Cidade dos Sonhos Mestiços escrita por Heosphoros


Capítulo 2
Ligação Urgente


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, ShadowHunters e Demigods! Lembrando que a história do Andrew e da Lizzie é só minha, hein ;}



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Simon desceu do palco e desconectou o baixo, encarando o horizonte como quem se desligou do mundo. Mesmo com todo o som que emitia de seu instrumento musical (mais os sons dos outros instrumentos musicais, pessoas falando e a voz incrivelmente boa de Jordan), ele conseguiu ouvir com sua audição sobre-humana uma conversa muito estranha e singular.

Entre dois garotos, deviam ter entre quinze ou dezesseis anos, e um deles o encarava enquanto tocava. Simon até ouviu (e achou estar completamente louco) um deles chamar o outro de "filho de Hades" e quase deixou o baixo cair.

Tudo bem, que sempre ouvira Clary dizendo que todas as história são verdadeiras... Mas, por Deus, aqueles garotos deviam ser algum grupo de nerds ou jogadores de RPG, porque ele tinha certeza absoluta que a mitologia grega era só mitologia!

Embora o tom de voz dos dois estava muito sério e preocupado, tal como ele já falara várias vezes nos anos anteriores... Discutindo estratégias para lutar contra o pai malvado e o irmão psicopata da melhor amiga. Por um instante achou que deveria se preocupar; principalmente depois dos garotos terem mencionado os Nephilim... Então encontrou o olhar de Isabelle, em uma das mesas, e esqueceu aquilo tudo.

– Tocou bem para um vampiro - ela disse enquanto se aproximava, o sorriso era radiante como sempre, coberto por um batom vermelho que atraía mais ainda o olhar de Simon. O vestido preto que ela usava era comprido, porém justo nos seios, e isso também não ajudava para que ele desviasse o olhar.

Sorriu para ela.

– E você assistiu bem para uma Caçadora de Sombras entediada.

Ela revirou os olhos azuis, enquanto passava os braços em torno do pescoço de Simon e o beijava nos lábios. Isabelle tinha o gosto comum de cerejas, que o fez suspirar (sem necessidade) enquanto a beijava. As mãos dele deslizaram para sua cintura e, naquele momento, nada mais existia.

– Ei! - uma voz reclamou ao lado deles.

Os dois viraram o rosto, surpresos. Clary tinha as duas mãos na cintura, e fingia estar irritada com os dois, mas o sorriso sob as sardas e os olhos verdes brilhando em divertimento já a entregavam. Os cabelos vermelhos estavam presos num rabo de cavalo, e Simon já conseguira se acostumar ao vê-la cheia de Marcas negras pelos braços... Era algo que agora fazia parte dela.

– Ah, Clary - disse Izzy - não esqueça quantas vezes já vi você e Jace se agarrando pelos cantos.

A melhor amiga sorriu mais.

– E sempre reclamou! - indagou Clary, mas deu de ombros - sinto na obrigação de lembrá-los que não estão no quarto de vocês.

Simon revirou os olhos, então passou os olhos pelas mesas vazias.

– Onde está Jace? - perguntou.

– Atendendo um telefonema - Clary respondeu - acho que de Alec ou Maryse.

Involuntariamente, a estranha conversa dos garotos na plateia voltou à mente de Simon.

– Hã... preciso conversar com vocês duas...

– Ei! - outra voz interrompendo coisas importantes surgiu. Jordan vinha correndo na direção deles, ainda usando sua camisa preta do AC/DC e sorrindo ao vê-los - Eric resolveu mudar o nome da banda.

Clary jogou as mãos para o ar.

– Pelo Anjo! Parem de ficar mudando os nomes... Por isso que não possuem fãs.

Simon olhou para ela e pôs a mão sobre o peito, fingindo ter se ofendido.

– Não diga isso! - falou, ainda atuando.

Jordan revirou os olhos.

– Bom, agora vai se chamar Half-Blood Dreams.

Simon se arrepiou (se é que era possível) ao ouvir a palavra. Half-Blood. Meios Sangues. O termo que um dos garotos usou no meio da conversa. Simon se lembrou da urgência da situação, de dizerem que o mundo corria perigo... de novo.

Com todos esses sinais, começava a parecer verdade.

