A História não contada de Apolo e Ártemis escrita por Biah


Capítulo 20
Do Outro Lado da Fronteira – Parte Final – Os Mais Distintos Laços de Sangue


Notas iniciais do capítulo

Eu poderia ficar perdendo tempo pedindo mil desculpas pelo atraso deste capítulo; no entanto, resolvi que sempre faço isso em quase todos os capítulos. Estou muito feliz, já estamos no vigésimo capítulo! Então eu só gostaria de agradecer a cada um de vocês que dedicaram um pouco de tempo lendo a minha fic, que a acompanharam até aqui. Não existe maior honra do que isso. Eu li e reli este capítulo várias vezes e o modifiquei muitas vezes mais, até ter certeza de que estava aceitável para se encaixar na história. Espero que gostem.



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Circe sai do portal ainda vestindo sua roupa de Caçadora, seus olhos infinitamente azuis agora cautelosos examinando o ambiente. Ela pega sua espada assim que sai do portal, sendo seguida por Ártemis, que arma o arco assim que atravessa o portal e, tal como Circe, examina o ambiente. Uma floresta de árvores coníferas extremamente altas as cercam, porém o clima chega a ser praticamente seco. A Olimpiana franze o cenho quando olha para o chão e encontra areia.

— Isso é normal? – pergunta à bruxa.

— Absolutamente não. Os Solarium fizeram mudanças nesse ecossistema para que pudessem se apropriar deste território. E, antes que você me pergunte – Circe se adianta antes que Ártemis possa falar – Solarium são os feiticeiros que seguem Hemera. Bem, eu os chamo assim.

— E os feiticeiros que seguem Nyx? – Circe exibe um pequeno sorriso em seus lábios delicados.

— Feiticeiros da Noite. Eles odeiam quando os chamo assim, mas é o que eles são. – De repente, elas ouvem vozes gritando muito alto, seguido pela voz que Art reconhece como sendo a voz de Gabriel gritando:

— CHRYS! VAMOS DAR O FORA DAQUI! – As garotas se entreolham um instante antes de ambas começarem a correr em direção às vozes. Quando Ártemis está prestes a gritar o nome de Gabriel, um enorme vulto preto corre mais rápido que as duas, alcança os garotos e derruba Chrys no chão. Artie fica paralisada, pois reconhece imediatamente o vulto.

— Circe... É-É o lobo do meu sonho. – Circe pega a outra espada e corre ainda mais rápido, ultrapassando Gabriel e correndo atrás do lobo, que cravara os dentes no calcanhar de Chrys e começara a arrastá-lo. O lobo é tão veloz que Ártemis vê somente um enorme borrão negro arrastando um corpo.

Circe, Gabriel e Ártemis correm até uma caverna para onde o lobo arrastara Chrys. Só quando os três estão parados lado a lado em frente à entrada da caverna é que Artie repara que Gabriel está usando algemas douradas adornadas com símbolos estranhos. Ela pega a adaga, mas, quando está prestes a cortar as algemas ao meio, Gabriel afasta as mãos e lhe diz, com olhos verdes:

— As algemas são encantadas. Esses símbolos impedem que elas sejam quebradas pela força.

— Você derrotou quantos guardas sem usar as mãos?

— Trinta e três, acredito. Chrys ficou com vinte e sete. Parece que é o número da sorte dele. – Só então a garota repara em algo que deixa o ruivo ainda mais diferente.

— Gabriel, onde estão suas asas? – Art pergunta, alarmada. Ele vira de costas e desliza a camiseta sobre sua cabeça e seus braços rapidamente, mesmo com as mãos algemadas. Ártemis suprime um sorriso quando vê nas costas do garoto uma tatuagem de asas encolhidas.

— É um bom truque. – comenta ela.

— Pois é, não queria que eles arrancassem minhas asas ou coisa parecida. – Ele dá de ombros e coloca a camiseta novamente. Circe pega sua varinha, a agita e milhões de vagalumes entram na caverna e a iluminam. A bruxa guarda a varinha e pega a espada:

— Vamos. – Eles entram na caverna e ela diz – Não importa o que aconteça, fiquem atrás de mim. – Os três adentram ainda mais a caverna até que encontram Chrys deitado em um canto gemendo de dor. Quando a Olimpiana se aproxima dele, vê um enorme hematoma roxo no olho direito do garoto.

