Segredos de sangue escrita por Drylaine


Capítulo 13
Entre segredos e mentiras...


Notas iniciais do capítulo

Eu voltei... antes tarde do q nunca. Pq eu não quero desistir da fic, só precisava de inspiração. E pro meu retorno decidi trocar a capa e dar uma melhoradinha na sinopse e junto com ela ter o meu proprio elenco de RE 6. Então, lá temos Chris, Sherry, Jake, Piers e, claro os protagonistas( baseados em Jensen Ackles e Maggie Q), e tbm adicionei Liam Neeson e Keanu Reeves como Trent e Daryl, respectivamente.

Voltando a fic esse episodio foi bastante trabalhoso, mas acho q consegui um bom resultado, com algumas revelações muito importantes. Fiquem atentos!!!



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Ada após a fuga da Universidade Ivy, se viu perdida sem saber que rumo tomar. Sabia que tinha que sair dali, pois a cidade já estava morta e não havia mais motivos pra estar presa nesse inferno. Havia certa frustração lhe corroendo por dentro, afinal ela teve em suas mãos provas que poderiam destruir Simmons e expor toda a verdade sobre Raccoon. Infelizmente, o blackout na universidade acabou com as chances de ter o arquivo para si. Ainda havia uma nova questão lhe perturbando a mente:

Quem estava lhe dando essas informações e por qual motivo? Qual interesse esse alguém teria? Uma vingança pessoal, que também era dirigida a ela? Talvez, um fantasma do passado que vem pra acertar as contas?

Um bip em seu bolso a tira de seus devaneios. Na tela de seu PDA aparece a imagem de Derek.

"Olha só pra você, ainda está viva. Tenho que dizer que seus olhos são assustadores."

"Chega de jogos! O que você quer?"

"Quero você na Catedral de Tall Oaks. Tem um presentinho te esperando lá. Estou lhe enviando as coordenadas." Em seguida a voz para e a imagem desaparece.

"Mais jogos!" Ela resmunga. Repentinamente, Ada sentiu uma dor latejante na cabeça, uma dor que vai aumentando e se tornando mais intensa e incessante.

"Para!" Ela grita de agonia caindo de joelhos no chão, a dor só piora. Seu cérebro pulsa frenético e forte, como se fosse explodir. Ada segura sua cabeça com as mãos trêmulas, mas nada pode aplacar a dor. Ela cai no chão se contorcendo e quando a dor torna-se insuportável, seus olhos vão se fechando e tudo vai ficando em uma grande escuridão.


*****

 

"Eu tô com medo Li." Diz sua irmã com olhos assustados.

"Vai ficar tudo bem Mei. Eu quero que você feche os olhos eu vou cantar a canção do Dragão Vermelho." Li a gêmea mais velha começou a cantarolar baixinha a canção, enquanto lá fora se ouvia os gritos de agonia, medo e fúria.

Li sabia que tinha que manter a pequena Mei segura. Ela era a gêmea mais velha, então, ela faria qualquer coisa pra manter sua irmãzinha protegia, longe no inferno que dominava lá fora.

"Cante a canção bem baixinho e com os olhos fechados. Só abra quando eu voltar." Ela diz entre os sussurros.

"Li não vá! Não me deixe sozinha." Mei lhe súplica.

"Vai ser bem rápido e num piscar de olhos... eu estarei de volta. Eu prometo!"

Mas Li nunca cumpriu a sua promessa. Ela nunca mais voltou...

 

 *****

Ada desperta desorientada ainda perturbada com seus sonhos e precisa de um tempo pra se localizar. Ela olha para o lugar e aos poucos vai reconhecendo onde está. Ainda meio tonta se levanta e vai recolhendo suas armas. Os gemidos ecoam pelos becos escuros, a destruição também está presente ali junto à calamidade das ruas.

"Vamos lá. Você consegue!" Ela diz a si mesma voltando a seguir o seu caminho deixando de lado seus temores.

