A História não contada de Apolo e Ártemis escrita por Biah


Capítulo 12
O Resgate - Parte 3 - No Território do Inimigo


Notas iniciais do capítulo

Demorei, né? Sorry. Faz muito tempo que não agradeço meus leitores lindos (amo vcs). Obrigada a quem favorita / comenta / está acompanhando a fic e principalmente os lindos que comentam!!!
P. S.: Tem uma versão da mitologia que Ares é só filho de Hera, okay? Para não soar estranho a leitura... Enfim, aproveitem e comentem, por favor!
— Beijos de uma Caçadora - Biah



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Hera desce as escadas até o calabouço do Olimpo cantarolando despreocupadamente. Não é nem um pouco agradável, mas ainda sim não é nada comparado ao Tártaro. As paredes são feitas de rochas que estão sempre meio úmidas, já que a luz do sol mal chega ali. O vestido branco típico das Olimpianas, as sandálias douradas e o longo cabelo castanho-claro lhe caindo lindamente pelas costas. Tudo estaria perfeito, se não fosse por um detalhe minúsculo: o esmalte preto em suas unhas. Hera jamais usaria uma cor tão chamativa. Não é Hera, é Hécate, e ela está indo ver sua nova prisioneira.

No meio do caminho até a cela de Afrodite, ela retorna à sua verdadeira aparência: Uma mulher com cabelo cor vermelho-sangue, olhos negros e profundos e lábios finos e exageradamente vinhos. O vestido e as sandálias típicos das Olimpianas são substituídos por um vestido preto com uma longa cauda e botas curtas de salto-agulha que só vão até o calcanhar. Também tem uma tatuagem no pulso direito do símbolo do Templo, o que significa que Hécate já fez parte da Ordem dos Caçadores. Assim como Nyx, Hécate possui a postura respeitável de uma líder; no entanto, uma líder revolucionária.

Seus passos ecoam pelo ambiente, se misturando somente com os gritos de Ares e o choro abafado de Afrodite. Hécate anda até a última porta à sua esquerda e abre a porta. A visão de uma garota inocente acorrentada, suja e chorando a faz gargalhar maldosamente. Entra na cela sorrindo pelo sofrimento de Afrodite, que se encolhe contra a parede de pedras, com medo. Hécate começa a andar de um lado para o outro, com os olhos fixos na garota, como um gavião observando sua presa. Após alguns minutos, Hécate para e diz, olhando Afrodite com desprezo:

– Você não se parece nem um pouco com Zeus.

– E-Eu deveria me parecer com Zeus? - pergunta Afrodite.

– Alguns de vocês se parecem mais com ele fisicamente, outros, psicologicamente. Mas você... É a única das filhas de Zeus que não se parece com ele em absolutamente nada.

– Não sou filha de Zeus. - Hécate sorri e aponta para a garota:

– Mas a criança que está em teu ventre é neta de Zeus, não é? – Afrodite arregala os olhos, leva a mão ao ventre e olha para a bruxa, que sorri ainda mais – Se não me responder neste instante, a criança que você nem sequer sabia da existência até agora não chegará a ver a luz do dia. – Afrodite funga, coloca uma mecha rebelde de seu cabelo atrás da orelha e diz:

– Acho que não. Ares não é filho de Zeus, só de Hera. – O sorriso de Hécate desaparece e ela volta a andar de um lado para o outro. Depois, diz, gesticulando sem parar:

– Bom, já que nem você nem essa criança não têm qualquer tipo de ligação com Zeus, vou ter que tomar algumas providências...

– Que tipo de providências? – pergunta Afrodite, receosa.

– Bem... Digamos que agora tu se tornaste um item desnecessário e extremamente dispensável no meu plano, menina.

– O que vai fazer? – sussurra a garota.

– Ora essa, pensei que fosse óbvio... – Hécate sorri novamente – Afinal, agora sua existência já não é útil para mim, então... Eu terei que matá-la. – Afrodite a encara sem chorar nem soluçar. Hécate continua – No entanto, sei que és imortal, então te tornarei mortal primeiro, sim?

[...]

– “Ártemis, Anya, Chrys, Gabriel e o incrível Fred chegam ao Olimpo e se movem silenciosamente no meio da noite quando, de repente, são atacados por um grupo de ninjas-lagarto com espadas e...”

– Cala a boca, Fred! – sussurra Anya.

– Por que foi mesmo que a gente pegou ele? – sussurra Chrys para Ártemis.

– Ele estava amarrado a uma árvore na floresta, lembra?

– Eu falei pra gente deixar ele lá, não falei? – diz Gabriel.

– Eu disse que o Ed seria mais útil, mas NINGUÉM me ouviu. - diz Anya, cerrando os olhos para Artie.

– O que você queria que eu fizesse? Que eu deixasse o menino na floresta, sozinho? – diz Artie.

– SIM! – respondem Gabriel e Anya em uníssono.

– Eu jamais faria uma coisa dessas. – defende Artie – Além do mais, se coloquem no lugar dele. Vocês gostariam que...

– Quietos! – interrompe Chrys – Estamos quase chegando. Artie, tem certeza de que é por aqui?

