Segredos de sangue escrita por Drylaine


Capítulo 12
Além da superfície


Notas iniciais do capítulo

Saindo mais um capítulo. Atendendo ao pedido de
TheAngelOfLord, teremos bons momentos aeon,
Ah, eu decidi criar meu próprio elenco para RE6, acho q é bem legal. Então, aqui eu começo com os protagonistas. Acho q eles seriam perfeitos nos papeis de Leon e Ada. Vcs não acham?!
Bom, tudo isso é só uma brincadeira. Se vcs curtiram ou tiverem sugestões e só comentarem. A capa é simples, mas é isso aí.
Vamos ao capítulo!!!



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Outono de 2005

"Eu não posso prometer que isso vai dar certo. Não haverá dia, ou hora específica e nem datas planejadas. Mas, se você me esperar... eu vou aparecer."

"Eu tenho outra opção?"

"Não. Você pode me ter assim, seguindo as minhas regras, ou... não ter nada. A escolha é sua."

"Eu te quero muito. Já te esperei por tanto tempo, acho que posso esperar mais. Só me diz que vai estar lá, que não vai sumir e eu vou te esperar."

Uma semana depois...

Leon chega em seu apartamento após mais um dia de trabalho. Hoje ele está muito feliz porque conseguiu voltar as missões de campo. Chega de ser o guarda-costas do presidente e de sua família. Chega de ter que aguentar ordens e mais ordens de Simmons e tudo relacionado a segurança blindada na Casa Branca e chega de relatórios diários. Agora ele pode respirar ar puro, sentir uma pontinha de liberdade.

Ele já havia se livrado do coldre e das armas, estava pronto pra tirar o colete quando a campainha toca. Ao abrir a porta ele se depara com uma jovem mulher vestida num sobretudo vermelho e uma bota de cano alto na cor preta. Seus olhos azuis param no rosto de traços delicados, os olhos dela estavam escondidos por atrás de um óculos escuro e os lábios perfeitos pintados num batom vermelho.

"Uau!" Mas a sua surpresa só estava começando.

"Estava com saudades, bonitão?" Leon estava em transe olhando para ELA parada ali na sua porta com um sorriso safado no rosto.

"Seja bem-vinda a minha humilde casa." Ele diz ainda com um olhar chocado. Eles haviam combinado que ELA iria aparecer, mas não havia um dia, nem hora e nem data exata. Sim, ele esperava que ela fosse aparecer, Leon tinha muita expectativa que Ada Wong iria lhe fazer uma visita, mais cedo ou mais tarde, só não imaginava que fosse ser tão rápido. Mas, isso não importa agora.

Ada entra no apartamento avaliando cuidadosamente o lugar. Nada parece ter mudado durante esses oito meses. Ela vai andando até a sala com Leon seguindo logo atrás, exatamente o lugar onde eles se amaram pela primeira vez, inconscientemente ela morde o lábio de ansiedade só com a lembrança.

"O que te traz aqui, gata selvagem?" Leon lhe sussurra ao pé do ouvido fazendo-a se arrepiar. Ada solta uma gargalha divertida com o apelido. Leon a encurrala entre seus braços fortes lhe abraçando por trás e causando uma certa surpresa nela que se sentia muito aquecida só de receber esse pequeno gesto, sua razão aos poucos vai sumindo ao sentir os lábios frios dele deslizar por seu pescoço. "Eu vou tomar um banho rápido porque eu tô horrível e..." Leon acaba sendo interrompido pelos lábios dela nos seus. Ele tentava manter o controle, mas Ada estava disposta a fazer todas as loucuras possíveis e impossíveis pra tê-lo a sua mercê.

"Silêncio!" Ela murmura entre os beijos se virando de frente pra ele. "Você fala demais." Ada lhe empurra sobre o sofá. Lentamente, ela vai abrindo os botões do sobretudo e revelando sua pele macia e bem contornada expondo sua lingerie vermelha com uma meia-calça fina que só contrastava ainda mais com suas belas pernas longas. O sobretudo desliza vagarosamente por seu corpo até cair no chão. Para Leon a surpresa não poderia ter sido perfeita, tudo sobre o corpo feminino dela e seus traços bem delineados, combinados com aquela roupa íntima e a bota só realça ainda mais sua beleza e sensualidade hipnotizante. Ada ali daquele jeito, era pura tentação. Seus olhos azuis se encheram de luxúria, ele a queria desesperadamente e ele tentou tocá-la, infelizmente, Ada fora mais rápida e se esquivou o fazendo ficar atordoado.

