O Lado Escuro da Lua escrita por MaeveDeep


Capítulo 47
Capítulo Quarenta e Sete


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amores! Lembram-se do spin-off Daviel que eu havia prometido? Então. Ao invés de fazer uma história separada, decidi incluir pontos de vista dos dois aqui e ali. Vai ficar mais coerente com a ordem cronológica da história, e mais fácil para vocês. Fãs de Daviel, preparem seus óculos 3D *-*



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O Lado Escuro da Lua – Capítulo Quarenta e Sete

Gabriel acordou se sentindo maravilhoso. Não, ele estava mais do que maravilhoso. Estava estupendo, bem-humorado, radiante como o próprio Sol. Saltou da cama com facilidade, mal podendo esperar para começar o dia, mas então se jogou de novo sobre o colchão e se emaranhou nas cobertas.

Dando risadinhas consigo mesmo, pôs só a cabeça para fora do seu casulo de cobertores e se pôs a imaginar como seria quando se encontrasse com David pessoalmente. Com um guinchinho de felicidade, rolou pela cama, apertando ainda mais as cobertas contra si. Ouviu Andrew se mexer em seu sono na cama ao lado, mas o ignorou.

David o havia respondido na noite anterior!

E não só com um "morra, Gabriel", que era como Artemis usualmente o respondia e como ele, francamente, esperava que David também o fizesse. Não, ele o respondera com o começo de uma conversa casual sobre a camiseta que Gabriel vestia na selfie que havia enviado. (Cats, porque era um clássico da Broadway, e Gabriel amava clássicos, e David acontecia de conhecer o produtor do... bom, continuando.)

E a conversa evoluíra. Gabriel lhe contara – digitara, mas enfim – sobre o momento em que havia confiscado seu celular por breves segundos para conseguir seu número, e David respondera com um comentário leve sobre as mãos habilidosas de Gabriel.

Tudo bem, o homem não quisera implicar nada além da facilidade de Gabriel para mexer no que não lhe pertencia, mas o garoto achou aquela a deixa perfeita para uma indireta. E então outra, e outra, e outra e ainda mais outra, até que David se rendesse e passasse a respondê-lo no mesmo tom.

Eles haviam flertado! Mais do que isso, haviam falado sobre coisas que poderiam ter feito Gabriel suar frio se não fosse toda a sua, bom, experiência.

Okay, havia a parte ligeiramente broxante em que, de uma hora para outra, David havia parado de lhe responder, mas já eram três e pouca da manhã e o próprio Gabriel tinha que admitir que um pouco de sono não faria mal a ninguém.

Contudo, ele agora estava plenamente acordado, e mais do que disposto a pessoalmente encontrar-se com o professor mais gostoso do mundo inteiro. Respirando fundo para conter a animação, sentou-se na cama, espreguiçando-se com uma languidez que mal disfarçava sua empolgação.

Seu dia seria ótimo.

{...}

Vestiu sua roupa de ensaiar porque: a) ficava muito gostoso nela e b) David com certeza repararia nisso. Desceu saltitando as escadas, dando um tapa na bunda de Michael ao passar só pelo prazer de sentir carne durinha contra a palma da sua mão, e então rodopiou até o balcão da cozinha.

– Bom dia, coisa linda da minha vida! – exclamou para Isabella, dependurando-se em um banquinho.

Bella não exatamente parecia a coisa mais linda do mundo naquele momento, com o cabelo desalinhado em um coque, vestindo seu roupão cheio de coraçõezinhos, mas Gabriel estava feliz demais para se importar. A morena bebericava uma xícara de chá, e lhe empurrou outra por cima do balcão.

– Eu fiz para você também. Está mais animado do que o normal ou é impressão minha?

Gabriel abriu um sorriso enorme, e já estava indo brincar que Andrew finalmente havia aceitado ficar de quatro para ele quando se lembrou de com quem estava falando. Acabou encolhendo os ombros, mantendo parte do sorriso.

– Totalmente. O quão familiarizada você está com o termo sexting? – perguntou, subindo e descendo as sobrancelhas.

