Cidade dos Sonhos Mestiços escrita por Heosphoros


Capítulo 5
Lâminas Celestiais


Notas iniciais do capítulo

Espero que gosteeem *-*



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Annabeth deu um giro, atacando o garoto loiro com ódio fervendo nos olhos e a faca de Bronze Celestial firme em sua mão. Ela investiu de forma rápida e perfeita, o braço descendo na direção do peito do rapaz (que ouviu chamarem de "Jace") de uma forma que seria impossível que ele desviasse ou até mesmo bloqueasse o ataque...

E no entanto, a lâmina brilhante dele se ergueu, chocando-se contra a faca dela e fazendo faíscas brancas voarem com o contato das duas armas. Nesses instante, ela ouviu um grito abafado da garota ruiva que ele chamou de "Clary", e os olhos de Annabeth encontraram os dele por um momento - que eram dourados como âmbar.

– Magnus - Clary falou - faça alguma coisa!

– Tá brincando? Isso é incrível!

Naquele instante enquanto olhava Jace, com o rosto brilhando com a luz de sua espada peculiar e seus cabelos que pareciam feitos de ouro balançando com a brisa, Annabeth o achou belo.. Como um desses anjos nos quais ela não acreditava existir... então ele sorriu de canto, um sorriso sarcástico que ela começou a odiar com todas as forças.

Ele impôs força na espada e o braço de Annabeth se enfraqueceu, indo para o lado. Ela conseguiu desviar no meio do ataque dele, e encontrou os olhos de Percy, que era segurado por Nico no meio da fila de pessoas que nem via a luta entre ela e Jace.

Percy estava preocupado, pronto para mandar Nico pelos ares e entrar na luta. Ela moveu os lábios para lhe mandar uma mensagem silenciosa: eu dou conta.

Ele assentiu. Ela sabia que conseguia contra aquele idiota, afinal, ela era filha de Atena!

Pelo canto do olho viu que ele se aproximava, e deixou-o acreditar que estava distraída olhando Percy. Sentiu os pés dele atingindo sua perna e ela se deixou ser jogada ao chão, enquanto Jace se punha em cima dela e imobilizava suas pernas e braços.

A adaga dela saiu de suas mãos e logo a espada brilhante do guerreiro se encostava novamente em seu pescoço.

– Cá estamos nós outra vez - ele disse, sorrindo - parece cansada, amorzinho?

Ela começou a choramingar. E quem não a conhecia acreditaria que, de fato, estava assustada e frustrada com a derrota. Annabeth vislumbrou um brilho de vitória nos olhos dourados dele e soube que ele acreditou em sua atuação.

– Você é patética - Jace falou, quase cuspindo as palavras. De canto, Annabeth pode ver tatuagens negras pelo braço do menino e muitas coisas fizeram sentido.

Ele é um deles, pensou, um Caçador de Sombras.

Ela chorou mais um pouco, seus dedos alcançando o cabo da adaga e segurando com firmeza.

– Não sou patética! - ela retrucou, ainda fingindo estar em choque.

– Jace, pare! - o amigo da garota ruiva falou, como se estivesse preocupado com Annabeth.

– Quieto, Simon - Jace respondeu, então olhou nos olhos dela - é uma pena que ela tenha atacado um Caçador de Sombras, agora sofrerá as consequências de ser uma tola.

E então Annabeth sorriu.

– Lamento te decepcionar - e fez um corte no braço dele com a adaga, deixando uma linha escarlate onde o atingira.

– VACA! - a garota ruiva gritou. E pelo canto do olho Annabeth viu que iria ataca-la com uma espada muito parecia com a de Jace, mas Percy impediu o ataque com Contracorrente, e os dois começaram a lutar.

Jace rosnou e afastou o braço... mais por surpresa que por dor, ela pôde notar. E aproveitando de seu espanto, ela deu uma joelhada em sua barriga e rolou para o lado, a medida que ele afrouxou o aperto dela contra o chão.

