Aprendendo a viver novamente escrita por Becka Nolasco


Capítulo 4
Fazendo Amigos?


Notas iniciais do capítulo

Bem pessoal, aqui está mais um novo capítulo.
Espero que gostem!



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Eles me olharam sorrindo. Eu estava feliz sem saber qual o porquê de tal felicidade.
Antes que eu pudesse me levantar, eles me abraçaram como se eu fosse um ursinho de pelúcia muito fofo. Retribuí ao abraço. Depois levantamos e começamos a caminhar silenciosamente para dentro do colégio ou perderíamos a próxima aula.

Fui até o meu armário e, por incrível que pareça, os dois tinham o armário ao lado do meu, peguei o papel com os meus horários e vi que tinha aula de literatura. Me virei animada para o Alan que estava com os olhos me fitando. Sorri sem graça.

— Me desculpe por ter sido rude com você? 

— Não precisa pedir desculpas para mim... Eu te entendo Mel. - eu me espantei quando ele me chamou de Mel, já que só os meus pais me chamavam assim. Alan percebeu meu espanto e acrescentou. - Eu posso te chamar de Mel?

— Claro. Gosto que me chamem assim. - sorri.

Viollet entrou na conversa.

— Então é melhor irmos logo para a aula de literatura se não vamos nos atrasar.

Concordamos e começamos a andar como tartarugas. Assim que chegamos e entramos juntos, todos nos olharam espantados, como se fôssemos fantasmas os assombrando, rimos com tudo aquilo e sentamos juntos ignorando os olhares.

A professora entrou na sala. Ela era uma mulher ruiva, de pele branca e olhos cor de mel, que aparentava ser muito calma e paciente. Ela começou a dar a aula sobre o livro Onde as Árvores Cantam (eu amo esse livro!) e, todos da sala tinham que fazer um resenha do livro. A minha deu uma folha inteira (e olha que eu não escrevi tudo o que eu queria). Quando terminei e entreguei a professora, ela leu e depois me olhou admirada, boquiaberta.
A aula acabou uma hora depois. Eu estava saindo, quando a professora me chamou.

— Melanny Jhonson, certo?

— Sim.

— Pelo visto você gosta de ler, não é mesmo?

Abri um sorriso sonhador.  - Sou apaixonada por livros! - ela riu.

— Parece que nos daremos muito bem.

— Sim.

Saí da sala e vi Alan me esperando junto com Viollet. Fui em direção a eles.

— O que a Senhorita Evans disse? - perguntou a Viollet.

— Perguntou se eu era Melanny Jhonson, aluna nova e se gostava de livros.

Ela não perguntou mais nada.

Cada qual foi para um lado após combinarmos de nos encontramos em nossos armários mais tarde.

~Algumas horas depois~

Estávamos no local combinado. Guardamos nosso material e fomos para a saída.

Eu tinha que esperar pelo meu pai.
Olhei para a Viollet e o Alan... Nunca imaginei que iria fazer amigos em New York e, nem que seria no meu primeiro dia de aula. A muito tempo eu não conversava com pessoas além da minha mãe e, jamais tive amigos.
Eles me encaravam, como se esperasse algo de mim, comecei a rir.
— Bem, eu vou ter que esperar meu pai vir me busca, então, até amanhã.
— Até Melanny. - disse a Viollet sorridente.
O Alan se aproximou de mim, me abraçou muito forte com aqueles braços malhados e sussurrou no meu ouvido:
— A melhor coisa que aconteceu na minha vida foi te conhecer hoje!
E antes de parar de me abraçar deu um beijo na minha "bochecha" (quase beijou minha boca, me deixando, realmente, bastante vermelha!), depois disse no tom de voz normal que desse para a Viollet ouvir (ela nos olhava curiosa). –Te vejo amanhã Mel.
Eles se afastavam indo na mesma direção quando subitamente pararam e voltaram.
— Qual é o número do seu celular? - perguntam juntos.
— Me dê o celular de vocês e eu salvo meu número.
Alan me entregou primeiro o celular dele, peguei e digitei meu número e salvei como Mel, devolvi o celular de volta para ele (tentando não dá um sorrisinho indiscreto) e peguei o da Viollet, fiz o mesmo que no do Alan e devolvi. Eles voltaram a caminhar e lembrei que eu não tinha pegado o número deles.
— NÃO VÃO ME DAR O NÚMEROS DE VOCÊS? - grito para os dois.
Eles voltaram sorrindo. Dei o meu celular para a Viollet que logo depois de um minuto passou para o Alan (enfim trocamos nossos números).