"Isso não é divertido. Vem aqui agora!" Ele rugiu frustrado. Ali eles começaram um jogo de gato e rato. Ada era escorregadia como um sabonete, se ele tentasse tocá-la, ela sempre desviaria em um movimento rápido.

"Você me quer? Vem me pegar." Ela correu para o quarto rindo e o provocando. Ele tentou mais uma vez prendê-la em seu braços e conseguiu, caiu sobre ela no colchão fazendo a cama tremer. Os dois começaram a rir como duas crianças travessas.

"Isso foi muito infantil da sua parte." Ele resmunga pressionando mais seu corpo sobre o dela, Ada acaba por ter seus braços presos pelas mãos grandes de Leon. É dessa vez... ela se deixou render a ele sem hesitar. Nunca na sua vida ela se imaginou estar assim, tendo um momento tão normal e até um tanto bobo, mas ao mesmo tempo, era isso que tornava tudo natural e até excitante. Estar com ele a fazia se sentir livre e nada mais importava. Tudo era apenas ELE e ELA.

"Bom, eu decidi seguir a sua ordem e usar a porta e, claro, um disfarce. Espero que tenha gostado." Ela diz enlaçando suas pernas no seu quadril.

"Você é mesmo uma caixinha de surpresa. Acho que você tem o dom de me surpreender e me deixar sempre com cara de idiota." Ele diz segurando firme os pulsos dela.

"O idiota mais gostoso que já conheci." Ela lambe os lábios maliciosamente.

Cansado de continuar apenas de provocação, Leon a beija ferozmente. Seus lábios se encontram desesperados, cheio de paixão e luxúria, as línguas se enroscam e duelam entre si, tentando domar um ao outro, mas no fim ambos perdem...ou ganham, pois os sabores e as sensações se tornam um só.

"Estamos numa posição injusta aqui. Você está com muita roupa." Ela lhe sussurra por entre beijos. Pouco a pouco as roupas vão sendo tiradas, deixando-os expostos aos prazeres mais profundos. Ambos querem se entregar aos braços um do outro e fazer cada segundo valer a pena...

 

 

Primavera de 2006

Eles se encontravam mais uma vez, presos nos braços um do outro motivados pela saudade e uma ânsia incontrolável de se amar.

"Leon!"

"Ada!"

Eles deixam escapar por entre os lábios a cada vez que seus corpos se chocam com mais força e intensidade, com mais desejo e urgência. Ela crava as unhas sobre os ombros largos dele enquanto se movimenta num mesmo compasso e sincronia. Ambos estão chegando ao clímax, mas eles ainda preferem segurar mais um pouco. Ainda querem saborear a sensação de suas peles suadas e arrepiadas unidas de excitação e paixão. Leon olha para ela, e se vê hipnotizado mais uma vez pelo simples detalhe de tê-la ali em seus braços. De ver seu corpo se moldar tão lindamente ao dele. Ou a beleza de sua face corada e dos olhos de âmbar fixos nos seus, ou os cabelos negros selvagens dela caídos sobre os ombros e dos lábios inchados e entreabertos murmurando seu nome. Tudo é sublime, desde a doçura da pele dela no momento de deleite ao ângulo perfeito que as costas fazem ao arquear o corpo em direção a ele. Tudo valia a pena quando se tem uma joia rara como Ada.

E num último ato eles se entregam ao puro êxtase.

Agora eles se encontram suados, ofegantes e com um sorriso cúmplice estampado em seus rostos.

"Caramba, isso foi..."

"Maravilhoso!" Diz ela o interrompendo, ambos estão deitados lado a lado com as pernas ainda entrelaçadas e cobertas por um lençol. Os dois permanecem se olhando por um tempo num silêncio reconfortante até que o sono pairasse entre eles.

