Happy Birthday, Molly escrita por Louise


Capítulo 10
Necrotério


Notas iniciais do capítulo

Voltei! Olá, seres humanos! Até que enfim, próximo capítulo



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*Sherlock*

Irene. A Mulher. Corte na carótida, à bala. Foi cirúrgico, perfeitamente calculado. Estava parada quando tomou o tiro. Outro corte na aorta, dessa vez com uma faca bem afiada. Mais uma vez, um trabalho magistral. Quem fez isso tem perfeito controle das mãos, das armas e das facas.

Marcas roxas em torno dos pulsos e logo acima dos pés. Ela foi amarrada com uma corda, provavelmente de pano. Ficou um bom tempo assim, pela intensidade da marca. Mas também ficou um tempo sem elas, já que o roxo já está esverdeando.

O esmalte nas unhas está carcomido nas pontas – ou seja, ela tentou se soltar das cordas, fazendo com que a tinta saísse. Estava com as mãos para trás, provavelmente amarrada a um poste ou a uma viga.

Um olho roxo, uma bochecha machucada, nariz estava sangrando. Entrou em uma briga. Hematomas nos antebraços indicam que ela conseguiu se defender de golpes fortes. Um homem. Também bateu nele, tanto que está com um dedo quebrado. O soco no rosto não foi forte o suficiente para fazê-la desmaiar, mas machucou. O corte na maçã da bochecha esquerda provavelmente foi feito com a mesma faca enfiada no coração.

Reconstituição. Estava sendo mantida em cativeiro por um tempo. Sai e vem para o meu apartamento. Ela entra. Briga. Machuca um dedo e o rosto. Perde a luta e é morta.

Algo me incomoda, mas não sei o que é. Algo está errado nessa cena. Foco, Sherlock. Você não sente nada por ninguém, porque se incomoda?

Próximo corpo. Lestrade. Pulsos e pés com as mesmas marcas. Eles estavam sendo mantidos juntos – é exatamente o mesmo tipo de marca, nos dois. Duas costelas fraturadas a mão. Um soco bem forte. Também forte o suficiente para quebrar um dedo d’A Mulher. O mesmo assassino. Pulmão e coração perfurados a bala. Garganta um pouco cortada, com uma faca de cozinha, menos afiada do que a que matou Irene.

Três armas do crime. Duas facas diferentes e uma arma.

Voltando ao corpo. Eles estavam amarrados um de costas para o outro, já que encontrei pedaços do esmalte de Irene nas mangas da japona de Lestrade. Ele seguiu o mesmo caminho que ela, saindo do cativeiro e vindo para o 221B.

Perguntas básicas, Sherlock. Pense. Tudo está muito confuso! Não consigo ver o padrão. Porque viriam juntos para cá? Óbvio, porque estavam presos juntos. Se vieram ao meu apartamento, vieram atrás de mim. Queriam me dizer alguma coisa. Sabiam de alguma coisa.

Queima de arquivo.

Alguma coisa ainda está me incomodando. Eu vi a sala do apartamento depois da briga, tudo ainda estava desarrumado. Mas falta alguma coisa, alguma coisa óbvia demais para que eu me esquecesse. Burro! Como não consigo ver? O que está acontecendo comigo?

Preciso pensar. De um lugar calmo e apropriado para pensar.

Como eu deixei as coisas chegarem a esse ponto?! Como eu pude? Disse a mim mesmo que não me aproximaria da Molly, e agora estou noivo dela. Disse também que não deixaria A Mulher atrapalhar meus pensamentos, e aqui está ela, me confundindo mais uma vez. Disse que não podia deixar os sentimentos tomarem conta da parte lógica, e agora sinto que meu cérebro é um motor, fazendo o carro que a emoção dirige funcionar.

Foco. Sherlock, você precisa de um foco. Um caso. Exato, um caso vai ajudar. Eu tenho um caso, estava pensando nele há um segundo. O caso. Sim. Foi queima de arquivo, tenho quase certeza disso. Quase. Mas tem algo que ainda me escapa. Ainda não sei o que é, não consigo ver. Alguma coisa na cena do crime não me deixa ter certeza de que foi queima de arquivo. Tudo estava desarrumado, livros jogados, cadeiras viradas, janelas quebradas. Mas falta alguma coisa. Isso, tem alguma coisa ali que está faltando. Não são móveis. Não são coisas jogadas, não sã... Sim! Sim, eu sei!

Sangue. Está faltando sangue. Se eles sangraram pelas principais artérias do corpo, deveria ter muito mais sangue ali. Eu sabia que algo estava errado! Oh, sim, agora as coisas estão começando a parecerem um pouco mais claras.

Tudo aquilo foi forjado. Nenhum dos dois foi morto no 221B.

Senti o vento cortar a face. Onde eu estava?


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Notas finais do capítulo

Terminar capítulos assim, eu adoro :3 Espero que tenham gostado! Comments são SEMPRE bem-vindos