Dead Zone. escrita por Ny Bez


Capítulo 19
Seguindo...


Notas iniciais do capítulo

Oi gente... Que saudades!! Bom, eu tinha escrito outra coisa, mas o nyah deu um erro, e agora to com um esquecimento e tals... Mas eu acho que tava ame justificando o pq da demora, pq fiquei doente, quase peguei pneumonia e os carai.
Quero dedicar o cap a Roberta, pelas personagens que ela me mandou. A CrissirC pq ela é a fã número 1 da DZ, e a Vivianne Bass, pe ela é uma linda e eu quero dedicar a ela ♥

Vamos dar uma lida nessa bagaça!

ATUALIZANDOOOO!!



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POV Clara…

Uma semana se passou após o incidente da morte de dona Diana, e Bia se encontrava calada, e até mesmo fria. Estávamos acampados em uma praia no Aquiraz. Conseguimos improvisar um acampamento. Ocorreram alguns incidentes com mordedores, mas foram contidos por mim, Henry, Alexis... E tenho que admitir, Marina era boa com as duas colts dela. Bia deve ter sido uma ótima professora, pra ela ter aprendido em tão pouco tempo.
Bia... Ela só fica sentada na beira da praia, olhando para o mar... Parece que procura se afogar no meio na imensidão das águas. O ultimo pedido de sua mãe foi pra mim... Mas como vou poder atender esse pedido? Acho que já perdi a Bia...

– To mesmo preocupado com ela... Ela não quer comer, não fala com ninguém, só fica ali. -Ricardo senta ao meu lado.

– E desde quando você de preocupa com a Bia? Que eu saiba você é o traíra, que só quer competir com ela. Já chega desse jogo Ricardo. Eu não caio mais nesse papinho de amigo preocupado.

– Poxa Clara... Quando você ficou arisca assim comigo?

– Quando percebi que perdi 7 anos da minha vida com você... Era com ela com quem eu deveria estar. E agora ela precisa de mim.

– Agora você pensa nela? Muito atriz a senhorita não? Só esqueceu-se de um detalhe queridinha... Você é a filha da puta mais egoísta que existe aqui.

– E você é o cara mais manipulador que conheço! - Gritei. Eu estava bufando de raiva. Perdi o controle. Vejo Bia olhar para trás com um semblante indiferente. Me doeu.

– Manipulador? Como se eu tivesse tido algum trabalho para te convencer a ficar comigo. Você só queria provar alguma coisa pra ela. E conseguiu. Demorou, pois essa babaca passou anos te amando ainda, mas até que enfim ela se tocou. Agora ela nem te olha mais nos olhos, pois sabe o nível que você tem! - Ele grita comigo. - Não sei o que a Bia vê em você, ou nessa Marina. Bia precisa de um HOMEM pra ficar com ela. - Ele disse em um tom mais baixo, onde só eu pude escutar.

– Então é isso? Você é apaixonado pela Bia? -Eu estava bufando de raiva. - Que filho da puta! Porque ficou comigo por todos esses anos então?!

– Pelo mesmo motivo que você ficou comigo. Porque de longe eu não poderia ficar com ela. - Ele fala cabisbaixo. Mas logo vejo que muda o semblante para indiferente. - Que saber? Você foi uma perda de tempo! Uma garota mimada, que só sabe querer as coisas. Cheia de condições! Ah cara, que se foda! - Ele grita de novo.

Bia se levanta e anda calmamente em nossa direção, e dá um soco em Ricardo. - Nunca mais grite com ela, e nem a ofenda. Do contrario... Eu não vou parar de te bater na proxima e você será um cadáver a mais vagando por ai. - Os olhos dela eram sombrios, e ela não passava nenhum sentimento ao falar aquilo. Eu queria a minha Bianca de volta.

********

POV Marina...

Eu estava sentindo a dor de Bia... Pois vê-la daquela maneira me cortava em pedaços... Nunca imaginei que ia gostar tanto, e me importar tanto com alguém. Então ela me aparece e meus sentidos vão embora com ela. Meu sorriso precisa do dela... Que droga! É essa a dor que todos falam que o amor trás? Que droga! Eu me apaixonei pela capitã delicia?

– Não... Não pode ser... - Pensei alto.

– O que não pode ser? - Alexis me pergunta.

– Ah... Tudo! Um dia estávamos na casa, seguros, e agora estamos na estrada, expostos. E com a Bia desse jeito... – Desconversei.

– É... A Bia ta mesmo precisando reagir. - Ela suspira como se quisesse dizer algo, mas não conseguisse.