Isabella entendeu de imediato, e Gabriel a adorou por aquilo. Havia certo prazer em conversar com alguém malicioso de vez em quando (Andrew não fazia ideia do que estava perdendo.)

– É esse o motivo por trás desse bom-humor todo? – ela perguntou, divertida.

– Claro – Gabriel ergueu sua xícara de chá como se propusesse um brinde, mas queimou sua língua quando o provou.

Isabella deu uma risadinha diante da sua careta.

– Achei que estivesse gostando do Sr. D. – ela comentou. – Não faria bem para o ego dele saber que você andou trocando mensagens calientes com outras pessoas.

Gabriel gargalhou, tanto pelo sotaque exagerado na palavra calientes quanto pela verdade por trás daquilo.

– Eu te darei todos os detalhes sórdidos no futuro – prometeu, com uma piscadela.

As sobrancelhas de Isabella subiram, seus lábios curvados em um sorrisinho.

– Mal posso esperar.

Gabriel tentou beber mais do chá, mas acabou queimando a língua de novo.

Argh. Por que você não faz esse negócio gelado, só para variar?

– Achei que gostasse das coisas calientes – e Isabella riu da própria piada.

Gabriel estava indo abrir um sorriso quando bateu os olhos no relógio da parede, percebendo que, às onze da manhã, David, o Sexy, provavelmente já estaria de pé. Nesse caso, por que ele estava perdendo tempo ali, tomando aquela lava descolorida?

– Dê um tapa na bunda do Andrew quando ele descer, por mim – pediu, saltando do banquinho. – E, caso o David apareça, guie-o diretamente para o meu quarto e me ligue imediatamente.

Isabella riu de novo, obviamente sem o levar a sério, mas Gabriel já estava saltitando para longe dali.

{...}

– I'm siiingiiiing in the rain, just siiiinging in the rain! – Ele cantarolava, rodopiando pelos corredores enquanto olhava ao seu redor, procurando por seu alvo. – What a gloooorioous feeeeling, I'm haaaappy agaaain – exagerou, só para ganhar uma risada exagerada de Kate, que passava por ali.

– Procurando um convite para entrar para a Berklee? – a loira lhe perguntou. (Gabriel apostaria sua perna direita que ela vinha dos dormitórios dos músicos. Kate tinha esse tipo de reputação, mas não era como se o próprio Gabriel pudesse dizer muito. Hihi.) – Já fiz meus contatos, caso precise de alguma indicação.

– Ele vai precisar de toda indicação que puder – disse uma voz conhecida – porque se for confiar nesse talento...

AHA! E lá estava sua ruiva preferida, com aquele cabelo divoso, o sorriso malvado e a mochila apoiada com cuidado sobre um dos ombros.

– ARTIE! – Gabriel exclamou, feliz, pulando no lugar, satisfeito ao ver sua nova melhor amiga parada no fim do corredor. – Você voltou cedo! Onde está Apolito?

As sobrancelhas perfeitamente desenhadas da garota se franziram com cuidado. (Gabriel amava aquelas sobrancelhas, eram espetaculares. Quase tão lindas quanto as suas.)

– Apolo? Por que eu saberia?

Hã?

Gabriel a encarou com descrença, só entendendo quando Artemis lançou um olhar sugestivo a Kate, que, felizmente, já estava se afastando (as duas não se davam bem porque... bom, porque Artemis era uma chata).

– Aaah. Claro. – Gabriel deu passinhos rápidos até ela. – Eu me esqueci, desculpa – sussurrou, adotando sua carinha de vitima, que foi prontamente ignorada com um revirar de olhos magistral. – Só entre a gente, onde está aquele loiro gostoso que gravita ao seu redor?

Artemis revirou os olhos de novo. Ela fazia muito aquilo, e Gabriel não podia negar que adorava. Era dramático e irritante, exatamente como ele. Gabriel adorava coisas dramáticas e irritantes, por isso se amava.