Foi durante seu trajeto que ela se deparou com uma cena que nunca iria sair da sua mente. Uma criança vaga sozinha em meio a uma horda de zumbis. Sem hesitar ela corre em sua velocidade sobre-humana, enquanto várias flechas são disparadas por sua balestra na direção do predador ao mesmo tempo em que ela agarra o corpo frágil e trêmulo em seus braços e com sua grapple gun voa pra longe dali.

Ela pousa delicadamente no topo do prédio onde está um grupo de sobreviventes lá em baixo, ainda lutando por suas vidas. A criança continua segura em seus braços.

"Você está bem?" A menina tem um olhar assustado e confuso. Talvez, com medo das coisas que viu até aqui, ou dos olhos carmesim de Ada. "Ei, você não precisa ter medo. Eu juro que não vou te machucar." Ada lhe dá um sorriso gentil que é retribuído por um sorriso tímido da pequena até ser interrompido.

 

 

"Leon, cuidado!" Um grito desesperado lhe chama atenção.

"Eu preciso ajudá-los. Mas, eu prometo que vou voltar." A criança a abraça mais apertado.

"Não, por favor! Eles também prometeram e não voltaram." Os olhinhos azuis tão familiares e perturbadores se encheram de lágrimas causando uma pequena pontada no coração de Ada.

"Eu tenho que ir." Sua voz saiu mais dura do que ela queria, porém não havia tempo a perder.

Arrodeado de zumbis estava um Leon ofegante e parecendo atordoado. Ele não tem escapatória a não ser enfrentá-los, mas os mortos-vivos eram muitos.

 

Como um borrão Ada foi matando os que bloqueavam o caminho e os reduzindo a pedaços de carnes podres e sangue.

"Bonitão, você tá ficando enferrujado." Houve uma troca de olhar entre eles e pela expressão de Leon, ela poderia dizer que ele estava aliviado de vê-la, grato por Ada tê-lo salvado.

"Vamos! Para o andar de cima." Eles ouviram os chamados de dentro da loja.

Depois de todo o tumulto e desespero, os sobreviventes se abrigaram no terceiro andar da loja, onde possuía um sistema de segurança que ainda não havia sido danificado. Por enquanto eles estariam a salvo até que chegasse o resgate.

Enquanto isso, Ally e Roxton haviam conseguido vários remédios e kits de primeiro socorros na farmácia perto dali, e outras coisas úteis. Tudo o que pudesse ser de grande ajuda eles trouxeram como precaução. Foi também Ally com seus conhecimentos médicos que cuidou de Ark que agora dormia tranquilo num sofá. Em seu joelho fora feito um torniquete a fim de parar o sangramento. Mas o estado de Ark ainda era preocupante, pois ele estava um pouco febril, além de ter perdido muito sangue durante o trajeto.

"Bob, avisou que conseguiu um ônibus pra nos tirar daqui. Podemos nos abrigar na Catedral." Disse Jay o dono da loja.

Leon e Roxton escutavam toda a conversa dos outros sobreviventes e pensando que muitos deles provavelmente nem chegarão ao seu destino. Muitos irão morrer pelo caminho, mas Leon não iria desencorajá-los, porque no fim a única certeza que se tem (além da morte) é a esperança.

Seus olhos se fixam na criança que conversa timidamente com Ally. Amber tem 8 anos e se perdera do seu irmão mais velho quando fugiam da cidade. "Vá e não olhe pra trás. Não tenha medo, vai ficar tudo bem. Eu prometo!" Foram as últimas palavras do seu irmão.

"Ela é um anjo?" Amber pergunta curiosa.

"Eu acho que não. Por quê?" Ally diz divertida.

"Porque anjos podem voar, como ela." A menina faz um gesto na direção de Ada.

"Bem, eu acho que ela tá mais pra uma heroína. Pois ela tem uma arma especial." Ally lhe diz em sussurros como se fosse um segredo. A pequena continuou tagarelando. Ada ouvia toda a conversa com um sorriso discreto nos lábios, ao menos a inocência ainda permanecia intacta. Seus olhos logo se cruzam com os azuis de Leon que tinha um olhar indecifrável.

