Segredos de sangue escrita por Drylaine


Capítulo 5
O que não te mata te faz mais forte


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer aos dois comentarios q recebi e a linda LadyMikaelsonUchiha por ter favoritado. Valeu pessoal!!!



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"Senhorita Wong. Você pode me ouvir?" Alguém está lhe chamando.

"Senhorita Wong!" A voz desconhecida persiste.

"Borboleta, hora de acordar!" Então, outra voz invade sua mente.

Aos poucos os pequenos olhos vão se abrindo, ao contato com a luz, eles ficam sensíveis. A jovem pisca várias vezes, tenta reconhecer o lugar. Há paredes brancas, uma porta num canto do quarto e um aparelho monitorando seus batimentos cardíacos. Ela olha para o homem loiro de vestes pretas e óculos escuros. Ele é familiar.

Um homem de jaleco branco se aproxima, ele tem cabelos grisalhos e olhos azuis.

Olhos azuis! Azuis iguais... Ela tenta se lembrar. Esses olhos azuis são importantes. Seus pensamentos são interrompidos.

"Você pode me dizer qual seu nome?" Questiona o senhor de jaleco e olhos azuis.

"Eu... é. Meu nome... AH!" Sua garganta dói. Ela não consegue falar.

"Beba!" Sua garganta arde um pouco com a água.

"Agora, respire devagar. Isso. Olha pra mim. Qual é seu nome?" Ela ainda se sente desorientada.

"A... Ada. Ada Wong!" Ela diz hesitante. Seus olhos se fixam em Wesker, que apenas a observa. Ela sente-se desconfortável.

"Você se lembra de Raccoon City?"

Repentinamente, sua mente é tomada por flashbacks:

Ela sente o clima mórbido dos lugares. Vozes se transformam em gritos de medo, agonia e fúria. Sua pele é rasgada pelas garras de um monstro. Ela vê sangue, se sente tonta. Seu corpo treme de dor e frio, mas mãos quentes e gentis amenizam sua dor.

"Olha pra mim eu não vou te soltar. Eu prometi que nós vamos sair daqui juntos. Então, não desista." Ada lhe dá um último olhar, antes de soltar suas mãos e cair para o abismo.

Sua última lembrança são olhos azuis. Olhos azuis iguais...

"Leon!" Ada deixa escapar de seus lábios.

"Borboleta, você lembrou!" Wesker tem um sorriso perturbador.

Ada ficou em coma por dois meses. Durante este período, Wesker a usou como cobaia, observando o desenvolvimento do G-vírus em seu organismo que já estava debilitado devido à perda de sangue e das graves lesões na coluna que, eventualmente, a deixaria com sequelas para o resto da vida. O G-vírus apenas atuou como um vírus oportunista, tentando se fundir as células já danificadas.

Para surpresa de todos, suas células se mostraram fortes, resistentes à infecção. Como último recurso, Wesker injeta uma dose do T-vírus, o qual foi fundamental para regenerar as células.

"Você deveria ter se tornado um monstro tão destrutível quanto Birkin, pois quando infectado, o G-vírus causa mutação instantânea em qualquer célula. Seu DNA é resistente ao vírus. Isso é incrível!" Diz Wesker com toda prepotência.

"O tempo todo você me usou. Fui apenas uma cobaia." Ada estava mortificada.

"Não, Borboleta! Você é a nossa grande descoberta. Ada Wong é um milagre da ciência."

***** *****

A água quente sobre sua pele é reconfortante, ela sente seus músculos relaxar. Após o banho demorado, Ada se olha no espelho, no abdômen só ficara uma pequena cicatriz. Seus olhos se fixam em suas costas nuas, onde meses atrás fora cravado o símbolo da Familia como uma das punições por ter desafiado Derek. Era algo doloroso e humilhante. Uma marca para a vida inteira.

Agora não há nada ali, nenhuma cicatriz. Nenhuma conexão com eles. Ada se sente renovada, forte e, acima de tudo, livre.

Ada Wong renasceu como uma fênix.