– Um primo dele acabou de chegar à cidade. – Artemis fez uma pausa. – Ele me deixou aqui e foi vê-lo.

– Aaaaawn, se sentindo abandonada? – Gabriel provocou, erguendo uma mão para apertar uma de suas bochechas.

Artemis se afastou, repelindo sua mão com um tapa.

– Me sentindo irritada. O homem mal chegou e já sabe sobre Apolo e eu. Como é possível alguém ter a boca tão aberta? – exasperou-se, em um sussurro urgente.

– Eu faria bom uso da boca aberta de Apolo – Gabriel observou, sem se preocupar em manter o tom baixo. E por que Artemis estava se estressando depois de uma noite com Apolokins, aka deus grego loiro e delicioso? – Como foi a noite? Eu fiz um bom trabalho com a mala, pode admitir.

A garota não parecia compartilhar da sua opinião, a julgar pela encarada que lhe deu.

– Você sabe que ainda vai pagar por isso, não sabe?

Gabriel deu de ombros, sem se incomodar. Aquele era apenas o jeito Artemis de lhe agradecer de joelhos por ter lhe dado um fim de semana romântico e perfeito.

– Aham. Escuta, ele por acaso disse alguma coisa sobre o David ter ficado na Academia? – lembrou-se de repente. – Ele pode ter ido para casa – percebeu, falando baixo consigo mesmo.

Artemis o olhou com inesperada desaprovação.

– Você ainda não passou dessa fase, Gabriel?

Ai, aquilo ainda. Que chatice. Gabriel gesticulou, frustrado.

– Eu fiz um progresso tremendo essa noite! Você vai cair para trás quando eu te contar – avisou, decidido.

Artemis não pareceu acreditar naquilo.

– Claro que vou. E, não, eu e o Apolo não perdemos tempo falando do David.

– Humm, não perderam tempo, é? – Gabriel provocou, rindo sozinho. Quando Artemis não o respondeu, acabou balançando a cabeça, conformado com o fato de que todas as suas boas piadas eram perdidas com a garota. – Eu vou procurar o David – avisou. – Deixe a porta do seu quarto aberta para que eu possa voltar, subir na sua cama e te contar tudo enquanto tranço o seu cabelo.

Artemis revirou os olhos, e Gabriel tomou aquilo como um animado "mal posso esperar!" seguido de um pulinho. Acenou para ela em despedida antes de sair saltitando pelo corredor, subindo na primeira escada e retomando sua cantoria.

The sun is in my heart, and I'm ready for love…

{...}

Infelizmente, não tardou a descobrir que David não estava na Academia. Segundo uma Anna muito irritada – por que ela estava irritada? Era de supor que fosse estar feliz com a falta de David. Talvez houvesse outros fatores envolvidos. – , o professor havia ido passar o fim de semana em casa e, não, ela não sabia onde ele morava.

(Pena. Gabriel totalmente teria a cara de pau de aparecer por lá.)

Bom, tudo isso o fez voltar cabisbaixo ao seu quarto, feliz ao ver que Andrew já havia se levantado. Sentou-se na cama, absolutamente chateado. Viu seu celular em cima da cômoda, e, antes que pudesse pensar duas vezes, já o tinha nas mãos para reler a conversa da noite anterior.

Em meio a cambalhotas deliciosas dentro do seu estômago, notou pequenos detalhes que havia deixado passar. Nas mensagens de David, havia pequenos erros aqui e ali, próprios de uma digitação descuidada. Mas David não era o tipo descuidado de pessoa, muito pelo contrário. Gabriel já tinha o visto tocar, e seus dedos tinham uma precisão absoluta com o arco do violino. Além do mais, havia palavras aleatórias em francês. Gabriel havia compreendido a maioria delas – filmes! Ele aprendia tudo com filmes! –, mas o inglês de David era excelente.

Adicionar curiosidade à lista das coisas que sentia no momento não foi uma decisão muito esperta. Gabriel iniciou uma nova chamada quase que praticamente por impulso.

{...}


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Notas finais do capítulo

Adoro as teorias de vocês, sabem disso.