Segundos depois, os dois se encontram na cobertura do prédio e do topo se podia ver todo o estrago que pairava sobre a cidade, que lembrava muito uma Raccoon City virada num pandemônio.

"Agora você tem praticamente uma fã especial." Leon diz num tom carinhoso que quase a fazia se lembrar do (Seu) Leon de anos atrás. Obviamente, que a calmaria não duraria por muito tempo.

Eles estavam lado a lado assistindo a cidade em ruínas. Havia decisões difíceis a serem tomadas, mas que eram necessárias. Olhando para ela, Leon percebeu a tensão em seus traços delicados que pareciam não ter mudado nada com o tempo. Como se o tempo tivesse parado para Ada Wong que permanecia jovem, linda e extremamente fatal, ainda mais com seus olhos carmesins assustadores e igualmente hipnotizantes.

"Qual é o plano... Nós temos um plano?" Ele diz hesitante, preocupado com o silêncio dela.

"A questão é que eu posso ajudar até certo ponto. Mas preciso que você me escute atentamente. Não dá pra salvar todo mundo. Muitos irão morrer pelo caminho."

"Eu sei disse." Ele diz sentindo a frustração lhe corroer por dentro. "O que você sugere? Que eu abandono essas pessoas e os meus parceiros, como você abandonou o seu?" Ada percebeu o sarcasmo em cada palavra dita por ele. Ela se sentia confusa com aa su declaração até se lembrar do “por quê”.

“Leon, muitas aqui já estão infectados. Tentar salvá-los só vai adiar o inevitável.”

“Então, nós decidimos quem morre e quem vive?” Leon solta um suspiro cansado. “E mais uma vez eu quase acreditei que você se importava. Que aquela versão de Ada Wong que encontrei na Eslava Oriental não era você.”

E não era! Ada pensa em dizer, mas decide guarda pra si. A tensão entre eles cresce ainda mais intensa. Seus olhos se desafiavam entre si.

“Aquela Ada foi capaz não apenas de me deixar pra morrer naquele lugar, mas também de abandonar seu próprio parceiro... Como é mesmo o nome dele? Daryl!” Ele diz irônico.

 

De repente Leon vai relembrando aqueles momentos terríveis:

 

“Ada, não!” Alguns flashes vão repassando em sua mente. E sua última lembrança fora o sorriso de escárnio da espiã antes das portas do elevador se fechar deixando-o preso com Daryl, Buddy e duas armas biológicas muito furiosas. Eles só haviam conseguido fugir dali graças às habilidades de espião de Daryl, com a ajudinha dos lickers controlados por Buddy e, claro, com as habilidades de combate de Leon.

 

Quando as lembranças daquele dia vão embora, Leon novamente se vê confrontando Ada.

“É melhor você seguir o seu caminho. Eu não preciso de você, afinal eu sou um sobrevivente. Eu também sei que não posso salvar a todos, mas eu não vou desistir.” Leon estava prestes a seguir pra dentro do prédio, quando é parado por Ada que segura firme em seu braço, decidida a não deixa-lo ir.

“Você que saber um segredo meu?” Ela diz olhando fundo em seus olhos.

“Um segredo ou mais uma mentira?” Aqueles olhos carmesins pareciam tão sinceros e cheios de familiaridade que o aqueciam. Eram tão diferentes dos olhos de mel gélidos e indiferentes que encontrara em Ada Wong há um ano no Leste Europeu. Aquela mulher de um ano atrás parecia uma completa desconhecida, como se fosse outra pessoa.

Ada podia possuir tantas versões de si mesma, porém havia aquela que parecia pertencer somente a ele. Entretanto, havia algo que sempre seria imutável: Ada Wong sempre seria digna de desconfiança, por tantos segredos e mentiras.

“Eu sou uma rastreadora.”

“O quê?!” Ele perguntou confuso.