– Tenho. É logo depois do palácio da Hera. Tem uma entrada por fora do palácio de Zeus.

– Como você sabe disso? – pergunta Gabriel.

– Hermes me trouxe aqui uma vez e me contou muito sobre passagens secretas. Sabe, porque ele é um mensageiro e etcétera...

– Hermes, o mensageiro dos deuses e deus dos viajantes? – pergunta Fred.

– É – diz Ártemis, fazendo careta – Mas acho que ele não chega a ser um deus.

– Mas eu pensei que todos vocês fossem deuses. – diz Fred – Hermes é o mensageiro dos deuses, deus dos ladrões e dos viajantes; Ares é o deus da guerra e da carnificina; Dionísio é o deus do vinho e dos banquetes; Atena é a deusa da sabedoria, da estratégia de batalha e da guerra; Hefesto é o deus do fogo e da metalurgia; Afrodite é a deusa da beleza e do amor; Apolo é o deus do sol, da música, da medicina, da profecia e das artes; e você é a deusa da lua e da caça, Ártemis. – Ártemis arregala os olhos e suas bochechas ficam ruborizadas:

– O quê? – Chrys segura o braço de Artie:

– Isso é uma conversa para outra hora. Vamos continuar, está bem? – Artie assente e eles continuam andando até os fundos do palácio de Zeus. Chegando lá, Ártemis abre uma espécie de passagem secreta no canto da parede, e os cinco entram. Está muito escuro, então eles vão tateando as paredes de rochas úmidas até encontrarem um feixe tênue de luz. Ouvem passos e Chrys pega sua arma, fazendo sinal para que o restante fique ali. Anya já fica com a mão no chicote, Gabriel puxa sua espada e Ártemis deixa uma flecha pronta depois de entregar uma adaga para Fred.

– Não vou fazer parte disso. - eles ouvem uma voz feminina sussurrar – Nunca concordei com Hécate, e não é agora que irei fazê-lo.

– Por favor, pelo menos finja. – sussurra uma voz masculina – Não quero que se machuque, e, se Hécate descobrir que você não apóia o plano dela, ela vai te matar.

– Ela vai matar o meu pai, Res! Não posso simplesmente ficar sentada assistindo!

– Hebe, por favor. Se qualquer outro soldado te flagrasse escrevendo isto... – “Hebe?”; pensa Ártemis, abaixando o arco e segurando o braço de Chrys. Ele a puxa para si e sussurra em seu ouvido:

– O que foi? – Ártemis se aproxima e sussurra:

– Espere. Acho que conheço essa voz. - A voz feminina continua:

– Eu precisava avisar alguém! Os Olimpianos estão desaparecidos e Zeus nunca acreditaria em mim se eu contasse. Além do mais, Hera não desgruda daquele novo bichinho dela...

– Eu já te disse que o nome dela é Circe. – Chrys e Artie se entreolham com desdém. Ártemis leva o dedo indicador ao lábio para pedir que Chrys fique em silêncio. Ele assente e ela caminha lentamente até as vozes. Ela vai até uma parte com a luz um pouco mais forte em silêncio e espera que Hebe note sua presença.

– Ártemis! – grita Hebe, e o soldado de frente para ela gira e mira com a arma na cabeça de Art, que levanta as mãos em sinal de paz. Hebe segura o braço estendido do soldado – Não, Res, está tudo bem. Ártemis é minha irmã. – o garoto abaixa a arma com os olhos fixos em Artie, que acena com a cabeça e sorri com uma expressão de “Está tudo bem. Não sou uma ameaça apesar desse arco enorme nas minhas costas”. Ártemis caminha despreocupadamente e abraça Hebe, ignorando a existência daquele que há pouco mirou em sua cabeça. Hebe é loira assim como Zeus era antes do grisalho, e possui os mesmos olhos levemente esverdeados de Hera; seu cabelo mediano cacheado, seu sorriso marcante e sua autoestima sempre positiva a tornam digna da palavra deusa. Porém, hoje Hebe também está preocupada com Zeus. Poucos Olimpianos ficaram no Olimpo, e a maioria deles fora levada para o Templo para treinamento e segurança.

– Ártemis, o que você está fazendo aqui?

– Vim buscar Ares e Afrodite. Hécate os seqüestrou e os prendeu, tenho certeza. E ela não sai de perto de Zeus...

– Ártemis, Hécate não está aqui. – Art respira fundo. É claro que Hebe não sabe sobre a magia. Ela diz:

– Hera está? – Hebe balança a cabeça positivamente. Artie recua alguns passos e chama – Chrys. Anya. Gabriel. Podem vir. Não há nenhum deles aqui. – O restante do grupo sai da sombra e Fred se queixa:

– Você se esqueceu de mim. – Ártemis os apresenta:

– Pessoal, essa é a minha irmã, Hebe. Hebe, estes são Chrys, Anya, Gabriel e Fred, meus amigos que vieram me ajudar.

– Este é o Res. – diz Hebe, acenando com a cabeça na direção do soldado, fazendo seus cachos esvoaçarem um pouco.

