Happy Birthday, Molly escrita por Louise


Capítulo 13
Casa


Notas iniciais do capítulo

Alô criançada, a tia Amelia chegou! Êêêê, voltei ;) Bom, lembram quando eu disse que faria dois capítulos de cada cronologia, para deixar tudo organizado? Então, esquece isso. De agora em diante, eu aviso aqui (então façam o favor de ler as notas do capítulo antes de começar) de qual cronologia vai ser. O de agora, por exemplo, é da cronologia presente - não posso dar referência para não dar spoiler.

Mas enfim, ser me demorar, vambora!



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__ Aqui estão suas roupas. Fique tranquila, Srta. Hooper. Assim que seu acompanhante chegar, poderá sair. Sua alta já foi concedida, mas recebemos pedidos de seus amigos para não deixa-la sair sem um acompanhante.

__ Não faz mal – Molly respondeu, esgueirando os olhos para o relógio nos aparelhos ao lado da cama. Dezenove horas. Emendou uma pergunta antes que o doutor se retirasse. – Vocês já sabem o que me fez desmaiar?

Ele a olhou, preocupado. Tinha ordens estritas de seus superiores, para não liberar qualquer dado para os pacientes antes das datas estipuladas; porém sentia que Molly tinha o direito de saber.

__ Barbitúrico. Você provavelmente sabe o que é isso. – ela balançou a cabeça em concordância. Barbitúrico é usado em calmantes e sedativos. - Uma dose cavalar, capaz de derrubar uma pessoa com quase o triplo do seu peso. Você tinha grande chance de entrar em coma induzido depois disso. Teve sorte, muita sorte.

“Não existe sorte” Molly pensou. “Quem quer que o tenha feito, tomou cuidado para colocar o suficiente para um desmaio rápido, e quase o suficiente para me deixar em coma e estado de risco. Agora tenho o direito de saber quem”. O doutor, antes que ela pudesse perguntar quem era seu acompanhante para a saída, sumiu porta afora, deixando Molly com seus pensamentos.

Arrumou-se na cama. Aquele colchão era péssimo, suas costas estavam horrivelmente dormentes e doloridas. Abaixou o volume da televisão, voltando ao silêncio que tanto prezava. Tentou reconfortar-se; pelo menos agora sabia o que havia a deixado daquele modo. Teve de lutar com alguns dos médicos, para que corressem os exames de sangue – ela tinha certeza que fora drogada, não desmaiara por nada.

Seria oportuno, não? Molly desmaiar logo quando Holmes a pedisse em casamento. A maioria dos médicos acreditaria e engoliria a ideia de que fora pelo choque do pedido, e tudo seria esquecido. Mas ela sabia o que sentiu. Desmaiar com um calmante, um sedativo ou naturalmente tem uma pequena diferença. Se tivesse sido drogada, apagaria devagar; caso o contrário, seria quase imediato.

__ Molly? – a voz doce de Mary estourou a bolha de pensamentos que ela criara em volta de si. – Está bem?

__ Sim. Podemos ir?

__ Oh, não sou eu que vou levar você. Preciso ir atrás do John, ele não está muito bem – fez uma pequena careta. Molly riu.

__ Mas então...

Um clique de engrenagens parou sua voz, antes que ela pudesse perguntar. Já tinha a resposta, mesmo que não o tivesse visto. Quem a levaria era Sherlock.

Não que ela não tivesse gostado da ideia – pelo contrário, ela estava morrendo de saudades dele. Mas, pelo que Mary e John contaram, ele também não andava muito bem. Aquelas duas mortes assustadoramente mexeram com Holmes – se é que isso era possível. Todos estavam de luto por Lestrade, e Mary parecia especialmente abalada com a morte de Irene. Mas isso seria possível – quer dizer, as duas não se conheciam. Ou será que...?

__ Ah, sim – Mary sorriu ao ver que Molly entendera o que estava acontecendo. – Isso mesmo. E se prepara, porque o bonitão vem aí. Até mais, amiga.