O primeiro que sempre acabava dormindo era Leon e nesse momento Ada aproveitava pra ficar apenas o observando dormir, seus dedos passeiam por seus cabelos, seu rosto e peito, decorando cada detalhe dele. Antes de dormir ela sempre lhe beijaria seu ombro onde está a marca do tiro que ele levou por ela e, por fim, Ada pousava sua cabeça ali e deixava o sono a dominar.

O dia seguinte foi um dia especial, era um sábado ensolarado, eles despertaram tarde com os raios do sol invadindo o quarto, depois se amaram mais vez no banho. Ada havia feito uma grande surpresa para Leon e decidira passar esse final de semana inteiro com ele, essa não era a primeira vez que ela ficava mais do que o esperado. Ao longo da relação dos dois, os finais de semana se tornaram constantes. Pelo menos um final de semana ao mês, eles teriam juntos pra aproveitar como quisessem. Além disso, Ada já tinha tudo montado com antecedência, ela só viajava para a América, quando Derek não estava presente em Washington, tudo era bem planejado pra não correr riscos e, obviamente, ela tinha um cúmplice que a ajudava a dar suas escapadas e a monitorar os passos da Segurança Nacional. Daryl era o seu cão de guarda que tanto lhe dava cobertura na The Shadows, quanto espionava Derek. Até agora isso tem funcionado muito bem.

"Que delícia!" Ela diz entre as garfadas enquanto ela saboreia as panquecas feitas por ele. Leon sempre iria fazer de tudo pra agradá-la e modesta parte ele mandava bem nas panquecas, omeletes e em montar um bom café da manhã completo.

Durante o dia eles passariam jogando conversa fora, assistindo alguma coisa na TV, como por exemplo, um filme de comédia ou de espionagem que Ada só assistia pra criticar, olhar os defeitos que pra ela "eram muito gritantes". Leon por outro lado achava tudo divertido e, às vezes, entravam numa luta de corpo a corpo que acabava em sexo no carpete da sala. E muito raramente eles sairiam do apartamento pra algum passeio lá fora, como jantar num restaurante italiano ali perto. Outras vezes, pra não perder nem um tempo, Leon ligava o rádio em uma música qualquer e a puxava pra uma dança que acabava com ela o seduzindo novamente.

Os olhos azuis de Leon são sempre intensos. Sua mãe sempre diz: "Que os olhos dizem tudo o que os lábios não conseguem dizer em palavras." Em seus olhos azuis tudo se mostra transparente, sem mentiras ou segredos, e isso é uma de suas principais características. Característica que também lhe faz perceber que a linda mulher em seus braços, por trás de seus olhos enigmáticos, esconde um sentimento intenso que Ada tenta camuflar por outros superficiais. Ela sempre parece tão forte, segura e impecável. Mas bem além da superfície existe mais do que ela deixa transparecer e ele queria chegar até o fundo. Ele queria chegar além da superfície. Descobrir mais sobre ela, desde pequenas detalhes como manias ou seu prato preferido, pois Ada Wong com certeza sabe tudo sobre ele. Talvez, esteja na hora de ele também saber mais sobre os mistérios dela.

Os dois se encontram deitados mais uma vez no carpete da sala, Leon está vestido numa calça de moletom preta enquanto Ada está vestida com uma lingerie vermelha coberta apenas pela camisa azul dele que vai até o meio de suas coxas e com a cabeça pousada no peito nu dele. Leon decide que é hora de dar mais um passo arriscado. É hora de ir além, desvendar um pouco mais sobre Ada Wong, mas de uma forma que não a assuste, que não a faça fugir.

"Sabe, gata selvagem..." Ele passa a mão ternamente nos cabelos dela. "Eu gostaria de saber quando você faz aniversário." Ela se remexe levantando os olhos para ele.

"Por quê?" Ele revira os olhos.

"Por que  você com certeza sabe o meu. Aliás você sabe tudo sobre mim."

"Leon Scott Kennedy, 29 anos (quase completo). Filho de Sarah Annie Kennedy e Anthony Kennedy. Nascido em 2 de julho de 1977." Ada diz convencida.

"Viu, eu sabia! Provavelmente até as minhas contas no banco você sabe." Os dois riem. "Agora é a minha vez, qual é a sua data?"

"31 de dezembro de 1976. Isto basta?" Ada franze a testa sentindo-se um pouco estranha com essa conversa.

