Chegando em Forks - nem me dei ao trabalho de parar em Seattle - Fui para a mansão.
Entrei na garagem e ao sair do carro uma voz amorosa e familiar me acolheu:
 - Ness!
 - Tia Rose! - e corri em sua direção e a abracei apertado - Que saudade!
 - Eu também filha. - ela sempre me chamou assim - Que carro lindo!
 - Obrigado! É meu presente de aniversário.
 - E cadê seus pais?
 - Hm...Eles devem chegar em Seattle em, uns dez minutos.
 - Então é melhor alguém ir buscá-los! Emmett!
 - Sim querida?- disse ao entrar na garagem. - E aí baixinha? Nossa você cresceu!-disse enquanto me dava um abraço de urso.
 - Você pode me soltar? Não estou conseguindo respirar direito!
 - Oh, me desculpa querida. As vezes me esqueço que você é "frágil"!- me disse rindo, na tentativa de zombar de mim.
 - Vamos discutir isso lá fora, e veremos quem é frágil!- disse numa tentativa de arranjar uma luta de qualidade. Nos meus treianmentos, minhamãe não lutava comigo, e meu pai pegava muito leve.
 - Vocês não vão brigar agora! Interrompeu minha tia quando Emmett estava a ponto de aceitar minha proposta - Vocês terão tempo pra isso depois. Emmett, temos que ir buscar Edward e Bella - completou ao ver que tio Em estava pra resmungar. - Querida, queria mesmo ficar aqui pra conversarmos, mas seus pais não podem ficar lá esperando.
 - É melhor irmos logo então. Eu sei por experiencia própria que não é bom deixar o Edward esperando. - Disse tio Emmett rindo - E eu não quero enfrentar sua mãe brava... Ela sabe ser o cão!
 Ri pra caramba me lembrado de uma vez que minha mãe quase picou e matou Emmett por causa que ele me venceu numa luta - justa devo dizer -  e eu acavei me machucando...
 - Pega o Jipe que eu levo o Volvo, Emmett.
 - Você não quer levar sua BMW?
 - Quero, mas eu não vou deixar você dirigir meu carro!
 - Então leva você, e eu levo o Volvo.
 - Você quer morrer? Edward provavelmente vai te picare esconder os pedaços se você encostar no carro dele!
 - É...-respondeu tio Em, meio cabisbaixo - Você tá certa.
 - Como sempre - se gabou tia Rose - Nos vemos em meia hora, querida!
 - Certo.
 Eles saíram em seguida. Entrei na casa e fui recebida por Carlisle, que estava parado no alto da escada:
 - Olá querida! - Disse enquanto em um segundo já estava ao meu lado me dando um abraço forte, mas não como o de Emmett, e era muito amavel. - Tudo bem?
 - Tudo vô! Eu preciso repetir o que disse a Rose?
 - Claro que não Ness! - ouvi uma voz que mais parecia um soar de sininhos brilhantes
 - Oi tia! - Alice estava no alto da escada, e a sua direita, Jasper segurava sua mão. Atrás deles, estava Esme - Oi tio! Oi vó!
 - Olá minha querida! - me disse Esme, enquanto Jazz me deu um aceno de cabeça.
 - Tudo bem com vocês? Perguntei enquanto eles em um momento estavam ao nosso lado.
 - Tudo querida. E você? -perguntou  Alice.
 - Acho que você já sabe.
 - Você tem razão. Mas eles não sabem.
 Nesse momento ouvi a porta ser aberta, mas como estava de costas, não vi quem entrava. Mas nem precisava ver para saber quem era. Eu pude sentir sua presença, pude ouvir sua respiração, seu coração grande e forte, e seu cheiro...Ah que cheiro maravilhoso! Tinha uma mistura de amadeirado com algo que não consigo definir. Sua voz rouca irrompendo sala a dentro, foi só mais uma confirmação:
 - Deixem a menina respirar!
 - Jake!- e me soltei de minha família e corri para abraça-lo - Que saudades!
