Cidade dos Sonhos Mestiços escrita por Heosphoros


Capítulo 1
Almas Perigosas


Notas iniciais do capítulo

Espero que essa fic seja legal e tudo mais... enfim, todo mundo espera! rs

Gostaria de avisar que o personagem Alabaster aparece no conto Filho da Magia, do livro Diários do Semideus

Hã... o que mais posso dizer... ah! Sebastian não aparecerá na história, lamento fãs

Kisses *-*



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Nico odiava música alta, e ainda mais quando era tocada de forma tão ruim e amadora quanto a daquela banda estranha que se apresentou como "Almas Perigosas". Havia tantos lugares de Nova York para uma conversa sobre a segurança da humanidade, e o filho de Hécate - Alabaster Torrigthon - escolheu aquele.

Observou a banda enquanto tocavam. O vocalista era bonito (muito bonito), com cabelos espetados, pele morena e porte de guerreiro. Os olhos eram da cor da lua. Nico imaginou que pudesse ser meio-sangue, mas não encontrou nada nele que indicasse que sim.

O guitarrista parecia estar bêbado, e fazia força para se concentrar nas cordas da guitarra enquanto fazia um sons esquisitos no microfone. Como o baterista não era muito visível, Nico focou os olhos nele com desgosto (que geralmente sentia em relação a mortais)antes de virar para encarar o baixista.

E o baixista não tinha nada de mortal.

Seus olhos tinham um brilho forte, que realçava as cores escuras da íris, e sua pele era pálida como a do próprio Nico (embora nunca tivesse encontrado alguém tão pálido quanto um filho de Hades). Avaliou-o bem. Seria um semideus? Não, não parecia. Não tinha a aura forte que meios sangues exalavam.

Então... o que era ele?

– Di Angelo?

Nico colocou as mãos dentro dos bolsos da jaqueta preta, alcançando uma faca de ferro estígio, caso quem o chamasse fosse algum inimigo. Mas, ao se virar, deparou-se com os olhos verdes e misteriosos de Alabaster.

– Torrigthon- o filho de Hades disse sem ânimo - ótima escolha para uma conversa séria. A banda é incrível.

O filho de Hécate sorriu.

– Eu disse que era!

Nico revirou os olhos.

– Estou sendo sarcástico - olhou ao redor, onde os poucos mortais que assistiam ao show pareciam totalmente entediados, mesmo assim ninguém olhava para os dois semideuses envoltos por sombras - o que queria falar comigo?

Alabaster, de repente, ficou sério.

Colocou a mão dentro do bolso da calça jeans que vestia e entregou um pedaço de papel para Nico. O filho de Hades o aceitou, soltando a faca, enquanto Alabaster mexia de forma nervosa nos cabelos castanhos.

– Não sei se vai gostar - disse enquanto Nico desdobrava o papel - me enviaram essa carta ontem. Achei estranho e perigoso demais, precisava de algum meio-sangue para avaliar.

Nico leu a carta com atenção. Dizia:

Caro senhor Alabaster Torrigthon,

Como talentoso feiticeiro, e meio irmão, peço que me ajude desesperadamente.

Não posso despejar muitas informações neste papel, mas digo que o mundo corre extremo perigo... Talvez por culpa minha.

Meu irmão gêmeo, Andrew Blackwell, e eu somos feiticeiros como você. Nossa mãe é a deusa da magia, Hécate, e sempre soubemos disso. Embora nunca tenhamos descoberto nada sobre nosso pai que ajudasse a conhecer nosso passado...

Até agora.

Posso dizer que nosso pai pertence a uma raça de guerreiros tão antiga e experiente quanto os semideuses. Mas isso não ajuda quando ambas raças estão separadas. Meu irmão e eu descobrimos o que podemos fazer. Pelos deuses, Alabaster, preciso muito de sua ajuda.

Meu poder está tão descontrolado quanto a mente de meu irmão, que quer usar o dele para tornar-se um Rei Supremo do Olimpo. Ele quer derrubar os deuses...

Eu preciso muito que me ajude, sendo meu irmão também.

Por favor, entre em contato por uma mensagem de Íris.

Com amor,

Elizabeth Blackwell.

.

Nico olhou para Alabaster, que o encarava com um semblante sério e preocupado. Seus olhos verdes pareciam estar enevoados.

– O que é isso? - perguntou.

Alabaster suspirou.

– Achei que poderia dizer. Parece ser o que é, alguma filha de Hécate com poderes descontrolados e um irmão psicopata.

Nico olhou a carta de novo.

– Como um semideus pode se achar tão poderoso?

– Ela não acha - disse Alabaster - ela é.

Nico arqueou uma sobrancelha, um tanto sarcástico.