"E seus pais?" Ele sente o corpo dela ficar tenso num silêncio repentino. Ada fecha os olhos, tentando se manter calma, afinal, a pergunta foi simples.

"Eu não me lembro deles." Ela diz hesitante, com uma leve dor no coração. Seus olhos se cruzam com as orbes azuis de Leon que lhe dá um sorriso gentil.

Leon continuou perguntando coisas banais, tentando ser paciente com ela, sem invadir sua vida. Tudo o que ele quer é dividir mais que apenas sua cama, ou ter uma coisa só física com ela. Pois por mais que eles tentem negar, Leon e Ada tem muito mais que apenas sexo, são muito mais que dois amantes.

"Mas porque esse interesse todo?" Ela diz carrancuda.

"Curiosidade. Eu só quero te conhecer mais, saber quais seus gostos ou manias, seus medos e inseguranças. Sabe coisas que é comum as pessoas dividir umas com as outras." Ainda hesitante Ada decidiu entrar no jogo.

"Eu gosto de laranja. E você qual sua fruta predileta?"

"Eu gosto um pouco de tudo, especialmente, morangos."

E assim eles continuaram, ora um perguntando, ora o outro respondendo.

"Eu gosto de comida chinesa, italiana e da culinária sofisticada francesa. Afinal, eu sou uma espiã internacional que já viajou por tantos lugares. Gosto de sofisticação."

"Ah, bom saber. Vou parar com as panquecas." Leon, diz fingindo-se de ofendido.

"Não. Por favor! Eu amo suas panquecas." Ada súplica lhe distribuindo beijos por seu peitoral. "Esquece isso... É sua vez?"

"Minha comida favorita é as que me lembram de casa. Eu amo comida caseira e de tudo que for fácil e prático. Dona Sarah faz cada prato mais delicioso que o outro. Você precisa conhecê-la."

"Eu iria adorar conhecê-la." Foi uma resposta automática que Ada sem pensar deixou escapar, provocando um sorriso genuíno em Leon.

"Ela também ficaria feliz em te conhecer. Aliás, minha mãe sabe sobre nós. Foi ela quem me motivou a se jogar nessa relação maluca sem pensar nas consequências." Por essa Ada não esperava. Suas palavras a surpreenderam lhe cansando um nervosismo incontrolável.

"Por que sua mãe faria isso?" Ela se sentou e desviou o olhar. "Como você disse: - É uma relação maluca e..."

"Minha mãe diz que só se vive uma vez a vida, portanto não devemos viver com arrependimentos. Não devemos desperdiça-la. Eu não queria que você fosse meu maior arrependimento, então, decidi correr os riscos." Ele se sentou e a puxou para seus braços. Foi inevitável os olhos se encontrarem.

"Isso foi muito arriscado. Você não deveria ter dito a ela. Era pra ser o nosso segredo." Ada tentou discutir, porém Leon tratou de mudar o assunto.

"Você gosta de flores?" Ele lhe sussurrou ao pé do ouvido.

"Não." Ela disse relutante e um pouco aborrecida.

"Por quê?!"

"Lembranças ruins. Aliás, flores também estão presentes em velórios e enterros." Havia um tom sombrio e frio em sua voz. Leon percebeu isso e decidiu tornar as coisa mais leve, ele não queria afastá-la.

"Vamos esquecer isso." Ele lhe deu um beijo demorado, fazendo sua raiva instantaneamente sumir. "Que tal você me contar qual sua cor predileta? Ei, espera... essa eu já sei." Leon diz seguro de si fazendo ela rir debochada. "Vermelho, certo."

"Bom, sinto eu lhe decepcionar. Sim eu amo vermelho, porém há uma outra cor que tem sido minha predileta nos últimos tempos."

"Qual?!"

"O azul. Mas não é qualquer azul." Ada troca um olhar intenso com ele. "Tem que ser um azul especial... um Azul da cor... dos seus olhos." Leon se sentia o cara mais sortudo ou miserável do momento. Foi a primeira vez que ela disse algo quase perto de uma declaração romântica.

"Uh, isso foi tão piegas." Ele diz provocativo fazendo os dois rirem.

"É, isso foi horrível." Ada diz fingindo nojo. "Tudo bem, sua vez."