***** *****

Foram seis anos sem se verem até que numa missão na Espanha eles tiveram um reencontro inesperado e explosivo. Uma missão onde ambos cumpriram com êxito, mesmo não lutando no mesmo time, mas enfim, eles sobreviveram mais uma vez e, então, cada um seguiu seu rumo. Entretanto isso não impediu Ada de vigiar Leon sempre estando nas sombras.

Ada Wong sabia tudo sobre Leon.

Ela sabia a hora de sua chegada e saída, seus costumes e manias e, constantemente, ela zelava por seu sono.

Ada Wong realmente não tem medo do perigo. Em seu período na América, Ada aproveitava para vigiar cada passo de Leon. Ela sabia dos riscos que corria se fosse pega pela Organização. Mas, ela era esperta e precavida.

Enquanto, sua nova missão estava em andamento, Ada decidiu que teria ao menos, um pouco de diversão e liberdade.

Assistir a rotina de Leon era até um pouco terapêutico. Ele tem uma vida tranquila, apesar do trabalho na Casa Branca e das missões. Claro ele mudou radicalmente sua vida após Raccoon. Deveria ter sido difícil pra Leon no início, mas diferente de Ada ele tinha amigos e uma família linda pra lhe apoiar. Ela até tem certa inveja dele por isso. No fundo, ela se sente solitária. Quando está em missão, ela sente que a solidão é sua aliada. Ada não tem que se preocupar com ninguém, apenas consigo mesma e ela nunca falha. A solidão a torna destemida, focada e racional. Um dos seus pontos fortes. Entretanto, Ada também já sentiu o que é ter alguém por perto sendo seu apoio ou seu ponto fraco. A espiã ainda se lembra da Espanha e das decisões súbitas que tomou por Leon, sobretudo, desobedecendo Wesker.

Seu comunicador toca.

"Sim. Está quase completa, falta apenas uma informação. Quanto a Wesker... Eu cuido dele." Ada desliga seu comunicador e retorna a vigiar a janela de Leon. As luzes do apartamento se apagam. É a sua hora perfeita.

Sem dificuldade a espiã entra no apartamento. Nas últimas semanas era sua rotina estar ali cuidando dele. Vivendo um conflito entre sua razão, dizendo que era uma tola e seu coração, que ao simples olhar dele se perdia no tempo. Foi assim, em Pueblo. Óbvio, que tinha que manter a máscara de impenetrável.

Até anos atrás, isso não era problema. Aliás, Ada sempre acreditou que não tinha alma. Que era apenas, um objeto para a Organização. Graças ao jovem com olhos de safira, tudo mudou.

Leon se mexe na cama, ele está sem camisa, seus músculos ficam expostos, assim como, suas cicatrizes, entre elas, a que levou por Ada.

O ex-policial com jeito angelical se transformou em um homem forte e muito atraente. Ada morde os lábios, suas mãos anseiam por tocá-lo.

Leon novamente se mexe sobre a cama, está sonhando. Seus traços faciais ficam tensos, sua respiração é agitada. Ele murmura coisas desconexas, parece estar tendo um pesadelo.

Ada hesita em tocá-lo, seu coração acelera. Ignorando o medo de ser pega, ela se ajoelha do lado da cama e acaricia seu cabelo e rosto.

O simples gesto lhe causa um arrepio.

"Ada!" Inesperadamente, Leon murmura seu nome, fazendo a recuar por um instante.

"Shhh! Eu estou aqui." Ao som da voz de Ada, suas feições se suavizam e ele continua dormir em paz.

Estar tão perto dele e ao mesmo tempo tão longe era doloroso.

"Bonitão, adoraria ficar, mas eu não posso." Dito isso, Ada vai embora com o desejo de voltar.

Complexo clandestino de Vancouver

1:30 da manhã

Usando os dutos de ventilação, Ada consegue chegar à sala de arquivos do prédio. Tudo correu bem até agora. Os sistemas de segurança foram desativados, só faltava enviar os arquivos do computador para seu contato.

"Você conseguiu?" Pergunta uma voz desconhecida pelo comunicador.

"Sim, estou enviando. Pronto! Ah, temos um problema, está criptografado."