“Minha principal habilidade é rastrear infectados, por isso os meus olhos são vermelhos. Quer dizer, ás vezes, se me sentir ameaçada eles também podem ficar assim, mas por pouco tempo.” Leon ficou estático e confuso.

“Como assim? Você pode rastrear...”

“Tudo o que você precisa saber é que eu sei qual o grau de ameaça está presente neste lugar, desde zumbis, BOWs, humanos infectados ou aqueles que são imunes ao vírus.”

“Espera! Isso é muita informação. Você sabe quem é infectado e quem não é?”

“Sim. Você, por exemplo, é um não infectado, assim como os outros dois agentes, a menina e o dono da loja. Mas, o resto incluindo seu amigo Ark está em um nível alto de infecção. Onde o organismo está lutando pra repelir o vírus, só que no fim o tornará ainda mais forte. O que resultará em inimigos mais resistentes.”

Leon ficou em silêncio tentando processar tudo o que a espiã lhe disse até que são interrompidos por um chamado de Hunnigan que lhes dá novas informações importantes.

“90% da população de Tall Oaks foi infectada com o vírus. Isso representa cerca de 70.000 hostis. Também soubemos que a organização chamada de Neo-Umbrella assumiu a responsabilidade pelo ataque.” Diz Hunnigan pelo PDA.

“Neo-Umbrella?” Leon diz tenso trocando um olhar com Ada que permanecia nas sombras em silêncio, apenas processando tudo.

“Sei o que está pensando.”

“É como em Raccoon City de novo!”


“Por enquanto são todas as notícias que tenho. Agora você tem que me dar algo. Informações importantes.” Hunnigan soltou um suspiro cansado, ela estava apreensiva. “Tenho responsáveis me pressionando aqui.”

“Responsáveis?” Leon ficou tenso e desconfiado, assim como Ada.

“Mais precisamente, Derek C. Simmons.” Antes que a conversa continuasse, Ada desconectou as comunicações.

“Por que você fez isso?”

“Nós temos que ir agora. Eu tenho um plano.”

O plano consistia em separar o grupo em dois. Quando Bob chegou foi a maior correria. Os zumbis eram muitos e o desespero de todos também. Ada e Leon ficou pra dar cobertura para o grupo que seguiria no ônibus, enquanto Roxton, Ally, a criança e Jay (os não infectados) partiram de carro rumo a Catedral.

Antes de partir Leon teve a difícil decisão de matar seu parceiro de longa data. Não houve tempo pra despedidas.

“Pense que ele estará ganhando sua paz. Eu prometo que será rápido e indolor.” E assim, Ada segurou por entre suas mãos o rosto quase sem vida de Ark, sugando o resto de energia que seu corpo ainda possuía e deste modo acabando com o seu sofrimento.

*****

Bob dirigia desenfreado pela estrada molhada de chuva que caia sem parar. Quando já estavam perto do seu destino, um zumbi cruzou o caminho e sem pensar Bob decidiu passar por cima, mas acabou perdendo o controle do ônibus que derrapou sobre o asfalto molhado e depois capotou várias vezes caindo num barranco. A colisão foi tão forte que jogou Leon pra fora do ônibus. Em questão de segundos tudo parecia um borrão.

Leon completamente tonto e desorientado, sentindo seu corpo pesado e dolorido, se levanta tentando se localizar. Sua sorte foi que ele caiu sobre uma grande poça de água e lama que amorteceu o impacto. Ao seu redor tudo o que se via era pânico e destruição, os gritos de agonia e medo se misturavam aos grunhidos dos mortos-vivos e aos sussurros da cidade em ruína. Os mortos se levantavam até de suas sepulturas e vagueavam ferozmente pelo cemitério da Catedral, atacando os sobreviventes que tentavam fugir desesperados, ou que já estavam muito debilitados pra escapar.