"Minhas cores prediletas são o azul... que combina com os meus olhos. Também, gosto do preto básico e por fim, mas não menos importante... o vermelho. Por causa de um certo alguém." Ele enfatiza.

"Nossa! Então, temos muito em comum."

"Essa é a prova que somos perfeitos um pro outro. Agora, qual é o seu maior medo?" Leon fica ansioso a espera da resposta. Por um instante houve o silêncio.

"Meu maior medo é do futuro. Porque ele é cheio de incertezas." Havia uma certa melancolia em suas palavras.

A verdade é que além da superfície, existia um grande amor recíproco, mas que ELA iria relutar em admitir. Seu maior medo era amar ele incondicionalmente, sabendo que no fundo Ada Wong nunca iria pertencer ao futuro de Leon...

 

 

 

 

Tall Oaks, 2013 - 22:15.

 

"Desgraçado! A culpa foi sua." Harper rosna irada apontando a arma na cabeça de Leon que está ajoelhado no chão. "É o fim da linha pra você." Ela estava pronta pra apertar o gatilho, Leon mesmo com o coração acelerado continua a olhar firme para a mulher com olhos lunáticos.

Mil coisas se passam em sua cabeça. Isso não poderia ser o fim pra ele. Morrer assim, como um terrorista, traidor de seu país. País este que ele já lutou várias vezes em seu nome, que já lhe tirou o direito de liberdade como cidadão americano quando sem saída Leon foi obrigado a se tornar um agente secreto. País este que já lhe tirou o direito de estar com sua família tendo uma vida comum e, por fim, que lhe impede de ver seu filho nascer e vê-lo crescer e se tornar um bom homem.

Isso tudo é injusto e cruel! Ele pensa.

"Harper, abaixe essa arma, agora!" Thompson diz autoritário.

"A missão foi bem clara. Ele é o culpado, matou o presidente e é um traidor. Devemos matá-lo agora e concluir a missão."

"Eu disse pra você abaixar a merda dessa arma! Eu sou o líder aqui. Eu dou as ordens." Thompson afasta a arma rispidamente do rosto de Leon e confronta Harper. A mulher permanece com a arma na mão, não desiste e nem se rende, ela muda seu foco para Ark.

"Que saber, essa missão é suicídio." Ela vai se afastando cautelosamente. "Estar aqui com vocês é perda de tempo. Vocês todos vão morrer aqui, mas não vão me arrastar junto." De repente ela atira bem no joelho de Thompson que caiu no chão rugindo de dor.

Tudo é muito repentino, Harper tenta fugir, mas é perseguida por Roxton, um dos agentes sobreviventes. Ele atira na direção dela, mas ela consegue desviar e se esconder por trás de alguns entulhos em um beco.

"Harper, você está louca. É melhor você se entregar. Nós somos parceiros." De repente vários passos seguidos por gemidos medonhos ecoam pelo lugar. Leon e a jovem Ally, também da DSO, tentam estancar o sangue, a bala ainda está alojada na perna, mas não há tempo de retirá-la. Thompson tenta aguentar firme a dor que está latejando, ele sente como se o osso tivesse explodido. O PDA de Leon toca, há uma troca de olhar entre Ark e ele.

"Leon, pode atender." Diz o homem ferido.

"Hunnigan. A coisa tá complicada aqui." Há barulhos de tiros e vozes alteradas próximo dali. Leon tenta se concentrar na conversa.

"Leon, não consegui rastrear o Endereço IP do celular dela. Provavelmente, a Watson se infiltrou entre os agentes ou alguém dos nossos a colocou lá. Mesmo porque não há cadastro dela em nossos arquivos." Leon escuta tudo atentamente.

"Hunnigan esquece isso. Precisamos de sua ajuda, o Ark está ferido. Preciso que rastreie uma farmácia ou hospital mais próximo e uma outra rota que nos tire daqui." Roxton reaparece agitado ao lado de Leon.

"Eles estão vindo e é um grupo grande." Rapidamente o grupo de zumbis vai se espalhando e os encurralando. Leon é obrigado a interromper a ligação.

"E Harper?" Questiona Ally.

"A vadia fugiu." Roxton diz entre dentes.