– É mesmo? Como?

– Eu sou filho de Hécate, sou mais poderoso que maioria dos semideuses. Se ela está dizendo a verdade sobre ter um pai mais poderoso que um mortal... Ela pode ser poderosa como uma deusa menor.

Nico piscou. Aquilo estava se tornando cada vez mais confuso.

– Então, o que o pai dela é exatamente?

Alabaster virou os olhos de forma sombria para um grupo de mortais sentados em uma das mesas do lugar. Pareciam entediados com o show, mas gritavam o nome de algum integrante da banda com emoção. O que chamou a atenção de Nico no grupo foi o bracelete dourado de uma garota, em forma de uma cobra com olhos penetrantes.

– Não sei - disse Alabaster, encarando-os - mas posso chegar a ter uma ideia.

Nico segurou o ombro do outro semideus (o único toque em algum ser humano em meses) e o encarou com urgência. Não gostava quando as coisas pareciam muito mais misteriosas para ele, então tinha que entender o que acontecia.

– O que acha que o pai dela é?

Alabaster hesitou um momento antes de responder, então disse apenastrês palavras,como se explicassem tudo:

– Caçador de Sombras.

Nico franziu o cenho, reconhecendo-as de antigos livros que encontrava pelo Palácio do pai quando não tinha nada de muito interessante para fazer.

– Nephilim? - indagou - são uma lenda bíblica!

Alabaster balançou a cabeça.

– Não. Eles possuem um lema que os semideuses também possuem: todas as histórias são reais. Eles são, nós somos... O mundo não é como você pensa ser, filho de Hades.

Nico soltou o ombro dele.

– Então como é?

Alabaster olhou para o baixista que Nico encarava fazia alguns momentos, depois virou o olhar para o vocalista bonito. Quando olhou novamente para Nico, parecia estar ficando embaçado... como se estivesse se tornando Névoa.

– É cheio das criaturas que todos acham serem mentiras - Nico o viu sorrir antes de completar - vampiros, feiticeiros, Nephilim... se eu fosse você mandava uma mensagem para a garota. Diga que vou ajuda-la.

– Espere - disse Nico - então olhou para o baixista novamente, compreendendo o que Alabaster queria dizer a ele - vampiros? Torrigthon, seja claro.

– Espero te ver amanhã, Di Angelo - e desapareceu, deixando apenas um vento gélido passar pelo rosto de Nico e um pedaço de papel em suas mãos.

Olhou novamente para o baixista.

O mundo não é como vocêpensa ser, filho de Hades...

... É cheio de vampiros, feiticeiros, Nephilim...

Nico olhou para a carta, e suspirou.

– Esse favor vai ficar na conta, Torrigthon - reclamou.

E por um instante, achou ter escutado uma risada leve contra o barulho de rock que ecoava por Nova York.

Afastou-se da sala de shows para entrar num beco qualquer. Quanto mais rápido fizesse o que Alabaster pedira, mais rápido poderia deixar essa ideia louca de contos bíblicos e vampiros para trás.

Pegou um dracma no bolso da calça.

E jogou-o numa poça escura de água na rua.

– Oh, deusa Íris - disse - aceite minha oferenda e mostre-me Elizabeth Blackwell.

A água tremeluziu e com o tempo, a imagem de uma garota apareceu. Tinha longos cabelos negros como penas de corvo e os olhos eram dourados como se tivessem derretido ouro em sua íris. Ela encarava Nico como se fosse um super herói.

– Alabaster? - perguntou, esperançosa.

– Não - ele respondeu - sou o "mensageiro" dele, Nico Di Angelo.

Os olhos dela se arregalaram.

– O Rei Fantasma?

Como ela sabia disso?

– Sim. Como sabe?

Ela sorriu, parecia aliviada.

– Sei muitas coisas - disse, encarando-o - sei por exemplo que está correndo tanto perigo quanto eu. Preciso da sua ajuda, e da ajuda dos melhores heróis semideuses que tiver a sua disposição... Está na hora de Nephilim e meios sangue se entenderem. O mundo corre perigo.

– O mundo? - Nico de repente sentiu uma vontade de berrar que o mundo sempre foi fraco demais, e que estava o tempo todo em perigo - perigo de quem?

– Meu irmão - disse - agora busque Perseu Jackson. E diga a ele para buscar Clarissa Morgestern. Os maiores heróis precisam se unir. Adeus.

– Espere!

Ela balançou as mãos pálidas como a lua, e desapareceu. E Nico ficou finalmente sozinho, escutando ao longe o som de uma banda péssima, enquanto o vento da madrugada gelava sua nuca.


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Notas finais do capítulo

Bom? Ruim? Ótimo? Horrível?