– Estamos perdendo tempo. – interrompe Gabriel. – Onde fica o calabouço?

– Fica na ala norte. – diz Res - Posso levar vocês lá, se quiserem. Mas sejam discretos. Não queremos chamar a atenção dos outros soldados. Principalmente para essa passagem secreta aqui da ala sul.

– Por que vai nos ajudar? – pergunta Anya. Res fixa seus olhos em Hebe por um momento e depois diz:

– Tenho meus motivos. – Ele sorri para Hebe. “Ela é o motivo”, pensa Anya. - Agora, vamos. – Res e Chrys vão na frente, seguidos por Ártemis, Anya, Hebe, Fred e Gabriel. São extremamente cautelosos até chegarem à ala norte. Se eles acham que a ala sul é horrível, a ala norte é bem pior. As rochas são encobertas por uma mistura de gosma e a umidade chega a dar náuseas pois a ala fede a cadáver podre misturado com mofo e sangue. Vez ou outra eles encontram um corpo podre no chão, um crânio deteriorado e principalmente animais que com certeza deveriam estar no esgoto. Fred já está quase vomitando quando eles chegam à porta para o calabouço. Eles conseguem ouvir uma voz grave gritando ao longe com uma fúria incontrolável que, se libertada, é capaz de devastar reinos inteiros. Ares. Res pega uma chave e abre a porta, já avisando:

– Sejam rápidos. Só temos cinco minutos. – Eles entram no calabouço e começam a abrir as portinholas das portas, procurando por Afrodite. Fred abre uma portinhola e diz:

– Ô gente, tem uma menina chorando aqui... – Art corre e espia para dentro da cela. É Afrodite.

– Ela está aqui. – avisa Art. Res pega um molho de chaves enorme e vai testando, uma a uma, até que Ártemis perde a paciência e o empurra de lado – Com licença. – Ela coloca a mão levemente sobre a porta e suavemente a empurra. Todos ficam boquiabertos: Ártemis nem usou muita força e a porta foi parar com um estrondo enorme na parede, e agora está no chão partida ao meio. Ela vira a cabeça e vê todos embasbacados. Ela dá de ombros – Olimpianos tem uma força sobrenatural. Podemos usá-la quando quisermos. – Ela olha para dentro e vê Afrodite. Ouvem passos extremamente organizados indo até eles. “Os soldados de Hécate”, pensa Art, depois volta-se para eles:

– Ajudem-na e vão embora daqui. Eu vou procurar o Ares. – Ela sai pelo corredor na direção da voz. Abre algumas portinholas, porém só encontra cadáveres acorrentados dentro das celas. “Então é por isso que fede tanto”, pensa Art. Ela ouve mais um grito e abre a portinhola da 666. Para sua surpresa, é a única cela que na realidade é uma sala de tortura. E Ares está lá dentro. Quando vai colocar a mão na porta, uma bala rápida vinda da esquerda a faz afastar a mão, e acaba fincada na parede. Ártemis não ouviu a arma disparar, e recua alguns passos da porta. Ela gira a cabeça lentamente para a esquerda, e arregala os olhos com o que vê: Leto está com as roupas de Caçadora, parada a menos de quinze metros apontando uma arma com um silenciador para Art. Leto diz:

– Afaste-se imediatamente dessa porta e venha comigo, Ártemis. – Artie nega com a cabeça e dá um passo em direção à porta, e Leto atira a poucos milímetros de seu pé. – Eu disse para vir comigo. – Ártemis olha para Leto e vê que ela segura a arma com as duas mãos, e que ambas estão trêmulas. Leto abaixa a arma, franze o cenho e usa um tom mais íntimo e suave, um tom de mãe. – Filha, por favor, não faça isso. Só venha comigo e iremos embora daqui. Não quero ter que machucar você. – Surgem lágrimas nos olhos claros de Leto. As duas sabem o que um Caçador é capaz de fazer com uma arma. Foram treinados para matar. Ártemis fala, um tom mais alto que um sussurro:

– Mãe, por favor. Eu preciso salvar o Ares. Eles acharão um jeito de matá-lo. E depois, vão matar todos nós. Por favor, mãe. – As mãos de Leto começam a tremer mais e as lágrimas rolam por seu rosto pálido. Ártemis corre e para bem ao lado da porta da 666.

– Ártemis. – clama Leto, com a voz vacilante e cada vez mais lágrimas rolam por suas bochechas. Ela levanta a arma e mira no coração de Ártemis. Artie sorri para tranqüilizar Leto e diz, com uma voz firme:

– Sinto muito, mãe. Eu te amo. – Ártemis empurra a porta, que vai parar na parede. Em questão de segundos, Leto mira e atira. Ártemis fecha os olhos e cai no chão. A última coisa que ouve é o estrondo da porta e sorri, não se importando com mais nada. Então, fica tudo escuro.


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Notas finais do capítulo

Estranho brega, confuso, tonto? Ou ficou legal? P.S.: Também amo quem xinga nos reviews, okay? Perguntinha: Qual o personagem mais legal da fic até agora? Por favor, comentem!
— Beijos e até o próximo capítulo!



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