Do ônibus só sobrou os destroços que foram devorados pelo fogo junto ao corpo de Bob que provavelmente já estava morto.
Leon se viu cercado pelo desespero, terror e desesperança que pairava ali. Talvez, esse era o seu ponto final. Não havia mais saída ou chances. Era o fim!

Seus devaneios são interrompidos.

No meio de todo aquele caos, Roxton apareceu atirando enfurecido e contra-atacando as criaturas que ousavam cruzar o seu caminho, enquanto Ally continuou seu trajeto com Amber e Jay, passando por cima de qualquer obstáculo. Ela queria ficar e ajudar, mas sabia que era tarde demais, sua única saída era tentar salvar os únicos sobreviventes do carro e se abrigar na igreja.

“Leon nós temos que continuar. Eles já estão mortos!” Diz Roxton para um Leon desnorteado. Logo, ele percebe um gemido de dor muito familiar que o faz despertar de seu transe.

Ada acabou também sendo jogada durante o impacto caindo também no barranco. Eles a encontraram muito ferida com um pedaço de ferro atravessado em seu peito, quase perto do coração. Seus gemidos eram de pura agonia. Ela respirava com dificuldade e estava quase caindo na inconsciência.

“Ada!” Leon murmurou. Ao ver sua condição ele se viu apreensivo, havia muito sangue e seus traços faciais conforme ele tentava lhe tocar, ficavam tensos mostrando sua dor. “Droga! Precisamos tirá-la daqui.” Leon disse a Roxton que se posicionou pra lhe dar cobertura. As criaturas estavam à espreita, só esperando pra dar o bote.

“Leon!” Ada lhe sussurra. “Você tem que tirar... agora. Eu... eu vou. Vou ficar bem...” Ela lhe diz fracamente olhando para as safiras brilhantes e aflitas de Leon.

“Tudo bem. Então, nós vamos fazer isso juntos. Preciso que você se concentre em mim.” Ele diz com ternura. Ada concorda silenciosamente, pois havia uma grande confiança mutua entre eles. As mãos firmes dele seguram com cuidado o objeto entre as mãos, seus olhos se fixam nos carmesins que agora estavam curiosamente se descolorindo e tornando-se castanho mel.

“1, 2, 3...” Sem vacilar ele puxou o ferro causando uma dor agonizante em Ada que mordeu o lábio furiosamente, fazendo-o sangrar e seu corpo estremecer. “Tudo bem, tudo bem. Nós conseguimos.” Leon diz tentando acalmá-la, ela parecia preste a entrar em estado de choque.

“Eu vou ficar bem. Eu só não posso dormir. Não agora.” Ela murmura pra si mesmo, retomando sua consciência.

“Eu tenho você. Nós vamos sair daqui.” Após toda a tensão, Leon usou o próprio colete dela provisoriamente pra estancar o sangue e depois a cobriu com a jaqueta emprestada por Roxton.

Tudo aqui parecia o fazer recordar de Raccoon City. Até mesmo a jovem espiã sendo carregada e protegida em seus braços, enquanto ele seguia ao lado de Roxton, sempre em alerta e se esquivando dos vários obstáculos que os impediam de chegar até seu abrigo.

*****

Como poderia ela ter um vírus correndo em suas veias a tornar tão forte e, ao mesmo tempo, deixa-la em outros termos, tão vulnerável? Leon não entendia.

Leon, Ada e Roxton havia em meio à horda de zumbis, conseguido se abrigarem na Catedral de Tall Oaks onde reencontraram Ally e outros sobreviventes e, entre eles, por sorte estava o irmão mais velho de Amber.

“Então, você pode se regenerar, mas não igual à Sherry?”

“Sim. Vamos dizer que em partes meus poderes são limitados. Pra regenerar 100% eu preciso dormir.” Ada diz ainda meio grogue sua recuperação estava lenta e sua cabeça parecia que ia explodir. Ela temia apagar de novo e demorar pra acordar, principalmente por causa do seu corpo debilitado querer se regenerar. E aí estava o problema, ela poderia levar até dias pra acordar.
Leon, por outro lado estava aflito e exausto, queria sair logo desse inferno, pois segundo Hunnigan a cidade estava completamente infectada, sendo assim, teriam mais mortos do que vivos vagando perdidos pela cidade.