 Com um movimento rápido, o lobo surge e crava os dentes na clavícula de Circe, em seguida a arremessa na parede da caverna, fazendo a bruxa desmaiar. Ele se vira e encara Gabriel, e Artie vê os mesmos olhos verdes de seu sonho. A garota vê quando o lobo corre, apenas um borrão, na direção do ruivo, que em um instante... Não está mais lá. O lobo para de correr e rosna, porém Art vê quando duas mãos algemadas seguram o animal pela garganta e o arremessam na parede da caverna com tanta força que algumas pedras caem da parede em cima do mesmo. O lobo se levanta e retorna a correr, porém seu alvo agora é diferente.

— Ártemis! – grita Gabriel, e a garota mira no borrão e atira. O lobo cai no chão, e a garota vê a flecha prateada atravessada na pata dianteira do animal. No entanto, ela arregala os olhos ao ver que ele simplesmente puxa a flecha da pata com os dentes e a parte ao meio. Gabriel segura o rabo do lobo e grita para a garota quando a fera se vira para ele – Corra!

A Olimpiana se mantém parada e observa quando o ruivo chuta o focinho da besta e luta com ela usando golpes com as pernas, na maioria. Ele grita para que Art corra, porém ela não se move. O lobo faz o garoto cair no chão, então ela pega uma pedra do tamanho de sua mão e a joga na cabeça do lobo, em seguida assobia e diz:

 - Aqui! Vem me pegar! – O animal rosna e corre em direção a ela, enquanto Gabe grita seu nome repetidamente. Quando o lobo está prestes a cravar os dentes nela, Ártemis gira o corpo com a perna estendida e, com a força dos Olimpianos, arremessa o lobo na parede da caverna com um chute bem no meio da cara. Ele se levanta com mais dificuldade desta vez, uiva alto como se fosse um grito de guerra e pula em cima dela, arranhando-lhe seu rosto com as garras afiadas.

Ártemis cambaleia para trás, porém, em seguida, desvia das garras do lobo e segura em seu tronco, joga-o no chão bem a seus pés como se a fera não pesasse quase nada, pega uma flecha e a finca na outra pata dianteira dela, fixando-a no chão. O lobo começa a fazer um barulho entre o uivo e o rosnado, mas depois apenas deixa-se deitar no chão de olhos fechados.

— Vamos matá-lo. – Gabriel diz atrás de Ártemis, que está ajoelhada ao lado do animal. A garota se vira e o encara, a expressão dura como pedra e uma determinação inabalável em seus olhos ao dizer:

— Não – Ela percebe que agora ele está segurando uma das espadas de Circe.

— Se você não tem coragem suficiente para matá-lo, saia da frente.

— Coragem não tem a ver com tirar uma vida, mas sim com saber quando se deve poupar uma. Ele se rendeu, Gabriel.

— Saia da minha frente, Ártemis. – o ruivo diz com dentes cerrados. Ela se levanta e ergue o queixo, sangue vermelho escorrendo por sua face.

— Não.

— Muito bem, então. – Gabriel crava a espada na perna da garota, em seguida a segura e a arremessa na parede da caverna. Ele a encara – Me desculpe por isso, Ártemis. – O ruivo se vira para o lobo e ergue a espada – Não posso simplesmente deixar isso passar.

Um raio verde entra em contato com as algemas do garoto, que se vira e vê Chrys em pé apontando a arma pra ele:

— Não faça isso, Gabriel.

— Por quê? Esse lobo te trouxe para cá, ele ia matar você! – Diz o ruivo com as algemas agora partidas.

— Não. Ela não vai me matar. – Eles ficam em silêncio por um instante, até que Gabriel semicerra os olhos para Chrys:

Ela? O que está acontecendo, Chrys? Conhece esse monstro?

— O ÚNICO MONSTRO QUE TEM AQUI É VOCÊ! – grita Artie. Chrys se vira e vê a garota com a perna ensanguentada, porém não diz nada; o moreno volta-se para Gabe:

— Ela é minha irmã mais velha, Lyra. Ela é um transmorfo, consegue se transformar em lobo. Meu amigo, por favor. – Gabriel se mantém em silêncio por um breve momento, em seguida diz:

— Como vou saber que não está inventando tudo isso só para que eu satisfaça o desejo de Ártemis de manter o lobo vivo?

— Porque ele não está. – Os três olham para o lobo, entretanto ao invés do lobo negro enorme, encontram uma garota aparentemente mais velha que eles, com cabelos longos e negros e olhos verdes idênticos aos do lobo. Ao invés da flecha prateada prender uma pata dianteira, prende agora o pulso dela ao chão. Ela diz – Chrys não está inventando.

