Dead Zone. escrita por Ny Bez


Capítulo 18
Stairway to heaven.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal DZ! Desculpem a demora!!! Terminei o cap agora... E tenho que dormir já já. E to em video conferencia com um gringo,e uma amiga tbm. E o gringo ta bebado e minha amiga ensinando ele a falar "Meus Ovos"... kkkkkk
Enfim, histórias vida loka fora a parte, o cap ta um tanto... Vcs vão ver, e me digam quais sensações sentiram.
A música de hoje é Stairway To Heaven (como deu pra perceber por causa do nome do cap.. kkk
Aguardo seus reviews, e gente add o face da fic https://www.facebook.com/profile.php?id=100008192768224 lá eu dou os avisos e explicações do pq demorei tanto com o cap, e quero soltar spoilers pra vcs tbm. Chega de falação...
ATUALIZANDO PORRA!!! ;)



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O silêncio era ensurdecedor, enquanto eu dirigia só via destruição pelo caminho. Para onde iríamos? Onde estaríamos seguros? Como eu poderia proteger toda aquela gente? Tantas perguntas ecoando pela minha cabeça... Estava tudo perdido. Eu revivia a cena de mais cedo nos milésimos de segundos em que meus olhos ficavam fechados ao piscar, a dor me consumia. Nunca perdi tanta gente assim em menos de uma hora, nem em uma batalha no meio da guerra. Essa sem sombra de dúvidas é a pior batalha pela qual já passei e irei passar, pois aqui é uma corrida contra o tempo. É um jogo de azar, e sem final feliz...

Percebo que o ônibus está parando. Estávamos na estrada, em direção ao interior do estado do ceará, seguindo pelo litoral, CE 025. Carros e mais carros abandonados, desde importados aos mais populares. Pensei que havia alguma pilha de carros bloqueando a passagem, já que o ônibus estava indo na frente para abrir caminho. Marina me olha com um ar preocupado, já Clara parecia tranquila, e já segurava com firmeza sua pistola, Desert Eagle.

Parei o Impala, logo atrás do caminhão, e desço para ver o que está acontecendo. Ricardo também desce do caminhão.

– O que está acontecendo? – Perguntei a ele.

– Não faço a menor ideia, sei que o Henry parou o ônibus. – Ele vai até o carro falar com Clara, que havia descido do Impala já a postos. Eu olho para trás rapidamente e vejo Clara o ignorar, e volto a olhar para frente, seguindo com meus passos.

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POV Henry...

20 minutos antes...

As pessoas estão muito assustadas aqui dentro, ouço choros e soluços por toda a parte. Se eu não tivesse saído atrás daquelas roupas, como a Marina sugeriu nada disso teria acontecido. Poderíamos até ter reforçado o muro se eu tivesse sido mais esperto. A Bia nunca teria trazido uma horda com ela, na verdade ela teria afastado a horda, e eu fui covarde, e não fiz o que ela fez quando percebeu aquela outra horda no portão. Tudo isso foi culpa minha, da missão desastrosa em que me coloquei sem necessidade. Que droga de militar que eu sou. Eu não sou nada sem a Bia, sem seus comandos. Eu não deveria ter sobrevivido a esse ataque. Era eu quem deveria ter morrido nessa droga de ataque, e não pessoas inocentes, parentes da Bia. Ela vai me odiar pra sempre. Ela confiou a segurança das pessoas que ela ama nas minhas mãos, e agora... Ta tudo perdido.

– Henry? Ta tudo bem? – Alexis me chama atenção.

– Não, não está tudo bem. – Eu respondo a olhando, meus olhos marejavam. – Que droga! Foi tudo culpa minha! – Freio o ônibus de uma vez. Alexis cai em meu colo.

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POV Bia...

A porta do ônibus abre. E Henry desce correndo, passa por mim direto e vomita logo mais a frente.

– Henry? Você está bem? – Pergunto assustada. Nunca o vi daquele jeito.

– Não! Não está nada bem! Todo mundo morreu por minha culpa! – Ele chorava e vomitava ao mesmo tempo. Eu não sabia o que fazer.

Marina, Clara e Ricardo se aproximam. Bárbara, Lucas e Thiago também. Alexis corre e abraça Marina, que estranha à atitude, mas abraça de volta. Posso ver que ela relaxa os ombros no abraço de Alexis, que depois desfaz o abraço que procura por alguma mordida no corpo de Mari.

– Você está bem, Mari? – Ela pergunta chorosa.

– To... To sim. – Marina responde confusa. Percebo um tom rubro em sua face.

Volto a minha atenção para Henry, que passava muito mal, nunca o vi daquele jeito. – Henry... Não foi culpa sua. – Tento tranquilizá-lo.

