A História não contada de Apolo e Ártemis escrita por Biah


Capítulo 13
De volta ao Templo


Notas iniciais do capítulo

Particularmente amei esse capítulo, e acho que é o mais longo que já escrevi. Sei que a ausência de ações é chatinha, porém necessária na construção dos personagens.
Obrigada a todos que estão acompanhando/ favoritam/ comentam a fic.
— Beijos de uma Caçadora - Biah



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Ártemis ouve um zunido altíssimo quando acorda. Ela olha para os lados e vê que voltou para um quarto na enfermaria do Templo. Respira fundo e tenta se lembrar do que aconteceu. Leto realmente atirou nela, então como ela sobreviveu? Será que a teoria de Apolo é falsa? Será que Ártemis continua imortal? Ela olha para seu ombro esquerdo e vê um curativo enorme nele. Um Caçador jamais erra a mira. Então, a não ser que Leto tivesse feito isso de propósito, Ártemis continua sendo imortal. Dessa vez, não se levanta da cama. Apenas fecha os olhos e reflete sobre as melhores coisas que ela e Leto já viveram juntas, quando Ártemis ainda não queria ir ao Olimpo. Lembra-se de que houve muitas discussões na época, porque Poseidon e Hades pressionavam Zeus para fazê-la assumir seu lugar no Olimpo. Nenhum deles nunca pronunciou a palavra deusa. E não sabe se deve acreditar em Fred, já que Anya diz que ele tem um parafuso a menos. “Ele parece bem normal para mim”, foi o que Ártemis respondeu a ela. Como não pode sair, pois colocaram guardas na porta, respira fundo e tenta dormir.

Depois de alguns minutos, ouve uma discussão na porta do quarto onde está. Os dois guardas falam com o mesmo tom de voz, baixo e ameaçador, enquanto uma voz familiar para Ártemis está quase gritando com os guardas. Ártemis pensa que pode ser Apolo, que deve ter ficado preocupado com ela; então levanta da cama e abre a porta silenciosamente. Chrys está com as mesmas roupas da missão, olheiras profundas e um olhar que Ártemis interpretou como um misto de medo e preocupação. Quando ele nota a presença da garota ali, ela sorri e ele a abraça forte. Os guardas se olham, seguram um em cada braço de Chrys e o empurram para longe de Ártemis. Ele tenta correr na direção da menina de novo, mas os guardas seguram seus ombros, e um deles diz enfurecido:

– Nós já dissemos que não. Você não pode vê-la. – ele se volta para ela – Senhorita, por favor, volte para o quarto. Garanto que cuidaremos desse mal-entendido. – Ártemis cruza os braços:

– Soltem-no. Não há mal-entendido algum. – Os guardas a encaram de cenho franzido. Art odeia fazer isso, porém acaba usando seu título – Como princesa do Olimpo, filha de Zeus e de Leto, uma Caçadora Oficial de muito prestígio, eu os ordeno que o soltem imediatamente. – os homens não movem um músculo sequer, apenas a encaram com uma expressão de “quem você pensa que é?”. Artie entende e, apesar de não acreditar muito, acaba usando o que Fred disse – Como princesa do Olimpo, filha do Rei dos Deuses, deusa da lua e da caça, estou mandando que vocês tirem as mãos dele. – Os guardas arqueiam as sobrancelhas e ela sorri ameaçadoramente – Caso contrário, usarei meus poderes de deusa para amaldiçoar vocês para todo o sempre. E posso garantir isso perfeitamente, já que deuses vivem pela eternidade. – Eles soltam Chrys, que coloca Ártemis para dentro do quarto, entra e fecha a porta olhando feio os guardas.

Ártemis senta na cama e balança as pernas freneticamente, abraçando a si mesma e respirando rápido. Só de pensar em quantas coisas disse nos últimos minutos, coisas das quais nem tem certeza de que são verdade, sua cabeça começa a latejar. E se Leto vier e desmentir tudo isso? Afinal de contas, tudo o que dissera era realmente verdade? E por que, do nada, resolveu defender Chrys daquela maneira? Naquele momento, Ártemis mataria qualquer um que o separasse dela. Por que, pelas sandálias aladas de Hermes, faria isso? Nunca fez isso com ninguém, nunca se sentiu daquele jeito com ninguém; absolutamente ninguém. Chrys se aproxima e segura o rosto dela em suas mãos, seus olhos, antes repletos de preocupação, agora a fitam gentilmente:

– Você está bem? – pergunta ele. Os olhos de Ártemis se perdem por um momento na imensidão daqueles olhos verdes brilhantes que a hipnotizam e a fascinam ao mesmo tempo. Ela poderia mentir e dizer que sim, que nada a preocupa, que não sente a falta de um certo deus loiro e que não busca respostas para suas milhões de perguntas. Porém ela confia em Chrys, e ele se importa com ela.