– Ta tudo bem? - Eu antes tinha uma antipatia por ela, acho que porque eu me sentia ameaçada, pensava que ela estava de olho na Bia, e já basta a Clara. Droga! E lá vai eu pensar na Bia de novo.

– Marina... Eu... - Ela abria e fechava a boca, mas não conseguia formular nenhuma frase. No máximo balbuciava algum palavrão.

***************

POV Vivian...

#DreamON

O sinal toca indicando o término do intervalo. Mas uma aglomeração de alunos e professores se fazia no pátio. Eu estava, como sempre, na arquibancada da quadra do colégio estudando minha apostila do curso de enfermagem, já que logo mais eu teria prova de anatomia. Sim, eu estava no ensino médio, mas eu sempre quis ser médica, ou ao menos trabalhar cuidando das pessoas, e consegui entrar, com muito esforço, em um curso técnico de enfermagem. Fazia parte daqueles programas de escolas técnicas.

Amarrei meu cabelo em um coque, mas eu nunca consigo deixar ele totalmente preso, ai fica meio bagunçado, eu odeio, mas tem quem goste. Avisto meus amigos no meio da confusão, Ana Beatriz, uma chata, mandona, mas que eu amo, e o Lucas, meu amigo gay que só abre exceção para Katy Perry e pra Lady Gaga.

– O que tá acontecendo? – Perguntei a Ana.

– Não sei, parece que tem um aluno ferido.

– Ai gente... Que fofoca toda é essa? – Lucas como sempre escandaloso.

– Não sei direito, vou ver se consigo chegar mais perto.

Coloquei a apostila debaixo do braço, e fui ver se conseguia falar com algum professor. Quando chego mais perto, o aluno que estava ferido estava atacando o diretor, mordendo sua orelha e a arrancando. Eu nunca imaginei que eu iria presenciar uma cena dessas. De repente noto que algumas pessoas estranhas adentram pelo portão, pareciam que estavam muito machucadas, mas não aparentavam nenhum tipo de expressão. Ao poucos vou recuando, como se eu tivesse dando marcha ré, olho para trás e lá vejo meus amigos aflitos, e as pessoas começando a terem medo. Olho para frente mais uma vez e aquelas pessoas que mais pareciam estar... Mortas, estavam atacando os seguranças do colégio, arrancando pedaços deles.

Pude notar que o porteiro que acabara de ter sido mordido no pescoço, caiu já morto no chão, seu sangue manchava o piso do pátio. As pessoas gritavam, e tentavam fugir daquelas outras pessoas, talvez eles estivessem loucos, talvez fugiram de algum manicômio daqueles bem bizarros, dignos de American Horror Story.

– Tem alguma coisa muito errada com essas pessoas Vivi... – Ana estava apavorada.

– Ai meu Deus!! – Lucas Grita. Eu olho para onde ele estava olhando e vejo que o porteiro que estava morto estava andando de novo.

– Como é possível? Ele estava morto... – Falei confusa. Lucas estava vomitando.

– Corram crianças!! – Meu professor de matemática nos orientava, mas um daqueles loucos o mordeu mesmo na mandíbula.

– Lucas, Ana, vamos! – Eu os puxei pelas mãos. Eu olhava para o caos que havia se instalado dentro da escola. E a ficha estava caindo aos poucos, com bastante negação de minha parte.

– ZUMBIS!!!! – Ouço um aluno gritar.

Seria possível? Zumbis? Não importa. O que importa é manter os meus amigos longe dessas coisas e ir pra minha casa ver se meus pais e meu irmão estão bem.

– Vamos por ali! – Eu apontava para o estacionamento. Tínhamos que sair dali de qualquer jeito.

– E os nossos amigos? – Ana se preocupava com os outros, ela era bem popular.

– Estão mortos... Vivos. – Eu disse enquanto corria e olhava para trás. Eu só pensava em tirá-los dali. Chegamos ao estacionamento e vejo um cadáver no chão. Não se mexia. Pude ver as chaves presa em seu quadril. E rapidamente, mas apreensivamente, eu retirava o molho de chaves. Percebo que ele começa a ter espasmos. Não era possível, exatamente como acontecia nos filmes. - Vamos pessoal!

