A Vida Continua - Fase 01 escrita por Andye


Capítulo 1
Capítulo 01


Notas iniciais do capítulo

Olá galera. Esta fic eu escrevi faz uns anos, e vou repostá-la aqui, dando uma revisada nos capítulos e fazendo devidas correções quando for necessário.Ela começa bem tranquila, apenas mostrando os rumos de cada um dos nossos heróis, mas depois ela fica um pouco sinistra, e as dificuldades começam a aparecer.Tenho a fase 1 e 2 completas, e já estou com a ideia pronta para a fase 3, então, espero que curtam, acompanhem, comentem e recomendem.Abraços!



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Parecia inacreditável, mas era verdade. Olhou ao seu redor. Uma das cenas, talvez a cena, mais tristes que ele já presenciara. Era difícil imaginar como tudo poderia ter chegado aquele ponto, aquela dimensão de dor e tristeza.

Rony estava sentado em um degrau de algo que deveria ser a escada principal que levaria ao Salão Comunal da Grifinória e olhava inconformado para a destruição provocada. Ele estava perdido em um sentimento confuso e angustiante. Um misto de tristeza por ver ali, bem na sua frente, seu irmão caído ao chão, sem vida ou alegria que seria característico dele neste momento em contraste com a alegria, a felicidade de saber que acabou, definitivamente, chegou ao fim, que poderiam recomeçar, tudo do zero, sem a sombra de algo que pudesse arruinar tudo.

Bem ali, um pouco mais a sua frente, ele conseguia visualizar um Neville totalmente mudado, cansado, mas realizado em ter contribuído para este fim. Conversava, entusiasmado, embora abatido, com uma Luna igualmente machucada, mas como sempre, com um grande sorriso e pensamentos distantes como se tudo tivesse sido uma grande brincadeira.

Ergueu os olhos e viu o seu amigo, seu irmão, o escolhido, ali, abraçado com minha irmã. Tinha que ser ele, sempre teria de ser, era o melhor para ela e a faria feliz. Não se colocaria mais entre os dois, não depois de o ver abrir mão do seu amor para a proteger.

Em meio aos murmúrios, ela estava lá. Ele poderia e, estranhamente, queria confessar que seus olhos se perderam na beleza daquela visão. Uma linda menina, ou melhor, uma linda mulher, encantadora mesmo machucada, sorrindo, mesmo entristecida, ajudando aos que estavam mais feridos que ela.

Ele se perdeu na infinidade daqueles cachos castanhos, cheios e, mesmo desarrumados naquele rabo de cavalo quase que desfeito, totalmente perfeitos. Não conseguia parar de olhar para ela, até que ela se virou, como se sentisse que era observada, e o encarou. Seus olhos brilhantes e o sorriso enfraquecido enviados para ele assim que o encontrou em seus olhos.

– Acorda Rony! – Gina quase gritou lhe tirando daquele transe.

– Por que o grito? Será que você poderia ser um pouco mais doce ao menos hoje?

– Rony, estamos a quase um minuto chamando você. – disse Harry o encarando, rindo, mesmo abatido. Ele sabia. Todos sabiam.

– Como você está?

– Eu preciso realmente responder? - ele falou grosseiro, entristecido, sem desviar os olhos. Ela suspirou antes de continuar.

– Estamos voltando para Toca. A mamãe já se reuniu com o papai e os outros, vamos até a saída do castelo para aparatar... - ela falou no seu tom mandão de sempre, mas a voz era pastosa, triste - E não faça essa cara de espanto? Eu já sou maior de idade, Ron? De toda a forma, a mamãe quer saber se você vai conosco ou vai continuar “babando”... Digo, ajudando a Mione. Ela vai ficar.

– Eu espero por ela, encontramos vocês depois. – e voltando os olhos para Hermione, ele ouviu novamente a irmã chamar.

– Rony! - ela falou mais alto novamente.

– O que é, Gina? - ele foi um pouco grosso. Ela não pareceu se importar.

– Você vai lá ficar com ela ou vai continuar ai com essa cara de trasgo com dor de dentes?

– Eu já vou, está bem? – disse se levantando bruscamente, percebendo o quanto estava dolorido e machucado. Gina se virou e foi caminhando abraçada a Harry em direção á porta. "Bem que a Mione podia dar um pouquinho de toda aquela atenção para mim." - pensou.

