Cidade dos Sonhos Mestiços escrita por Heosphoros


Capítulo 6
O Apartamento de Bane


Notas iniciais do capítulo

Lembram quando falei que o Sebastian não ia aparecer?

MENTIIII



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/479821/chapter/6

Assim que atravessou o Portal, Percy se viu numa sala de estar maior que seu apartamento; que era constituída apenas de uma grande mesa redonda no centro, rodeada por cadeiras acolchoadas.

– Que bola de pelos é essa? - Nico exclamou, atrás dele.

Magnus Bane virou o rosto, seus olhos cor de limão brilhando como se tivesse glitter dentro deles (o que Percy não duvidava, já que havia glitter no rosto, cabelo e roupas de Magnus).

– Não é uma bola de pelos - o Feiticeiro falou, quase ofendido - é o Presidente Miau! Exijo respeito a ele.

Percy escutou uma risada, e encontrou os olhos verdes de Clarissa Morgesntern, que acabaram por encarar os dele também. Ficaram um momento quietos, se encarando na sala grandiosa e rica. Percy notou o quanto ela parecia fisicamente com a amiga dele, Rachel, e como sua postura teimosa lembrava Annabeth...

Piscou os dois olhos. Essas duas comparações não pareciam muito seguras, estando ele num relacionamento sério e estável no momento.

E aliás, ele não queria ter atacado a menina... Não gostava de lutar com garotas não importa o quanto tivesse necessidade (inclusive evitava falar com Clarisse La Rue por causa disso), mas Clarissa havia ido na direção de Annabeth com aquela espada e ele não viu escolha. Foi tomado pelo instinto de protegê-la.

E ficou imaginando se não havia acontecido o mesmo com Clarissa, para atacar Annie daquela forma.

Desviou os olhos rapidamente.

– Vocês podem se sentar, amores - disse Magnus - as cadeiras não são de vidro! Ah! Vão querer algo para comer ou beber?

Enquanto se sentava, Clarissa levantou a mão.

– Quero um café - disse - preto...

– Como a sua alma! - o garoto que chamara de Simon completou, sorrindo - sabemos, Clary.

Percy se sentou na cadeira ao lado de Annabeth, e se surpreendeu pelo assento ser incrivelmente confortável.

– Vou querer uma Coca Azul - pediu.

Magnus arqueou uma sobrancelha.

– Gostaria de um pouco de glitter na bebida?

Percy franziu o cenho.

– Hum... não, valeu.

– Não você - Magnus reclamou - ele.

Percy virou e se deparou Nico Di Angelo, que estava se sentando em uma das cadeiras. Nico olhou de Percy para Magnus e de Magnus para Percy umas duzentas vezes.

– Por que eu iria querer glitter na minha bebida? - Nico perguntou.

Magnus sorriu com malícia e no olhar dele, Percy viu que sabia de alguma coisa que ninguém ali sabia. Era um desses olhares misteriosos de quem tem algo valioso nas mãos.

– Não falou para ninguém ainda, não é? - Magnus perguntou a Nico.

O filho de Hades parecia transtornado.

– Contei o quê?

Ele já sabe?

– Ele quem?

Magnus sorriu, então piscou para Nico. Um gesto tão discreto que Percy perguntou a si mesmo se realmente o havia visto.

– Vou querer conversar com você mais tarde, senhor Di Angelo. Vejo que você é bem como eu... - depois de uma pausa, acrescentou - uma alma velha em um mundo jovem. Podemos conversar sobre isso.

– Claro, imagino o tipo de conversa que quer ter, Bane - Percy ouviu Jace Babaca Lightwood murmurar.

Magnus apenas sorriu, então deu de ombros.

– Vai querer algo para comer ou não? - perguntou a Nico.

– Hã... Um McLanche Feliz.

Jace Babaca o encarou.

– McLanche? Para quê? Oferecer aos mortos?

Nico o olhou como se ele não tivesse feito nenhum tipo de comentário irônico, como se realmente estivesse confuso quanto a escolha do filho de Hades.

– Sim - foi o que disse - para que mais?

Percy pôde identificar a confusão nos olhos do Idiota.

– Garoto, o que você é? - perguntou.

