Segredos de sangue escrita por Drylaine


Capítulo 11
Amor e fúria


Notas iniciais do capítulo

Caramba, este capítulo foi bem difícil de fazer. Eu tinha a ideia, mas não conseguia colocar no papel ou elas não se encaixavam. Mas, enfim... aqui está mais um cap. Aliás, a partir daqui haverá alguns flashbacks no decorrer nos capítulos. Vamos lá!!!



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Base secreta da The Shadows Londres, 2013


Trent é um inglês de 60 anos muito perspicaz, audacioso e sarcástico. Para alguns é um homem de respeito, integro e um grande diplomata trabalhando em missões da ONU e para o governo britânico. Para outros Trent é considerado um grande líder fundador da The Shadows, a organização secreta anti-bioterrorismo com funções ilegais que trabalha nas sombras numa conexão indireta com BSAA, quando é necessário. Ou seja, Trent além de trabalhar para a ONU e liderar a The Shadows é também conhecido como o homem por trás da BSAA, pois sem seu incentivo e apoio financeiro, a organização formada pelos ex-STARS, não passaria de uma idealização. É ele quem faz a ponte entre o submundo das espionagens(roubando e coletando arquivos ultra-secretos) e a BSAA.

Basicamente, os objetivos da The Shadows é roubar informações secretas e até pesquisas de organizações e grupos bioterroristas e usá-las contra seus próprios criadores, como por exemplo, alguns vírus e o parasita Las Plagas que foram analisados minuciosamente com o intuito de sintetizar uma cura ou um anti-vírus mais acessível e eficaz contra as infecções e que, sobretudo, não deixasse sequelas. A partir de muitas pesquisas feitas pela The Shadows foi descoberto que alguns dos sobreviventes de Raccoon City só sobreviveram por serem imunes ao T-vírus. The Shadows também foi responsável, mesmo que indiretamente, pela captura de vários executivos da Corporação Umbrella.

"Trent, Barry Burton está na linha." Diz Daryl entrando na sala de seu chefe.

"É só passar a ligação pra cá." Trent anda até a janela e olha para o anoitecer de Londres. A verdade é que sua mente está bem longe dali, vagando em um passado sombrio, cheio de segredos que lhe atormentam dia e noite. Por trás de suas ações há um homem em busca de vingança.

Daryl liga o viva-voz.

"Olá, Trent. Como estão as coisas aí?" Diz Barry Burton diretor da BSAA e seu amigo leal e fiel.

"Estão bem tensas e certamente ficarão piores." Trent e Burton são amigos de infância que em determinado momento foram separados pelas jogadas da vida. Cada um seguiu seu caminho até que a vida casualmente decidiu os juntar novamente.

"Bem, consegui uma informação há algumas horas. Há indícios que Ada Wong e sua nova organização a Neo-Umbrella estaria aqui em Lanshiang. A pequena Mei estaria mantendo Jake Miller em um centro de detenção em Waiyip."

"Ah merda!" Daryl e Trent se entreolham. "Eu preciso que você mantenha essa informação em sigilo, pelo menos por enquanto. Eu vou pra Lanshiang ainda hoje. Eu preciso ter cautela com a Mei, talvez eu consiga trazê-la de volta a razão."

"Trent as coisas estão ficando sem controle. Ela tem causado o maior caos com esse novo vírus e sem contar que ela está criando um exército de aberrações. Quantos homens eu ainda irei perder pra fazê-la parar. Se é que haverá limites pra sua loucura."

"Tudo o que eu lhe peço é que só me dê mais uma chance. Eu tenho que acreditar que ela ainda pode ser salva. Mei é só mais um peão no meio desse jogo sujo. Os verdadeiros culpados estão por aí, manipulando todo mundo." Ele respira pesadamente, Daryl está ali em silêncio sentado a mesa tão aflito quanto seu líder. "Esse é um pedido de amigo pra amigo. Por favor, Barry!"

"Eu vou fazer o que tiver ao meu alcance pra te ajudar. Eu prometo!" A ligação termina com os dois homens na sala ainda tentando achar uma forma de resolver os problemas. Cada vez mais, o cerco está se fechando.

