Asa Noturna: Origens escrita por TheWritterJF


Capítulo 4
Lendas


Notas iniciais do capítulo

Aí está o quarto capítulo. Nele teremos a presença de um personagem clássico e também os primeiros passos da caminhada de Dick como Asa Noturna. ;D
Espero que gostem! Boa leitura!



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Alfred Pennyworth, o mordomo da Mansão Wayne, havia acabado de se levantar e de se trocar quando desceu as escadas da mansão trajando seu habitual paletó preto, calça social também na cor preta e lustrosos sapatos sociais que estavam deixando-lhe elegante, com a aparência de um verdadeiro lorde inglês.

O mordomo então encaminhou-se para uma das muitas salas que a mansão Wayne possuía, mais precisamente uma sala que outrora fora o escritório de Thomas Wayne, o pai de Bruce Wayne o atual dono do local. A sala era retangular e ampla e haviam uma grande mesa de madeira com uma cadeira grande e acolchoada e duas cadeiras menores também acolchoadas em frente à mesa, uma grande estante coberta de pesados livros que em sua grande maioria remetiam a temas de medicina e um grande relógio de cuco que aparentava ser do século XX. Ele caminhou em direção ao relógio e ao parar defronte a ele reposicionou os ponteiros que marcavam o horário atual para o horário de 10:47pm. Ao colocar esse horário o relógio que parecia ser apenas mais uma peça de mobília antiga prontamente se arrastou para a direita revelando duas grandes portas de metal semelhantes a de um elevador, além de um scanner da palma da mão e uma espécie de decodificador vocal. Alfred colocou sua mão sobre o scanner que emitiu uma luz azul que estava identificado as digitais do inglês.

– Digitais reconhecidas. Alfred Pennyworth. Aguardando confirmação vocal. – Ele ouviu uma voz feminina e mecânica que vinha do computador central da mansão dizer.

– Alfred Pennyworth – ele disse próximo ao decodificador.

– Voz reconhecida. Alfred Pennyworth. Acesso permitido. – a voz robótica disse – Tenha um bom dia. – finalizou a maquina

– Obrigado – disse ele sem saber se a máquina ouviria mas mantendo a cordialidade, enquanto entrava no moderno elevador que não usava cabos e saía para o amplo saguão da Batcaverna.

A Batcaverna era uma caverna muito ampla que estava localizada abaixo da mansão Wayne, era meio escura e um pouco úmida e contava com a presença de uma quantidade enorme de morcegos, porem após a adoção do local como Quartel-General do Batman muitas mudanças foram feitas, iluminações foram instaladas, computadores moderníssimos e outros tipos de tecnologia de ponta incrementados além da presença de alguns itens de decoração um pouco diferentes como um Tiranossauro Rex em tamanho real, uma moeda de cinquenta cents gigante e uma carta de baralho, a carta Coringa, em tamanho ampliando. Possuía também a presença dos moderníssimos Batveiculos como o Batmóvel, o Batjato, Batsubmarino entre outros e robôs gigantescos construídos com a tecnologia da WayneTech. O local possuía uma mescla de modernidade e saudosismo, dois aspectos muito presentes na personalidade de seu dono, o Batman.

Alfred deu uma olhada no local já tão conhecido e viu que quase tudo estava em seus lugares habituais, com duas exceções, o Batman que agora encontrava-se sentado defronte ao seu moderno computador vendo uma série de informações que apareciam na forma de hologramas dos quais ele podia tocar e movimentar e um garoto que aparentava quinze ou dezesseis anos no máximo, de pele branca, cabelo e olhos castanhos e apesar de vestido com roupas velhas e surradas ainda era de certa forma um garoto bonito, amarrado em uma cadeira próximo a ele.

– Deveria ter avisado que teríamos um convidado, ou melhor, um prisioneiro patrão Batman – começou Alfred – Aliás, quem é esse garoto? – perguntou o mordomo franzindo o cenho.

– O nome dele é Jason Todd, órfão. Sua mãe Catherine era viciada e morreu de overdose de heroína e seu pai Willis trabalhava como capanga para o Duas-Caras e desapareceu misteriosamente. – disse Batman – ele vivia em uma escola de jovens infratores porém fugiu, possui duas passagens no reformatório e estava tentando roubar as rodas do Batmóvel. – finalizou ele sem qualquer emoção.

– O garoto tem um histórico e tanto – Alfred comentou.

– Realmente – concordou Bruce - Mas pela coragem e ousadia que esse garoto tem, talvez ele mereça mais uma chance, todos merecem. Acho que vou ajuda-lo. – finalizou o Cavaleiro das Trevas.

– Sim patrão Bruce – disse o mordomo.

– A proposito Alfred, leve-o para cima e alimente-o e deixe que tome um banho e depois traga-o para cá novamente – ordenou Bruce.

– Sim senhor, patrão Bruce – concordou Alfred enquanto desamarrava o garoto e levava-o até o elevador de volta a mansão.

Batman voltou a sua atenção novamente para o computador e ficou pensativo enquanto olhava as informações que havia colhido sobre o garoto que apareciam de maneira holográfica em sua frente.