Um fantasma de um sorriso passou pelo rosto de Nico. Tão discreto que só Percy (que o conhecia bem [quer dizer, o suficiente]) era capaz de identificar. E notou que o primo estava fazendo piada de Jace Lightwood..

Percy adorou isso.

– Sou Nico Di Angelo, sou filho de Hades, Senhor do Mundo Inferior, e sou cerca de cinquenta ou setenta anos mais velho que você. E você, quem é?

Pela primeira vez desde as horas que Percy conhecia Jace, ele estava sem palavras.

– Sou um Caçador de Sombras - disse, como se a frase pudesse fazer com que ele passe na fila de um show sem ingressos. Jace olhou para Magnus - e eu quero uma manga.

Simon soltou uma risada.

Todo o resto do pessoal parecia confuso.

– E eu quero que a conversa extremamente séria se inicie - disse Annabeth sem paciência.

Magnus sorriu e, ao estalar os dedos, as bebidas e comidas pedidas apareceram na mesa em frente aos que pediram. Percy avaliou seu copo de vidro cheio de um líquido azul vivo, cheio de gás. Sorriu e esticou-se para pegar o copo.

– Espere! - Simon gritou para ele - Magnus, o que tem nessa bebida?

– Não é nada das fadas, se é isso que o preocupa - Magnus retrucou.

– Desculpe - Simon falou para Percy - é que fui transformado num rato uma vez por causa...

– Você também? - Percy sorriu - fui transformado num Porquinho da Índia uma vez e foi horrível. Minha voz parecia um chiado fino e desesperado.

Simon riu.

– É péssimo, não é?!

– Nem me fale! Aquelas patinhas...

– Escutem - Annabeth interrompeu - é maravilhoso estarem dividindo experiências em comum, mas temos coisas sérias a tratar aqui.

– Ela está certa - disse Magnus, então olhou para Simon - não vai querer sangue?

– Não, obrigado. Já esvaziei uma de minhas garrafas hoje.

Annabeth o encarou com terror.

– Você é...?

Ele assentiu.

– Sou sim. Mas, como já disse, estou satisfeito. Não há o que temer.

– Só não tente mata-lo - Jace avisou.

– Cale a boca! - Simon retrucou.

Percy piscou os dois olhos, confusos.

– Espera! Ele é o que?

Simon olhou para ele, incrédulo e ao mesmo tempo triste.

– Sou um vampiro - foi o que disse.

– Um vampiro? Quer dizer... você chupa sangue?

Jace riu.

– Não, não. Ele é vampiro e chupa chocolate em pó - falou sarcasticamente.

Percy o fuzilou com o olhar.

– Não falei com você, Lightwood.

– Suponho que tenha falado com as paredes então... Espera, qual é o sobrenome dele? Quero soar másculo e ameaçador também!

– É Jackson - Nico respondeu - e isso não vem ao caso! Precisamos conversar sobre os Irmãos Blackwell.

Todos se calaram.

Nico contou a eles o que havia contado a Percy e Annabeth na fila do Pandemônio; sobre como o irmão gêmeo daquela Elizabeth queria dominar o mundo, destruir os deuses e provar o quão poderoso é para a humanidade.

Quando terminou o relato, Magnus encarou Clarissa.

– Seu irmão fugiu da prisão e mudou de nome?

Ela encarou o próprio café, aparentando estar cansada.

– Jonathan não é mais um demônio psicopata, esqueceu? Doei sangue suficiente para que ele se equilibrasse, embora ainda tenha uns ataques psicóticos.

– São esses ataques que me preocupam! - Magnus comentou para ninguém em particular.

– Porque a Clave ainda mantém Jonathan preso? - Simon perguntou. E Percy não fazia ideia de quem estavam falando.

– A Clave não costuma perdoar facilmente - Jace respondeu - Dure Lex Sede Lex.

– Sempre - Clarissa reforçou a frase em latim de Jace, que Percy não identificou por não ser tão bom na língua quanto Jason e Frank. Annabeth, porém, pareceu entender.

– A Lei é dura, mas é a Lei - ela disse, traduzindo - vocês possuem lemas bem reforçados.