"Eu vou com você pra Lanshiang." Daryl diz firme.

"Senhor Trent, essa é uma ligação recente. Acabamos de interceptá-la." Diz uma analista de sistema da The Shadows os interrompendo. Trent e seu braço direito Daryl se reúne na sala de comunicações e tecnologia para avaliar a nova mensagem. A sala é enorme e abriga vários computadores, televisões e uma grande tela com um mapa de rastreamento no centro.

A gravação interceptada acontece entre um agente da DSO em contato com a inteligência americana a FOS, em Washington.

"Houve um atentado." Há uma pequena pausa até que a voz do agente retorna. "O presidente está morto."

"O quê? Leon, espera..." Há uma nova pausa do outro lado da linha. "Escuta, acabei de receber mais uma informação. O lugar está contaminado. Um vírus está se espalhando descontroladamente por vários quilômetros."

"Droga! Ele tinha razão. Isso é só o começo." Nesse momento tanto Trent e Daryl reconhecem a terceira voz.

"Do que você está falando? Você sabe o que aconteceu aqui?" A gravação continua rodando.

"Leon quem está aí com você?"

"Diga que eu sou a agente Mya Watson." A voz é reconhecida. Só podia ser de Ada.

"Volte a mensagem. Preciso ver uma coisa." Daryl se concentra na gravação que é repetida mais uma vez até chegar a confirmação. Ada estava em Tall Oaks, bem no meio de um atentado bioterrorista onde uma das vítimas fatais fora o próprio presidente americano.

"Mas que droga! Ela é um dos suspeitos?" Trent estava com a cabeça a mil, pensando em como resolver o problema. "Quero uma equipe pronta. Agora!" Ele rosna em frustração para seus soldados.

"Não!" Daryl decide confrontar seu chefe. "O que você vai fazer?" Os dois homens caminham lado a lado na direção de um corredor.

"Preciso tirá-la de lá, antes que a peguem. Será que não vê... é uma armadilha." Seu tom é impaciente.

"Trent, as coisas não são tão simples." Os dois homens param pra se encarar.

"Eu não vou deixar ele tocar nela. Eu já falhei mais de uma vez com Ada e Mei." Trent passa a mão nervosamente em seus cabelos grisalhos. "Eu não vou falhar de novo. Mesmo que eu tenha que tomar uma medida extrema."

"O que você vai fazer. Vai trazê-la a força, drogá-la e mantê-la enjaulada. Isso não vai funcionar, e você sabe bem disso." Daryl disse determinado desafiando o homem mais velho.

"O que você sugere?" Trent que sempre foi um homem ponderado, sempre soube controlar suas emoções, sente que a cada vez mais seu corpo e mente estão exaustos. É como se ele tivesse sentido os sinais da idade lhe pesar nos últimos meses. Ele se sente um velho cheio de culpa e com um sentimento inquietante no coração. Os fantasmas do passado vem pra lhe atormentar, talvez, esteja na hora de confrontá-los.

"Deixe-me ir até ela. Eu sei que ela se sente traída por mim. Mas, ainda assim, sei que sou o único que Ada deixará chegar até ela." Trent com sua face marcada pelo tempo e seus olhos esverdeados cansados e sombrios travam-se com os olhos verdes determinados de Daryl.

"Depois do que houve na Eslava Oriental, acha que ela confiará em você? Além disso, temos a questão da Mei."

"Precisamos ir por parte, ou não vamos conseguir nada. Darei o meu jeito pra resolver as coisas, mas por enquanto... Ada está em perigo, sei que ela confiará em mim. Sabe o outro agente... o Kennedy... Ela fará qualquer coisa pra mantê-lo fora do fogo cruzado."

"Quem é ele, afinal?"

"Ele era o motivo pelo qual Ada, ás vezes, fugia de Londres para a América. O Kennedy é o que a Fang foi um dia para o Phil."

 

 

 

Londres, Outono de 2005


Na sala de treinamento da The Shadows, Ada e Daryl se confrontam, ambos são exímios lutadores e já conhecem os movimentos um do outro. A única diferença entre eles era a força bruta de Daryl vesus a velocidade sobre-humana de Ada.