O ruivo abaixa a espada e Art geme baixo de dor.

— Sabe, entendo a sua fome por carnificina, Gabriel. – diz Lyra – De verdade. Mas também, como poderia esperar algo diferente de um Cavaleiro dos Deuses?

Chrys se aproxima de Lyra e tira a flecha fincada do chão. Ele a ajuda a se levantar e em seguida olha para Ártemis:

— Você está bem? – diz em um tom realmente preocupado. Lyra começa a chamar Gabriel de nomes nem um pouco educados e Art responde:

— Graças ao Gabriel, não. – Gabe, que até então se manteve apenas escutando, vira-se para a Olimpiana com algum sentimento oculto em seus olhos agora azuis:

— Eu vim até aqui por sua causa, Ártemis. Atravessei a fronteira para te ajudar e despistei a atenção dos guardas perto do bar para que não encontrassem você. E agora a pouco estava prestes a matar o lobo que poderia te ferir; ou pior, te matar.

Ártemis arregala os olhos e se mantém em silêncio; em choque, apenas encarando o ruivo. Sem dizer nada, Chrys apenas vai até Circe desmaiada no chão e a carrega, seus olhos verdes se fixam por um momento no rosto angelical da bruxa:

— Quem é ela? – pergunta Chrys. Ele nunca havia visto Circe antes. Gabriel olha para o moreno e diz:

— Ela – ele indica Circe nos braços de Chrys – É uma conversa para outra hora. Vamos sair daqui. - Artie se levanta, porém cambaleia quando firma a perna ferida e cai no chão.

— Droga! – resmunga ela e olha para Gabriel – Eu não consigo andar. – Ele arqueia as sobrancelhas e sorri de canto zombeteiramente:

— Não somos amigos, mas se pedir com jeitinho eu posso considerar te carregar. - Lyra olha incrédula para o Cavaleiro, o que faz com que Artie tenha que segurar a risada pela expressão dela. Gabe olha sério para Lyra e diz – Você não. Prefiro que você se arraste até morrer. – Chrys pigarreia e todos olham para ele:

— Podemos ir? – questiona com certa impaciência. Ártemis olha para ele:

— E o seu calcanhar? – Ele revira os olhos:

 - Ah. Isso. Bem, Lyra faz isso desde quando éramos crianças, então eu já sou acostumado. Minha pele já vai estar cicatrizada em uma ou duas semanas. - Lyra olha para a entrada da caverna e fala se levantando:

— Vamos logo. Ouço guardas marchando em direção à fronteira. Teremos que correr. – Lyra pega a outra espada de Circe e começa a andar em direção à entrada da caverna. Chrys olha para a Olimpiana:

— Será que você consegue nos teletransportar, Art? – Ela nega com a cabeça:

— Estamos muito longe do Templo. Mas consigo nos levar até a fronteira.

— Então, você nos leva até a fronteira, eu te levo voando, Chrys leva Circe com Nail e Lyra segue com Darken. – diz Gabriel. Todos se aproximam de Ártemis e a mesma os teletransporta até a fronteira, Chrys assobia e Nail pousa perto deles, em seguida o moreno corre com Circe nos braços até o grifo e monta segurando Circe à sua frente. Lyra monta em Darken e segue Chrys e Gabriel segura Ártemis em seus braços.

— Coloque suas mãos ao redor do meu pescoço, segure firme e não solte. – Ele diz olhando em seus olhos. Ela assente e faz exatamente o que ele disse. Gabriel abre as asas e começa a voar, e Art o abraça forte e fecha os olhos no instante que os pés dele deixam o chão, fazendo o garoto gargalhar. Lyra, Chrys, Gabriel, Ártemis e Circe chegam ao Templo das Luas Gêmeas e vêem muitos Caçadores com armaduras negras ao invés de uniformes em volta do local. Assim que chegam lá, Lyra olha para os soldados Caçadores da entrada:

— Tenho dois Caçadores que precisam ir à enfermaria, sem alardes ou intervenções; nem um único guarda sequer os incomodando. O restante da equipe irá ajudá-los, levem os animais aos estábulos. – ela diz com tom autoritário de quem não permite questionamentos.

