A História não contada de Apolo e Ártemis escrita por Biah


Capítulo 14
Recrutamento / Um Acordo de Cavalheiros


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo, espero que gostem! Meus agradecimentos ao pessoal que favorita/ acompanha a fic e especialmente a todos que mandam seus reviews. (Meus leitores lindos, amo vcs) And thank you very much, daughter of the sun.
— Beijos de uma Caçadora - Biah



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Atena está na Sala de Treinamento, sentada em uma cadeira, com pilhas de livros ao seu redor e rabiscando alguns cadernos (provavelmente anotando algo sobre táticas de luta e técnicas de batalha). De vez em quando ela se levanta, pega sua lança e faz alguns movimentos de exibição ou uma espada para testar sua tese.

Um jovem Caçador chega e lança uma faca em um dos alvos, e acerta bem no meio. A garota não desvia a atenção de um livro, e o menino fica incomodado com isso. Ninguém jamais o ignorou daquele modo. Desta vez, ele se aproxima das armas e pega uma lança. Atira em direção a outro alvo, e novamente acerta bem no meio. Ele volta a olhar para Atena, que continua concentrada em seus livros. Ele fecha a cara e cruza os braços, esperando que Atena o note ali. Depois de alguns minutos, ela levanta, pega sua lança e faz mais alguns movimentos de exibição, ignorando a existência do garoto.

Ele a encara, perplexo. Atena é a garota mais bela que já vira, e o ignora enquanto milhares se matariam para sequer terem a chance chamar sua atenção. Ela respira fundo e fecha os olhos, gira a lança algumas vezes e a joga para cima; depois a pega e volta na posição de sentido, com sua arma ao seu lado. Tudo de olhos fechados. Abre os olhos ao ouvir a porta da sala se abrir e se vira, sorrindo:

– Hermes! Fiquei te esperando aqui há horas! – O Caçador faz uma cara de indignação para ela, depois fita Hermes com os olhos faiscando de raiva. Hermes sorri para ele, faz um aceno de cabeça e passa reto em direção à garota. O Caçador vai embora com seu orgulho e seu ego feridos.

– Desculpe, Atena. Eu fui falar com o resto para ter certeza de que todos estavam bem. – diz Hermes, sorrindo para Atena e quase dando pulinhos de alegria. Hermes só fica assim quando tem novidades.

– Desembucha. – diz Atena.

– Hefesto já saiu do quarto e voltou ao trabalho, a equipe da Ártemis voltou inteira e salvou Afrodite, Apolo foi fazer as pazes com ela, Dionísio vai parar de beber e... – Atena solta uma gargalhada:

– Dionísio vai parar de beber? HÁ, HÁ, HÁ, HÁ, HÁ. Essa eu quero ver! – Hermes também ri um pouco e depois diz:

– Eu não cheguei na melhor parte. Parece que todos eles já estão impacientes com tudo isso. Com toda essa história de Hécate e assassinato de Zeus.

– O que eles vão fazer?

– Parece que eles estão bolando alguma coisa grande, depois que a sentença do julgamento for dada. Apolo se uniu à equipe da Ártemis, e eles estão recrutando Olimpianos. Eu também já faço parte da equipe, e agora eles estão falando com Hefesto, para ele ajudar a gente na convecção de armas... Especiais.

– E quem vai usar essas armas? – pergunta a loira, e o garoto sorri:

– Estou em uma missão no momento. Ajudar a recrutar integrantes para nossa equipe de salvamento e salvação de todos os Reinos. Então, quer nos ajudar? – Ela sorri:

– Alguém tem que montar uma estratégia, não é?

{...}

– Então você quer que eu ajude você e esse bando de renegados, é isso? – pergunta Hefesto, massageando as próprias mãos calejadas por tanto trabalharem.

– Por favor, Hefesto. Precisamos muito da sua ajuda. – Ele senta em um banquinho e faz uma cara de dor. Suas mãos doem, e ele procura se concentrar em diminuir a dor. No entanto, as palmas de suas mãos são ásperas, o que só acaba dificultando as coisas. Ele solta um gemido de dor e Ártemis se aproxima dele. Toma as mãos calejadas entre as suas, e começa a massageá-las suavemente. Hefesto lança-lhe um olhar de agradecimento e ela sorri para ele. As mãos de Ártemis são macias e delicadas, e acabam aliviando a dor de Hefesto.

