Happy Birthday, Molly escrita por Louise


Capítulo 11
Confusão Mental


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Não vou ficar enchendo o saco dessa vez, aproveitem o capítulo o/



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Onde eu estou? Como eu vim parar aqui?

Eu estou no terraço do St. Barts. Ok, isso é estranho. A um minuto atrás eu estava analisando os corpos no necrotério, agora estou admirando o céu e a paisagem cinza de Londres. Só me pergunto o porque. Devo ter andando inconscientemente até aqui. Meu corpo obedeceu meus pensamentos. "Preciso de um lugar apropriado para pensar", não foi isso que eu pensei?

Essa não foi a primeira vez que me perco na confusão mental, e ando para outro lugar. Isso começou a alguns dias. Eu estava rumando para a casa do John, quando comecei a pensar no caso que acabara de aparcer em minha porta. Uma mulher, que se dizia uma atriz famosa, alegou que seu anel de noivado havia desaparecido. No começo, eu achei a coisa toda chata; mas foi então que as circunstâncias me chamaram a atenção. Ela me disse que ninguém, nem mesmo o noivo, havia entrado no quarto de hotel que estavam hospedados, passando as férias aqui em Londres.

Parecia interessante, depois da descrição. Decidi chamar John para me ajudar - afinal, teríamos de lidar com uma boa quantidade de pessoas, e eu não tenho o manejo que ele tem para falar com os outros.

Supus que ela poderia ter perdido o anel enquanto estava fora do quarto, mas ela me assegurou de que estava com ele o tempo todo, o tirou para tomar banho - por volta das oito da manhã - e então o colocou novamente. Perguntei onde o noivo estava. Ela respondeu que ele tinha saido cedo, e disse que só voltaria a tarde. Rebati dizendo que alguém poderia ter entrado enquanto ela estava no banho, mas ela enterrou a teoria dizendo que o quarto estava totalmente trancado quando entrou e quando saiu do banheiro.

Talvez ela tivesse derrubado no ralo. Ela enterrou a teoria dizendo que havia tirado o anel no quarto, colocado de volta na caixa de veludo. Quando foi pegá-lo novamente, depois, ele não estava lá. E a porta do apartamento ainda estava trancada.

Nesse momento, e só nesse momento, notei que estava indo para outro lugar. Emergi dos meus pensamentos e constatei que estava a nove quadras da casa do John, quando inicialmente estava a três. Eu tinha passado a residência dos Watsons. Refiz todo o caminho, tentando me focar em outra coisa - para não cometer a mesma besteira. Me assustei pelo fato de aquela ter sido a primeira vez que aquilo me acontecia. Sempre consegui ter o controle da minha mente e de meu corpo simultaneamente, e agora eu só conseguia me focar em um deles.

No fim, depois de um desenrolar um tanto produtivo, o ladrão era uma falsa camareira. Ou melhor, o gerente do hotel vestido de camareira, o que explica a porta estar trancada quando ele saiu com o anel. Roubou para conseguir terminar de pagar a passagem para o Brasil, juntamente com o intuito de deixar o hotel com uma má fama.

Mas ainda passei algum tempo imaginando o porque de eu ter me perdido. Não sei como consegui. Mary disse que talvez eu precisasse de um tempo para descansar. Contudo, com um caso importante como esse em mãos, minhas férias terão que ficar em segundo plano.

Fitei as ruas da cidade uma última vez, antes de retornar para debaixo do teto do hospital. Estar no terraço, observando a mesma coisa que vi antes de pular, há quase dois anos e meio, me enjoava e me trazia más lembranças. Ver John sofrer daquele jeito enquanto observava a minha lápide não foi uma coisa agradável, muito menos vê-lo bravo quando me revelei vivo.

Fechei a porta atrás de mim. Tinha ideia de fazer alguma coisa, mas não sabia o porque. Eu estava com uma vontade doida de ver a Molly. Ela iria sair do hospital daqui há duas horas, e, oficialmente, Mary deveria ir buscá-la e levá-la para o hotel onde eu estava hospedado.

Mas um alguém - eu, nesse caso - vai chegar no hospital antes. Acho que tenho direito de tirar uma noite de folga.


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Notas finais do capítulo

:3 Espero que tenham gostado!

Beijinhos da ruiva,

Amelia.