§

A tarde já havia caído sobre a cidade de Metrópolis quando Dick Grayson com uma motocicleta Harley Davidson Sport, passava pela entrada da cidade que tinha uma grande placa com os dizeres “BEM VINDO A METRÓPOLIS”. Ele que já estivera duas ou três vezes na cidade notara mais uma vez que o clima era muito menos pesado e a cidade muito mais iluminada do que a sempre escura Gotham City.

– Deve ser por isso que Bruce é tão paranoico – pensou ele enquanto seguia pelas avenidas largas e ruas movimentadas da iluminada cidade, em direção a um prédio que ele estava procurando, um prédio grande com paredes de mármore e um gigantesco globo dourado com os dizeres “PLANETA DIÁRIO” que ficava girando em sua cobertura.

O prédio do Planeta Diário estava extremamente movimentado, cheio de pessoas que enchiam o saguão principal andando de maneira apressada entrando e saindo do prédio a todo momento. Dick caminhou decididamente em direção a uma grande mesa de madeira na qual uma moça ruiva com um fone de telemarketing estava sentada.

– Eu vim ver Clark Kent – disse Dick enquanto se aproximava da mesa da moça.

– O senhor tem hora marcada? – perguntou a recepcionista.

– Na verdade não. – ele respondeu.

– Qual o seu nome? – ela perguntou novamente enquanto discava para a sala do Sr. Kent.

– Dick Grayson. – respondeu ele enquanto dava uma olhada no local.

– O Sr. Kent irá recebe-lo – disse a moça – o escritório dele fica... – ela começou a dizer.

– Eu sei o caminho. Valeu! – respondeu ele dando uma piscadela e um sorriso para a moça e indo em direção a sala de Clark Kent.

A alguns metros dali uma moça extremamente atraente de cabelo preto, olhos azuis que vestia um blazer roxo sobre uma camisa social branca e uma saia também roxa um pouco acima do joelho que a estava deixando extremamente sexy, conversava com uma outra moça de cabelo loiro que usava óculos redondos e uma roupa social marrom.

– Dick Grayson. – repetiu a morena absorta em pensamentos.

– O que foi Lois? – perguntou a moça de cabelo loiros olhando atentamente para a outra.

– Por que esse nome é familiar? E por que ele está aqui para ver Clark? – ela perguntou mais para cima mesma do que para a outra mulher. – Grayson. Grayson. Grayson. Traga informações sobre ele Marie. – conclui Lois

– Pode deixar Srta. Lane – respondeu Marie e saiu em disparada carregando um monte de papeis.

Dick chegou a sala de Clark que ficava em um dos últimos andares do local e o encontrou na porta de sua sala vestindo um belíssimo terno preto com uma graveta azul, com sua postura firme e decidida e com seus olhos azuis cobertos pelos óculos quadrados que faziam parte do seu disfarce habitual.

– Dick Grayson! – exclamou Clark com um sorriso no rosto e o abraçava de maneira paternal - A que devo a honra de sua visita? – perguntou ele.

– Estava precisando conversar com alguém digamos ... – ele começou a dizer - ... Mais experiente do que eu. – finalizou o garoto.

– Bem... Fico feliz que você confie em mim e queira meus conselhos, mas o natural não seria você falar com Bruce? – perguntou Clark em um tom comedido enquanto retirava seu paletó e dobrava as mangas de sua camisa.

– Não. Eu e Bruce não nos falamos mais. – ele respondeu sem emoção.

– Como? Por que? – Clark disse surpreso.

– Me cansei do Bruce. Ele não me trata como um parceiro, me trata com se eu fosse seu ajudante, como seu eu tivesse quinze anos e tivesse começado a combater o crime agora. Mas eu não sou mais um garoto! – exclamou ele com raiva. – Por isso eu larguei o manto e deixei a mansão, faz uma semana que eu não sou mais o Robin. – finalizou ele.

– Mas vocês são parceiros Dick. Você é o braço direito dele - falou Clark.

– Com Bruce é caverna dele, regras dele ou aceita ou saia – disse Dick – Ele quem paga as contas. – ele terminou com um suspiro.

Marie se dirigiu até a sala de Lois Lane que ficava no mesmo andar da sala de Clark carregando uma pasta amarela contendo todas as informações levantadas sobre Richard Grayson e a entregou a Lois.

– Grayson. Gotham City. Tutelado de um bilionário. Bruce Wayne. – ela foi dizendo – Claro! – exclamou ela que conhecia muito bem Bruce Wayne já que tivera um affair com ele anos atrás.

A repórter deixou a sua sala e foi em direção a sala de Clark Kent e viu que a porta estava fechada porém conseguia ouvir a voz de dois homens conversando.

– Clark eu queria... – ela começou mas logo depois interrompeu sua fala. – Oh! Você tem visita! – exclamou Lois fingindo surpresa.

– Dick Grayson. Lois Lane. – apresentou Clark.

– Eu li seu artigo sobre a LexCorp. Revelações bombásticas – disse Dick enquanto estendia a mão para cumprimentar Lois.