— Por ordem de quem? – questiona o soldado. Lyra sorri e olha bem no fundo dos olhos dele:

— Do Lobo. – o Caçador arregala os olhos e começa a gaguejar:

— S-Sim, c-claro. – ele se dirige a outros soldados Caçadores – Joshua, David, levem os animais para o estábulo e tratem deles. Robert e Lucas, quero o caminho livre para eles até a enfermaria.

Dois dos Caçadores levam os animais em direção aos estábulos e outros dois tomam a frente e abrem as portas da entrada, empurrando todos que estão em seu caminho. Lyra se vira sorrindo para Gabriel e Chrys e Artie começa:

— Como você...?

— Minha reputação me precede. Agora vão logo. – Chrys e Gabriel começam a andar logo atrás dos dois Caçadores que estão abrindo o caminho para eles, Robert e Lucas. Eles vão até a enfermaria, Chrys coloca Circe em uma maca e Gabriel coloca Art em outra. Imediatamente uma enfermeira se aproxima da garota:

— O que aconteceu com você? – pergunta ela. Gabriel encara a enfermeira:

— Foi um ataque. Um oponente cravou a espada na perna dela. Acho que uma poção simples de cura e alguns remédios para dor podem resolver, Pam.

— Que eu me lembre, a enfermeira aqui continua sendo eu, Gabriel. Embora você tenha experiência em cortes, ferimentos e arranhões, sei exatamente o que estou fazendo. – Repreende a enfermeira e em seguida a mesma volta-se para Ártemis, analisa seu ferimento e diz – Deite-se na maca e tente descansar um pouco. Eu já volto. – Pamela se afasta deles e começa a pegar algumas coisas em vários armários da enfermaria. A garota se vira para o ruivo:

— Desde quando você ficou tão cuidadoso? – Ele cruza os braços e a encara seriamente:

— Às vezes você não se dá conta do que tem até que o perca. Há muito aprendi essa lição da pior maneira possível. Estou correndo atrás para que não ocorra novamente, porém ainda não tenho certeza se cheguei tarde demais.

— Refere-se ao simples fato de que... – Art olha para os lados e fala baixo -... Você fez isso comigo? Está pedindo desculpas, é isso? – A garota o encara com os olhos firmes nos dele, que se remexe desconfortavelmente no lugar:

 - Não é óbvio? – Ele desvia o olhar dos olhos dela, como se fossem intensos demais. Talvez fossem. Para Gabriel. Ártemis finalmente desvia o olhar dele e volta a observar Pamela enquanto continua a conversa:

— Pelo seu comportamento, posso dizer que você não tem costume de pedir desculpas ou de admitir que esteja errado. Então, sim, eu te perdôo, Gabriel. – Ela retorna a olhar para ele – Mas somente desta vez. – O ruivo assente brevemente e Pamela volta com alguns vidros contendo líquidos e uma máquina semelhante a um barbeador elétrico.

— Posso até não ser médico, mas até eu sei que raspar a cabeça dela não vai curar o ferimento da perna. – diz Gabe encarando a enfermeira, que revira os olhos:

— É uma máquina de cicatrização, Gabriel. Ártemis – Pamela se vira para a Olimpiana – Terei que cortar sua calça; só para conseguir usar adequadamente no ferimento.

— Tudo bem. – responde a garota.

— E você, garoto? Precisa de alguma coisa ou vai ficar aí nos observando?

— Sei cuidar dos meus ferimentos, obrigado, e, sim, vou ficar aqui observando vocês. Só para garantir que você não raspe os cabelos de Ártemis por ciúme ou algo assim. – Pamela começa a cortar a calça de Ártemis e diz, enquanto o faz:

— Tinha me esquecido do quanto você era convencido. Deixe-me adivinhar: fez alguma besteira no palácio e Angelie te mandou aqui para tirar umas férias?

— Mais ou menos isso. – responde ele que percebe Art confusa sobre a conversa dos dois e sorri de canto para ela. Pamela pega uma gaze e limpa o ferimento, em seguida aplica um tipo de gel na ponta da máquina e começa a utilizá-la na perna de Artie, que começa a cicatrizar. Em aproximadamente cinco minutos o ferimento da Olimpiana cicatriza completamente e ela é liberada da enfermaria. Art se levanta da maca e Gabriel segue logo atrás dela, até que ela vê Chrys ao lado da maca de Circe, segurando a mão da bruxa e a fitando totalmente alheio ao mundo à sua volta.

Ela sorri consigo mesma e sai da enfermaria em direção aos elevadores, com Gabriel logo atrás dela. Ártemis pressiona o botão e espera o elevador e espera; Gabe respira fundo encarando-a fixamente. Quando o elevador chega vazio, ela entra e ele a segue sem pensar.