 - Eu também, minha pequena Nessie. - disse num tom cheio de amor e carinho, me dando um beijo na bochecha. Ele já havia me dado vários beijos nesses meus (quase) 6 anos, mas esse foi diferente(não sei porque) e tive um arrepio- Tudo bem por aqui?
 - Tudo. - quem respondeu foi Alice - E você cachorro? - Jake sempre era recebido sendo chamado de cachorro, por tia Rose, mas quando ela não estava, meu pai ou Alice tiravam sarro do apelido.
 - Também baixinha. Falando nisso, cade a loira psicopata? E o leitor de mentes e a Bella?
 - Tia Rose foi buscar meu pai e minha mãe.
 - Ah. Quer dizer que não chegaram ainda.
 - Eles vão chegar em 10 minutos - disse Alice
 - Mas como você pode prever o que vai acontecer, comigo e a Ness aqui?
 - Eu posso ver o futuro deles num raio de 15 metros longe de vocês com total clareza. Mais próximo que isso fica embaçado, e me dá dor de cabeça!
 - Ainda bem que eu te sirvo de remédio, né?
 - Pelo menos pra isso você serve, cachorro - respondeu ela num tom de brincadeira.
 - Eu quero saber as novidades, Nessie - me disse Jake.
 - Vamos nos sentar - propôs Carlisle
 - É uma boa idéia vô.
 A partir dai conversamos e contamos as novidades. Dez minutos depois(caramba, a Alice sempre acerta o horário!), meus pais, Rose e Emmett chegaram:
 - Bella! Disse Jacob assim que eles entraram, e indo na direção dela. Não sei o motivo, mas tive uma pontada de ciúmes com isso.
 - Oi Jake!-  ela respondeu enquanto o abraçava - Como estão as coisas?
 - Maravilhosas, Bella!
 - E aí cachorro? - disse meu pai brincando
 - E aí sangue-suga! Como foi a viagem?
 - Boa. - respondeu enquanto olhava pra minha mãe.
 - Novidades? - perguntou Jake
 - Talvez. Mas acho que a Nessie já contou tudo. - disse rindo.
 Mostrei a lingua pra ele, rindo.
 - E aí vira-lata? - disse Rosalie.
 - E aí psicopata?
 - Vou indo. Vem cá Nessie!
 Corri e a abracei. Ela me abraçou forte, como se nunca mais quisesse me soltar. No outro instante toda a família estava ao nosso lado nos abraçando e dando as boas vindas aos meus pais, assim como tinham feito comigo.
 - Ei! Eu e o Jake precisamos respirar, sabiam?! - quase gritei enquanto empurrava eles pra sair do meio deles.
 Rimos, e nos sentamos (de novo) no sofá e recomeçamos a contar as novidades. Rose reclamou várias vezes do cheiro de cachorro, mas o Jake nem ligava mais, já fazia 6 anos que ela fazia isso.
 De repente me lembrei de uma coisa, e me levantei puxando o Jake comigo:
 - Jake vem cá agora! - disse enquanto levava ele à garagem - Olha meu presente!
 - UAU!!! É realmente demais!
 - Sabia que você ia gostar, voce gostou mais do carro da minha mãe que ela mesma.
 - Ela não gosta de carros.
 Retornamos de mãos dadas para a sala. Tomei cuidado de não pensar em nada. Afinal, não queria que ele ouvisse meus pensamentos. Percebi que todos repararam que estavamos de mãos dadas. Meus avós, e tio Jasper fizeram de conta que não viram, tio Emmett ficou meo confuso, mas logo mostrou alegria, Alice, de inicio, pareceu brava(mas deve ter sido porque ela não podia ver de jeito nenhum eu e o Jake juntos), mas logo se animou.Minha mãe ficou brava, mas logo disfarçou, e meu pai e Rose ficaram [muito] bravos, mas meu pai soube disfarçar,mas soube que depois teríamos uma conversinha, e Rosepassou o resto da conversa lançando olhares de "solta-ela-ou-te-mato!" pra Jake. Tratei de não me importar com isso. Já sou bem grandinha, e posso ficar de mãos dadas com meu melhor amigo!