– É mesmo? – respondeu Lois que ao invés de pegar na mão de Dick cumprimentou-o com um abraço e três beijinhos de maneira extremamente simpática.

– O que você quer Lois? – perguntou Clark quebrando um pouco do clima.

– Então como você é Clark se conhecem? - Indagou Lois usando suas habilidades como repórter.

– Somos dois fãs de Hóquei e ... – Dick enrolou enquanto pensava em alguma boa desculpa para usar.

– Hóquei? Eu nunca ouvi o Clark falar de... – disse Lois parando de abrupto quando ao olhar na direção onde Clark deveria estar notou que o repórter não mais estava ali – É típico dele sempre ... – e enquanto ela olhava na direção de Dick também notou que o garoto havia desaparecido. – Desaparecendo! – finalizou ela.

§

Quando Dick Grayson chegou ao centro de Metrópolis o Superman já tinha resolvido a situação, o bandido já estava preso e entregue a polícia, as vítimas salvas e tudo estava sob controle.

– Com ele tudo parece tão fácil! – pensou Dick enquanto chegava ao topo de um prédio alto do centro da cidade e Superman, vestindo sua roupa azul com um “S” gigante no peito, e uma capa e botas na cor vermelha vinha voando em sua direção.

– Hoquei? – perguntou o Homem de Aço enquanto ia planando em direção ao garoto.

– Foi a primeira coisa que me veio à cabeça. – ele respondeu entre risadas.

– Lois sabe ser incisiva. – Superman disse agora parando de frente para o garoto.

– E como sabe... – ele começou – Além de já ter ganho um Pulitzer ela é extremamente gostosa! – exclamou o garoto enquanto Superman ficava com uma expressão entre achando engraçado e enciumado.

– Muito bem, ex-Menino-Prodígio o que tem pensado para o futuro? – Clark perguntou – Você é meio jovem para se aposentar – conclui ele.

– Eu não sei bem. Eu meio que queria sua opinião – falou Dick coçando a cabeça.

– Como herói fantasiado? – perguntou ele olhando serio para Dick.

– Como observador isento da raça humana – Dick respondeu por fim.

– Como alienígena, isso sim! – Superman disse enquanto caminhava um pouco para frente do prédio.

– Foi mal, não quis ofende-lo – Dick disse extremamente sem jeito.

– Não me ofendeu. Na verdade é bom tirar a máscara de vez em quando. – começou Superman – Seu mentor certa vez me fez a mesma pergunta, ajuda a me manter sincero – conclui ele.

– O que fez você escolher essa vida? – Dick perguntou curioso.

– Que tal eu te mostrar? – perguntou ele.

– Ok! – respondeu Dick.

– Superman para torre da Liga – Superman falou enquanto colocava os dedos sobre o comunicador em seu ouvido – preciso de tele transporte para duas pessoas nas coordenadas que eu estou agora, para a Fortaleza da Solidão. – disse ele enquanto ele e Dick Grayson desapareciam do local em que eles estavam em uma espécie de portal azul.

§

A Fortaleza da Solidão ficava localizada em algum lugar do Ártico e era uma construção diferente de qualquer outra na Terra, afinal era uma reprodução de uma construção Kryptoniana feita de gigantescos cristais entrecruzados. Em seu interior estavam uma serie de artefatos de Krypton, o planeta natal do Superman e duas grandes estátuas de seus pais Jor-El e Lara.

– Muitos séculos antes do meu nascimento, houve um herói ou algo parecido no meu mundo natal. – começou Clark enquanto aparecia de forma holográfica a imagem de um homem Kryptoniano vestido como uma espécie de armadura e com grandes asas douradas.

– Ele foi expulso de sua família. – continuou ele encarando Dick – O sujeito sonhava com justiça. Almejava ajudar os fracos. Queria mostrar à sua família que era melhor do que imaginavam. Empregou seus talentos e habilidades para combater por aqueles que não podiam lutar por si mesmos. Ele se tornou uma lenda. – finalizou Superman.

– E sua família percebeu que estava equivocada? – indagou Dick após Superman terminar a história e desligar o holograma.

– Isso importa? – ele devolveu a pergunta.

– Acho que não. – Dick disse absorto em seu pensamentos.

– Seja como for ele voou sem fraquejar. – Disse Superman ainda encarando Dick.

– Como ele se chamava? – perguntou Dick.

– Ninguém soube seu verdadeiro nome. Era chamado de... – Clark fez uma pausa dramática. – Asa Noturna, numa tradução aproximada é claro. – disse por fim.

– Asa Noturna? – repetiu Dick – Eu gostei! – exclamou ele dando um sorriso – Nasce uma nova lenda! – finalizou.

– Quer chá? – perguntou Superman.

– Chá Kryptoniano? – Dick respondeu em tom brincalhão.

– Hoje só tenho chá terrestre. – disse Superman dando risadas.

– Eu aceito! – ele disse.

Então Superman preparou o chá e eles conversaram mais um pouco e logo após se tele transportaram novamente para Metrópolis.


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