“Há outra forma, mas ela é meio arriscada.” Ada disse hesitante.

Leon não pensou duas vezes ao aceitar, mesmo com a objeção de Roxton. Não importava os riscos, pois o mais importante era tê-la forte e inteira, pronta para o combate, claro, ao lado dele. Ada precisava sugar um pouco de energia de outro corpo, mas por estar muito enfraquecida temia não ter controle suficiente sobre seus poderes.

“Pensei que não confiava em mim?” Os dois se entreolham. Leon se senta a seu lado sobre uma mesa usada como uma maca improvisada, eles estavam sozinhos em uma sala no segundo andar.

“Eu não sei quais são seus planos. Aliás, eu nunca sei, porém ambos queremos a mesma coisa... Sair daqui.” Leon engole em seco antes de continuar. “Você precisa concluir sua missão e eu preciso voltar pra minha família. Preciso voltar pra... Angie.” Ele diz hesitante, sem lhe olhar nos olhos. Havia certa tensão e algo a mais entre eles, que ambos decidiram ignorar.


Sem mais hesitação, Ada se concentrou decidida a acabar com isso. Tudo foi muito rápido, ela lhe sugou suas forças com desespero incontrolável, enquanto seu corpo se regenerava, célula por célula e só conseguiu parar porque Roxton já estava ali, como um bom guarda atento.

“Para! Você já conseguiu.” Ele precisou desvencilha-la abruptamente de Leon antes que o agente caísse inconsciente.

“Eu sinto muito.” Ada diz conturbada agora com seus olhos retornados ao vermelho carmesim.

“Está tudo bem.” Leon diz mortificado e ofegante, tentando acalmar Roxton e a própria Ada que tinha um olhar culpado.

Algum tempo depois, Ada escuta uma conversa entre os dois agentes que acaba mexendo com ela de uma forma avassaladora.

“Acho que há uma faísca entre vocês dois. Vocês já se conheciam não é, Leon?”

“Isso não é da sua conta. Além do mais, eu tenho Angie e o meu filho esperando por mim.” Leon diz áspero não lhe dando chance pra lhe questionar.

Naquele momento, Ada se sentiu ainda mais vazia. Aquelas palavras nunca iriam sair da sua mente. Leon tinha uma família de verdade, como ele sempre quis.
Uma mulher e um filho, coisas que ela nunca poderia lhe dar.

 

******

 

Quando a passagem secreta sob o altar se abriu, houve sussurros arrepiantes, junto com um cheiro estranho. Cada célula do seu corpo gritava em alerta. Ela sentiu o perigo.

“Se afastem!” Foi a única coisa que Ada disse antes que uma criatura horrenda saísse da escuridão, com sua pele pálida e seus braços e pernas longos e finos. Seu corpo é coberto por grandes poros que parecem olhos ou grandes tumores. E junto com ela veio à névoa.

Uma névoa tóxica que se transformou em caos e mais mortes...

 

 

 

 

 

 

 

Seis meses antes... Em algum lugar na Europa Oriental.


“Atenção! Na BSAA, nossa missão é livrar o mundo do bioterrorismo. E a única forma de conseguirmos isso, é nos unindo. Ninguém é dispensável. Pode ser que todos vocês estejam prontos pra morrer pela causa. Mas, a minha missão é manter todos vivos.” Ele diz com uma postura de capitão. “Ninguém fica pra trás. Não no meu turno. Entendido?” E todos aqueles rostos dos soldados desconhecidos pareciam tão familiares e importantes pra ele.

Até que uma misteriosa mulher entrasse em seu caminho...

“Esse é o C-vírus. É como a guerrilha o chama.” Diz uma voz aveludada.

“Quem é você?”

“Trabalho aqui. Meu nome é Ada Wong. Eu era uma refém.”