Eu não fazia ideia de qual carro aquelas Chaves pertenciam. Então eu apertei o botão para desativar o alarme e um gol prata apitou respondendo. O cadáver segura a minha perna, e tenta me puxar. Eu estava apavorada. Lucas estava gritando e trazendo a atenção dos outros que vagavam por ali por perto para nós. Ana não sabia o que fazer. Então eu o chutei com muita força em sua cabeça, pude ouvir o estalo que fez em seu crânio. O chutei mais umas quatros vezes, e nada dele soltar. Então Ana veio com uma pedra grande que estava do lado do carro e bate com ela na cabeça dele. Ele para de se mexer. Ela joga a pedra em cima do cadáver imóvel, e mais uma vez Lucas vomita.

– Não temos tempo para isso. – Ela o puxa. Eu os sigo para o carro. Entramos nele e eu dou a a partida.

– Vocês viram aquilo? Eu t tendo um pesadelo? Que merda foi aquela? – Lucas estava histérico.

– Todos vimos... Vivi? – Ana me chamava.

– Eu não faço a mínima ideia do que se passou ali. – Eu não conseguia formular nenhum tipo de pensamento. Só queria chegar logo em casa.

A cidade estava revirada. Carros dificultando a passagem. Mortos atacando pessoas. Muito sangue, muito grito. Que maldito filme de terror eu estou vivendo agora?

Com muita dificuldade, consegui chegar em casa. Minha sorte e foi que minha casa era bem próxima a escola. Eu podia ir até a pé todo dia, mas eu ia de bicicleta. Por isso eu usava luvas de motoqueira.

Entrando em minha casa, vejo que estava tudo revirado, e um rastro de sangue trilhava um caminho de horror, fiquei em choque ao ver minha mãe estirada no chão e meu pai que estava transformado em uma daquelas, se deliciando com as tripas dela.

– Papai?

Eu o chamo inutilmente, como se ele fosse me reconhecer. Ele para o que estava fazendo, e com o rosto todo sujo do sangue de minha amada mãe, me olha com aqueles olhos acinzentados e mortos. Ele se levanta a avança pra cima de mim. Eu corro em direção a cozinha, onde não tinha mais pra onde correr, já que a porta de trás estava trancada, e sinto seus olhos atrás de mim, e sua respiração ofegante, e seus grunhidos que fazia, os quais indicavam uma fome insaciável. Me viro e o olho. Ver meus pais mortos, um morto-vivo, prestes a me devorar viva, e a outra estirada no chão da minha sala, minhas razões de viver não existiam mais. Eu queria morrer ali, aceitar a morte, abraçar meu pai e me juntar a ele... Mas ele não merecia ficar daquele jeito. Lembro muito bem como Ana conseguiu parar aquele cadáver que tinha agarrado o meu pé no estacionamento, e ele ficou em paz. E era isso que meus pais mereciam paz. Eu e meu pai não tínhamos uma boa convivência, pois ele não aceitava minha condição sexual, eu sou lésbica, e desde que descobriram isso, meu pai não falava direito comigo, mas eu o amo com todas as minhas forças.

Segurei uma faca grande, daquelas de cortar carne, e apertei o cavo com toda força e raiva que eu tinha naquele momento. Esperei ele chegar mais perto, e quando ele veio, eu não pensei, só fiz, enfiei a lamina afiada em seu crânio. Ele cai no chão com a faca presa a sua cabeça. Eu dou um beijo de despedida, me levanto e pego outra faca e faço o mesmo com a minha mãe, antes dela levantar e virar uma dessas coisas. Com a ajuda de Lucas e Ana, os coloquei deitados juntos. Eu devia isso a eles.

Eu estava me preparando para também encontrar meu irmãozinho transformado, subi as escadas com o coração nas mãos, aflito. Abri a porta do quarto e o vejo tão sereno, inocente, alheio a tudo do lado de fora, ele estava brincando com os carrinhos que eu dei de presente de aniversário a ele. Não consegui conter as minhas lágrimas, e o abracei como se nunca mais fossemos nos separar, e aquele abraço era uma promessa de que eu nunca iria me separar dele. Que iria protegê-lo, custe o que custar.

– Vivi? – Ana me chama.

– Oi?

– O que vamos fazer? – Ela insistia.

– Lucas, me ajuda a pegar a cadeirinha dele, Ana pega aquela bolsa e enche de fraldas, roupas. E vamos até a cozinha pegar mantimentos. – Eles assentiram.

Juntamos tudo o que achamos que era preciso, peguei as Chávez do carro do meu pai, uma Zafira prata, entreguei meu irmão a Ana, e pedi que me esperassem. Entrei na casa de novo e cobri meus pais com um lençol, como eu não poderia enterrá-los, pelo menos eu os cobriria. Disse meu ultimo adeus, com os olhos marejados, e segui até a garagem. Eu tinha três sobre minha responsabilidade.