Os dois se levantaram ao mesmo tempo, e ergueram suas armas.

– Chega - o feiticeiro disse e bateu palmas - foi muito divertido mas está ótimo.

Annabeth começou a perder o movimento das pernas e braços, como se estivesse congelando, e foi presa à calçada onde estava. Olhava fixamente para Jace, que também estava imóvel como uma coluna grega e parecia xingar Magnus com os olhos.

Nico e o garoto "Simon" eram os únicos que ainda se moviam, encarando todos com expressões confusas e (ela notou) um pouco divertidas.

Magnus Bane caminhou levemente por entre as "estátuas" que havia criado.

Seu olhar encontrou o de Annabeth.

– Hum... - falou, meio para si mesmo - Annabeth Chase, filha de Atena - sorriu - eu juro que nunca esperaria que você um dia viria me procurar, mas não estou surpreso. No final das contas, todos veem me procurar... Não é, Percy?

Ele apoiou o braço no ombro rígido de Percy, que havia congelado no meio de um ataque para proteger Annabeth da garota ruiva - que provavelmente era apaixonada por Jace, embora ela não saiba como alguém possa ter essa capacidade!

Magnus olhou para todos com aqueles olhos verde-limão parecidos com os do gato do pai de Annabeth.

– Sabe, essa conversa está chata. Ninguém me responde ou faz comentários do tipo "Nossa, como você sabe de tantas coisas?" - suspirou - vou começar tirando essas armas perigosas de vocês.

Estalou os dedos, e Annabeth sentiu que segurava o vento, no lugar onde estava sua antiga faca dourada.

Depois, os movimentos voltaram.

Ela ignorou o olhar superior e sarcástico de Jace, e foi andando na direção do Magnífico Feiticeiro do Brookylin.

– O que pensa que esta fazendo? - perguntou.

Nico avançou um passo.

– Hã... Annabeth...

– Quieto, Di Angelo - ela fuzilou Magnus com o olhar, mas ele ainda sorria de forma entretida - você não pode congelar quem está em batalha? Aliás, esse garoto estúpido pensa que pode lutar com todo mundo só porque é...

– Por que sou o que? - Jace perguntou, entrando no campo de visão dela. Ele sorria como um filho de Afrodite amaldiçoado por Ares, reluzente e odioso; Annabeth queria matá-lo com as próprias mãos - por que sou mais bonito que seu namorado?

Percy se pôs ao lado dela, os punhos cerrados.

– Porque você é um filho da...

– Não - Annabeth interrompeu, encontrando o olhar de Jace - porque você é Nephilim.

O Caçador de Sombras ergueu as mãos ao alto.

– Finalmente, Santo Raziel, ela parou de ser burra!

Annabeth avançou até ele, os passos perigosos e lentos.

– Não me chame de burra. Não sabe com quem está falando!

Ele sorriu com escárnio.

– Ah é? Quem é você? Uma fadinha que perdeu as asas? Uma licantronpe? - alargou o sorriso - ou é uma vampirinha que não se alimenta faz tempos?

Annabeth ajeitou a postura.

– Sou uma semideusa - ao ver um lampejo de confusão nos olhos de Jace, ela sentiu-se orgulhosa e vitoriosa - isso mesmo. Sou filha de um dos deuses Olimpianos. Aposto que nunca ouviu falar deles, ouviu Caçador de Sombras?

– Não é possível - a garota chamada Clary disse, encarando dela para Percy - Hodge nunca falou sobre eles.

– Hodge não dizia que todos as histórias são verdadeiras? - Simon perguntou.

Jace olhou para Simon, que Annabeth via pela primeira vez. Ele era extremamente pálido (como um cadáver) e seus cabelos negros eram ondulados. Na testa dele havia algo singular, um desenho que parecia mais antigo do que o Acampamento Meio-Sangue.