“O que você sabe sobre o C-vírus?”

“Sei que esse vírus está criando os J’avos.” Diz a mulher misteriosa de traços orientais. “E a Neo-Umbrella é a organização por trás da guerrilha.”

Ela não era confiável. Ele sentia isso, seus instintos naturais diziam pra ficar de olho nela. No fundo ele sabia que ela era familiar. Seu nome e seu rosto não eram estranhos, mas naquele momento Chris estava muito focado em sua missão e fora cego demais.

“Finn, onde está a mulher?” Piers diz irado, enquanto os soldados ficam tensos.

“Ela estava aqui há um segundo!” Finn, o soldado novato fica nervoso, pois era sua missão ficar de olho nela.

E no meio de toda aquela tensão e confusão dos soldados, como um borrão tudo aconteceu. Eles foram encurralados.

“Obrigado pela escolta. Fiquem com isso pra se lembrarem de mim.” E então, ela lança uma bomba com várias agulhas contendo o C-vírus e, assim, infectando toda a sua equipe.

Ele viu cada um dos seus soldados se transformarem em criaturas horripilantes diante dos seus olhos, sem poder fazer nada. Tudo foi tão rápido e mortal. Ele sentiu uma fúria incontrolável, mas era tarde demais.

O capitão Chris Redfield havia falhado miseravelmente.

As lembranças foram lhe corroendo por dentro deixando uma faísca de culpa e fúria. Uma culpa que, até então, era inexplicável.

O capitão da BSAA sofria de amnésia pós-traumática. Seis meses depois e o ex-S.T.A.R.S estava irreconhecível. E na esperança de fazer com que a culpa de algo que ele não se lembrava desaparecesse, Chris se tornou um bêbado violento e passou a frequentar um bar que se localizava na Europa Oriental, onde foi apelidado de “Cão Vadio”, devido ao seu comportamento.
O capitão da BSAA trabalhou nesse meio tempo como guarda-costas e dessa maneira, conseguia manter o aluguel em um hotel e também o seu novo vício.

“Então, Cão Vadio. É assim que eles te chamam agora, não é?” A pequena mulher de traços angelicais e postura firme diz tentando quebrar a tensão. Em outra circunstância ele teria rido com ela. Quando eles eram ainda parceiros de guerra.

“Você deveria estar em casa com o seu marido lhe esperando.” Havia um tom amargo em suas palavras.

“Chris mesmo que eu esteja aposentada da BSAA, eu ainda continuo sua amiga. Sempre disposta a lhe puxar a orelha quando você sai da linha.” Os dois sorriem cúmplice.

Há três dias ela e Piers haviam o encontrado bêbado em um bar e fora quase uma tarefa difícil fazê-lo confiar neles.

“Você tem que voltar pra casa. Pra Claire e seu sobrinho. Eles precisam de você.” Ela lhe aperta a mão em sinal de apoio, porém ele se afasta.

“Ela vai ficar bem e ela tem o Piers. Ela precisa é dele lá, ao seu lado como marido e pai.”

“Ela também precisa do irmão que tem negligenciado sua família.”

“Jill, eu tenho um dever a cumprir. Eu devo isso aos meus soldados. Os culpados precisam ser punidos. Ada Wong vai pagar por cada vida que ela destruiu.” Chris diz decidido.

Agora que as lembranças veio à tona tudo o que ele podia sentir era um desejo implacável por justiça.

 

 

 

 

Waiyip - Província chinesa de Lanshiang

Ele havia sido sequestrado junto com os outros diplomatas da ONU pelos rebeldes mutantes, denominados J’avos. Claro, ele sabia que a Neo-Umbrella estava por trás dos atentados bioterroristas. Mas, o que ele não imaginava era ficar cara a cara com ELA e seus olhos gélidos.

“Mei?” Ele exclama numa mistura de surpresa, ansiedade e medo.

“Olá, papai!”


{continua...}

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Por enquanto é isso pessoal!!!



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