"Lute como uma fera!" Daryl conseguiu prender Ada a parede e lhe golpeou o estômago com o joelho lhe causando uma dor horrível que dificultou sua respiração, depois sentiu outro golpe no braço seguido por uma dor latejante na cabeça e por fim suas costas se chocaram contra o chão frio.

"Filho da puta!" Ada rosna entre dentes se levantando desajeitadamente.

"Quem manda lutar como uma mulherzinha. Cadê aquela FERA indomável!" Ele diz petulante. Ada ao longo dos meses vem aprendendo a controlar suas habilidades anti-naturais e, assim, consegue se manter sempre racional e no controle de seu corpo. Ada esperou Daryl a atacar novamente, num flash ela desviou de um chute e contra-atacou dando-lhe uma rasteira seguido por uma chave de pernas o mantendo no chão, prendendo a perna direita.

"Quem é a mulherzinha agora!" Disse zombeteiro um dos seus companheiros que assistiam a cena. Trent também estava ali assistindo e se divertindo com a luta que durou mais uma hora entre provocações, confrontos e piadas infames de Daryl.

"Eu gostaria de conhecer essa FERA na cama." Ele diz bloqueando socos e pontapés dela.

"Vai sonhando!" Ada diz presunçosa e em mais um movimento rápido e frenético ela salta sobre ele prendendo sua cabeça com as pernas e o impulsiona ao chão. No chão ela ainda o mantêm sufocado por suas pernas em torno de seu pescoço. "Isso está muito fácil pra mim e eu nem precisei usar minhas habilidades." Ela ri com desdém agora lhe dando uma brecha pra respirar.

"Uh, mulher... assim você me mata." Ele diz ofegante arrancando risos dos espectadores. Mas, Daryl ainda não tinha se rendido de vez. Ele não deixaria a luta terminar simplesmente. Daryl consegue inverter as posições ficando por cima dela e usando sua força pra mantê-la presa sob ele. "Me diz Ada, aquele agente americano já conheceu a FERA?" Ele sussurro em seu ouvido. O corpo sob o seu fica rígido, Ada agora estava tensa.

Fazia oito meses que ela decidira não interferir na vida de Leon. Desde aquela noite em que se entregou completamente a ele, eles nunca mais se cruzaram. Claro, ela ainda continuava bem informada sobre sua vida, mesmo a distância. Entretanto, a decisão de sumir da vida dele foi pra mantê-lo seguro longe de Wesker e, também, longe de sua vida de espiã. Mas, parece que isso não foi suficiente.

"Meu maior talento é rastrear qualquer pessoa e descobrir seus segredos mais obscuros. E eu nunca erro." Os olhos verdes de Daryl se travam com os tons sombrios vermelhos de Ada. Agora ela havia sentindo a fera a dominar.

"Fique longe dele." Ela ruge enfurecida segurando a cabeça dele entre suas mãos. Ele senti como se sua face queimasse instantaneamente. Então, ela o solta, Daryl cai ao seu lado se sentindo tonto e com a sensação de ardor em sua face. "Eu sinto muito!" Ada saiu logo dali, ignorando os chamados de Trent.

 

 

*****

"A culpa não foi sua. Daryl ás vezes passa dos limites. Mas, seja lá o que ele te disse... não o leve a sério." Ada e Trent conversam amigavelmente na sala dele. Era estranho como havia nesses últimos meses aprendido a admirar este homem. Trent era diferente de Wesker e Simmons, nunca a olhou com malícia, nunca a tratou frio ou arrogante e, algumas vezes, ela até se identificava com ele. E pela primeira vez, ela sentia que estava no caminho certo, sem prisões ou humilhações, havia uma certa sensação de liberdade, respeito e independência. Trent era um homem reservado e, ao mesmo tempo obstinado, que superou as perdas do passado pra continuar lutando por um futuro melhor.

"Eu só não quero mais perder o controle. Acho que minha vida inteira eu passei não sendo dona da minha vida. E agora eu sou essa coisa... Essa aberração."