"Sem problemas. Bom trabalho, Wong. Estamos te esperando." Ada sai pelo corredor. Quando estava pronta pra sair do local é surpreendida por um golpe forte que a joga contra parede. Suas costas doem e antes que pudesse revidar, Wesker a agarra pelo pescoço.

"Borboleta, você achou que podia me trair?!" Ele estava enfurecido.

Seus batimentos cardíacos aceleram. Ela não consegue respirar, Wesker é muito forte.

"Eu te salvei de Simmons. Eu te dei a cura. Sem o T-vírus, você estaria em estado vegetativo. Eu te dei a liberdade é assim que me paga? Ingrata!" Ele continua a sufocá-la.

"Eu tinha planos pra você. Que decepção!" Wesker pressiona mais suas mãos sobre ela. Ele a joga no chão, então Ada vai perdendo seus sentidos, até tudo ficar em completa escuridão.

Wesker é um homem sádico que gosta de jogar com a vida das pessoas. Tem um desejo insaciável pelo poder. Mas, ele não quer apenas o poder. Ele quer mais. Muito mais!

Albert Wesker quer a imortalidade. Ele quer ser um Deus.

Três meses depois...

"Ok, está tudo pronto. Os homens estão em posição. Quero o helicóptero preparado." Fala um homem de vestes pretas pelo comunicador. Ele é Daryl do The Shadows. O contato de Ada e também parceiro de algumas missões.

Daryl tem a missão de resgatar Ada Wong, que segundo informações, estaria sendo mantida presa num laboratório subterrâneo em Seattle. Após, a missão em Vancouver, ela desapareceu. Daryl invadiu o Complexo atrás dela, porém só encontrara um lugar abandonado. Foram três meses de busca até chegar a Seattle.

Com os homens em posição esperando seu sinal, Daryl se infiltra no lugar, para isso ele fingiu ser um dos soldados de Wesker. Levou algum tempo até conseguir chegar ao laboratório sem ser percebido. Havia uma grande circulação de pessoas ali, entre cientista, soldados, Wesker e sua informante. É com o auxilio dela que ele consegue chegar a tal sala. Para destravar o sistema de segurança, ele usou um pequeno dispositivo. A temperatura dentro da sala era muito baixa, Daryl sentiu os efeitos em seu corpo logo que adentrara o lugar, precisaria sair o mais rápido possível dali. As paredes e o chão estão cobertas por gelo, uma luz fraca pisca no fundo da sala, era um botão.

Daryl o aciona há um estalo e, então, uma espécie de cápsula surge em sua frente.

"Merda! Eu a encontrei, estamos na ala leste. Trent, Wesker a transformou em uma de suas cobaias... " Daryl é interrompido pelo alarme. Wesker já está ali furioso. Os dois homens entram em confronto. Daryl não tem chance contra a força sobre-humana de Wesker.

Wesker estava prestes a matá-lo, quando a cápsula se abre. Seus olhos se cruzam com os pequenos carmesins de Ada Wong. Tomada pela fúria e adrenalina, ela o ataca.

Subitamente, Wesker sente como se sua energia e força são drenadas de seu corpo. Seus olhos vermelhos ficam petrificados, sua respiração fica irregular. Ele cai de joelhos no chão diante dela.

Ada sente seu corpo se sobreaquecer, como se passasse uma corrente elétrica fulminante. Seu sangue flui intensamente como se estivesse em chamas. Nada pode pará-la, nem mesmo Wesker.

Ada corre desenfreadamente sem rumo. Enquanto isso, um alerta de intrusos retumba sem parar.

Num dos corredores, Ada se cruza com um dos seguranças que atira nela, mas ela é rápida e consegue desviar, com um golpe na cabeça o homem cai no chão. Só faltava um pouco e ela estaria livre, mas vários soldados e suas metralhadoras bloqueiam a saída. Seu coração bate freneticamente, mas ela não vai parar. Cada movimento seu é veloz e preciso, porém Ada sente o impacto das balas sobre sua pele nua.

Um helicóptero aparece pra lhe dar cobertura. Com o caminho livre, a espiã foge. O problema é... − Para onde ela vai e no que ela se transformou.


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Notas finais do capítulo

Bom, eu curti escrever esse capitulo. Espero q vcs tbm curtam. Eu quero comentários!!!



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