"Esqueçam isso." Leon diz se concentrando em seu novo objetivo. Eles também tem que fugir.

"Para os esgotos!" Leon diz tenso. Os quatro sobreviventes sem hesitar fogem pelos esgotos.

***** *****

Os esgotos dão acesso às linhas do metrô. Pelas paredes as sombras vão se aproximando, e os sons de grunhidos vão ecoando pelo local. Ali se reinicia uma nova batalha de sobrevivência. A única saída deles é seguir em frente, derrubando quantos zumbis pudessem e continuar sem parar. Os quatros estão bem equipados e organizados, sempre andando cautelosos e atentos. Cada um vai dando cobertura ao outro.

Roxton carregava no ombro Ark que por estar ferido seria uma presa fácil, além de atrasá-los mais. Assim pelo menos eles podiam ser mais rápidos. Enquanto, Leon e Ally foi derrubando os inimigos e abrindo caminho para Roxton que apesar de ter que carregar seu parceiro também mantinha sempre a arma em punho.

A dificuldade aumentou quando cães zumbis entraram em seu caminho. Havia três cães zumbis desmembrando um corpo do outro lado da linha.

"Vamos! Sigam em frente e não parem por nada." Leon diz seguindo atrás dos outros e cuidando da retaguarda.

Eles conseguiram passar sem chamar atenção, porém mais a frente um cão perdido saltou sorrateiro em cima de Ally a derrubando no chão, com o impacto sua arma caíra longe dela. A jovem continuou parada apenas olhando a criatura rosnar com seus dentes afiados. O cão pulou em sua direção, mais por sorte Leon e Roxton abriram fogo no exato momento. O problema é que os tiros despertaram os outros cães e junto com eles, um novo grupo de zumbis. Leon continuou atirando nos cães e acabando com quantos zumbis pudessem.

"Vão rápido e continuem em frente." Leon mais uma vez toma a postura de líder. Dois cães foram abatidos, mas ainda havia um que correu na direção de Leon. Neste mesmo tempo, ouve-se sons de um novo barulho ensurdecedor arranhando os trilhos em meio aos gemidos dos zumbis.

"Leon, ele está vindo." Ele escuta Ally lhe chamar. Foi num milésimo de segundos e a luz do trem deu sinal, vindo desenfreado na direção do amontoado de zumbis. O cão feroz pula na direção da sua presa no instante em que o trem passa frenético.

Foi por um fio, e Leon achou que seria seu fim, mas graças a Deus, ele conseguiu desviar a tempo se fixando nas laterais e escapando sem nenhum arranhão. O mesmo não aconteceu com os zumbis e o cão que pulou em sua direção, ambos as criaturas tiveram seus corpos desintegrados no ar, sobrando apenas restos de carne e sangue pelo caminho.

Depois de quase uma hora vagando pelo metrô, os quatro conseguiram voltar as ruas da cidade, bem no centro onde o caos explodia por todos os cantos. Nenhum lugar era seguro.

Leon se sentia atordoado com tudo aquilo. Era assustador. Realmente era como estar de volta em Raccoon City. Ali tinham casas e prédios pegando fogo, carros correndo sem rumo pelas ruas até se chocar com outros carros. Pessoas desesperadas tentavam fugir dali, se misturando em meio ao caos com os mortos vivos que agora se multiplicavam cada vez mais.

Leon e os outros três agentes da DSO conseguem chegar a um beco escuro e isolado. Agora seu novo objetivo era chegar há quatro quadras dali, onde teria uma farmácia e um hospital mais a frente. Hunnigan havia lhes dado as coordenadas. O problema é que havia muitos inimigos bloqueando o caminho.

"Droga! Como vamos passar por todo este tumulto." Roxton diz preocupado e olhando Ark que está pálido.

"Talvez, se alguém nos der cobertura do alto de um dos prédios ali em frente, poderíamos chegar mais rápido. Eu poderia fazer isso." Diz a jovem Ally trocando um olhar com Leon.

"Boa garota! Ally tem razão. Mas eu faço isto."

Leon prepara uma granada explosiva pra abrir caminho. Seu objetivo é chegar há um prédio há duas quadras dali, de onde ele lhes dará cobertura.