– Dizia - Jace confirmou - mas nunca imaginaria que a mitologia grega fosse real... dentre tantas outras interessantes.

Annabeth cerrou os punhos.

– Pode apostar, você não é o único que está decepcionado por aqui.

Nico revirou os olhos.

– Parem! Há coisas mais importantes a serem tratadas...

– Exato - disse Clary, olhando para Magnus - Simon veio falar com você. Diga a ele o que é de tão importante, Simon!

O garoto pálido abriu a boca para falar, mas Magnus interrompeu.

– Ah, cara Clarissa. Todos aqui vieram falar comigo, precisamos ajeitar os horários e eu cobro por hora!

Nico enrijeceu.

– Clarissa? Clarissa Morgestern?

A garota encarou Nico com os olhos verdes confusos, e Annabeth não deixou de notar o quanto parecia com Rachel Elizabeth Dare, o Oráculo do Acampamento. Clary (ou Clarissa, tanto faz) segurou um pingente em seu cordão prateado, e Annabeth viu que era um anel.

– Sim - ela disse a Nico - sou eu.

Nico olhou para Percy.

– Era sobre ela que Elizabeth estava falando.

– Elizabeth? - Jace perguntou, ficando sério pela primeira vez desde que Annabeth o vira - Elizabeth Blackwell?

Nico o encarou.

– Sim você a conhece?

Antes que pudesse responder, Clary colocou as duas mãos na cintura, encarando Jace com um olhar mortal.

– Conhece, Jace Lightwood?

– Eu...

O celular de Annabeth tocou em seu bolso. Semideuses não podiam ter por causa de seu sistema de rastreamento de monstros, mas ela não se incomodava em transgredir essa pequena lei... Afinal, já vencera muitos monstros na vida.

Ela viu o número na tela e atendeu rapidamente.

– Piper, agora não dá!

– Não é a Piper, é o Leo.

Annabeth revirou os olhos.

– Principalmente você. Estou ocupada, Valdez, depois nos falamos...

– Espera! Rachel disse uma profecia!

O coração de Annabeth congelou.

– Uma profecia?

– Sim. Seja lá o que esteja fazendo, seja rápida. Quíron quer você e Pery aqui. Tchau!

– Espere!

Mas Leo já havia desligado, Annabeth encontrou o olhar de Magnus Bane e teve certeza que ele havia escutado a conversa. Guardou o celular.

– Escute, precisamos conversar. Eu, você, meu namorado e Clarissa Morgestern. Agora!

Ele deu de ombros.

– Muito bem. Gostariam de ir ao meu apartamento?

Jace, que observava tudo com cautela, deu um sorriso.

– Adoraria assistir Gossip Girls com você de novo, Bane.

Magnus sorriu.

– Sei que sim, Lightwood - então olhou para Nico - você vem conosco.

Percy encarou Magnus.

– Você é filho de Hécate?

Magnus sorriu.

– Se fosse teria cometido muitos atos incestuosos.

Percy piscou, sem entender o que o feiticeiro queria dizer. Annabeth sorriu.

– Você teve um caso com a deusa da magia? - ela perguntou.

– Vários - Magnus respondeu - ela inclusive me deu sua benção, mas não comente isso na presença do irmão dele - havia apontado para Jace - Alexander ficaria ofendido.

– Magnus, vamos logo - Clary disse com impaciência.

– Oh, tudo bem. Gostaria de desenhar um Portal para nós, Clarissa? Ou prefere pegar um taxi?

Clarissa revirou os olhos e Annabeth observou enquanto tirava um objeto pontudo do bolso do jeans e desenhava símbolos escuros no ar com ele. Uma luz azul ofuscante saía dos desenhos da menina, assim como de suas mãos, então um espelho reluzente de mesma cor apareceu bem no meio da calçada.

– Sigam-me - Magnus disse, e deu um passo na direção do espelho, sendo engolido pela luz que quase chegava a cegar.


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