Happy Birthday, Molly escrita por Louise


Capítulo 7
Sophia


Notas iniciais do capítulo

Olá, xuxus lindos do meu core! Voltei pra cá u.u Bom, agora começam os flashbacks de novo. Vou fazer assim: dois capítulos de flashback e dois de presente, para que as duas corram simultaneamente. Bom, sem enrolação, bora pra história.



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Que manhã fria. Logo que saí da cama, de debaixo das cobertas, sabia que teria que colocar mais blusas de frio. Lá fora, uma neblina fina caía sobre a terra da Rainha, impedindo que eu visse algo distante da janela. Minha verdadeira vontade era ficar ali para sempre, até que aquele homem, que eu resolvi deixar entrar na minha casa, fosse embora.

Me olhei no espelho. Tomei um susto. Eu estava horrível. Meus olhos estavam inchados e vermelhos, minhas bochechas estavam manchadas com caminhos de rímel preto. Chorei quase a noite toda, até dormir. Não conseguia acreditar no quanto eu fui boba! Idiota, de achar que um homem como ele conseguiria sentir alguma coisa por alguém, ainda mais por mim. Como eu fui babaca. Porque? Porque eu insisti tanto em acreditar que alguma coisa ia acontecer. “Ele não sente nada, você já viu isso” minha consciência repetiu. Já me dissera isso tantas vezes.

Já fiz minha decisão. É uma promessa. Juro. Não vou mais sofrer. De hoje em diante, juro não me apaixonar mais. Nunca mais.

Tomei um banho quente, escolhi minhas melhores roupas, cuidei da maquiagem e desci as escadas com o peito mais inflado que eu conseguia fazer. Eu estava me sentindo a pessoa mais confiante do mundo, nada poderia estragar meu dia. Eu não iria deixar nada estragar meu bom humor. Seria ótimo ver a reação dele, ver que ele sabe que eu não tinha me abalado com nada.

Estranhamente, ele me esperava no pé da escada. O mesmo casaco, o mesmo cachecol, o mesmo paletó. Mas estava com aquela camisa roxa. Ah, aquela camisa me deixa louca. Ele fica especialmente sexy com aquela camisa, mesmo que só a gola apareça.

__ Bom dia, Molly.

__ Bom dia, Sr. Holmes.

Sem intimidade. Sempre cordial e precisa. Está indo bem, Molly.

Não deixe-o vê-la sofrer.

__ Pronta? É uma viagem de horas.

__ Nasci pronta – soltei, sem pensar duas vezes. Sempre quis dizer isso a alguém. – O jato já está nos esperando?

__ Jato? Não te disse nada sobre o jato.

__ Se não fossemos com algum jato privado de Mycroft, esses dois brutamontes não estariam nos esperando na porta.

Sim, eu havia notado as cabeças carecas dos seguranças do lado de fora da casa, um na frente de casa janela. Olhei nos olhos do detetive, como ele costumava olhar os meus – com as pupilas pegando fogo, queimando aquela garota boba que ele conheceu.

Não deixe-o vê-la sofrer.

__ Mycroft está pronto para irmos?

__ Estou sim, minha cara. Pergunte o mesmo ao meu irmão, e ele não poderá lhe responder o mesmo. A propósito, bom dia – o Holmes do meio respondeu, entrando pela porta da frente. Trajado nas costumeiras roupas sociais e com o guarda-chuva sempre em mãos, parecia feliz por saber que o irmão não apareceria em Londres por um bom tempo.

__ Bom dia, Sr. Holmes. Vamos, então.

__ Sim, sim. Ah, Phia estará nos esperando quando aterrissarmos? – o mais novo perguntou.

__ Phia? – perguntei. Ambos me ignoraram.

__ Sim. Ela faz parte da nossa rede. Ouçam tudo o que ela diz, ela sabe o que faz – o outro respondeu. – Mas vamos logo, o piloto não nos espera para sempre.

***

O jato pousou delicadamente em solo francês. Uma das janelinhas se abriu, revelando o rosto de uma mulher. Ruiva dos olhos castanhos, carregava no olhar um brilho diferente. Observava as nuvens como uma criança, que mal acreditava ter voltado de uma viagem nos céus. Segurava as mãos sobre as coxas, mexendo no esmalte carcomido. Nervosa? Com toda certeza.

A porta abriu-se. Do vão, um moreno alto saiu, carregando consigo um par de malas. O cachecol balançava junto ao vento, parecendo dançar no mesmo ritmo dos cachos e do casaco preto. Os lábios em formato de coração não atreviam-se a mexer, tomados pelo frio da época.

Atrás dele, a legista surge. Mal saíra do avião e já sentia o frio penetrar-lhe as entranhas, causando arrepios na espinha e tremedeira nos ossos. Desceu as escadas atrás do parceiro, vendo a figura de uma mulher aproximar-se a passos rápidos. De longe, ela lembrava o Holmes mais novo; andando com a cabeça erguida, fuzilando-os com os olhos azul-esverdeados.

Sherlock aproximou-se o suficiente para ouvi-la falar.

__ Sempre em cima da hora. Nem parece que é britânico – ela forçava o “r”, algo típico da língua do país.

__ E você definitivamente não se parece com uma francesa.

Os cachos loiros longos dela tilintaram. Os dois se abraçaram.

Molly sentiu as mãos esquentarem. Quem era aquela?

__ Como vão mamãe e papai? Mycroft está bem?

__ Papai ainda não admite que tem artrite, e insiste em andar montes e montes por dia. Mas mamãe dá conta dele – ele respondeu, fitando o horizonte. – Mycroft, bem, ele... continua sendo Mycroft – os lábios esboçaram um sorriso. A loura riu.

__ Oh – surpreendeu-se ao ver a ruiva logo atrás. – Quem é essa, Sherl? – seus olhos a escanearam. – Namorada?

__ Graças aos Deuses, não – Molly respondeu, não dando chance a Holmes. Deu alguns passos a frente. – Só estou aqui a trabalho.

“É isso ai, garota! Está indo bem” sua consciência a parabenizou. Sabia que iria ouvir os concelhos de sua consciência muitas vezes durante aquela viagem.

__ Excelente. Cuidado com o meu irmão, ele tende a deixar as colegas de trabalho caidinhas por ele.

__ É, eu sei – ela respondeu, com pesar. “Eu caí nessa também, sei do que está falan... Espera. ‘Meu irmão’? Sherlock tem uma irmã?!”

__ Srta. Hooper - ele começou -, gostaria de apresentar-lhe Sophia Holmes, parte do governo francês e minha irmã mais velha.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim ^^ O capítulo de amanhã também está pronto, então não tem muito perigo de não postar amanhã :3

Beijinhos da ruiva,

Amelia.