Pelo vidro da janela do quarto, Molly pode ver a silhueta alta e os cachos castanhos de Sherlock. Mary sumira do batente da porta – cumprimentou Sherlock e saiu, batendo os saltos baixos das sandálias hospital afora. A imagem do moreno alto apareceu na porta.

__ Sherlock Holmes.

__ Molly Hooper.

Finalmente. Finalmente podia vê-lo. Sua maior vontade era de sair daquela cama, se soltar de todos os aparelhos e se jogar nos braços do detetive. Sentir aqueles cabelos macios entre seus dedos, os lábios unidos, os corpos juntos como um só. Pareciam terem se passado eras desde a última vez que se viram. Subitamente, Molly roçou o dedão no dedo onde sua aliança deveria estar. Onde ela estava?

Em silêncio, Holmes fechou a porta do quarto. Completamente sozinhos, ele cruzou a sala e deitou ao lado dela na cama, segurando-a em seus braços, como da primeira vez que dormiram juntos. Ah, França.

Ali ficaram por um tempo. Sem beijos, só carinhos. Molly deitou a cabeça em seu peito. Sherlock brincava com os cachos que se formaram nas pontas dos cabelos dela.

__ Agora entendi porque gosta do meu cabelo.

Ela riu. Era difícil de explicar em palavras o que sentia perto dele. Era confuso – um misto de desejo e vergonha, com pequenas pitadas de felicidade boba. Mas “desejo”, “vergonha” e “felicidade” eram só palavras, não conseguiam chegar a transparecer completamente o que sentia. Algumas coisas não foram feitas para serem descritas; somente sentidas e aproveitadas.

__ Porque demorou tanto para vir me ver?

__ Eu estava... tratando de outras coisas.

__ O que descobriu sobre Lestrade de Irene? Sherlock, eu te conheço. Sei que estava cuidando disso.

Ele apertou os lábios. Como ela poderia saber?

__ Ainda nada conclusivo. Prefiro te poupar disso, por enquanto. Quando estiver com as baterias recarregadas, prontas para voltar a trabalhar, ficará sabendo de tudo.

__ Eu estou me sentindo uma árvore, plantada nessa cama. Vou voltar para o Barts em menos de uma semana. Me diz logo o que descobriu.

Sherlock, sem ver outro jeito de escapar daquilo senão contando a ela, explicou calmamente toda a cena do necrotério. Preferiu esconder o fato da confusão mental e de quase ter se jogado – inconscientemente, ele teria adicionado se fosse contar – de novo do terraço, para não preocupa-la mais ainda. No fim, respondeu algumas das perguntas da legista.

__ Mas porque alguém faria isso?

__ Ainda não sei. Mas tenho algumas ideias.

__ Quais?

Ela estava curiosa. Ela era curiosa.

“Eles te usaram. Para tirar todos de dentro da casa e montar a cena da luta e do assassinato” ele tinha a frase montada, mas preferiu guarda-la para si. Se bem conhecia a Srta. Molly Hooper, ela ficaria extremamente irritada quando soubesse que foi usada para algo desse tipo. Preferiu não responder. Virou os olhos azul-esverdeados para os dela.

__ Não acha que está na hora de levar você para casa? – ele perguntou.

__ Pelo amor dos Deuses, sim – ela respondeu. - Era tudo o que mais queria.

Sherlock olhou para o relógio. Dezenove e trinta. Ainda tinha tempo. Afinal, como John costumava dizer, antes de sair com Mary, “a noite é uma criança, não é?”.

__ Mas não ache que vou simplesmente te deixar em casa e ir embora. Quer correr o risco de me deixar dormir na sua casa hoje? – perguntou, colocando os pés no chão e levantando da cama.

__ Isso é um pedido ou um desafio?

__ O qual te interessar mais.

__ Então vou levar isso como um desafio. Eu não tenho medo de correr riscos, Sr. Holmes.

Os olhos dela brilhavam mais do que nunca.

__ Cuidado com toda essa coragem, Srta. Hooper. Pode se machucar com ela – ele disse. – Se troque, em cinco minutos estou de volta para te levar.

Abaixou e beijou-a na testa antes de sair.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim! Comments são sempre bem-vindos :3 Até mais o/

Beijinhos da ruiva,

Amelia.



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