Ao fechar a porta de meu quarto, escorrego, encostando minhas costas nela. Coloquei a vida da minha irmã em perigo. Charlie a esta perseguindo por minha causa e eu, a burra, quase o deixei que pega-a. Tudo isso é culpa, não só minha, mas de nossos pais, pois eles nos destinaram a vida de caçadoras. Eu odeio isso, mentir todos os dias à Aggy. Eu a amo demais, mais que a mim mesma e me encontro impotente em protegê-la. Charlie não irá fazer joguinhos com a minha família, só eu faço joguinhos aqui, mais ninguém.

Não conformada em erra uma vez errei duas vezes hoje. Como pude deixar transparece à Lucian que ainda, mesmo que seja no fundo de meu coração endurecido, mantenha vivos sentimentos por ele. Idiota! Que grande idiota eu sou! Agora, mais lúcida, posso pensar claramente e vê que meu destino de caçadora não foi à única coisa que meus adoráveis pais esconderam de mim. Que história é essa de eu ser metade imortal? Em minha mente quero continuar acreditando que sou um humano melhorado, uma caçadora especial, mas meu lado racional sabe que o que Lucian falou é verdade, isso explica muita coisa. Aggy quase descobriu nosso segredinho de família, tenho que mantê-la protegida desse submundo cruel.

Seu aniversário de dezesseis anos tá próximo e com isso meu plano de levá-la embora, para bem longe de tudo isso também. Com tanta merda acontecendo, como pude me esquecer de hoje. Não é todo dia em que seu inimigo faz aniversário. Sorri com a ideia extremamente divertida que surge em minha mente maléfica. Ele chegou perto de minha irmã, quebrou os limites, por que não fazer o mesmo? Garanto que a festa dele será inesquecível.

Sigo para o banheiro, tomei um banho demora e vesti minhas roupas de caçadora. Abro o compartimento secreto, que tem dentro do meu guarda roupa. Retirando minha espada, a fina adaga que uso para prender o cabelo e prata em pó. Essa festa vai bomba! Abro a porta de vagar, olhando atentamente o corredor, garantindo que Aggy não me veja vestida assim.

Estou seguindo para as escadas, mas a porta do quarto de nossos pais chama a minha atenção. É como se ela fosse um grande letreiro de neon e eu uma mosca ferrada na vida.

Não resisto à curiosidade e caminho até o final do corredor, parando em frente à porta do quarto deles. Coloco a mão na maçaneta gelada e giro. O recinto se encontra em repleta escuridão. Fecho a porta atrás de mim, acendendo a luz. Abro as gavetas vasculhando, tomando cuidado para que tudo continue no mesmo lugar. Eu revirei o quarto inteiro, mas estar limpo, fora as armas de caçadores.

Abro a última gaveta, ela parece mais pesada que as outras. Bato no fundo e vejo que tem um fundo falso. Retiro a tampa, encontrando vários papeis. Pego um que me atraiu a atenção, é uma foto. Nela estão duas garotas pequenas imundas, mas o fato que me chama a atenção é os olhos das crianças, vermelhos como sangue. Mas pode ser da câmera, quantas vezes não tiramos fotos e os olhos saem vermelhos? Mas por algum motivo, guardo a foto em meu bolso, coloco tudo em seu devido lugar e saio do quarto apagando a luz.

Ouço um barulho vindo do quarto da Aggy, vou até lá e bato na porta.

_Aggy?

_ “Estou dormindo!" _-Diz a voz do celular.

_Pessoas dormindo não falam. _Digo abrindo uma pequena fresta da porta, fazendo com que ela apenas veja minha cabeça e não minhas roupas. Ela se encontra enrolada nas cobertas com um olhar realmente de sono.

_ "Estou tentando dormir!”

_Desculpa, vou te deixar em paz então. Boa noite mana.

_"Boa noite, hoje sem balada para você, espero vê-la no mundo dos sonhos" _Diz ela com um pequeno sorriso se referindo à uma brincadeira no passado quando ela não queria dormir sozinha.

_Eu estarei lá. _Dou um sorriso, fechando a porta.

Não perco tempo, praticamente pulo os degraus, vou para a garagem. Subo em minha moto e dou partida. Próxima parada, socar a cara de uns vampiros.