– Não. – sussurra ela, desviando os olhos, que ficam marejados. Isso é o suficiente para fazer Chrys jogar os braços ao redor dela, envolvendo-a em um abraço apertado. Ela retribui o abraço e eles ficam assim por um tempo; tempo suficiente para que um sinta a essência do outro. Chrys tem um cheiro envolvente e refrescante, como canela e menta. Ártemis também exala um cheiro refrescante, porém mais agradável e marcante, como a dama-da-noite aberta após um dia inteiro de chuva; o cheiro agradável é facilmente reconhecido. Enquanto Ártemis fica hipnotizada pelos olhos de Chrys, ele fica hipnotizado pelo cheiro dela. Eles rompem o abraço e ele diz, acariciando levemente a bochecha de Art:

– Fiquei preocupado com você, Artie. Foi tudo culpa minha. Eu devia ter ido com você. Devia ter levado a bala no seu lugar. Eu devia...

– Shhh... – interrompe ela. – Se você tivesse ido, agora estaria morto. – ele ergue uma sobrancelha – Leto não teria te poupado. Por pouco, não morri. Por pouco, Leto não poupou a própria filha.

– Espere, pensei que você tivesse escapado por um triz.

– Chrys, por um acaso você já viu um Caçador errar a mira? – pergunta Art, e ele balança a cabeça negativamente.

– Está com raiva dela? – Artie nega com a cabeça:

– O certo seria eu odiá-la agora, não é? Quero dizer, eu deveria pelo menos me sentir incomodada, não é? – Chrys a olha no fundo dos olhos, e lágrimas escorrem pelo rosto da garota – Eu deveria pelo menos me importar com isso, não é? Ela atirou em mim. Mas eu... – ela soluça – Eu não consigo nem me IMPORTAR. E-Eu... – Chrys retorna a abraçá-la, afagando-lhe os cabelos, tentando ignorar o cheiro dela:

– Você a ama. – diz Chrys – Com o amor, vem o perdão. Você não consegue odiá-la porque você já a perdoou. Isso é algo extremamente raro, Art. Só as melhores pessoas são capazes de perdoar. E você... – ele para de falar, a garota se desfaz do abraço e o fita graciosamente. Ele suspira e diz baixinho – Acho que você é a melhor pessoa que já conheci. – Desta vez, não há rostos quentes ou bochechas ruborizadas. Ambos estão sendo sinceros um com o outro, e não há razão para se envergonharem disso. Ártemis sabe que bondade não é sinônimo de ingenuidade nem fraqueza. Ela sorri:

– Obrigada. Mas acho que você está tirando conclusões precipitadas. – Ele sorri:

– Geralmente eu sou excelente em minhas conclusões precipitadas. A maioria está certa. – Art cruza os braços:

– Anya me contou sobre a vez com a hidra.

– Eu não tive culpa! Ela nem me avisou que as cabeças de uma hidra crescem em dobro!

– Ela me disse que o fato de você ter enchido a cara antes da missão não ajudou muito. – Ele ri:

– Tirando o fato da gente quase ter morrido, até que foi engraçado. Antes mesmo das cabeças duplicarem eu já estava vendo três cabeças em uma.

– Ela me disse que você teve uma conclusão precipitada de que poderia derrotar uma hidra mesmo depois de vinte e seis barris de álcool.

– Vinte e sete, na verdade. Com uma cerveja especial que deixa você bêbado antes da metade da quantia de cerveja comum. – ele dá uma gargalhada – Nunca tente empunhar uma espada depois de vinte e sete barris de álcool. Ainda mais contra uma hidra.

– Qual é a sua idade mesmo? – pergunta Ártemis.

– Alguns dias mais velho que você, eu diria.

– Hmm... – ela fita Chrys de baixo para cima - Dias, meses ou anos?

– Que eu saiba, anos são compostos por meses, que são compostos por dias, portanto, quando alguém diz que é alguns dias mais velho, pode significar não só dias, como também meses ou anos. Entendeu?

– Então você não vai me dizer. – Ele nega e ela dá de ombros - Por mim, tudo bem.

– Chega pra lá – diz ele, dando um tapinha de leve na perna de Ártemis. Ela deita na cama e vai para o lado, e Chrys deita ao seu lado em seguida. Eles conversam por cerca de meia hora, até que alguém bate na porta.

