A Vida Continua - Fase 01 escrita por Andye


Capítulo 2
Capítulo 02


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo. Tentarei manter uma frequência de dois por semana e espero que realmente gostem. Obrigada aos que estão acompanhando, que favoritaram, e se puderem, deixem comentários dizendo o que estão gostando ou o que precisa melhorar.

Grande abraço e até a próxima!



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Os dias estavam passando assustadoramente rápido e num piscar de olhos já havia um mês da guerra, da vitória, mas também das lágrimas e perdas. Mesmo assim, a vida continuava e tudo estava voltando ao normal, pelo menos, aparentemente.

Hogwarts estava quase pronta. Mesmo em um mundo dotado de magia, recuperar uma construção daquele tamanho era algo realmente trabalhoso e havia vários bruxos empenhados em reestruturá-lo da melhor maneira possível. O difícil mesmo foi convencer alguns fantasmas a voltarem para as dependências do castelo, mas a professora Minerva conseguiu isto com um jeitinho especial que ninguém conhecia bem.

Os Weasley também estavam se organizando. O sr Arthur e Percy, que agora estava muito mais sociável, voltaram ao ministério poucos dias depois do fim. Eram muitos documentos, muitas coisas a resolver e precisavam da maior quantidade de bruxos possíveis.

Jorge parecia um pouco melhor, ao menos chorava menos, e estava cuidando da loja de logros com o Lino. Carlinhos havia voltado para o Egito, Gina e Harry estavam a cada dia mais unidos e a Hermione havia voltado para casa tão logo a memória de seus pais foi recobrada e estavam seguros para voltar ao lar.

– Rony - disse Harry no café na manhã - você quer me ajudar a procurar uma casa?

– Harry, querido - a senhora Weasley se meteu com um enorme sorriso no rosto – você sabe que não precisa se preocupar com isto. Você pode ficar aqui o tempo que for necessário.

– Obrigado, Sra. Weasley, mas acho realmente que é o melhor a fazer agora. – Disse olhando para Gina.

– Tá Harry, eu vou lá com você - Rony respondeu sem muito entusiasmo - Mas onde está pensando em procurar essa casa?

– Godric's Hollow – disse tomando serenamente o seu chá.

– Gosto muito de Godric's Hollow – disse Gina displicente sem ser perguntada – e acho que vai ser muito...

Neste momento pousou uma coruja bem no meio da mesa. A senhora Weasley fez uma cara de indigestão misturada com temor por ela ter caído em cima dos biscoitos recém tirados do forno, e ela veio ao ao encontro de Harry, Rony e Gina.

Todos pegaram suas cartas e reconheceram imediatamente o timbre destacado da Diretoria de Hogwarts. A coruja alçara voo novamente, derrubando uma jarra de suco de abóboras sobre os biscoitos pisoteados anteriormente.

– Essa coruja deve ser parente do Errol - Rony falou irritado abrindo o envelope juntamente com os outros.

– É a lista de materiais para Hogwarts. - Gina falou olhando seu pergaminho e olhando os dois rapazes em seguida - Vocês também?

– Sim - Harry falou ainda lendo seu pergaminho - Tem um bilhete aqui...

– No meu também - Ron completou enquanto lia em voz alta:

Prezado senhor Weasley,

A Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts lhe informa que o senhor tem uma vaga para prestar seu último ano acadêmico sem maiores contratempos.

Teremos um atraso na conclusão dos estudos de todos os alunos do período passado devido as fatalidades recorrentes e todos repetirão o ano não concluído.

A suprema corte de bruxos acredita que os ensinamentos passados não são condizentes ou relevantes e o mesmo será anulado.

A lista de materiais se encontra anexada nesta carta.

Ficaremos felizes em recebê-lo novamente.

Att. Minerva Mcgonagall, diretora.

– Sim, tem uma no meu também. Repetirei o sexto ano - Gina falou um pouco tristonha - Pensei que já me formaria este ano.

– Não há do que reclamar, Gininha - a senhora Weasley continuou - É muito bom que sejam bem educados e não aprenderam nada ano passado. A Minerva está certíssima em tomar esta atitude e anular este ano.

– É diretora, mamãe - Rony interrompeu ranzinza.

– Como seja. Iremos ao Beco Diagonal no Sábado, o que acham?

– Senhora Weasley - Harry falou baixo, porém firme - não vou voltar para Hogwarts.

– Como assim, Harry querido? - ela perguntou alarmada - são seus estudos. Você precisa concluí-los.

– Eu sei, mas... Não quero voltar.

– Harry, querido, pensei bem. É uma grande decisão e...

– Também não vou, mamãe - Rony meteu-se e a senhora Weasley avermelhou a face, o fuzilando com o olhar.

