Happy Birthday, Molly escrita por Louise


Capítulo 12
Charlotte


Notas iniciais do capítulo

Hello there, kids! Voltei ;) E agora, voltamos para os flashbacks. Como sempre, vou dividir esse capítulo em dois - um pela visão da Molly, e um pela visão do Sherl. Sem enrolação, simbora!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/485597/chapter/12

A rua indicada no papel que Molly encontrou dentro da caixa não se parecia nada com o que imaginara. A legista imaginou uma casa pequena, poucas janelas, fachada discreta, nada que chamasse muita atenção; mas a mansão com a qual se deparou tinha janelas com vidraças enormes e bem polidas, distribuídas simetricamente pelos dois andares da construção. Fincada na esquina, fachada amarronzada, porta de madeira escura. No segundo andar, intercaladas às janelas, três pequenas varandas indicavam a localização exata dos três quartos da casa. Um para Sebastian, um para Charlotte. Para quem era o terceiro permanecia um mistério.

__ E agora? – Molly arrumou as luvas em torno dos dedos magricelos. – O que fazemos?

__ O malote, se bem conheço James e seus comparsas, está no quarto do Sebastian. Preciso dar um jeito de entrar sem que ninguém perceba.

__ E como vai fazer isso?

__ Usando você.

__ Oi? – ela soltou automaticamente, em falsete.

__ Porque acha que eu te trouxe, chérie? – ele desligou o carro, tirou a chave da ignição e a guardou no bolso. – Aqui está o que vamos fazer...

–---

Molly tocou a campainha da casa. O nervosismo corria pelas veias, fazendo suas mãos suarem. “Acalme-se, Molls. Não é nada demais, você só está salvando o governo de cinco países diferentes, pegando essas cartas” sua consciência ironizou. “Cala a boca” ela respondeu entredentes. Sentiu o corte na bochecha queimas, e uma gota minúscula de sangue descer.

__ Sim? – uma voz metálica saiu do interfone. Parecia ser alguém velho. Aquela era Charlotte?

__ Por favor! Posso usar o seu telefone? Fui roubada.

“Pelo amor dos Deuses, que tudo dê certo” ela pedia mentalmente.

__ Claro, sem problemas. Um minuto, por favor.

__ Obrigada, muito obrigada!

“Está atuando melhor do que nas aulas de teatro da escola. Espero que não seja só para impressionar um certo alguém...”. “Não sei porque ainda presto atenção na minha consciência. Não enche o saco, eu sei o que e porque estou fazendo”.

A porta se abriu. Duas novas pessoas surgiram na vista da legista. A primeira, segurando a porta aberta, era uma senhora gordinha e baixinha, com os cabelos brancos e rebeldes escapando do coque, montado no topo da cabeça. Com uma blusa e uma saia que pareciam formar um vestido, tinha algumas rugas ao lado dos olhos acinzentados, acima das bochechas gordinhas. Lembrava as governantas do século XIX, com os vestidos longos e cheios.

A outra era uma mulher um pouco mais alta, na faixa dos 1,70m. Olhos verdes e traiçoeiros com os de um felino, o corpo parecia esculpido a mão. Escondia dentro de uma saia de cós alto e que descia até três quartos da coxa, meia-calça cor da pele, uma camisete branca e calçada nos saltos pretos, lembrava uma boneca de porcelana, os cabelos ruivos descendo pelos ombros.

__ Entre, por favor.

Sua consciência ainda estava presa ao choque recebido ao ver Charlotte, mas Molly conseguiu forçar as pernas à levarem o resto do corpo para dentro da casa. O interior era aconchegante e suntuoso. Uma sala retangular – com quarto sofás de couro preto, formando um quase retângulo e uma mesa de centro entre os quarto, sobre o tapete cor de areia. No canto direito da sala, um barzinho expunha várias garrafas diferentes de whisky, vodka e outras bebidas.

__ O que aconteceu? – Charlotte perguntou. Sua voz era mansa, mas provocadora. Pegou o copo de whisky da bancada e sentou-se sobre o sofá, cruzando as pernas e sugerindo que Molly fizesse o mesmo. Já sentadas, a legista começou a história.

__ Cheguei aqui há uns dois dias. Estava esperando uma amiga no local onde marcamos, quando um homem alto me apontou uma faca e me mandou “passar tudo”. Eu não estava com muita coisa, mas ele levou meu celular e minha carteira.

__ Que horror – a governanta gordinha arfou. – E essa não é a primeira vez que essas coisas acontecem. Lembra-se daquele moço, Charlie?

__ Ah sim, aquele que tive que mandar Sebastian deportá-lo, antes de causar mais problemas. Como era o nome dele? William alguma coisa...

__ William Scott! – a grisalha soltou.

__ Exato. William Scott. Que homem era aquele, meus Deuses. Os olhos azuis, os cachos...

Molly sentiu a garganta dar um nó em si mesma. Poderia ser Sherlock, ou poderia ser somente uma coincidência. Ele nunca mencionou que encontrara Charlotte antes. Mas ele é Sherlock Holmes, o homem que quase nunca diz nada sobre o que pensa ou faz.

__ Mas enfim – Charlie continuou – o telefone está no escritório, a sala ao lado – indicou um par de portas altas, próximas a entrada. – Vou pegar a caixa de primeiros socorros para cuidar da sua bochecha. Martha, pegue um copo de água com açúcar para ela, sim?

__ Sim, Sra. Moran.

Martha sumiu no vão ao lado do bar, rumando à cozinha. Charlotte levou Molly ao escritório, deixando-a só e subindo as escadas – com entrada na sala de jantar – para o segundo andar.

“Metade do plano já está feito. Vá logo, Sherlock, não temos muito tempo”.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Comments são bem-vindos! Vejo vocês no próximo capítulo :3

Beijinhos da ruiva,

Amelia.