– Mione? – Disse chamando sua atenção. – Posso te ajudar em alguma coisa?

– Se você puder, pergunte ao Neville se ele continua sangrando ou se o unguento funcionou. – disse com aquela voz doce em tom mandão, o sorriso nos lábios, talvez por ele está ao seu lado, Ron pensou. Prontamente atendeu ao pedido da garota, voltando um pouco depois.

– Ele está bem, Mione. Já parou de sangrar...

– Certo – Disse se levantando – Preciso encontrar a Madame Pomfrey e ver o que há mais para... - enquanto Rony observava a garota olhar aflita para os lados, ouviu uma voz feminina e família atrás de si.

– Srtª Granger, - era a Madame Pomfrey – muito obrigada por sua ajuda, mas conversei com a Profª Minerva e achamos que você precisa ir descansar. Os curandeiros do St. Mungus já estão vindo e os feridos serão removidos.

– Tem certeza Madame Pomfrey? – disse ela prestativa.

– Sim querida, pode ir. Vocês precisam realmente descansar, e levem com vocês este frasco – ela virou-se e entregou o frasco para Rony -, contém bastante porção do sono, para que todos durmam tranquilos e sem sonhos maus. Não tive como entrega-lo a sua mãe, Sr. Weasley.

Rony apenas acenou com a cabeça, agradecendo em seguida, e com um gesto rápido, colocou o braço sobre os ombros de Hermione, lhe estimulando a dar alguns passos em direção à saída. Caminharam até a saída da escola sem dar uma palavra, até que ela se virou, após passarem pelo portão da escola, e disse olhando para Rony com olhos banhados em lágrimas, com a voz um pouco embaçada:

– Finalmente acabou, não acabou, Rony?


Ele a envolveu em seus braços, afagando levemente seus cabelos e aninhados um no outro, aparataram.


[...]

Os dias que se passaram na Toca foram tranquilos, o peso estava finalmente saindo das costas de todos e o fardo havia caído.

Depois de 12 dias da batalha, Rony acordou e percebeu que Harry não estava mais deitado, o dia estava ensolarado, embora um pouco frio, aconchegante, mas ele precisava levantar, o estomago estava roncando.

Ao descer, viu uma Gina ainda com cara de sono, um Jorge de olhos inchados e Harry e Hermione conversando com os outros dois. Sua mãe estava cozinhando, como sempre. Tudo parecia estranhamente normal.

Sentou-se ao lado de Hermione, que lhe passou uns bolinhos e um copo de suco de abóbora. O dia continuou tranquilo, ninguém tocava no assunto, mas mesmo que a dor fosse recente e terrivelmente angustiante, estavam todos visivelmente mais corados e dispostos.

Enquanto Rony jogava uma partida de xadrez de bruxo com o Harry, Hermione e a Gina conversavam distraidamente no sofá mais a frente. O Jorge tinha chegado a pouco da loja de Logros e o Percy ainda estava com o papai no Ministério. Embora a grande batalha tivesse acontecido, a vida continuava como sempre.

– Hermione, - disse o senhor Weasley durante o jantar – finalmente o ministro deu ordem para buscarmos os seus pais – e o sorriso de Hermione se abriu como há tempos não fazia – eu vou amanhã mesmo com o Percy buscá-los e vamos levá-los ao St. Mungus para que a memória deles volte o mais rápido possível.

– Obrigada Sr. Weasley, muito obrigada Percy. – Hermione agradeceu claramente emocionada, os olhos emaranhados de lágrimas – Como eu posso agradecer? Como agradecer? eu não sei...

– Não precisa agradecer, minha querida – a senhora Weasley continuou – você é amada nessa família assim como o Harry e para nós que é um prazer ajudá-los sempre que podemos, não poderemos nunca recompensar vocês três – disse isso olhando os garotos individualmente – por tudo o que fizeram pelos dois mundos, e acreditamos que você queira ver seus pais.

Um dia antes de Hermione rever os pais e voltar para casa, Rony achou que seria mais que o momento de conversar com ela, afinal ela tinha lhe beijado e agora precisavam resolver tudo, embora ele estivesse com um engasgo na garganta, como se houvesse engolido um pomo de ouro, ou melhor, um balaço.