"Você não é uma aberração e tem mostrado isso. Posso dizer que estou muito orgulhoso de você." Os dois se entreolham, os olhos do homem mais velho sempre transparecem um certo mistério e, as vezes, medo, porque ele raramente olha nos olhos dela e quando acontece, Trent irá quebrar o contato visual.

"Trent mandou me chamar?" Daryl apareceu hesitante entre a jovem mulher e seu líder. "Estou interrompendo?" Trent o ignora voltando a se focar na nova missão.

"Tenho uma missão pra ambos, por isso os chamei aqui. Teremos uma conferência amanhã e quero vocês dois lá, de olho em tudo. Certo?"


Conferência internacional de Londres 2005

O lugar estava cheio de representantes de vários lugares do mundo, entre imprensa, a ONU, principais políticos europeus, americanos e asiáticos e entre outras organizações governamentais tratando de assuntos variados. A noite havia chegado fria e sem estrelas. Todos pareciam confraternizar animadamente. Ali fora criado vários tratados, acertado novos projetos e fortalecidos velhas e novas alianças. Para Ada tudo isso era uma chatice e perda de tempo, pois no fundo a maioria deles estava apenas interessado em poder e dinheiro. A paz mundial era insignificante, ou então, não haveria tantas guerras por aí.

"Eu te trouxe algo pra beber. Isso aqui é um tédio." Daryl interrompeu seus devaneios lhe trazendo uma taça de vinho. Ele estava vestido elegantemente em um terno azul marinho que combinou perfeitamente com sua pele acobreada e barba feita, assim ele parecia bem mais jovem e com cara de bom moço com seus olhos verdes e sorriso maroto. Daryl era um homem atraente e com muito bom humor, o problema era a sua petulância que irritava demais Ada.

"Pelo menos eles tem bom gosto." Ada diz bebericando sua bebida. Uma música começa a tocar.

"Então, dama de vermelho que tal uma dança?" Ada hesitou por um momento, mas acabou se rendendo, os dois se juntaram a vários outros casais no salão.

Entre os vários casais na pista de dança, Leon viu ela dançando animadamente nos braços de outro. Silenciosamente, ele assistia a cena da mulher de vermelho sorrir e se aconchegar mais aquele estranho, como se fossem íntimos. Aquilo estava lhe corroendo por dentro. Era ciúme, ódio ou simplesmente inveja do desconhecido que a tinha em seus braços... Tanto faz!

A última vez que a viu foi em dezembro do ano passado, há exatos oito meses. Desde então, não houve mais notícias, nem vestígio dela andando sorrateiramente em seu apartamento e a única lembrança que ficou foi a noite que ela dormir em seus braços, em que ele havia realizado seus desejos mais profundos. E até hoje ele ainda se pergunta se aquilo foi real ou fruto da sua mente embriagada. Ainda que houve o perfume dela deixado em seus lençóis, ainda que houve as carícias e os beijos impregnado em seu corpo. Cada vez que fechasse os olhos ele iria lembrar, em seus sonhos ela apareceria como miragem pra lhe hipnotizar.

Justamente agora, nesse lugar, ELA tinha que aparecer? Agora que ele já tinha se conformado que aquela noite fora uma bela despedida e só. Que não houve promessas e nem juras de amor. Pois afinal, fora apenas uma noite, apenas uma transa. Nada em especial. Provavelmente pra ELA... ele fora apenas mais um. Mais afinal, o que eles tinham? Eles não eram namorados, nem amantes, nem amigos. Enfim, ELA não deve nada a ele.

O homem desconhecido sussurra algo em seu ouvido e parece lhe causar um arrepio. Leon que ainda está parado os olhando sente seu sangue ferver, o fogo da ira estava lhe queimando por dentro. Ele fecha seus punhos enfurecido. Então, os olhos dela se cruzam com os seus.

Daryl havia percebido que eles estavam sendo vigiados. Ele sabia que o Agente americano, o tal Kennedy estava na festa como guarda-costas do presidente americano Adam Graham. Mas, curiosamente Ada parecia distraída desse fato. Aproveitando-se disso, ele a convidara pra dançar e esperou o momento certo pra lhe dar a notícia.