– Entra! – grita Chrys. A porta se abre e Apolo entra, arregalando os olhos quando olha para a cama. Chrys sorri – Olá, Apolo. Estávamos a sua espera. Bom, pelo menos a Art aqui estava. – Apolo fixa seus olhos em Ártemis, que sorri alegremente com a visita. No entanto, Apolo a fita com raiva e preocupação ao mesmo tempo. Ártemis reconheceria esse olhar em qualquer lugar. “Ciúme”, pensa ela.

– Chrys, será que você poderia nos deixar a sós, por favor? – pede Art. Chrys assente, se levanta e sai, deixando os dois sozinhos.

– Há quanto tempo ele está aqui? – pergunta Apolo, de braços cruzados e olhando para Ártemis com um olhar selvagem.

– Tempo suficiente para tentar me entender. – responde ela.

– E ele conseguiu?

– Não. – “Não como você”; é o que ela pensa em dizer, mas muda de idéia. – Nem sequer chegou perto. – Ele assente e começa a caminhar pelo quarto. – Está com raiva de mim? – pergunta ela.

– Por você fugir com um cara que nem conhece direito? Por você querer bancar a justiceira do nada? Por você invadir o Olimpo e quase arruinar a missão inteira? Ou por eu te encontrar deitada na cama com o mesmo cara que te incentivou a fazer tudo isso, Ártemis?

– Ele não me incentivou a fazer nada, essas decisões foram minhas.

– Mas ele foi seu cúmplice.

– Bem que você queria estar no lugar dele, né? - diz ela, e se arrepende assim que o faz.

– Ártemis, essa não é você.

– Como você sabe disso? – pergunta a garota friamente.

– Eu te conheço desde antes de engatinhar, não acha que eu saberia quem és? – Ela cruza os braços:

– Não acredito. Se nem eu sei quem sou, quem dirá você! – Ele a encara cerrando o punho.

– Pare de agir como criança, Ártemis. Estou falando sério.

– Então, de repente, você se importa comigo? De uma hora para outra, você resolve que eu sou importante pra você? E eu aqui, toda preocupada, achando que todo mundo não iria gostar se eu saísse e fizesse alguma coisa, já que sempre fui uma boa garota e sempre cumpri as regras. Pois adivinha só: pela primeira vez na minha vida, eu desobedeci as regras. E quer saber? Eu gostei de fazer isso. Porque, pela primeira vez, eu me senti realmente bem, não sendo o que as pessoas querem que eu seja, sendo só... – Ela respira fundo - Eu mesma. Sem ninguém me questionando nem me julgando por isso. – Ela levanta os olhos para Apolo, que ainda está digerindo tudo aquilo.

– Art, você está me dizendo que... Que você se sentiu bem fazendo aquilo? Quero dizer... Deixando de seguir as regras?

– É exatamente o que estou dizendo. – Art ergue o queixo – E faria tudo de novo sem pensar duas vezes. – Apolo arregala os olhos e volta a se enfurecer:

– VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUE ISSO DESENCADEARIA? VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUE VOCÊ FEZ, ÁRTEMIS? ISSO... ISSO É... SUA INCONSEQUENTE! VOCÊ POR ACASO TEM ALGUMA IDEIA DO QUE QUASE TE ACONTECEU? DO QUE ELES IAM FAZER COM VOCÊ?

– O QUE ELES IAM FAZER COMIGO? – Grita a menina, encarando o loiro de igual para igual.

– ELES IAM TE MATAR, ÁRTEMIS! TUDO POR CAUSA DE UM PROTOCOLO IDIOTA! – Ártemis arregala os olhos:

– O quê?... – Apolo respira fundo e tenta se acalmar:

– Artie, desde que você saiu eu venho tentando disfarçar para todo mundo daqui do Templo. Eu e Atena concordamos em encobrir a fuga de vocês, mas então ouvimos alguns guardas conversando sobre um ataque de rebeldes. Nós fomos até a Sala de Reuniões no mesmo minuto e quando chegamos lá, eles já estavam conversando com alguém e uma mulher gritava. – ele faz uma pausa – A gente ficou ouvindo atrás da porta, e o que deu pra entender foi que eles achavam que você era uma traidora. Eu pedi pra Atena me ajudar, então ela conseguiu convencê-los a não te matar. Você será julgada, junto a sua equipe. Não serão mortos, todavia ainda irão decidir o que farão a vocês. Palavras de Nyx. – Ártemis balança a cabeça lentamente e senta na cama, tirando os pés do chão. Respira fundo e relaxa os músculos das costas, apoiando os cotovelos nas coxas, e sustentando a cabeça com as mãos. Todos eles estão enrascados por culpa dela. Porque foi ela quem decidiu bancar a heroína e ela convenceu o restante a segui-la.