Após o jantar, o Harry estava jogando forca com a Gina, o Jorge comentava sobre a loja de logros com o Percy e o senhor e a senhora Weasley. Ele achou que aquele era o momento ideal, e respirou fundo ao se levantar de onde estava, caminhar em direção a Hermione que estava sentada lendo um de seus infinitos livros e sentar ao seu lado..

– Mione, - a voz dele saiu mais fina do que ele poderia querer e ela o olhou – pode ir comigo um momento lá fora?

Rony sabia que estava com as orelhas queimando de tão vermelhas, e percebeu que Hermione também corou, mas assentiu com a cabeça em seguida e o acompanhou em direção ao pomar da Toca.

Permaneceram sentados por um bom tempo, em silêncio, abaixo de uma cerejeira contemplando as estrelas daquele céu aberto adornado de infinitas estrelas e uma lua excepcionalmente grande e brilhante.

– Mione - ele falou baixo e ela olhou novamente. Rony sentiu suas orelhas fervilharem de tão vermelhas. Aqueles olhos castanhos refletidos a luz da lua lhe paralisaram.

–Sim Ron, estou ouvindo.

Ele ouviu quando ela respondeu, mas sua voz não saiu. Sentiu o coração bater descompassado, num acelerado doloroso enquanto ela o olhava nos olhos. Mesmo com aquele clima frio de início de outono, estava quente e suas mãos suavam como as de um trasgo qualquer.

– Você está bem Ron? - Disse agora com um tom de preocupação.

Ron assentiu com a cabeça. Não sabia o que fazer ou como fazer. Olhou novamente para a lua como se ela pudesse lhe responder como agir, e por um momento, um impulso, como se a lua lhe tivesse respondido, ele a olhou novamente e ela também o olhava. Ele se aproximou e o seu coração parecia querer saltar de seu peito, até que ele se sentiu voar.

A lua os embalou em seus braços, e eles se beijaram lenta e demoradamente por um momento que pareceu único e eterno. Os olhos se abriram, ela estava envergonhada, e ele se sentia incrivelmente mais confortável. Ela era linda, perfeita... Sua Mione, totalmente inteligente, sabichona, a mais metida e mais maravilhosa de todas.

– Mione... eu... eu... gostaria de... saber se... de saber se eu poderia... seeupoderiairacasadeseuspaicomoseunamorado? - Rony falou tão rápido que ela sorriu. Corou novamente e ele achou que era de vergonha por por ver suas orelhas tão vermelhas como seu cabelo, mas não me pediu para repetir, e ele intimamente agradeceu.

– Eu não entendi muito bem, mas...

– Mione - ele continuou, tenso - Eu não sei se devo perguntar, mas você quer... namorar comigo?

– E por que...

– Você me beijou, eu imaginei que gostasse de mim... Me desculpe, eu sou um estúpido...

– Ron... - ela o parou tocando o dedo em seus lábios - Eu só ia perguntar por que não sabia se devia me perguntar.

– Porque... porque você é ótima, Mione e merece uma pessoa muito melhor que eu e...

– Ron, eu poderia sim escolher quem eu bem quisesse, mas escolhi você desde o meu primeiro ano em Hogwarts. É você que eu quero ao meu lado e minha resposta é sim, eu aceito namorar com você.

Ele sorriu e ainda mais quando ela lhe sorriu de volta. Então Rony se aproximou mais dela e a abraçou como nunca havia feito antes, sentindo sua pele macia contra a dele, sentindo seu interior queimar de alegria. Então, ao se afastar, a beijou.

– Então... - ele continuou com os lábios ainda tocando os dela - posso ir na sua casa como seu namorado?

– Sim, Sr. Weasley - ela sorriu - pode sim, mas eu gostaria de esperar um pouco, quero matar a saudade de meus pais e...

– Claro Mione, claro. – disse sorrindo para impedi-la de continuar e, talvez, voltar atrás. Com uma alegria que não conseguia conter, a abraçou novamente e ficaram ali, juntos, abraçados a luz do luar até ouvirem de longe a voz da senhora Weasley que os chamava para dormir.


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