A História não contada de Apolo e Ártemis escrita por Biah


Capítulo 11
O Resgate- Parte 2 - A Partida


Notas iniciais do capítulo

Eu realmente gostaria MUITO de saber a opinião de vocês sobre a fic. Quase parei de postar aqui no Nyah, guys.



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A noite calma paira sobre os reinos. Nenhum sinal de guerras, os guerreiros guardam suas armas. Todos, menos eles. Os jovens cuja rebeldia faz romper o silêncio de uma noite de paz. O tinir de suas espadas assombra os velhos sábios, aqueles que os jovens rebeldes chamam de tolos. Rebeldes, jovens rebeldes com coragem, que se recusam a ouvir os velhos tolos.

E lá estão os jovens rebeldes: No telhado de um prédio, encontram-se um menino ruivo e uma garota morena mais velha que ele, ambos empunhando bravamente grandes espadas. A alguns metros do garoto ruivo com as asas encolhidas atrás das costas há duas meninas da mesma idade dele, uma loira e outra morena, a loira com um chicote enrolado preso no cinto e a morena com uma aljava de flechas e um arco prateado com adornos em cristal nas costas. A mais velha é Eliza, o garoto ruivo de asas encolhidas é Gabriel, a menina loira do chicote enrolado é Anya e a menina morena do arco de prata e cristal é Ártemis.

Eliza ergue a espada e, com um movimento rápido, faz um corte na clavícula de Gabriel, que continua segurando sua espada firmemente. Ele gira e corta a coxa de Eliza, que logo depois faz um corte profundo no tórax dele. Gabriel arfa, porém continua em pé e corta a outra coxa de Eliza. Esta cambaleia um pouco para trás e ergue a espada novamente. Suas pernas já estão bambas; mais um corte e ela cai no chão. Mas há algo errado. Eliza já pode ser derrotada, mas Gabriel para de atacar. A respiração dele acelera. Ártemis vê gotas de sangue aos pés de Gabriel. Ela puxa Anya e sussurra:

– Anya, acho que ele não vai conseguir.- Anya fica preocupada e olha para o ruivo, que está de costas para ela e Art:

– Gabe, tudo bem?- Ele se encolhe e solta um gemido alto de dor- Gabe?- Gabe coloca a mão no tórax, por cima do corte, e tenta desacelerar sua respiração. Enquanto Anya presta atenção em Gabriel, Ártemis mantém os olhos fixos em Eliza, que fica quieta e pega algo da parte de trás de seu cinto. Não demora muito e Artie vê o brilho lustroso de metal preto. Uma arma. Sem hesitar, ela pega uma de suas facas e arremessa em direção à Eliza; a faca atravessa o joelho. Eliza solta a arma, grita de dor e cai no chão. Ártemis corre em direção à arma, mas Eliza a agarra e mira na cabeça de Ártemis logo em seguida.

– Ártemis!- grita uma voz desesperada. Artie para de correr na mesma hora e arregala os olhos: se lembra de que não é imortal. Eliza dá um meio sorriso e, quando vai disparar, um raio verde cai ao seu lado, jogando-a para longe de Ártemis. A garota fica paralisada. Bastava mais um passo e já estaria morta. E de que tudo isso adiantaria? Se não fosse o raio verde... "Chrys!"; pensa ela. Ouve um chiado alto e olha para trás:

– Nail!- Chrys está ao lado de seu grifo, furioso. Desta vez não usa sua jaqueta de couro preta característica, e sim um casaco preto de couro que fica meio justo, uma camiseta verde-escura e coturnos por cima da calça jeans preta com um cinto específico para guardar armas. Ele caminha até Art, e segura seu braço com força:

– VOCÊ ESTÁ TENTANDO SE MATAR? QUE IDEIA FOI ESSA? SE QUISER MORRER, É SÓ ME AVISAR E EU MESMO DOU UM JEITO NISSO!- Ela se encolhe, abaixa a cabeça e diz baixinho:

– N-Não é nada disso... Eu só pensei que podia...

– NUNCA SE APROXIME QUANDO O INIMIGO ESTIVER SEGURANDO UMA ARMA! NUNCA!

– E-Eu sei, me desculpe. I-Isso não vai se repetir.- Ele solta bruscamente seu braço, lhe dá as costas e volta para o lado de Nail. Ártemis corre até ele e toca seu ombro- Chrys.- Ele se vira, ainda furioso:

– O QUÊ?- Ela responde normalmente, deixando todo o medo e nervosismo de lado:

– Obrigada.- E sorri. Ele fecha os olhos, respira fundo e passa a mão pelo cabelo, deixando-o ainda mais desarrumado que de costume; depois, volta-se para ela, já mais calmo:

– De nada. Mas por favor, nunca mais me assuste assim.- Ela assente e vai em direção à Gabriel, que deitou no chão e Anya ficou ao seu lado.