Acabei ficando sozinha esperando meu pai. Fiquei duas longas horas esperando ele. Não acredito que meu pai me fez ficar feito uma idiota esperando ele plantada na frente do colégio. Levantei e fui andando na avenida, fiz sinal para um táxi que passava e dei o endereço da minha casa. Cheguei e entrei batendo com força a porta (quase a arrancando fora.)e então subi para o meu quarto. Joguei a mochila em um canto qualquer e logo após me joguei na cama chorando.

Poxa! Por que ele fez isso comigo logo no primeiro dia de aula?

Uma hora depois alguém bateu na porta. Limpei as lágrimas e gritei com raiva.
— ME DEIXE EM PAZ!
Meu pai entrou com cara de culpado.
— Mel, desculpe por não ter ido te buscar. Eu tive uma reunião e... - eu o interrompi.
— VOCÊ ME FEZ FICAR FEITO UMA IDIOTA TE ESPERANDO. - limpo umas lágrimas rebeldes. - EU TE ODEIO CLARK!
Ele ficou quieto sem ter coragem de me olhar, depois saiu do meu quarto sem dizer uma só palavra deixando a porta aberta. Levantei e a fechei batendo com força. Voltei para minha cama e acabei dormindo.
Acordei com o meu celular tocando Still Into You do Paramore. Procurei ele dentro da minha mochila e quando o achei, vi que era o Alan. Atendi.
— Oi.
—  Pelo visto é realmente seu número.
—Claro que é! Você achou que não era? - disse eu rindo.
— Um pouco.
Ficamos um breve minuto em silêncio.
— Desculpe pelo constrangimento no refeitório.
— Não.
— Ah. - ele diz meio sem graça.
— Claro que já te desculpei. Como eu disse: gostei de você e da Viollet.
—   Caramba Mel, achei que não tinha me desculpado. - disse ele aliviado.
—Você é legal!
— Mel eu... -ele parou de falar como se procurasse as palavras certas, depois continuou. – A gente se vê amanhã.
— Okay. Beijos.
— Beijos. - e ele desligou.

Fiquei pensativa. O que ele ia me falar?
Saí do meu quarto e desci as escadas direto para a cozinha. Peguei um bolo de chocolate na geladeira e me sentei no balcão da cozinha. Comecei a comer. Terminei, coloquei o prato na pia e me bateu a curiosidade de conhecer o restante da casa. Passei pelos lugares que eu já havia ido (cozinha, sala de visitas, sala de jantar, banheiro, quartos...)e fui para o fundo da casa. Quase caí de costas quando vi a piscina que tinha lá. Olhei e, como não tinha ninguém, tirei minhas roupas e sapatos e fiquei só de roupa íntima, pulei na piscina e fiquei jogando água para todos os lados. Quando penso que não, vejo meu pai me olhando horrorizado.
— A água está ótima! - digo com desdém.
— Já são 22:30. Por que você está nessa piscina? - a indignação era evidente em seu tom de voz.
— Por que eu tive vontade!
Saí de dentro da água, peguei minhas coisas, passei por ele correndo rindo da cara que dele. Subi de volta para o meu quarto e fui direto tomar um banho para dormir.
Quando terminei, vesti meu pijama deitando confortavelmente. Fiquei encarando o teto com a imagem do Alan sorrindo em minha cabeça. Eu me senti feliz (como eu não me sentia a muito tempo).

Adormeci.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam?
Será que a Melanny, depois de tanto tempo, vai voltar a ser o que era?
Comentem...



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