– Claro que foi, Bia! Se você tivesse ido naquela missão idiota, você nunca teria trazido uma horda com você.

– Não fale isso, como teríamos certeza? Você fez o seu melhor, meu amigo.

– Meu melhor? Se meu melhor é matar metade do grupo, não quero nem saber qual é o meu pior. – Ele ironiza.

– Não fale assim. Você sempre foi o meu melhor soldado.

– Com você ao meu lado posso ser o melhor, mas sem você fico perdido. Eu só sigo ordens, Bia! Esse é o meu melhor. Sou mesmo um brutamontes, com o viadinho do Ricardo vive repetindo.

– Me recuso a ouvir isso. Mas agora não é a hora nem o lugar para discutir sobre a sua competência. – Disse séria. Já pude ver uma movimentação de mordedores ao redor. – É melhor voltarmos para os carros. - Marina e os outros assentem. – Alexis?

– Oi?

– Você sabe dirigir um ônibus?

– Claro que sei! – Ela pisca para mim.

– Ótimo. Pois você vai dirigi-lo agora. Voltem para os carros. – Digo enquanto retiro a minha Katana da saya, e decapito um mordedor que estava próximo demais.

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POV Alexis...

Eu precisava saber que minha irmã estava bem. Acho que ela ficou sem entender nada, mas teremos muito tempo para conversar quando pararmos os carros. Ela é mesmo guerreira, não tinha nenhum arranhão. No meio da confusão, eu só a vi uma vez, e ela estava explodindo a cabeça de alguns nhoc’s. Ela puxa esse lado badass de mim, é claro.

Dou a partida no ônibus, e sigo em frente, rumo a Aquiraz. Henry ainda chorava, a mãe de Bia o consolava, no fim ele era mesmo uma bonequinha. Mas ele tem razão, a culpa foi nossa... A missão foi mesmo desastrosa e atraímos muitos deles para a casa, mas de qualquer forma, os tiros também os atrairiam, e iria acontecer mais cedo ou mais tarde. Ainda bem que trouxemos o ônibus, pois sem ele, o número de cadáveres teria sido bem maior, e isso o grandão não vê, ele não vê que no fim, salvamos o dia. É assim que eu penso, nas vidas que conseguimos salvar.

– Dona... Diana... Você ta sangrando? – Escutei Henry falar desesperado. Não podia ser... A mãe da Bia foi... Mordida? – Freei o ônibus, abandonei a cadeira do motorista, e corri até eles.

– Deixa eu ver. – Cheguei empurrando Henry para o lado. Pus a mão sobre sua blusa, ela segura minha mão com as duas mãos, e me olha triste. Continuei... Abri a blusa de botão que ela usava, devagar. E lá estava a mordida cravada em sua costela. – Diana... – Falei cabisbaixa.

– Por favor, não contem para o meu marido. – Ela suplicava. E realmente o Sr. Rocco, pai de Bia, iria surtar, mas a minha preocupação era a própria Bia. Ela vai ficar arrasada.

– Dona Diana, como isso foi acontecer? – Henry perguntava inconformado.

– Foi tão rápido... Foi quando eu estava procurando a Bia na multidão, ai vi meu irmão, o Fernando transformado, e fiquem paralisada, ai um que estava no chão, agarrou minha roupa, e subiu em mim, mordendo a minha costela. – Ela contava dolorosamente. – Eu consegui empurrá-lo e correr, e vesti essa jaqueta da Bia que estava no varal, e depois subi no ônibus.

********************************

POV Bia...

O ônibus parou de novo... O que será que houve agora? Paro o carro pensando se o Henry estaria bem. Talvez ele esteja querendo vomitar de novo.

– O que será dessa vez? – Marina questiona sem paciência.

– Talvez seja o Henry de novo... – Respondo.

– Estamos quase em Aquiraz, porque parar agora? – Clara questionava.

– Não sei... Vou ver o que está acontecendo... – Ligo o carro e ultrapasso os carros que estavam à frente.

Estaciono do lado da ambulância que era o carro que estava atrás do ônibus. Meus irmão também descem do carro.

– O que houve Bia? – Thiago me pergunta.

– Eu não sei... – Alexis abre a porta do ônibus.

– O que houve Alexis? – Lucas pergunta.

– É melhor você três entrarem no ônibus. – Ela disse cabisbaixa.

Entramos no ônibus, e todos estava sussurrando e olhando pra gente, com um olhar de pena. Thiago foi na frente, seguido por Lucas. Sinto um arrepio percorrer a minha espinha... E o grito de meus dois irmãos em uníssono. – NÃO! MAMÃE! –Meu coração aperta... E desesperadamente os empurro para poder ver o que estava acontecendo.