 Anoiteceu. Jake disse que precisava ir embora. O acompanhei até a borda da floresta. Ele me deu um abraço acompanhado de um beijo no rosto (esse bejo tinha mais amor e carinho que os outros, e, de novo, corei) e um "durma bem, nos vemos amanhã". Ele sevirou pra floresta, correndo, desaparecendo na escuridão. Ouvi seu coração acelerando para a transformação, suas (poucas) roupas explodindo e um baque surdo de quatro patas no chão. Ele sabia que eu ainda estava escutando, pois soltou um uivado, alto e cheio de alegria.
 - Também estou feliz por voltar. - falei baixinho. Ainda não sei se falei pra mim mesma, pra floresta ou pra ele. Voltei à mansão.
 - O que você acha de irmos ao chalé? perguntou minha mãe assim que entrei.
 - Hmm... Acho bom. Estou com saudade da minha cama.
 - Então vamos. disse meu pai, se aproximando e nos abraçando.
 Nos despedimos de todos na mansão, e fomos para o jardim. Meus pais correram alguns poucos passos e saltaram graciosamente sobre o rio. Percebi que me esperavam do outro lado.
 "Vão na frente. Já vou." Disse em pensamento à meu pai. Pude ouvir eles se afastando.
 Voltei uns 5 passos, me virei na direção do rio, e corri. A um passo do rio, pulei. Não, não, eu não pulei, eu voei. Caí tão longe, e aterrissei em posição de caça. No instante seguinte ao de minha aterrissagem,já estava de pé e correndo. Saí em disparada. Corri na máxima velocidade. Era muito boa a sensação de correr na floresta. Ainda mais porque essa floresta foi onde eu cresci. Eu morava aqui. Eu moro aqui. Essa é minha casa. E é muito bom correr em solo conhecido. Os alcancei já proximo ao chalé.
 - Você está tão rápida quanto eu -disse meu pai enquanto no aproximavamos do chalé
 - Valeu. -afinal, meu pai é o melhor corredor da familia
 - Vamos logo. -disse minha mãe, indo em direção à porta. Meu pai a abraçou enquanto abria a porta.
 - Incrível! - disse quando entramos. A casa estava exatamente como deixamos. E não havia uma um unico grão de poeira.
 - Esme deve ter vindo aqui limpar enquanto estavamos fora.- disse meu pai
 - Nossas malas estão aqui! - disse surpresa ao ve-las na entrada dos quartos
 - Emmett fez questão de traze-las quando chegamos.-informou meu pai. Tio Emmett é mesmo amor!
 - Ele é um amor de pessoa! - disse minha mãe
 - Vamos guardá-las - disse mau pai.
 Peguei as minhas e fui pro meu closet - quando fiz 2 anos, Alice fez questão de construír um closet só meu, e já que Esme adora uma reforma...
 - Caramba! - disse quando entrei. Alice com certeza passou por aqui! Minha cama de criança já não estava ali [afinal, eu já não cabia nela], e no lugar, uma cama de solteiro tamanho adulto, e era também  mais larga que uma normal. Elas pintaram meu quarto, de tons de roxo, com algumas estampas brancas, outras pretas [lindo!!!]. Entrei no closet. UAU! ALICE!!! Eu nem precisava ter trazido minhas malas. Ela já lotou meu closet [que por sinal é grande pra caramba] de roupas novas. Pelo cheiro tinha bastante cetim e seda [droga, ela sabe que eu não gosto], mas [graças aos céus] também tinha bastante jeans e algodão. Achei um local desocupado e esvaziei minhas malas. Há dois anos, isso aqui já era grande, mas ela conseguiu aumentar meu closet. Não sei porque. Já tinha roupas mais do que suficiente, e estou crescendo rápido. Nossa. Faz menos de uma hora e já estou morrenso de saudades de Jacob. Como eu queria poder bloquear meus pensamentos, sabe, é bom ter privacidade, e isso é impossivel com meu pai por perto,  ou basta alguém me tocar, e sabe o que estou pensando. Isso é realmente frustrante!