– Simon? - Isabelle chamou, preocupada - o que houve?

Ele segurou a mão dela.

– Preciso falar com vocês - então teve uma ideia melhor - mas é melhor que Jace e Magnus ouçam... É bem urgente.

Clary franziu o cenho.

– Magnus? Por que precisa falar com Magnus?

Simon encontrou os olhos dela, verdes e confusos, e viu o próprio reflexo ali. Parecia bem mais preocupado do que achava estar, mas estava certo quanto a isso. A questão ali era urgente e não podia ser ignorada.

– Você vai ver.

. . .

O celular de Jace havia tocado umas três vezes durante o show. Queria ficar ali com Clary, aproveitando da música horrível que Simon e sua banda tinham a oferecer, mas começou a se irritar... E a indagar sobre a urgência da ligação.

Quando foi atender, as coisas ficaram muito confusas.

– Alô? - ele perguntou ao apertar no telefone verde que brilhava na tela.

– Jonathan? Jonathan Herondale?

Jace se contraiu. Ninguém mais o chamava pelo nome verdadeiro (depois de muito esforço e insistência da parte dele), mas pelo visto alguém estava desatualizado e ele precisava saber porque.

– É Jace Lightwood, na verdade - respondeu - quem tem a honra maravilhosa de falar comigo?

Algo que pareceu um suspiro de alívio ecoou do outro lado da linha.

– Jace, sou eu. Lizzie.

Ele se contraiu de novo, dessa vez sentiu uma espécie de chumbo caindo no próprio coração, como um peso esquecido que de repente, foi revogado.

A culpa.

– E-Elizabeth? - gaguejou.

– Sim - ela respondeu - preciso da sua ajuda.

Jace olhou para trás, onde via a casa de shows onde a Almas Perigosas havia parado de tocar. Imaginou se Clary o estaria procurando, percebendo que a conversa estava longa demais para ser algo sem importância.

– Olha, Elizabeth, agora não é possível...

– Você me deve - ela disse, parecendo mais desesperada que ameaçadora - não se lembra que me deve?

Jace inspirou e suspirou devagar. Talvez pudesse tirar aquele peso desesperador do próprio peito se fizesse o que Lizzie pedia, talvez fosse algo rápido que ele pudesse dar conta em dois ou três minutos.

– OK - respondeu - o que aconteceu?

– Andrew aconteceu?

Jace franziu o cenho.

– Andrew? - ele começou a se lembrar da história dos feiticeiros que eram Caçadores de Sombra, de uma raça rara e filhos de um dos capangas do pai dele - Ele não tinha morrido num incêndio com o próprio feitiço?

– Não - ela disse, parecendo desesperada do outro lado da linha - não morreu. Ele me mandou uma Mensagem de Íris faz uma semana, dizia que aprendeu como invocar Demônios Maiores e misturar sua essência com monstros... Ele quer guerra.

– Novidade - Jace reclamou - o mundo está sempre em guerra, com alguém querendo destruí-lo...

– Pode ser fácil dessa vez. Ele ainda está reunindo forças, Jace. Está se abrigando num templo abandonado de minha mãe, na Tessália. Você precisa...

– Espera! Tessália? Quer que eu entre num Portal com pelo menos uma dúzia de Nephilim experientes para matar seu irmão gêmeo escroto que está planejando uma guerra contra o mundo na Grécia?

Ela ficou quieta por um tempo.

– É.. - disse por fim.

Jace esfregou os olhos.

– Tudo bem, alguma recomendação?

– Aguarde o contato de um garoto chamado Perseu Jackson. Depois me ligue... Creio que tem meu número de telefone.

– Sim, sorte sua que eu não tenho tempo suficiente para apagar contatos que não servem no meu celular.

Mas ela já tinha desligado, e não ouviu o comentário sarcástico que Jace fizera.

Ele suspirou. Era incrível como o passado tinha garras afiadas e reservadas, que só prendiam quando menos se espera e, de repente, você não vê saída para se livrar delas.

Virou o corpo e encarou a noite e as luzes nova iorquinas, enquanto a garota mais bonita do mundo saía de uma casa de shows, rindo com os amigos e encarando-o com aqueles olhos verdes reluzentes.


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Notas finais do capítulo

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