Ela estava deitada numa cadeira que estava inclinada, o sangue jorrava, e sua blusa de botão verde estava manchada de vermelho. Ela me olhava como se pedisse desculpas. Fiquei paralisada, e mais uma vez minha cabeça foi invadida por um zumbido terrível. Lágrimas percorriam meu rosto, e uma dor se apossava de meu peito. Minhas mãos iam ficando gélidas, e minha pele ficando pálida, minhas pernas enfraqueciam, e a saliva descia rasgando a garganta a cada vez que eu tentava engolir. – Mamãe... – Meus lábios tremiam. Minha cabeça balançava negativamente, como se eu estivesse tentando espantar aquela visão, como se fosse um sonho ruim. – C-como? – Meus irmãos estavam ajoelhados, cada um segurando uma de suas mãos. Ela já estava pálida, seus olhos estavam fundos. Eu tinha perdido muita gente naquela noite, mas a minha mãe?

– Filha... Me desculpe, eu não pude evitar... – Ela tentava se explicar. Eu não conseguia dizer nada. Nem ao menos me mover eu conseguia.

– O que está acon... – Meu pai chegou empurrando a todos. – Diana? Meu amor! Não! – Ele se jogou sobre ela em prantos. Minha família estava desestruturada, todos em choros incontroláveis.

Olho pela janela do ônibus, e vejo cerca de cinco zumbis se aproximando do local. Contraio o meu maxilar, cerro meu punho com força, e saio correndo pelo ônibus, com a mão segurando o cabo da espada, que estava pronta para ser sacada a qualquer momento.

Ao descer os degraus do ônibus, tiro a Katana da saya, e vou de encontro àquelas coisas que condenaram a minha mãe a morte.

Meu cabelo se desfaz do coque que tinha feito, e a franja cobre meus olhos. Eu o espero se aproximar mais, como uma cobra se fingindo de estática para poder assim dar o bote quando a presa chegar mais perto, e lá veio ele, um morto-vivo com blusa xadrez bem rasgada nas mangas, um jeans surrado, um all star preto cano alto. Com certeza era um adolescente cheio de sonhos... Mas agora era só mais umas dessas criaturas sem alma que quer levar a minha. Ele já avança pra cima de mim com a boca aberta, enfiei a espada pela boca e o empurro até o carro, fincando a espada no mesmo. Ele fica preso, se debate tentando se soltar. Percebo dois zumbis querendo me encurralar, eles tentam me agarrar, me abaixo, e eles acabam se agarrando e caindo no chão, um por cima do outro. Pego uma barra de ferro q estava no chão e enfio no crânio do dois, logo eles ficam imóveis e mais uma vez sem vida. Agora era a vez de uma garota, aparentava ter uns 20 anos, ela estava com um vestido branco, revestido de sangue, havia uma enorme mordida no pescoço. Pego uma pedra grande e espero ela chegar mais perto, ela consegue me agarrar, mas eu a acerto no rosto quebrando sua mandíbula, dou mais uma pedrada em sua cabeça e ela cai, sento em cima dela e a acerto mais umas cinco vezes, seu sangue espirra em meu rosto, quando paro noto seu crânio esmagado. Jogo a pedra para o lado. Mais um vinha em minha direção, dou uma rasteira e ele cai no chão e bate a cabeça na pedra que tinha uma ponta, eu levanto e chuto sua cabeça, fazendo a pedra atravessá-la. Agora volto a minha atenção para o que deixei preso na minha espada. Eu o observo, ele se desespera, pois quer arrancar um pedaço meu, mas não consegue sair dali por causa da espada presa na lataria do carro. Eu retiro a minha faca coldre, e arranco um pedaço, especificamente no mesmo local em que morderam a minha mãe, um pedaço da costela. Ele fica ainda mais inquieto e tenta andar cravando ainda mais a lamina da katana em sua boca. Seguro uma de suas mãos estendidas e corto um dedo, o indicador, olho para o seu rosto tentando buscar por alguma reação, e a reação foi de fúria, e sede pelo meu sangue, mas daquela vez eu também queria o seu sangue. Pego a barra de ferro que finquei na cabeça dos dói mordedores traiçoeiros, pressiono o meu pé contra o peito do mordedor, retiro a minha katana e enfio a barra de ferro logo em seguida, também pela boca. O deixo lá, preso.

