Happy Birthday, Molly escrita por Louise


Capítulo 2
Presentes


Notas iniciais do capítulo

Olá, xuxuzinhos! Olha eu aqui, mais uma vez o/ Agora, segundo capítulo. Espero que vocês gostem (ta grande, mas vale a pena) :D



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Molly estava pasma. Como não pensara nisso? Lógico, nunca tivera uma festa surpresa, aquela era a primeira vez. E lá estavam, Mary, John, Lestrade, Sra. Hudson e Sherlock. Uma festa surpresa. Tudo fora arquitetado, não havia corpo nenhum.

Nem ela mesma lembrara que era seu aniversário. Parecia ser um dia normal, nada estava diferente. Seus pais já haviam morrido, então deles não receberia chamadas; a irmã estava internada em uma clínica para dependentes químicos, mal poderia dizer a cor da própria pele sem passar uma hora olhando para seu braço, muito menos dizer quando era o aniversário da irmã mais nova.

A única que poderia se lembrar era Mary. Ela era mesmo maravilhosa. A melhor amiga que Molly poderia ter conseguido.

__ Parabéns, Molls! - Mary saiu detrás da poltrona de Sherlock, com os braços abertos para um abraço e um sorriso no rosto. Vestia uma calça preta e uma bata branca, que deixava a barriga de grávida notável.- Achou que eu fosse esquecer, não é? Nunca!

As duas se abraçaram. Sra. Hudson foi a próxima da fila, seguida por Lestrade e John. Ela etava radiante, mais até que o sol. Alguém, ao menos, se lembrava dela. Mas faltava alguém. Alguém para dar um parabéns.

Holmes aproximou-se dela. Não sabia o que falar, então seguiu o padrão, como os outros fizeram.

__ Feliz aniversário, Molly.

Não sabia o que fazer depois, então beijou-a na bochecha. Ela corou. Muito.

__ Obrigada - ela sorriu.

Deuses, como ele nunca a vira assim? Como ele poderia ter negligenciado aquele sorriso da legista por tanto tempo?

__ Espero que... Que tudo dê certo para você - ele a envolveu num abraço, murmurando baixinho. Ela sentiu o gelo do coração derreter. Desistir dele? Nunca.

Mary abriu um sorriso ainda mais largo. Sherlock abraçando Molls, ela deve estar morrendo por dentro. A loira olhou para o marido: ele estava pasmo. Desde que mudou-se da Baker Street, e não viu o colega por dois anos, ele mudou - divagou o médico. Com certeza mudou, estava mais gentil. Mais cordial. Mais humano.

A grávida lançou ao companheiro um olhar engraçado, como se dissesse "O que acha?". Ele levantou as mãos, dando de ombros. Em seguida, olhou para a amiga. Já longe do abraço de Sherlock, ainda estava sem fôlego e um pouco corada. Esperou o detetive virar-se para pegar o violino, e fez dois joinhas com os polegares, mordendo o lábio inferior.

Molly riu.

__ Quantos anos está fazendo? - Lestrade perguntou.

__ 28 - ela respondeu.

__ Quer abrir os presentes? - Mary perguntou. Estava mais animada que a amiga, em relação aos presentes. Pelas contas da ruiva, haviam quatro presentes. Um de Mary, um de John, um de Lestrade e um de Sra. Hudson, ela contou mentalmente. "Talvez ele não queira me dar nada. Não faz mal, não vou me abalar por isso".

__ Ah, pode ser, sem problemas - a legista falseou um sorriso. - Depois cortamos o bolo - virou os olhos para a enorme pilha de massa com chantilly sobre a mesa da cozinha. "Espero que tenham limpado a mesa antes de colocá-lo ali, nunca se sabe o que Sherlock coloca sobre o tampo".

__ Excelente - John anuiu.

Molly recebeu seu lugar de direito, sentada na poltrona de Sherlock. Ele, ao vê-la ali, teve o impulso incosciente de mandá-la sair - afinal de contas, ela era a SUA cadeira -, porém disfarçou com um pigarreio. Era o aniversário dela, Molls merecia.

Mary sentou-se no colo de John, os dois na poltrona do médico. Sherlock estava diante da lareira, Lestrade ao lado do fuzileiro e a esposa, e a governanta encostada a lareira.

A aniversariante abriu o primeiro presente, Uma caixinha embalada em papel vermelho, sua cor favorita. Em uma das faces, estava marcado: Olivia Hudson. Rasgou o papel com o máximo de delicadeza do mundo - tinha o tremendo azar de ser cortar quase todas as vezes com os envoltórios de papel -, puxando a tampa da caixa logo após. Seus olhos brilharam.