– Como é a história, Ronald? - o tom de voz aumentava assustadoramente.

– Eu não vou - falou simplesmente e Gina conteve um risinho - Vou trabalhar com o Jorge na Genialidades e...

– E eu vou ter mais um filho sem concluir os estudos. Não senhor. O senhor vai voltar para Hogwarts, estudar e se formar. E o senhor também, senhor Potter, e eu não quero mais falar sobre este assunto.

Falando isto, ela retirou o avental que usava com certa brutalidade, e o lançou sobre a bagunça de biscoitos e suco acima da mesa. Caminhou pisando forte em direção a porta que dava para o quintal e a bateu bruscamente assim que a atravessou. Harry, Rony e Gina se observavam em silêncio.

– Ela foi contar ao papai - Gina observou ainda olhando a porta.

– Não liga, Harry, depois ela se acalma. - Rony falou vermelho de raiva.

– Eu sei. É que...

Harry ainda estava falando quando uma nova coruja adentrou a cozinha. Era uma coruja de plumagem amarelada e bem jovem. Ninguém a conhecia, mas ela foi em direção a Rony. Ele leu o pergaminho que ela trazia e ficou em estado de catatonia em seguida. Não falava, se mexia ou piscava.

– O que houve? - Gina perguntou claramente alarmada, se aproximando da mesa.

– De onde era esta coruja? - a senhora Weasley entrou em seguida, ainda enfurecida.

– Não sabemos, o Rony não fala - Gina respondeu.

– Rony, meu filho, você está bem? – a senhora falou agora num tom preocupado.

– Hum... O Roniquinho foi convidado para conhecer os pais da Mione. - Jorge falou enquanto entrava na cozinha e se servia de suco de cereja, passando por trás do irmão e vendo a carta de relance.

Gina começou a rir descontroladamente e se juntou ao irmão mais velho na arte de perturbar o Ron. Ambos cantarolavam algo que Rony não conseguia entender, mas que estava lhe deixando totalmente irritado.

– Roniquinho está todo vermelhinho. Mas por que ele está assim? Não tem coragem de enfrentar os sogros… - Jorge perguntou para ninguém em especial.

– Cala a boca Jorge! – Disse muito furioso.

– Se quiser, Roniquinho - continuou Jorge percebendo que finalmente afetara o irmão – tomo a poção polissuco e vou no seu lugar prontamente – erguendo-se em continência - Sofrerei esta grande dor por meu amado “Roniquinho”. – Falou isso fazendo bico e então o inesperado aconteceu.

Rony se atirou em direção ao pescoço de Jorge enquanto ele ria da cara vermelha como um tomate de Ron. Gina parecia estar tendo um ataque enquanto ria, entrando na brincadeira e batia com força na mesa, não conseguia se controlar com tamanha euforia na sua gargalhada. Harry continuava se esforçando para não rir, mas já não havia muito o que fazer.

– Agora chega vocês dois. – disse a senhora Weasley colocando ordem no local – O Rony não precisa de todo este incentivo neste momento. E parem com essa bobagem de poção polissuco ou que alguém vá em seu lugar. Ele pode muito bem fazer isto sozinho e sei que conseguirá. Então, Rony, pode soltar agora o pescoço do Jorge. Jorge, por favor, pare de fingir que está sufocando e Gina, querida, você não está ajudando, também não me esqueci da cara que o Harry fez quando veio falar de namoro com seu pai e eu.

A Gina engoliu a gargalhada, Harry corou e Rony agradeceu intimamente a sua mãe por isto. Ele pegou seu pergaminho enquanto a coruja que bicava os biscoitos levantava voo e foi em direção ao seu quarto, seus pés fazendo um barulho alto. Harry o seguiu e entrou no quarto pouco depois dele.

– Não preciso que venha caçoar de mim aqui também – disse jogando o travesseiro, que ele se livrou depois de ter se abaixado.

– Eu não vim caçoar de você – disse – vim tentar ajudar.

– Ajudar – disse aumentando a voz – COMO VOCÊ PRETENDE ME AJUDAR, POTTER?

– Roniquinho está tão nervoso...

– Sai fora Jorge – jogou o outro travesseiro, que bateu com tanta força na porta que a travou.

– Posso ver o bilhete – disse Harry estendendo a mão.

Ele relutou. As vozes do Jorge e da Gina cantando “Roniquinho está tão nervoso, ele está namorando” cada vez mais alto no corredor o estava perturbando. Depois de um tempo, olhou fixo para Harry e o entregou.

“Querido Ron,

Tem sido ótimo ficar com meus pais. Desculpe não ter enviado nenhum bilhete antes, mas tinha muito que lhes contar. Estão muito satisfeitos conosco e embora tenham ficado tristes por eu ter tirado suas memórias e tenham me deixado de castigo por eu ter me arriscado tanto, compreenderam o meu desespero e a nossa missão.