Vou até o Impala, abro o porta-malas e retiro um galão de gasolina, e pego uma caixa de fósforos no porta luvas. Caminho de novo até o filho da puta sanguinário, e derramo gasolina nele. O encharcando bem. Risco dói palitos e olho o reflexo da chama nos olhos famintos dele, logo atiro contra seu corpo provocando sua carbonização. Olho para o ônibus, e todos me olhavam aterrorizados pela janela. Marina e Clara também me olhavam. Ainda com a minha franja cobrindo meus olhos, e escondendo o olhar escuro o qual eu me encontrava.

– Bia!! – Lucas grita de dentro do ônibus. Eu entro as pressas.

– Bia... Estamos perdendo ela... – Bárbara me falava com tristeza no tom de voz.

– Não... Por favor meu amor, fica com a gente... – Meu pai a beijava.

– Mãe, por favor... Você não pode morrer agora! A Sara ta grávida, ela vai te dar o teu primeiro neto. Por favor, resista! – Thiago pedia aos prantos. Sara colocou suas mãos em seus ombros.

– Mamãe... Que droga! Eu deveria te proteger! – Lucas estava desesperado, e eu podia ver que ele estava assustado.

Minha mãe olhava pra mim. – Minha filha... Você está sangrando? – Eu balanço a cabeça negativamente. – Que bom. Se o sangue não é seu, significa que é daqueles malditos. – Contraio o maxilar com raiva. – Cuide de seus irmão, das pessoas aqui, do seu sobrinho que vai nascer, de seu pai turrão... De Clara... Onde ela está?

– Estou aqui, Diana. – Clara responde.

– Chegue mais perto, querida. – Clara se aproxima. – Não perca mais tempo. Vocês se amam, e precisam ficar juntas... – Ela puxa Clara para falar algo em seu ouvido. Clara balança a cabeça positivamente. Henry liga o rádio, e toca a introdução de Stairway to Heaven, Led Zeppelin.

“There's a lady who's sure all that glitters is gold
And she's buying the stairway to heaven
When she gets there she knows if the stores are all closed
With a word she can get what she came for

And she's buying a stairway to heaven...”

Seus olhos se fecham em seguida, depois abrem de novo, e ela consegue dizer um quase inaudível “Amo vocês”, depois fecha os olhos de novo. Posso ver seu ultimo suspiro.

“There's a sign on the wall, but she wants to be sure
'Cause you know sometimes words have two meanings
In a tree by the brook there's a songbird who sings
Sometimes all of our thoughts are misgiven

Oh, it makes me wonder
Oh, it makes me wonder…”

Meu pai grita e xinga alguma divindade. Meu irmão mais novo, chora no colo de minha mãe morta. Meu irmão mais velho chuta uma cadeira, e a quebra. Sua namorada vai consolá-lo.

“There's a feeling I get when I look to the west
And my spirit is crying for leaving
In my thoughts I have seen rings of smoke through the trees
And the voices of those who stand looking

Oh, it makes me wonder
Oh, it makes me wonder…”

Eu abaixo minha cabeça, deixo a minha espada cair no chão, e deixo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Clara me abraça.

“And it's whispered that soon, if we all call the tune
Then the piper will lead us to reason
And a new day will dawn for those who stand long
And the forests will echo with laughter

If there's a bustle in your hedgerow, don't be alarmed now
It's just a spring clean for the may queen
Yes, there are two paths you can go by, but in the long run
There's still time to change the road you're on

And it makes me wonder…”

Marina segura a minha mão e a aperta. Posso ver seus olhos marejados, e a direcioo um sorriso fraco. Alexis a abraça.

“Your head is humming and it won't go
In case you don't know, the piper's calling you to join him
Dear lady, can you hear the wind blow?
And did you know your stairway lies on the whispering wind?...”

Volto a olhar para a minha mãe, e noto seu corpo ter espasmos. Meu pai ainda estava debruçado sobre ela. E também percebe.

– Diana? Meu amor? – Ele a chama. Ela abre os olhos, os quais estavam acinzentados, frios, mortos.

“And as we wind on down the road
Our shadows taller than our soul, there walks a lady we all know
Who shines white light and wants to show
How everything still turns to gold and if you listen very hard…”

Ela tenta mordê-lo, mas ainda estava fraca. Ele a segura, e afasta a cabeça dela de seu corpo, para não ser mordido. Saca a sua pistola de seu coldre velho, a olha com os olhos mais tristes que eu já vi ele dar na vida.

“The tune will come to you at last
When all are one and one is all, yeah
To be a rock and not to roll…”

– Eu te amo meu amor... – E atira.

“And she's buying a stairway to heaven.”


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Notas finais do capítulo

Só pra lembrar, add o face da fic https://www.facebook.com/profile.php?id=100008192768224
O que acharam??? Beijoooooos!