Aprendendo a viver novamente escrita por Becka Nolasco


Capítulo 9
Culpa


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta com um novo capítulo.
Espero que gostem!
Boa leitura.



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Senti uma enorme confusão se formando dentro de mim. As lágrimas começavam a querer se formar nos meus olhos. Me levantei apressada e corri para o banheiro. Eu não queria que me vissem chorando. Entrei no banheiro e me tranquei na primeira cabine que vi. As lágrimas escorreram pelo meu rosto livremente.

— Droga! – resmunguei.

Eu estava me sentindo culpada. Mas pelo quê?

Me sentei no vaso sanitário e abracei meus joelhos. Fiquei um tempo ali chorando. Quando finalmente parei de chorar, levantei-me e assim que eu ia sair da cabine, escutei a porta do banheiro se abrindo.

— O que o Dylan ver naquela garota estupida? - reconheci aquela voz nojenta.

— É claro que não viu nada.

— Você acha?

— Claro! O que ele poderia ver nela? Essa Melanny é tão sem graça, ridícula e esquisita! – ela falava com tanto nojo de mim. – E além disso, o Dylan está super afim de você.

— É claro que ele está. Quem não ficaria afim de mim?

— Ninguém amiga. – as duas riram.

E então ouvi a porta do banheiro se fechar.

Uma lágrima correu pelo meu rosto e a limpei rapidamente. Eu havia jurado para mim mesma que nunca mais derramaria uma lágrima por garotas como a Amber.

Quando eu tive certeza de que não havia ninguém no banheiro, além de mim, saí da cabine e parei diante ao espelho. Fiquei uns minutos olhando o meu reflexo confuso. Lavei o meu rosto para tentar amenizar o estado deplorável em que ele se encontrava.

Uma coisa que eu nunca entendi: Sentimentos. Isso é simplesmente a coisa mais confusa e tola que existe. Não conseguia entender os meus sentimentos. Eu não estava me entendendo naquele momento.

Respirei fundo e sai do banheiro.

(...)

— Melanny, onde foi que você se meteu? – me virei e a Viollet estava atrás de mim - Você perdeu duas aulas.

Eu não queria contar o que tinha acontecido. Mas elaborar uma mentira ia ser pior.

— Eu estava sem cabeça para ir para aquelas aulas chatas!

— Mas eram as de literatura. – a Vi me olhava surpresa e confusa - É sua matéria predileta! - disse ela com aparente desconfiança.

— Nossa! – tentei fazer uma cara de desentendida. - Eu jurava que era aula de química.

A Vi fez uma de cara de que não tinha acreditado. Mas fiquei feliz por ela não ter feito mais perguntas.

Tudo dentro de mim estava confuso.

Amor.

Ódio.

Palavras que para mim sempre foram iguais. Sempre foram a mesma coisa. Eu nunca as entendi e agora muito menos as entendo.

(...)

Me sentei como de costume na cadeira ao lado da Vi. E por mais que eu tentasse prestar atenção naquela aula, meus pensamentos voavam. Eu não conseguia parar de me sentir culpada. Eu não parava de pensar no Alan (Para variar). Aquele beijo com o Dylan... Se não fosse pela surpresa e logo depois pela culpa, eu teria amado.

Em meio aos meus pensamentos, minhas confusões e culpa, eu ouvia o meu nome.

Melanny.

Fiquei um tempo sem perceber e sem me importar com o que estava acontecendo ao meu redor. Tudo estava simplesmente parado. E eu estava sozinha.

Novamente ouvi meu nome e, então percebi que era alguém me chamando.

— MELANNY JHONSON, PARA DE FINGIR QUE NÃO ESTÁ ME ESCUTANDO. – berrou a Vi no meu ouvido.

— O QUE É VIOLLET? – gritei.

Me arrependi de ter gritado.

Toda a sala olhava para nós duas, inclusive o professor.

Fomos expulsas da sala para “terminarmos nossa discussão no corredor”

— O que deu em você hoje Melanny? – perguntou a Vi.

Respirei fundo. – Não sei Viollet.

Ela me encarou por um tempo.

— Você não está bem!

Ela me puxou pelo braço. E me levou para o refeitório, que estava vazio.

— Pode falar o que está acontecendo.

Eu não sabia se devia contar. Sei que ela confia em mim, mas eu não sei se confio nela.

Procurei prováveis mentiras para contar, mas não consegui achar nenhuma.

Um dos meus piores problemas: Confiança.

O que eu poderia fazer naquele momento?

Se eu queria uma amiga de verdade, tinha que confiar nela.

— Ah Vi, estou tão confusa!

Ela riu. – Eu sei Mel.

Acho que a surpresa pelas palavras que ela disse, ficaram estampadas em meu rosto.

— Eu te conheço Mel! Você não é uma pessoa complicada. Você é confusa e, eu sei disso desde que te conheci.

Aquelas palavras foram reconfortantes de alguma forma.

Ri. E de uma forma inesperada e inconsciente, eu a abracei.

— O Dylan me beijou. - digo rapidamente.

A Vi me empurrou e me encarou.

— COMO ASSIM ELE TE BEIJOU? QUANDO? ONDE?

— Me beijando.

— E como isso aconteceu?

— Eu o encontrei na biblioteca e, pedi para ele me contar como foi a festa porque eu não me lembrava de nada, então ele disse que poderia resumir.

A Vi me interrompeu. – E aí...?

— O resumir dele foi me beijar.

— O Dylan é tão imprevisível! – disse a Vi com um sorriso. Concordei.

A Viollet fez questão que eu contasse os mínimos detalhes e, assim a conversa se prolongou. Eu contei também da confusão e da culpa que eu estava sentindo e, sem querer, contei sobre a minha choradeira no banheiro e da Amber e a amiguinha nojenta dela.

— Eu odeio a Amber! – a Vi fez uma cara de nojo. – Coitada! Acha que o Dylan está afim dela.

— Não tenho certeza de que ele esteja afim dela.

— É claro que ele não está! Ele está afim de você, não?

— Não.

— Fala sério Mel. É claro que ele está afim de você.

Nunca entendi os garotos. Para mim, só observá-los e ver qual os que mais me agradavam, já estava de bom tamanho.

Não disse mais nada para a Vi. O silêncio reinou entre nós duas.

(...)

Estava parada em frente ao colégio esperando meu pai, quando ouço uma voz familiar.

— Mel? – me virei.

— Oi Alan. - ele riu, mas a tristeza era visível em seu olhar.

— Eu não te vi mais depois daquela hora.

— É, você deixou eu e Viollet e saiu. - disse ele com um pouco de ressentimento.

— Desculpe. – suspirei. – Eu fui pensar um pouco na biblioteca.

— Eu sei.

O encarei. – Como assim você sabe?

— Eu fui atrás de você e te vi lá.

Nesse momento, percebi que, provavelmente, o Alan me viu com o Dylan.

— E por que não falou comigo?

— Você estava muito ocupada conversando com o Dylan.

— Ah! Eu estava perguntando uma coisa para ele.

Torci para que o Alan não tenha visto o beijo.

— Eu sei bem que você estava apenas PERGUNTANDO UMA COISA PARA ELE.

— V-v-você viu o Dylan m-m-e be-bei-jando? - gaguejei.

— Sim.

Foi aí que entendi a culpa que eu estava sentindo.


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Notas finais do capítulo

Eu amaria saber as opiniões críticas de vocês, então, não precisam ter medo de expor sua visão da história, tanto boa como ruim, lerei ela e procurarei sempre melhorar.
Até o próximo capítulo.



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