– É assim sempre? – pergunta ela, preocupada. Ele balança a cabeça positivamente. A garota franze o cenho, fita as mãos de Hefesto e depois os olhos castanhos dele – Se sempre dói tanto, por que continua trabalhando? Por que não para? – ele sorri, e seus olhos brilham:

– Gosto de ver o sorriso das pessoas com as coisas que eu faço. É nisso que sou bom, e ver que as pessoas se sentem felizes me faz sentir bem. – Ártemis sorri. Hefesto é bondoso, atencioso, gentil. Completamente o oposto de Ares. É difícil acreditar que esses dois sejam irmãos. Ela suspira:

– Vou ver com Apolo se não tem alguma coisa para te ajudar com isso. Se fazer isso te faz feliz, vou ver se há algo para diminuir a dor. Além de ser loucura, é também crueldade continuar com essa tortura.

– Fala de mim como se eu fosse um animalzinho ferido. – diz Hefesto, com um meio sorriso.

– Bem, talvez você seja. – responde Ártemis, sorrindo para ele, que suspira. De todos os Olimpianos, Hefesto provavelmente é o que mais sofreu. Hera o expulsou do Olimpo ainda bebê só por não ser belo. Sua própria mãe o rejeitou logo de cara. Anos depois, Zeus o levou de volta porque ele se destacou entre os mortais, produzindo objetos que, na opinião de Zeus, não deveriam pertencer aos humanos. Quando Hefesto retornou, era um adolescente, e Ártemis, uma criança. Enquanto grande parte dos Olimpianos sentia certa repulsa quanto a ele, Ártemis sempre o acolheu de braços abertos.

Só de pensar em quantas coisas maravilhosas ele já lhe deu, Ártemis sente um aperto no peito. Quantas vezes Hefesto já sentiu dor? Ártemis solta as mãos dele e dá um passo à frente, com os braços abertos. Hefesto balança a cabeça:

– Não é uma boa hora para um abraço, Artie. Eu estou todo sujo e suado e... – Ártemis dá mais um passo à frente e o envolve em seus braços, abraçando-o forte. Como Hera pôde odiar alguém tão bom? Surgem lágrimas nos olhos da garota, mas ela as afasta, pensando no quanto Hefesto é forte. Ela sorri e diz:

– Eu te amo, Hefesto. – Ele se lembra quando Art lhe disse isso pela primeira vez. Ele a havia levado para ver a Aurora Boreal pela primeira vez, e Ártemis simplesmente amou. Logo depois do passeio, quando já estavam se despedindo, ele se ajoelhou para abraçá-la e ela disse que o amava. Ártemis foi a primeira pessoa que já pronunciou tais palavras a ele. Eles se separam e Ártemis sorri novamente:

– Vou dizer a eles que você não vai nos ajudar. Não se preocupe, eles vão entender. – Ele levanta do banquinho:

– Não, Artie. Eu faço questão de ajudar. É o mínimo que devo a você e a Zeus.

– Mas suas mãos...

– Estão bem graças a você. Obrigado por isso e por sua preocupação, mas acho que Apolo pode me ajudar. Faço questão de confeccionar as armas pessoalmente. Você já decidiu o que quer que cada uma faça ou prefere que eu dê um jeito? – Ela sorri:

– Me surpreenda.

{...}

– Fred, tire os pés de cima da mesa. – diz Anya, segurando dois pratos com pedaços de bolo de chocolate. Fred tira os pés de cima da mesa e olha para Gabriel, que não para de encarar os guardas que perseguiam os três disfarçadamente. Fred diz:

– Tem certeza de que não vai comer nada? Não sei se você sabe, mas é bom comer de vez em quando.

– Eu já disse que estou satisfeito. – responde o ruivo, olhando fixamente para um guarda enorme, pensando em várias maneiras de espancá-lo.

– Gabe, nada disso. Você prometeu que ia se controlar. – diz Anya.

– Mas seria só um. – responde ele, com um sorriso – Só para deixar as coisas mais interessantes.

– Já não é interessante o suficiente termos um julgamento daqui a alguns dias? – pergunta Fred.

– Não foi divertido – diz o garoto de asas encolhidas – Nem sequer teve graça. De que adianta você invadir uma fortaleza proibida se não pode bater nos guardas?

– Excelente pergunta, meu caro amigo alado. – diz Chrys, puxando uma cadeira de outra mesa e colocando na da equipe. Ele senta com uma perna de cada lado do encosto da cadeira e relaxa a postura – Fui ver a Ártemis.

– Como ela está? – pergunta Anya. Chrys dá um meio sorriso, desvia a atenção para um ponto qualquer e sussurra:

– Linda como sempre. – Anya, Gabriel e Fred se entreolham e Gabriel diz, sorrindo:

– Cara, você tá muito ferrado.

– Com certeza. – diz Anya, cortando o pedaço de bolo com o garfo – Garotas como nós são diferentes das quais você anda, Chrys.

