não falam muito um com o outro, exceto na hora do treinamento (sim, a garota ainda insiste em treinar, apesar de aparentar estar mais frágil), mas isso não os incomoda. Ártemis sabe que Gabriel é diferente de Chrys, ele não iria contar mil piadas diferentes para que ela simplesmente esboçasse um sorriso. O fato é que a presença de um conforta o outro, como se preenchesse o vazio interior, mesmo que temporariamente. Isso fez com que eles parassem de se afastar.

— Ártemis. - A voz de Gabriel preenche o cômodo por um instante. A garota direciona o olhar para o ruivo, que parece estar particularmente agitado hoje. 

— Sim, Gabriel?

— Precisamos falar sobre ele. - Ela faz uma breve pausa, depois assente fracamente com um leve suspiro. 

— Concordo com você. Quanto tempo faz, seis, sete meses? Parei de contar quando invadimos o Olimpo pela terceira vez. - Sim, os Caçadores haviam invadido o Olimpo três vezes, porém Hécate havia desaparecido sem deixar rastro, levando... Ele consigo. 

— Um ano, Artie. - Ela fecha os olhos e respira fundo. Gabriel se levanta e anda até o piano, depois se agacha perto da banqueta, aproximando-se de Art. - Sinto muito. - Ela abre os olhos e encontra os olhos de Gabe encarando-a fixamente, um azul e o outro verde, como sempre. 

— Tudo bem, Gabriel. Estou... Viva, não estou? - Ela dá de ombros. - É uma pena que não possa dizer o mesmo dele, afinal, eu não sei se ele está vivo.

— Temos que fazer alguma coisa. Está mais do que claro que Caçadores e Olimpianos não conseguirão sozinhos. 

— O que tem em mente? - Ela pergunta, pois sabe bem que Gabriel nunca diz nada a não ser que seja necessário. 

— Precisamos de ajuda, e quero dizer muita ajuda. Do tipo poderosa, entende? E também do tipo que tenha... Contatos.  

— Sei bem a quem você se refere. Mas e se Nyx descobrir? Seremos expulsos, você sabe. Banidos, exilados e decapitados. Não podemos recorrer a ele, temos ordens claras quanto a isso. 

— Bom, tentamos pelo jeito certo, não é? E tudo o que conseguimos foi perda de energia, planos desperdiçados e dores de cabeça. Que droga Ártemis, estou cansado de te assistir morrer aos poucos! Além do mais, pensei que se importasse com Apolo e o quisesse de volta. - A menção de seu nome faz a garota fechar uma mão em punho e bater com força contra as teclas do piano, provocando um barulho extremamente alto e um estrondo pela madeira velha ter se estilhaçado. Afinal, ela havia acabado de usar a força dos Olimpianos. - Ártemis... - Gabriel não se deixa intimidar pela mudança repentina de comportamento da garota, ele mesmo já havia feito danos bem maiores quanto ficou nervoso, e sabe que Ártemis só está agindo assim porque está machucada. Ele suspira perante o olhar de ódio que a garota lhe lança e puxa seu braço, sem pressa, para que ela se aproxime. Ela o faz, e o ruivo a puxa para seus braços, a abraçando sem dizer uma palavra. 

Isso é o suficiente para fazer com que Ártemis desabe, todas as lágrimas que segurou até agora rolam por seu rosto e acabam no ombro de Gabe enquanto ela soluça deixando que finalmente as emoções a atinjam. A garota pensa em tudo que ela e Apolo já viveram juntos, cada lembrança boa e ruim, e isso torna a saudade ainda maior e a ausência dele fica mais dolorosa. Gabriel afaga o cabelo da morena um pouco desajeitadamente, mais como se estivesse fazendo carinho em um cão do que consolando uma menina, o que faz com que Ártemis ria pela primeira vez em muito, muito tempo. O garoto sorri ao escutar o riso dela, um som tão melodioso que chega a ser quase divino. A Olimpiana se afasta voltando a sentar-se ereta na banqueta limpando as lágrimas.

— O-Obrigada, Gabe. - O ruivo lhe dirige um sorriso e seus olhos brilham em um azul intenso. 

— Disponha, Art. - A menina respira fundo audivelmente, penteia suas madeixas com os dedos por um tempo e as ergue, depois puxa o elástico de seu pulso e faz um rabo de cavalo alto. Essa é uma faceta de Ártemis que não é vista por Gabriel há muito tempo, um ano na verdade, e ela indica que finalmente a caçadora está se preparando para os desafios que virão. 

— Muito bem, temos muito o que fazer. Primeiro, precisaremos de mantimentos para a viagem, moedas para Caronte e uma boa proposta para convencê-lo.

— Não se preocupe, tenho uma proposta irrecusável.  

— Realmente espero que seja. Mas será que ele será ajuda o suficiente?  

— Não estava pensando somente nele. Atena também tem um contato poderoso na manga, e acho que se ela pedir, ele vai nos ajudar. 

— Ótimo. - A garota sorri. - Vamos trazer Apolo de volta.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam da "reintrodução"? Por favor, comentem! Me ajudem a me situar na fanfic de novo, ainda estou meio perdida e apreensiva (acho que é por isso que o capítulo acabou sendo curto). Muito obrigada por lerem A História Não Contada de Apolo e Ártemis.



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