"Tem alguém nos vigiando há algum tempo." Inesperadamente ele sussurra no ouvido dela. Ada fica em primeiro momento desconcertada com sua proximidade, mas decide ignorar. "Seu Agente americano está aqui. Olhando pra nós agora." Foi quando seus olhos ansiosamente o encontraram. Leon estava ali vestido num traje social os fuzilando com os olhos. Porém, ele decide sair dali dando as costas pra eles.

"Droga!" Ada resmunga incerta do que fazer.

"Vai atrás dele. Eu te dou cobertura." Daryl dá uma piscadela maliciosa. Os dois trocam um olhar cúmplice antes dela seguir atrás de um tal agente carrancudo.

Leon precisava tomar um ar fresco e recobrar sua consciência antes que ele perdesse a cabeça e fizesse algo que pudesse se arrepender depois. Ele chega ao jardim do lugar sentindo o vento frio da noite.

"Leon!" Ele escuta sua voz aveludada lhe chamar. Ada estava vestida num vestido longo vermelho Tomara-que-caia que se agarrava perfeitamente as curvas de seu corpo, os cabelos pareciam mais compridos que da última vez que a viu, seu rosto estava com uma maquiagem para realçar sua beleza natural e um colar de diamantes reluzente sobre seu pescoço. Sob a luz do luar Ada parecia ainda mais linda.

Ambos se olham fixamente em silêncio. Ada sente seu coração bombear o sangue por seu corpo causando um ardor incontrolável. Ele estava aqui diante dela com um olhar feroz e questionador. Antes que viessem as perguntas e críticas que ela não queria ouvir. Seguindo as batidas do seu coração, num piscar de olhos ela fecha a distância entre eles selando seus lábios nos dele. Suas mãos se prendem em sua nuca o trazendo mais perto dela. Leon foi pego no susto e ficou totalmente desarmado, sem pensar em mais nada ele retribui ao beijo com a mesma intensidade e voracidade. Suas mãos descem por seus braços e se agarram a cintura dela, sobre o tecido fino do vestido ele sente a pele febril de Ada lhe formigar as pontas dos dedos.

Agora ali nos braços dele, Leon percebe que fora real. Ele não está bêbado ou louco, aquela noite tudo foi de verdade, porque o gosto dos lábios dela ainda é o mesmo, assim como o perfume e o modo como seu corpo se encaixa ao dele. Como se ela fosse feita sob medida para ele.

"Me espere acordado. Eu prometo que eu vou te ver está noite." Quando ela lhe disse isto e depois voltou para o salão o deixando sozinho no jardim, ele não pensou que Ada falou sério. Mas, então, para sua surpresa ela havia aparecido com o mesmo vestido parado a sua porta. E antes que algo fosse dito ela pulou em seus braços enlaçando suas pernas em sua cintura e lhe devorando os lábios. Qualquer vestígio de razão foi pro espaço.

Ele a segurou firme em seus braços e com a mesma ânsia seus lábios se uniram num beijo avassalador. Havia um certo desespero por ambas as partes, eles queriam aproveitar a noite nos braços um do outro. As mãos delicadas dela foram abrindo apressadamente a camisa branca dele. Ele deixou que ela o despisse, logo o vestido vermelho também fora retirado e jogado em qualquer canto. Delicadamente ele a deitou em sua cama e se posicionou sobre ela, colando mais seus corpos. Seus beijos foram descendo sobre seus pescoço a fazendo arfar, as mãos deslizaram sobre todos os pontos sensíveis que ele curiosamente já conhecia. Ainda faltava a lingerie preta de renda que ele adorou nela.

As alças do sutiã foram deslizando por seu ombro expondo mais a pele pra ele beijar. Ada sentia seu coração pulsar forte tanto quanto sua intimidade que o desejava loucamente. Ela precisava dele agora por completo. Subitamente, ela trocou suas posições assumindo o controle.

"Você é muito lerda, Leon." Ela murmurou arrancando uma gargalhada dele. Ele se deixou ser dominado por Ada com seus olhos enigmáticos e seu jeito felino. Logo, seus corpos se encontravam completamente nus se roçando e se moldando num mesmo ritmo deixando todo o desejo cru e arrebatador os consumir. Houve uma troca de olhar que deixou exposto todos os sentimentos impossíveis de serem traduzidos em palavras. Mas, talvez, elas não eram necessárias.