"Vocês estão prontos?" A granada foi jogada na direção de um amontoado de zumbis vagueando pelo caminho. Com o caminho livre, Leon corre desenfreado até conseguir chegar a seu objetivo. Já no topo do prédio ele começa a atirar com o rifle de Thompson abrindo agora caminho para os outros fugirem. O plano estava dando certo. Ally e Roxton que carregava Ark nos ombros, levaram 20 minutos pra chegar ao seu destino.

40 minutos Depois...

Eles haviam conseguido se abrigar em um armazém junto com mais um grupo de sobreviventes, entre eles, Jimmy o dono da loja. Mas, o lugar não era tão seguro, pois as criaturas lá de fora continuavam a tentar invadir usando as janelas. Todos haviam se organizados tentando impedir que os zumbis entrassem. A questão é que as munições logo não seriam suficientes e eles acabariam sem saída.

Um dos sobreviventes enlouquecido rouba a arma de sua namorada.

"Dane-se! Eu não vou morrer aqui." O cara então foge desesperado sem ouvir os chamados dos outros.

Ele estupidamente tenta confrontar os zumbis e acaba com sua arma travada. Leon começou atirar tentando lhe ajudar dando a chance dele escapar. Entretanto, um zumbi em cima de um caminhão começa a sofrer mutação. Seu corpo entra em combustão dando origem a uma nova criatura que lembrava ligeiramente os Lickers.

"Mas, o que é aquilo?" O zumbi havia sofrido mutação ficando com o corpo inteiro em pura carne viva e expondo várias veias. A criatura solta um grunhido arrepiante e, então, se fixa em sua presa.

"Saia daí, agora!" Leon ruge desesperado. O homem tentou fugir, mas a criatura saltou direto em cima dele e em seguida rasgou o seu pescoço o matando na hora. No entanto, a cena a seguir seria ainda mais apavorante.

Entre a horda de zumbis, vagueia uma criança chorando abraçada a um ursinho de pelúcia. Nesse momento Leon e o policial a seu lado congelaram, eles tinham uma visão geral da rua que a criança caminha. Os zumbis ficam atiçados ao perceberem sua mais nova presa. A criança se encolhe no chão. Talvez, ciente que ela não tem saída.

O policial atira sem parar nos zumbis que a rodeiam, enquanto Leon por instinto corre rumo a menina na esperança de conseguir salvá-la, só que o zumbi mutado é muito mais rápido, ele corre e salta na direção da menina. Tudo foi como um borrão, num segundo a criança estava ali toda indefesa e no outro não havia mais nenhum vestido dela ali. Apenas o zumbi mutado é deixado pra trás com o corpo perfurado por várias flechas.

Mesmo subitamente, Leon conseguiu vislumbrar um certo alguém voar para o topo do prédio.

"Ada!" Ele deixou que escapasse por entre seus lábios.

"Leon, cuidado!" Alguém grita em alerta. Um zumbi comum saltou sobre Leon o derrubando no chão. A criatura era ainda mais forte e voraz. Leon passou a lutar urgentemente tentando se desvencilhar com a criatura que se contorcia sobre ele. Ele se sentia sufocado pelo peso do zumbi misturado ao cheiro putrefato.

Leon podia ouvir os outros atirando e gritando, junto com os gemidos dos mortos-vivos. Seus companheiros não poderiam ajudá-lo. Ele então, enlaça sua perna no corpo da criatura e com um braço mantêm empurrando-a enquanto com a outra mão em punha uma faca direto no pescoço, onde ele esfaqueia várias vezes até conseguir matar a criatura e se livrar do corpo morto de cima de si. Sua respiração é irregular, ainda ofegante e desnorteado ele se levanta.

Mais zumbis vão surgindo diante dele e o encurralando. Porém ela vem sorrateira e num piscar de olhos vai derrubando os inimigos em movimentos sobre-humanos, certeiros e fatais.

Ada era incrível tanto quanto assustadora.

"Bonitão, você tá ficando enferrujado." Ele não pode impedir o sorriso de alívio que se formou em seus lábios ao ouvir a voz dela.

E mais uma vez, Leon se viu em dívida com ela. Mais uma vez, Ada Wong inesperadamente salvou a sua vida.


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Notas finais do capítulo

Por enquanto é isso. No próximo tem mais. Bjus!!!



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