– Gabe, como se sente?

– Parece que eu levei uma surra num bar e o cara tinha uma faca meio grande.

– Ele está sangrando muito.- diz Anya- Precisa ir pra enfermaria. Mas, se formos pegos, já era.

– Eu consigo nos teletransportar. Posso nos levar lá sem problemas.

– Ótimo. Pelo menos você serve pra alguma coisa. Quero dizer, além de tentar se matar e tudo mais.- diz Gabriel.- Ninguém seria louco de fazer o que você fez.

– Se eu não tivesse feito aquilo, você que estaria na mira.- Silêncio. Depois de alguns segundos, Gabe diz:

– Você se arrisca por pessoas que nem conhece direito.

– Me arrisco pelas pessoas nas quais confio.

– Confiança se conquista. No nosso caso, você entregou sua confiança de mão beijada só para fazermos o que você quer.- Ártemis perde a paciência e diz, praticamente encostando o indicador no nariz de Gabriel:

– Escuta aqui, seu sacana, nesses últimos dias a minha vida virou de cabeça pra baixo. Meu pai pode ser morto a qualquer momento, minha mãe não sai daquela Sala de Reuniões, além de descobrir que eu era imortal, descobri que perdi minha imortalidade quando aquele raio me atingiu, e que, por coincidência, fui eu que conjurei ele. Enfrentei uma bruxa assassina, meu irmão não fala direito comigo desde que soube que me tornei mortal, Hefesto está dopado no quarto dele, Ares praticamente se entregou para Hécate e Afrodite foi seqüestrada. Eles devem estar sendo torturados repetidas e repetidas vezes, a partir do momento que pisaram no Olimpo. Tenho uma chance de salvá-los e não vou desperdiçá-la. Então, não venha me dizer em quem confiar porque, todas as vezes que eu pedi, Anya e Chrys nunca negaram ajuda.- Gabriel dá um riso curto- Qual é a graça?

– É que, em todos esses anos, nunca conheci ninguém além do Chrys que me enfrentasse desse jeito. Vocês dois são muito parecidos, sabia?- Depois de alguns segundos de reflexão sobre a atitude de todos daquele grupo (ou trio, como diz Anya), Ártemis sorri e balança a cabeça:

– Vocês são todos uns loucos.

– Bem-vinda aos Sombra.- diz Anya. Artie pega a mão de Anya e a mão de Gabriel:

– Vamos sair daqui.- E teletransporta os três para um quarto da enfermaria. Anya corre e fecha as cortinas, enquanto Gabriel deita na cama e Ártemis abre as gavetas, procurando esparadrapos, agulhas, linha e anestesia. Anya abre uma fresta da cortina para ver se não tem ninguém vindo. Art pega uma seringa e um pequeno frasco com anestesia. Coloca o líquido na seringa e diz, séria:

– Gabriel, você vai ter que tirar a camiseta.- Ele fica vermelho de vergonha, quase tão vermelho quanto o esmalte de Anya:

– O quê?

– Ah, que se dane!- diz Anya, e logo depois caminha até Art- Me dá isso aqui.- Ela toma a seringa das mãos de Ártemis- Artie, vai ver se não tem ninguém vindo.- Ela vai onde Anya estava e abre uma fresta da cortina- Gabriel, tira essa camiseta agora! Estamos ficando sem tempo!- Ele obedece e tira a camiseta com dificuldade, depois fica bem mais vermelho que antes. Anya é rápida. Injeta a anestasia, espera alguns segundos e já começa a dar pontos. Suas mãos são habilidosas e de uma precisão incrível.

Assim que termina, pega alguns algodões especiais (bem maiores e rigidamente esterelizados que um normal), um líquido levemente amarelo e molha um algodão com ele. Começa a limpar o sangue ao redor dos pontos e, quando termina, nem parece que havia sangue ali. Coloca um pouco do líquido nos esparadrapos e os prende firmemente por cima dos pontos. Ártemis volta sua atenção para dentro do quarto. Gabriel levanta e se move normalmente, como se nada tivesse acontecido. Anya coloca a camiseta de Gabe em cima da cama e joga um pouco daquele líquido nela. As manchas de sangue que estavam nela desaparecem e Anya entrega a camiseta para Gabe.

