O Entregador de Estrelas escrita por Beatriz Azevedo


Capítulo 33
Nada




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Mathew bufou em sinal de raiva.

"Você deveria procurar nas livrarias. O pescador não lhe falou que-"

"Eu não consigo encontrar livrarias! É pior que na Inglaterra." Respondi cruzando os braços e observando vapor sair de minha boca.

"Você deveria se esforçar mais."

"Se fosse o caso ela já teria me falado para o fazer. Ela quer que eu espere." Falei e olhei para a hospedaria cada vez mais distante. "Para onde está me levando?" Mathew não respondeu. "Você disse que ele escreveu exatamente onde a Matilda estava."

"Alguém que você conheçe morreu?" Ele parou de andar para me encarar sério. Olhei para o lado indeciso.

"O que estava escrito nas coisas dele?" Perguntei e resposta.

"Que você já a conheçeu."

Ri cinicamente. "Grande ajuda! É claro que já!" Grunhi de leve e chutei uma pedra. "Ele não ajudou em nada."

"Claro que ajudou!" Mathew semicerrou os olhos. "Você precisa parar de ser tão restrito em como olha para as coisas, deixe sua mete viajar."

Franzi a testa.

"Para onde estamos indo?"

"Vamos atrás de flores para a Mary."

"O que?!" Apertei o passo para alcança-lo. "Em primeiro lugar ela vai se casar com outro alguém. Em segundo você falou que iria me ajudar a achar a Matilda!"

"Desculpe Carteiro, eu sei que eu não deveria tomar decisões por você quando não sou mais você, mas eu simplesmente não consigo o ver jogar sua melhor oportunidade de voltar para o mundo normal fora."

"E se eu não quiser voltar?"

"Então que encontre alguém para ficar com você e não apenas o seu futuro em outra situação." Paramos na frente da feira. Várias flores por todo canto perfumavam o local. "Até você fazer isso é melhor tirar alguns shillings e procurar alguém que aceite dinheiro Inglês."

"Mathew, esse é o dinheiro que venho reservando desde sempre, não poderia o gastar em-"

Ele me encarou sério e eu apontei para uma das moças que cuidavam das plantas.

"Womit kann ich Ihnen behilflich sein?" A moça falou sorrindo e eu virei desesperado para Mathew que não havia tirado o rosto sério de sua face.

"Você sabe falar Alemão, agora vire homem e lembre-se do que a sua avó te ensinou."

"Você está louco?!" Olhei para Mathew ainda mais sério.

"Fale: 'Guten Tag. Könnten Sie mir helfen, Blumen für eine besondere Frau?'"

"moça especial?!" Repti incrédulo.

"Você entende." Ele falou levantando uma sombrancelha e sorrindo com a vitória.

"Guten Tag. Könnten Sie mir helfen, Blumen für eine besondere Frau?" Repeti rapidamente me virando para ela. Ela me encarou por alguns segundos até sorrir simpáticamente e apontar um caminho.

"Ich bin sicher, sie wird diese mögen." Ela falou tirando um arranjo de cor lilás. Peguei o arranjo e coçei a cabeça. Mathew semicerrou os olhos.

"Ich werde diese dann." Respondi procurando pelo envelope na minha bolsa de carteiro e tirando algumas moedas de lá. Ela olhou para as moedas como se fossem de um material completamente estranho.

"English money." Eu disse devagar.

"Englisch?" Ela perguntou e eu fiz que sim. Ela olhou para o lado, mordeu o lábio e depois se voltou para mim. Observei ela fechar minha mão e me dar um empurrãozinho nas costas.

"Ela não quer o dinheiro?" Perguntei para Mathew e ele encolheu os ombros. "danke." Ela sorriu e nós caminhamos em direção à hospedaria. "Este arranjo de flores é enorme." Falei tentando enxergar meus pés. "E eu nem quero entregar isso para ela."

"Você verá que irá valer a pena." Mathew falou simplesmente e continuou andando. "Do jeito que o Destino costuma te dar chances eu posso quase afirmar que ela vai te perdoar novamente... eu nem sei se isso é bom."

Continuamos caminhando em silêncio até chegarmos na porta do quarto de Mary. Mathew fez um sinal de incentivo e eu bati na porta. Ninguém atendeu. Encostei meu ouvido na porta.

"Ela não está." Respondi e Mathew segurou a manga do meu casaco me prendendo ao lado da porta. "Mathew?"

Ele olhou para mim sério.

"Eu já fui em diversas bibliotecas, mas ninguém sabe sobre a Matilda..." Me encostei na porta cansado e olhei para cima deixando as flores cairem no chão. "Ela é minha imgainação, não é?"

Ele pegou as flores do chão, suspirou e fez que não. "Carteiro, sei que você não confia em muita coisa, mas pode acreditar com todo o seu coração que a Matilda realmente existe."

Sorri e ele me entregou as flores. Bati na porta novamente.

"Mary!?" Falei alto e nada aconteçeu. "Eu sei que você está ai dentro, encostada na porta agora, isso quer dizer que estamos à exatamente 10mm de porta distantes um do outro. Você não quer falar comigo... não quer me ver, mas eu quero que saiba que está é a minha última semana aqui e ela vai ser provavelmente a minha mais importante, como você já sabe também eu não tenho mais ninguém e portanto a única pessoa para dividir tudo que irá transformar minha vida é você." Engoli em seco e encostei minha cabeça na porta. "E eu go-gosto de saber que é você." Finalmente me desencostei da porta e coloquei o buquê no chão. "Espero que goste das flores... Você não precisa falar comigo, eu admito que sou um idiota e sou mais idiota ainda por-" Mordi o lábio. "Por só agora falar com você."

Esperamos o total de dez minutos até Mathew grunir de leve bater na parede. "Bom... é isso." Mathew falou e eu olhei para a porta indeciso. "Você está livre para fazer todas as idiotices que quiser agora, eu desisto."

"Eu vou atrás da Matilda."

"Claro que você vai. Vamos só ver no que isso vai se tornar." Ele sorriu e eu finalmente reconheci o meu sorriso no seu o que me assustou já que eu só sorrio quando sei exatamente o que aconteçerá depois. "Eu antes me sentia péssimo, mas agora eu vou asisstir de braços cruzados." Mathew colocou a mão no meu ombro e olhou nos meus olhos. "Nate, Nate, Nate... eu vou gargalhar."

Me afastei dele e ele sumiu. Olhei por toda a extensão do corredor. Nada.


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