Dirigi até a casa de Lucas, mas antes de chegarmos a casa dele podemos ver seus pais na rua transformados. Ele começa a chorar desesperadamente. Ana parecia triste, ela estava com meu irmãozinho, Thiago, no colo. Já ele era alheio a tudo, agora brincava com uma cavalinhos de brinquedo, afinal ele só tinha dois anos...

#DreamOF

Acordo chorando. Esse sonho... Parecia que eu estava vivendo tudo aquilo de novo. Olho para o meu irmãozinho, brincando junto da Doutora Beatriz, e do Lucas, irmão de Bia. Que estava com a pequena guerreira, como Alexis a chamava, em seus braços, que ria de tudo. Em pouco tempo eu perdi as pessoas que eu mais amava no mundo, eu entendia perfeitamente a Bia, que desde que sua mãe morreu não falou mais nenhuma palavra, ela só ficava sentada longe, aérea a tudo.

Me levanto e vou até ela, não pra conversar, porque sabia que ela não iria falar comigo, mas para poder chorar um pouco em silencio por minhas perdas.

Me sento do seu lado, e ela parecia que nem me enxergava. Ela era mesmo intrigante. Não era a toa que Marina e Clara vivem suspirando por ela pelos cantos.

Olho para o mar, e todo o filme, o mesmo do sonho, se passa pela minha cabeça, e eu não consigo segurar mais as lágrimas.

– Seus amigos foram corajosos. – Ela dizia sem olhar pra mim. Eu a olhei, com os olhos marejados. – Sei que você também perdeu muito até aqui. É uma dor irreparável, e vai doer até o dia de sua morte. Mas não é por isso que devamos fingir que não aconteceu. Olhe para essas pessoas. Elas já perderam tanto, e hoje agem como se nada tivesse acontecido. Algumas até estão sorrindo dia a dia.

– As pessoas são assim, cada um tem o seu tempo. – Eu a respondi sem graça.

– Sim, mas porque tão rápido? Faz somente uma semana que tudo aconteceu. Perdemos 31 pessoas...

– Elas tem que encontrar um meio para continuar. Cada um se vira com o que tem. – Supirei.

– Como se isso fosse salvá-las. – Ela me disse sombria.

– Como assim? – Eu estava confusa. Nunca falei com ela, mas sabia que ela não era daquele jeito.

– Essas pessoas não se preocupam em sobreviver. Mais uma vez estão construindo castelinhos de areia, achando que vão ficar bem, achando que porque eu estou com o meu pé curado estarão seguras. Colocam culpa no Henry, sabia? Eu cheguei a ouvir que se e estivesse com o pé bom, e que eu estivesse no comando, nada disso teria acontecido...

– Eu também escutei.

– Mas ele não tem culpa, e poderia ter acontecido comigo no comando também. Uma hora iria acontecer. Porque eles relaxam. Eles não sabem se proteger e nem tentam, e jogam o peso e a responsabilidade para cima do líder que eles escolheram. O líder, nada mais é que um ser útil até certo ponto, até onde ele acertar... Depois, se ele errar, ou mesmo falhar, a culpa é do líder. Mas e eles? Se eles soubessem lutar... Eu não estou dizendo que não haveria mortes, estou dizendo que eles poderia ter lutado junto a gente. Sabe porque os mordedores sempre ganham? – Eu balanço a cabeça negativamente. – Porque eles atacam em grupos, se tornam números... Todos lutam, mesmo sem saber, por um mesmo propósito, o de se alimentar. E nós? Alguns lutam para nos defender, e os outros? Nada fazem. Perdemos em números, e eles ganham mais números. Entende?

– Sim... E o que você pretende?

– Essas pessoas me elegeram como líder delas. E eu serei, mas do meu jeito. Todos irão lutar. – Eu sorrio de canto. Ela era mesmo incrível. Mas eu ainda estava triste. – Vamos fazer valer a morte daqueles que amamos. – Ela me abraça, e deita a minha cabeça em seu ombro. Eu precisava mesmo daquilo, precisava me sentir acolhida, precisava sentir que eu não estava sozinha com o meu irmão.

– Obrigada... – Agradeci sem jeito.

– Vou te ensinar tudo o que eu sei. – E ela não me disse mais nada.


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Notas finais do capítulo

Lua, obrigada pela recomendação!! Eu adorei! CrissirC a sua está muito foda. Eu amo muito essa vibe de vcs.

Gente.. Mudando de assunto, que tal um grupo da DZ no whats? respondam pelos reviews! Beijoooos