 É serio, eu to com sono. Saí da casa, e fui até os fundos, onde meus pais estavam, para lhes dar boa noite.
 - Lindo, não? - perguntou minha mãe quando me aproximei.
 - É.concordei. E não tinha como discordar. A paisagem era incrível. No fundo do chalé há um laguinho, e a alguns passos dele, a floresta. A lua cintilava no céu. Não era lua cheia, mas  estava lindo. Era incrivel como tudo se completava. A lua completava o lago. A escuridão completava a floresta. Meu pai completava minha mãe. E eu... bem... eu era completa com Jacob por perto. Meu melhor amigo.
 - O que você está pensando Nessie? - perguntou meu pai, com a voz numa mistura de curiosidade e incompreensão.
 - Ué? Você não é o leitor de mentes?
 - Você estava pensando em algo nesses segundos que esteve aqui? - perguntou, agora, parecia preoculpado
 - Estava pensando em como tudo aqui se completa. Porque?
 - Não consegui ouvir seus pensamentos - disse, sua voz baixa, e seus olhos tinham a expressão que tomavam quando ele entrava em uma de suas "reflexões".
 - Como assim? -perguntou minha mãe
 - Parece que ela não apenas pegou nosso poderes e os inverteu, mas também pegou o seu. Por exemplo agora, só ouço minha própria mente, aparentemente, você, Nessie, criou uma espécie de escudo, feito ao de sua mãe.
 - Uau! - dissemos, eu e minha mãe, juntas
 - Seria possível, Edward? Já que normalmente vampiros só tem um poder, e ela já nasceu com 2!
 - Mas ela não é uma vampira, não é mesmo?
 - Isso seria demais! - disse. Finalmente privacidade! "Pai, você pode me ouvir?" Ele continuou em silêncio, tomei isso por um não. - Qual foi o último pensamento meu que você ouviu?
 - Foi enquanto você estava no closet, e pensou em Jake, e depois não ouvi mais nada.- passamos um segundo em silêncio, pensando, até que ele mesmo quebrou o silêncio - Pensei que sua mãe tivesse posto o escudo dela ao seu redor. Pra te dar um pouco de privacidade. -completou, quando viu a expressão de minha mãe. É, realmente isso faz sentido. Minha mãe já tinha tentado me dar privacidade antes, mas ela nunca conseguiu manter o escudo mais que meia-hora. E não a culpo. Isso realmente exigia muito esforço dela.
 - Temos que falar pra Carlisle. - disse minha mãe
 - Mas amanhã. - disse logo, antes que eles resolvessem voltar pra mansão agora. - Estou cansada. Tenho que dormir.-justifiquei logo -  E vamos lá amanhã mesmo.
 - Certo.-disse meu pai.
 - Mas não se esqueça que amanhã é seu aniversário, hein? - [infelizmente] minha mãe me lembrou.
 - Fazer o que.-resmunguei. Um pensamento me fez rir - Mas não se esqueça que a festa também é sua, viu mãe?!
 Ela me olhou com uma cara de "pena/dor" e disse rindo:
 - Infelizmente, filha, Alice é incontrolável. Rimos, dei-lhes beijos de boa noite, e entrei pra me deitar. Não era nem 9 horas, e já estava morrendo de sono. Caramba, a viagem me cansou.
 Me deitei e fiquei pensando em como seria bom, se esse lapso de leitura de mentes de mau pai, fosse graças a um novo poder meu. Seria muito bom ter privacidade. E com esse pensamento, entrei no mundo dos sonhos, onde tudo é possível. Onde posso ter o que eu quiser, quem eu quiser...