– E qual é a diferença? – pergunta ele, em tom brincalhão.

– Bem, pra começar, nós temos um cérebro, coisa que a maioria delas não tem. – Fred e Gabriel riem, e Chrys fita Anya com um olhar mortal. – Além do mais, nós somos muito mais bonitas e carismáticas que elas. E sabemos usar armas. Quer coisa melhor do que isso? – Chrys revira os olhos e Anya ri. – O que quero dizer é que você não vai conquistar Ártemis com o mesmo papo-furado que usa com as outras. Isso se ela ligar para você, claro. Eu, por exemplo, não sou burra o suficiente para cair no seu papo; cuidado: ela é muito parecida comigo.

– Vá para o Tártaro, Anya. – diz Chrys, impaciente. Ele se levanta bruscamente da cadeira e Anya responde:

– Te encontro lá. – Chrys chuta a perna da cadeira e sai andando revoltado. Anya grita – Fique longe dela, Chrys!

{...}

– Tem certeza de que foi isso que ela disse? – pergunta Apolo.

– Absoluta. – responde Afrodite – Ela me perguntou se a criança que está em meu ventre tem alguma espécie de ligação com Zeus.

– Eu posso? – pergunta Apolo, apontando para o ventre da garota. Afrodite assente e ele coloca a mão sob seu ventre. Uma luz dourada começa a irradiar de sua mão; a magia de Apolo. Depois de alguns segundos, ele se afasta e diz – De fato, você está grávida, Dite. Parabéns. É um menino.

– Já consegue saber o sexo? – Apolo assente e Afrodite diz – Mas como Hécate não sabia?

– Para saber detalhes, é necessária a aproximação do ventre, como eu fiz com você. Provavelmente Hécate ficou com medo de que você tentasse alguma coisa e não quis arriscar.

– Hécate ficou com medo de mim? Por quê?

– Dite, você é uma das Olimpianas mais antigas e, como tal, uma das mais poderosas. Com certeza há quem te tema. – A garota sorri:

– É muito bom saber disso. – Apolo pega uma garrafinha de água e um copo e entrega para a ruiva:

– Beba bastante água, e se tiver problemas, não hesite em me chamar, sim? – Afrodite assente e diz, quando Apolo está prestes a sair pela porta:

– Não esqueça de me falar sobre você e a Ártemis. – Ele se volta para ela e Dite diz – Não vou com a cara desses Caçadores, então cuide bem dela. – Apolo assente e sai do quarto.

{...}

Chrys e Apolo acabam se encontrando em um corredor. Chrys olha para Apolo de baixo para cima e dá um riso debochado. Apolo fica sério e diz com uma voz firme:

– Algum problema? – Chrys o encara com desinteresse e responde, andando em círculos ao redor do loiro:

– Na verdade, sim. – Apolo olha para ele de soslaio:

– Lamento, mas não posso ajudar. – Chrys para de frente para o deus, e seus olhos verdes faíscam:

– Fique fora do meu caminho. Até agora, fingi que não estava vendo, mas ontem percebi seus interesses em Ártemis.

– Pois eu percebi os seus interesses assim que vi você por os olhos nela. – Chrys sorri de canto e mantém os olhos fixos nos do loiro:

– Você não me conhece, Apolo, então vou avisar algumas coisas sobre mim. A primeira é que sou capaz de qualquer coisa para conseguir o que quero.

– Igualmente. – diz Apolo. Chrys continua:

– A segunda é que eu não gosto nem um pouco de perder.

– Não se preocupe, você não vai nem chegar a jogar. – responde o loiro, com um sorriso. Chrys se aproxima perigosamente de Apolo e seus olhos faíscam ainda mais:

– A terceira é que as pessoas que ficam no meu caminho geralmente não sobrevivem para contar a história. – Agora os olhos do loiro também faíscam:

– Devo recordá-lo de que deuses são imortais e alertá-lo de que as pessoas que ficam no meu caminho também não sobrevivem para pronunciar uma sílaba sequer. E só vou avisar uma vez: se Ártemis me disser que você sequer a magoou, eu te mato. – Chrys sorri:

– Não preocupe essa sua cabecinha, raio de sol. Ártemis está em boas mãos.

– Se você encostar um dedo nela vai pagar caro.

– O mesmo vale para você. – Um lança ao outro um olhar feroz, e cada um segue seu caminho. A disputa está declarada, e Ártemis é o prêmio.


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Notas finais do capítulo

Disputa acirrada, um Caçador e um deus brigando pela mesma garota... Tenso o negócio. Okay, se não for pedir muito, só queria pedir pra vcs comentarem, tipo, quem vcs acham que vai ganhar. Apolo ou Chrys?



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