Jace a encarou.

– E qual é o de vocês? Seja menos inútil que Percy Jackson?

– Vá se ferrar - Percy grunhiu.

– Uuuui! Ele saber falar palavrão!

– Cale-se, Jace - Clarissa disse.

– Escutem - Nico interrompeu - precisamos de um plano! Elizabeth queria que nos uníssemos, Semideuses e Caçadores de Sombra, por uma razão e eu sinceramente concordo. Não somos fortes o suficiente para lidar com Andrew, o garoto é aparentemente mais poderoso que um deus menor!

– Como Jonathan... - Simon sussurrou.

– Que se foda o Jonathan - Magnus disse - o Bonitinho está certo. Uma União deve ser feita. Devemos entrar em contato com Elizabeth e depois levar vocês, do Instituto de Nova York, para o Acampamento Meio-Sangue...

– NÃO! - disseram Annabeth e Jace em uníssono.

– PAREM COM ISSO - para a surpresa de todos, Clarissa havia gritado.

Ela se levantou, e continuou.

– Esse tal de Andrew Blckawell parece extremamente poderoso e devemos enfrenta-lo. Se a irmã dele sabe como e diz que é nos unindo aos Semideuses, faremos isso. Nosso trabalho (de todos nós aqui) é proteger o mundo, e não discutir sobre quem é mais poderoso que quem!

Todos se calaram. Então ela olhou para Jace... E havia um brilho no olhar dela quando o fazia, como se observasse a coisa mais importante do mundo para ela, que poderia escorrer de suas mãos como ouro derretido.

– Jace, eu sei que você conhece essa Elizabeth - falou - e se sabe algo que possa nos ajudar, por favor, diga.

Jace a encarou. O olhar dele parecia tão brilhante e frágil quanto o dela ao encará-lo. Percy nunca imaginou que aquele garoto idiota e arrogante olharia para alguém daquele jeito.

– Elizabeth me ligou faz dois dias - revelou.

Ele disse a conversa com ela, e como era tão parecida com a dela com Nico. Disse que ela mencionou outros heróis, embora não tenha dito sobre os semideuses em si. Todos ouviram com atenção, até Simon fazer a pergunta que deveria martelar na mente de Clarissa.

– Você a conhecia antes disso, não é?

Jace assentiu.

– Ela me amava, mas era só uma distração para mim. Alec e eu encontramos ela e o irmão nas portas do Empare State, falando algo sobre não terem para onde ir e implorando entrada para o porteiro. Eu vi a Marca de Clarividência nas costas das mãos dos dois, e soube que eram Nephilim.. Mas nunca soube, até hoje, que eram algo mais do que isso.

Ele suspirou. Depois prosseguiu.

– Eu e Elizabeth tínhamos alguns momentos de intimidade juntos. Para mim não era nada além disso - garantiu a Clarissa - então, em uma noite, eu vi um anel dourado na mão dela. Havia uma ferradura nele. O símbolo dos Blackwell.

– E como você achava que Blackwell e Pagborn haviam matado seu pai - Clarissa adivinhou - expulsou os dois irmãos.

– Sim. Eu até fui misericordioso e não os matei, se quer saber... E quando Maryse perguntou sobre eles, disse que haviam fugido.

– Não percebem? - Annabeth interrompeu, os olhos cinzentos brilhando - Andrew Blackwell não quer só dominar o mundo.

Jace a olhou.

– E o que é, Gênio?

Ela ignorou o comentário sarcástico.

– Vingança - respondeu - quem não garante que o caminho dos dois se desencontraram e esse garoto comeu o pão que o Diabo amassou?

Magnus piscou.

– Ela tem razão. Mais um motivo para vocês irem para o Acampamento dos Semideuses e contar o que sabem... Uma estratégia deve ser feita. E imediatamente.

Jace suspirou e pegou o telefone.

– Vou ligar para Elizabeth.

Simon também pegou o dele.

– Ligarei para Izzy e Alec.

E, para a surpresa de Percy, Annabeth pegou o dela.

– Para quem vai ligar? - ele perguntou.

Ela sorriu.

– Para nossa amiga Rachel. Parece que temos que preparar o terreno.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

XD