— Qual é o seu andar? – pergunta a ele.

— Vamos para a sala de treinamento. Ainda não terminamos, lembra-se?

— Mas... Nós acabamos de voltar da fronteira. Não foi nem um pouco exaustivo para você? – Art observa-o frustrada e surpresa ao mesmo tempo. O ruivo ergue uma sobrancelha e cruza os braços, seus olhos brilham intensamente azuis:

— Não pense que vai se livrar de mim tão facilmente. Temos muito que fazer, e não vou desistir até que você seja a melhor Caçadora daqui, Ártemis. – Ele aperta o botão para as salas de treinamento do subsolo e o elevador começa a descer. Artie engole em seco e em seguida respira fundo:

— A melhor Caçadora do Templo das Luas Gêmeas... – ela balança a cabeça e sussurra – Impossível. – Gabriel sorri de canto olhando para as portas do elevador:

— Eu posso fazer ser possível. – As portas se abrem e os dois caminham lado a lado até chegarem a uma sala de treinamento onde se encontram todos os outros da equipe. Olimpianos e Caçadores alvoroçados conversam entre si e Ártemis franze o cenho:

— O que está havendo? – Anya se vira rapidamente e se aproxima dos dois:

— Ártemis, Apolo...

— Onde ele está? Preciso falar com ele. – Diz Artie rapidamente. Hefesto observa a garota e diz:

— Ele desapareceu. Ninguém o viu sair do Templo, mas ele não está em lugar algum. Não sabemos onde ele está.

— Ele foi levado. – diz uma voz atrás deles. Todos os presentes na sala se calam e fitam a mulher que está parada na porta. Lyra está segurando o pacote endereçado a Apolo. – Encontrei isto no quarto dele. – Ela ergue o pacote agora aberto e vazio. – Já vi este tipo de magia antes. Era muito usada por sequestradores há algumas décadas atrás. Não deixa vestígios e é quase impossível de rastrear. Bem, exceto para quem tem... Um sentido sobrenatural.

— Quem é você? – Pergunta Atena. Lyra abaixa o pacote novamente e diz:

— Eu sou Lyra, O Lobo, Transmorfo e Caçadora Oficial do Templo das Luas Gêmeas. – diz ela, e todos permanecem em silêncio a encarando – Sou a irmã mais velha do Chrys. Vim para ajudar vocês na luta contra Hécate. – Todos continuam em silêncio, porém agora os olhares se voltam para Ártemis.

— Artie? – pergunta Hermes. Ártemis, até então perdida em devaneios e lutando contra sua própria fúria por ter deixado Apolo e sentindo o ódio por Hécate ter se multiplicado, volta-se para todos eles:

— Ela vai nos ajudar. Muito bem – diz em um tom mais alto – Apolo foi levado por Hécate, assim como Ares, e talvez Hebe também esteja em perigo. Zeus ainda não sabe que corre perigo, assim como não sabe que estamos envolvidos nisso. Sei que há séculos os Caçadores executam suas missões em sigilo, mas acredito que a única maneira de fazer com que Zeus enxergue a verdade é nos expondo. – Todos começam a protestar, porém a garota ergue a mão e continua – O que proponho aqui pode acabar ocasionando a nossa morte, nossa ruína, porém é a única coisa que podemos fazer para ganharmos alguma vantagem nesta guerra: precisamos tratar disso como uma guerra, não como mais uma mera missão dos Caçadores. Precisamos enfrentar não mais como Caçadores ou Olimpianos; precisamos enfrentá-los como o que realmente somos: guerreiros. Esta é a minha proposta. – Ártemis respira fundo – E então... Quem está comigo?


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Notas finais do capítulo

Este capítulo pode ser que tenha ficado confuso, porém teve um propósito esclarecedor. Eu realmente gostaria de saber a opinião de vocês sobre ele. Então, como sempre peço aqui, por favor, comentem, acompanhem, favoritem. Acho que recomendações a história tem que ser muito merecida, mas não custa sonhar. Obrigada mais uma vez a vocês que leram/estão lendo A História Não Contada de Apolo e Ártemis.
P.S.: Acho que já comentei que fiz uma página no face... Se alguém quiser, tem algumas fotos da Dreamcast lá ;-)
Um beijo, abraço, aperto de mão, e um muito, muito, MUITO obrigada por lerem a fic.



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