__ Espero que goste. Lembrei de você mencioná-lo como a sua série favorita - a landlady cruzou os braços, observando as reações de Molly.

O conteúdo eram dvds oficiais com todos os episódios de Doctor Who, a coleção toda. A série realmente era a sua favorita, e ela nunca ganhara algo assim.

__ Obrigada, Sra. Hudson. Obrigada mesmo - ela disse, abrindo ainda mais o sorriso. Como não sorriria diante de um dia tão especial?

A landlady abraçou-a, sussurrando algo que ela não conseguiu entender. Talvez não fosse para ela o murmúro.

O próximo presente, provavelmente era algo mole e macio, como uma blusa ou uma calça. Embrulhado com papel azul marinho e enrolado numa fita branca - onde as iniciais GL estavam cravadas -, foi aberto com um pouco menos de cuidado, mas ainda gentilmente. Revelou uma blusa alaranjada, quase um salmão. Na frente, com um pano um pouco mais transparente, uma coruja preta e marrom observava a legista.

__ Não sabia muito o que comprar, mas sei que gosta de corujas - o Detetive Inspetor disse, um pouco envergonhado. Ela havia adorado. Desde a infáncia, na casa dos pais, convivia com as corujas da família. Os Hoopers tinham a tradição centenária de cuidar desses animais, como se fossem filhos.

Ela sabia que não conseguiria mais abrir os lábios, já estavam num soriso enorme; então simplesmente apontou-os para o detetive, que sorriu de volta. Lestrade sempre fora getil com ela.

__ É linda, adorei. Muito obrigada - ela respondeu, abraçando o colega e beijando-lhe a bochecha.

Sherlock, sem saber o porque, quase matou-o naquele instante. Quem disse que Molly tinha o direito de beijá-lo na bochecha? Aquele era um gesto reservado somente a ele, não era? Como assim, como ela pôde fazer isso?

"Está com ciúmes, Sherlock?" ouviu a voz do irmão do meio. Era algo típico de Mycroft, dizer isso. "Não, irmãozinho. Não..." ele devolveu mentalmente. Fechou os portões do seu Palácio Mental, para que o irmão não pudesse atrapalhá-lo novamente.

A próxima. Aquela, pelas contas - e pelo laço enorme em cima - era de Mary. Uma caixa pequena, com uma fita branca e generosa, envolvida com papel rosa shocking. Abriu, tirou a tampa da caixa devagar. Seus olhos brilharam quando finalmente viu de quem era, e mais ainda por ver o que era.

Um anel de prata, com um pequeno diamante cravado no metal. Debaixo da aliança, uma carta de papel dobrado. Não era dela, era dele. De Sherlock.

__ Oh, Deus... Pelos anjos, é... - seus olhos encheram-se de lágrimas. Uma aliança, dele para ela! Ela jamais poderia ter sonhado com algo assim, era perfeito demais. Beliscou discretamente a própria perna, para ter certeza de que não estava de fato em um sonho. Impossível! Não estava sonhando. Tudo aquilo era real. Sentiu as gotas escoarem pelas bochechas.

__ Molly, eu sei que... Nunca pude te agradecer por ter me ajudado durante a minha, o meu... O meu sumiço - ele começou. - E...

Ela o olhava, maravilhada.

__ E, depois do que passamos, eu sei que a única coisa que eu tinha a fazer era isso. A única coisa que me faltara fazer, que não me deram tempo de fazer antes de partir - ele continuou.

John olhava com um ponto de interrogação gigante gravado no rosto. Como assim, Sherlock estava noivo? Impossível. Da Molly Hooper? Mais impossível ainda. "As pessoas mudam, John" Mary sussurrou, entendendo a expressão de pavor do marido.

__ Molly... Sei que nunca vou conseguir fazer isso de um jeito diferente, mas... - ele se ajoelhou.

__ Sherlock, eu... - ela tentou começar. Tentou terminar também, mas não conseguiu. Sibilou alguma coisa sem sentido, sem saber o que dizer. Sentiu o mundo desaparecer a seu redor, as cores sumindo bem devagar, terminando em borrões. Não, não era a emoção de estar noiva. Pelas suas contas, e pelo que sentiu durante os cinco segundos antes da total inconsciência, era uma droga. Morfina, talvez.

Desmaiou.


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram? A partir de agora, shit's about to get really serious (haha). Talvez na quinta feira, depois de todas as minhas provas, eu consiga ter terminado o terceiro capítulo, e ele sai quentinho pra vocês :D

Beijinhos da ruiva,

Amelia.