Apolo se aproxima devagar, agacha em frente à Artie e coloca uma mecha do cabelo da garota atrás da orelha. Ele a fita cautelosamente, tentando identificar qualquer resquício do que quer que Ártemis esteja sentindo. Ela apenas respira fundo e mantém seu corpo, e até mesmo seus olhos, inexpressivos. Sem nenhuma pista ou brecha de seus sentimentos.

– Ártemis... – sussurra Apolo, acariciando a bochecha da garota. Os olhos dela ficam marejados e ela os fecha, fazendo com que as lágrimas rolem. De repente, ela lembra do que Chrys disse. “Acho que você é a melhor pessoa que já conheci”. Ela abre os olhos. Não é Chrys quem está confortando-a, mas sim Apolo. Apolo. Que sempre esteve ao lado dela, que sempre a aconselhou e a amparou quando ela precisou. Sempre lhe deu forças para continuar e sempre acreditou nela. E agora ela está rejeitando-o? Ainda há alguma chance das coisas voltarem a ser como eram antes?

– Eu quero ir pra casa, Apolo. – sussurra Ártemis, e ele a abraça. Ela fecha os olhos e soluça. Não é fraqueza, é só uma pausa de fingir que está tudo bem. Ártemis é um dos Olimpianos guerreiros; e não é do perfil deles ficarem se lamentando e chorando o tempo todo.

– Mas afinal, é isso mesmo o que você quer, Artie? – pergunta Apolo. Ela para e pensa um pouco. Desfaz o abraço e fita os olhos do loiro, que ficaram dourados. Antes, isso a assustava, mas agora ela já se acostumou. Os olhos de Apolo sempre ficam dourados quando ele olha para ela. Afinal, é isso mesmo o que ela quer? Cessar fogo e sair do campo de batalha, sem ao menos ter a chance de lutar? Ela enrijece a postura, levanta da cama e estufa o peito, agarrando-se a esse sentimento até então desconhecido. Uma mistura de força, coragem e ferocidade; algo diferente que sente correndo em suas veias. “Poder.”; pensa ela, e sorri logo em seguida.

Sente a adrenalina correr pelo seu corpo e deixa sua coragem tomar conta de si. É essa força que Ártemis precisa. Não precisa nem de apoio nem de conselho de ninguém, muito menos da permissão de ninguém. Precisa de seu instinto de guerreira; mais do que isso: precisa do seu instinto de Caçadora para que essa força apodere-se dela. Ela vai até o banheiro e fecha a porta, deixando Apolo sozinho no quarto e Chrys aguardando do lado de fora do mesmo. Ela se olha no espelho e não reconhece o que vê: uma Ártemis com os olhos inchados, ombros caídos e cabelo despenteado, com os caminhos das lágrimas ainda visíveis em suas bochechas.

Lava o rosto, penteia os cabelos, fecha os olhos e respira fundo. Encontra suas roupas de Caçadora dobradas e limpas. Ela sorri. “Leto... Não sei como te agradecer.”; pensa. Agora essas roupas não são somente um uniforme do Templo. Essas roupas se tornaram parte de Ártemis, junto com seu arco, suas flechas e sua coragem. Veste as roupas, faz um rabo de cavalo e contorna os olhos com lápis preto. Nenhuma maquiagem a mais. “Se eles me querem, vão me ter.”; pensa.

Ela sai do banheiro, passa reto por Apolo e abre a porta do quarto. Os guardas a encaram, porém, ao verem o brilho de determinação nos olhos da garota, não dizem nada. Ela começa a andar pelo corredor vazio, seguida por Chrys e Apolo.

– O que houve? – pergunta Chrys.

– Nada. – responde ela – Só me dei conta de que chorar não vai resolver meus problemas.

– Simplesmente se deu conta? – pergunta Apolo.

– Exatamente. – responde ela, com a voz calma, porém potente – Também me dei conta de que tem mais pessoas que vão sofrer as conseqüências pelos meus erros, e não vejo nenhuma delas chorando por causa disso.

– Vai ver é porque nenhuma delas se arrepende de ter ficado ao seu lado quando cometeu tais erros. – diz Chrys, com um sorriso. Apolo olha para ele de soslaio, no entanto não comenta nada.

– Acho que isso já está indo longe demais, e cansei de ser só mais um peão inútil enquanto o rei está em xeque. – diz Ártemis. Apolo arqueia a sobrancelha para ela – Quero fazer algo logo, antes que o oponente chegue ao xeque-mate. – Chrys e Apolo sorriem, e Chrys pergunta:

– E o que tem em mente?

– Pensei em mostrar ao inimigo do que é que somos capazes. – ela olha para Apolo, que sorri de canto:

– Quem é você e o que fez com a minha irmã?

Ártemis sorri.


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Notas finais do capítulo

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