Também conversei com eles a nosso respeito, e o papai realmente não se surpreendeu, ele disse que já esperava isto de nós dois, mas preferiu não comentar nada mais sobre o assunto comigo. Mamãe apenas sorriu. Ela gosta muito de você, você bem sabe, e está muito feliz que finalmente nos acertamos.

Pode vir ver meus pais quando quiser Rony, estamos esperando e papai está muito feliz que seja você!

Mande um grande abraço a todos e responda assim que puder.

Beijos,

Mione.”

A cantoria de Jorge e Gina no corredor de seu quarto o estava deixando nervoso. Suas orelhas estavam claramente torrando.

“Roniquinho está tão nervoso, ele está namorando...”

– Você está bem? - Harry Perguntou assim que terminou de ler.

“Roniquinho está tão nervoso, ele está namorando”

Rony apenas assentiu. Estava nervoso e sentou duro como uma pedra sobre a cama..

– Sabe Rony, - disse Harry colocando um abaffiatto na porta – não é tão difícil assim, afinal. Você conhece os pais da Mione e eles gostam muito de você. E a Mione vai estar lá com você e você não deveria se preocupar assim, vai ser tudo bem legal e…

Um estalido... Jorge aparatou sentado no colo do Rony que caiu para o lado gritando. Pegou o pergaminho das mãos do Harry e por um momento permaneceu em silêncio.

– Sério maninho – disse passando o pergaminho para Gina que acabara de entrar no quarto – não é tão difícil assim. Faça como eu quando fui ver os pais da Angelina “E ai coroas, vim dizer que a Angelina tirou a sorte grande e agora estamos namorando”.

Rony fez um ar claramente assustado, desacreditado que ele houvesse ouvido aquele conselho.

– Rony – disse Gina – deixa de ser tapado. Melhora essa cara. Você parece um gnomo de jardim velho com dor de estômago. Não deve ser tão ruim assim...

– Você diz por que é a menina – Harry falou baixinho, mas percebeu pelos olhos arregalados de Rony que ele ouvira.

– Bom Rony, você tem que responder a Mione primeiro e marcar um dia para visitar os pais dela. – disse Gina – Depois vai tudo ficar mais fácil. A Mione ama muito você e todos sabemos disso, e sinceramente, não entendo como ela consegue, mas, - disse após ser censurada pelos olhos do Harry – você conhece os pais dela e realmente, acho que está sofrendo sem motivos. Os pais dela já sabem que vocês estão juntos e estão muito felizes com isto, então, por favor, pega o Pichitinho e manda a resposta. Diga que vai no sábado a noite e...

– Mas já? Sábado? – a voz falhou. – Mas hoje já é quinta.

– Sim, Rony, sábado. Eu sei que hoje é quinta. E, por favor, desfaz esta cara de duende com diarreia e termina logo com isto. Vou ajudar a mamãe. - deu um beijo no Harry e saiu.

– Então, tudo resolvido – disse Jorge – Vou para a Loja. – E mais um estalido.

– Pega Rony – Harry lhe entregou a pena e o pergaminho. – Vou buscar Pichi. A porta bateu.

Rony se viu pensando com a pena entre os dedos. “Droga. Não sei o que fazer. Ir no sábado, já? Nem vou ter tempo de decorar o que falar. Mas eu a amo tanto, quero ficar ao lado dela o mais rápido possível... Mas sábado? Por que a Gina tinha que falar isso? Rony, seu trasgo, bundão... legume insensível, escreve logo pra Mione... não seja frouxo.”

“Querida Mione,

Que bom que está tudo bem com vocês. Fiquei muito surpreso e realmente assustado”

Mas que porcaria é essa Ronald? – Pensou – Assustado? Por favor, refaz isto, os pais dela não são monstros. Novo pergaminho…

“Querida Mione,

Fico feliz por seus pais estarem bem e compreenderem que você fez tudo por amá-los muito. Fiquei feliz em saber que gostam da ideia do nosso namoro

É, está ficando melhor assim...

Meus pais também gostaram muito, como você sabe. A mamãe até comentou que acreditava que você não iria esperar que eu tivesse coragem... Mas deixa isso pra lá.. Gostaria de saber se posso ir visitá-los...

– E agora? O que eu escrevo? - ele pensou alto perdido nas palavras.

– Sábado, Rony – Harry estava do seu lado e nem havia visto. Assentiu com a cabeça.

... visitá-los no sábado a noite, as 19 h? Não sei como devo me comportar, na verdade estou bem nervoso, mas acho que tudo vai sair bem.

Estou com saudade de você.

Com amor, Rony.”


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