Naquela mesma noite de outono londrino, eles se amaram insanamente. Naquela noite tudo começou, eles fizeram um pacto. Ali Ada e Leon se tornaram amantes. Ali eles começaram uma relação perigosa de amor e fúria.

 

 

 

 

Última atualização: 29/06/2013 - 21:40...

 

"Base para comando, qual é o estado da situação?"

"Aqui é Edgar, estamos dentro da faculdade. Não há sinal de sobreviventes."

"E o Presidente?"

"Ainda procurando por ele. Espera!" Há um barulho e zunidos durante a transmissão até que a voz do agente é ouvida novamente. "Acabamos de encontrá-lo."

"Quero uma análise completa."

"Bem, o cadáver já está em estado de decomposição. É como se o corpo estivesse morto há dias e não a algumas horas. E que cheiro podre." Disse outro agente.

"Onde está Thompson?"

"Ele seguiu atrás dos suspeitos agente Kennedy e Watson, que fugiram."

"Edgar, não quero mais falhas. Conclua a missão e depois quero um relatório."

"Sim senhor. Thompson nos ordenou a seguir para nosso ponto de partida. Se até uma hora ele não chegar com os outros, devemos sair da cidade imediata..." A transmissão sofre uma grande interferência.

"Edgar, o que está acontecendo?" A voz diz inflexível.

"Não estamos sozinhos, tem alguém aqui... Fiquem em alerta... Cuidado!" Ouve-se vozes alteradas e desesperadas seguidos de sons de tiros incessantes e um grito gutural tenebroso.

"Solte-a! Não! Mas que tipo de aberração é essa...Corram, agora!" Eles gritam agoniados de horror. Então, a transmissão termina.

Essa fora a última chamada interceptada pela FOS em Washington. Os soldados deixados pra trás na universidade Ivy foram mortos brutalmente vítimas de um inimigo desconhecido.

 

Enquanto isso, nas ruas da cidade contaminada ocorre uma perseguição de carro desenfreada. Thompson e mais cinco agentes da DSO se encontram numa frenética perseguição a Leon que roubara um carro e corre sem rumo tentando se livrar de seus companheiros. Ele faz algumas manobras arriscadas tentando desviar de destroços de automóveis empilhados e de alguns zumbis que insistem em atrapalhar seu caminho e acabam sendo atropelados por ele. Leon estava a toda velocidade e na próxima curva ele acabou perdendo o controle ao bater em mais uma dessas criaturas, fazendo-o frear bruscamente, ao mesmo tempo Thompson que vinha logo atrás não conseguiu frear a tempo de impedir o impacto entre os carros. O impacto foi forte e estrondoso, jogando o carro de Leon em um muro, enquanto o segundo carro derrapou e em seguida capotou várias vezes.

Leon se sentia tonto, desorientado com um grande zunido no ouvido. Olhando seu reflexo pelo retrovisor quebrado vê-se um pequeno corte em sua testa. Leon sai do carro meio cambaleando e necessita se apoiar no capô pra recuperar as forças. Há um cheiro forte de gasolina, seguidos de gritos desesperados. Ainda com a visão turva ele vê o carro onde o grupo da DSO estava, capotado e todo destruído. Para horror maior um dos agentes ficara preso dentro do carro e gritava agoniado. Thompson e outro agente tentavam tirá-lo dali, mas cada vez que o tocavam ele soltava mais um grito doloroso. Então, o fogo foi se alastrando, era tarde demais. Os outros choravam ou gritavam em desespero e angústia assistindo o seu companheiro de luta morrer queimado sem que eles pudessem fazer nada.

O cheiro de gasolina, sangue e carne humana queimando em brasa com os gritos agonizantes e lágrimas incessantes paira no ar.

Segundos depois... tudo explode.


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Notas finais do capítulo

Então, é isso. Se vcs tiveram sugestões ou críticas ou dúvidas sintam-se a vontade pra comentar.



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