– É uma fórmula que estamos desenvolvendo.- Explica ela para Ártemis- Funciona muito bem para limpar sangue de QUALQUER suprefície sem danificá-la.- Ártemis assente e os leva de volta ao telhado. Chrys está de braços cruzados, entre Nail e um pégaso negro de asas enormes. Ártemis se aproxima e começa a acariciar o pégaso. Chrys sorri para ela, já recuperado da bronca que deu em Ártemis há pouco tempo:

– Então, você vai com a Darken?- Ela nega com a cabeça, retirando as mãos de Darken, e explica:

– Se eu for sozinha, sou capaz de entrar em pânico em pleno vôo... Posso ir com você?- Chrys sorri e faz uma cara de surpreso:

– Então, você prefere a MINHA COMPANHIA, Ártemis?- Ela dá de ombros:

– Acho que também prefiro grifos à pégasos.- E sorri. Chrys monta em Nail primeiro e estende a mão para Ártemis. Anya sobe em Darken e Gabriel abre suas enormes asas. Um milhão de pensamentos ocupam sua mente. A maioria deles pensando no quanto isso é errado e no quanto ela devia ficar com Apolo para contribuir apenas no plano. Finalmente, ela se volta para Chrys e, quando vai segurar sua mão, ele a afasta e diz:

– Ainda dá tempo de desistir. Depois não tem volta.- Ela sorri ainda mais:

– Eu sei.- E pega a mão de Chrys. E assim desaparecem na noite quatro jovens Caçadores, um pégaso e um grifo.

[...]

Eliza abre a porta da Sala de Reuniões tremendo. Ela está suada, com as roupas rasgadas e sangrando muito. A Ordem dos Caçadores está lá, assim como Leto e Hera. Imediatamente, todas as atenções se voltam à Eliza. Mal ela entra na sala em seu estado lastimável, cai no chão e começa a gemer de dor. Nyx e Leto correm em sua direção e Nyx ajoelha ao seu lado:

– Eliza, o que houve? Hécate conseguiu nos atacar mais uma vez?- Eliza agarra a blusa de Nyx, aproxima seu rosto, e começa a gritar:

– FOMOS TRAÍDOS! REBELDES! MALDITOS REBELDES!- Nyx segura seus ombros e diz:

– Quem são os rebeldes? Quem fez isso com você?

– EU ESTAVA LÁ SOMENTE TENTANDO AJUDAR, NYX! EU DISSE A ELES QUE NÃO DEVIAM IR AO OLIMPO! EU DISSE A ELES! E ELES, O QUE FIZERAM? OLHE PARA MIM! MINHAS PERNAS! ARGH!- E deita no chão se contorcendo. Nyx pensa um pouco e pergunta:

– Quem é o líder dos traidores?- Eliza ergue a mão trêmula e aponta para Leto:

– ELA... A FILHA DELA!- E finge um desmaio. Nyx chama alguns guardas e diz para levarem Eliza à enfermaria. Leto está atônita, sem saber o que dizer.

– Ártemis... O que você fez?...- sussurra Leto. Sente uma mão tocar seu ombro e se vira. É Hera.

– Ela vai ficar bem, Leto.- diz Hera. Leto assente e Hera volta a se sentar. Ninguém ali acredita. A pequena Ártemis, que todos eles conhecem desde bebê, a líder dos traidores? Aquela Ártemis, sempre boa, gentil e carinhosa com todos que conhece... Uma ameaça? Desta vez, até mesmo Nyx fica sem palavras, então cabe a Zeth dizer:

– Todos aqui conhecem o protocolo. Todas as ameaças devem ser eliminadas.

– Mas... Ela é só uma criança. Não sabe o que faz!- defende Darius. Zeth insiste, com a voz firme:

– O protocolo é muito claro. Ele diz que TODAS as ameaças devem ser eliminadas. E se Ártemis é a líder dos traidores, ela com certeza é uma ameaça.- Todos naquela mesa protestam, exceto Leto, que continua atônita, com os olhos marejados.

– Eu acho que o protocolo está errado.- diz uma voz feminina. Todas as atenções se voltam à menina de cabelos loiros e olhos azuis com uma armadura de guerra e um elmo nas mãos que está na porta. Atena.- Acho que vocês deveriam reconsiderar e repensar o protocolo.

– Essa é a lei, mocinha.- insiste Zeth. Atena para e pensa um pouco. Depois, diz:

– Eu quero um julgamento para Ártemis.

– O quê?- diz Zeth.

– Quero um julgamento para Ártemis.- repete ela- Se ela é a líder dos traidores, quero ouvir isso dela. As opiniões dos outros não me interessam.- Todos param e pensam.

– É justo.- diz Kedros. Todos concordam e Nyx diz:

– Aqueles que concordam em fazermos um julgamento para Ártemis,levantem a mão.- Todos levantam a mão, exceto Zeth. Nyx sorri e se vira para Atena:

– Diga à todos para prepararem tudo. Assim que trouxermos Ártemis de volta, teremos um julgamento.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Por favor, comentem!



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