O Entregador de Estrelas escrita por Beatriz Azevedo


Capítulo 12
O real cadaver do fundo do mar




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Suspirei e entrei no quarto. Ele era minúsculo, mas mesmo assim o achei ótimo, mais do que eu poderia pedir. Tinha uma cama encostada na parede paralela à porta com uma janela em cima. Do lado da cama com minha mala em cima havia um pequeno armário e um tapete que ocupava todo o chão. Coloquei a bolsa de carteiro na cama e fechei a porta. Olhei para o teto que ficava a poucos centimetros de minha cabeça. Sorri, eu estava em um barco. Eu estava quase lá. Abri a mala e observei o estrago que o passarinho fez no meu único par de sapatos, eu tentei o levantar, mas ele me bicou. Coloquei a mão nas cintura e pensar em um jeito de o tirar de lá. Abri uma das quatro gavetas – que era uma quantidade exagerada já que todas minhas roupas caberiam em so uma gaveta e sobraria espaco – a forrei com a frona do travisiro e com uma meia protegendo minhas maos coloquei o passarinho dentro da gaveta. Ele andou um pouco pela gaveta pequena, se encostou em uma quina e fechou os olhos exausto. ‘E’ isso’. Me aproximei da janela e vi as pessoas no porto ascenando para as pessoas do barco. Fui interrompido com batidas na porta.

“Carteiro?” Fechei a porta do armario e o passarinho piou asusstado ‘fique calado!’ susurrei e depois bati na minha testa por pensar que eu poderia falar com um passaro.

Abri a porta. Mathew me encarava ansioso com seus olhos castanhos.

“Nao esta super ansioso?” Ele perguntou e eu observei a pequena mochila que carregava. “Vai me deixar entrar?”

“Desculpe.” Me afastei da porta e ele tentou entrar, mas o quarto era tao pequeno que nao cabiamos juntos.

“Tudo bem... vejamos... Voce coloca sua bolsa de carteiro pendurada na cabeceira da cama e eu coloco minha mochila no chao” Ele olhou para o tapete indeciso “Eu durmo no tapete” Ele abriu o armario sem perceber que o passarinho piava dentro de uma das gavetas.

“Nao e’ ruim?” Perguntei enquanto internamente me perguntava se so eu ouvia o passarinho.

“Melhor que dormir dentro daquele porao cheio de outras pessoas em cima de voce”

Encolhi os ombros e sentei na cama para que ele tivesse espaco para se movimentar pelo quarto e continuei ouvindo o barulho ensurdecedor do passarinho que estava sendo ameacado ser jogado pela janela por mim.

"O cheiro de peixe..."

"Hey, ai não tem jeito." Mathew falou e eu cruzei os braços. "Talvez o cheiro diminua se você ficar lá em cima," Ele deu de ombros e eu concordei. "Você tem que se acostumar. Procure algo para se distrair" concordei novamente fazendo um círculo perfeito com os olhos. “Eu vou passar a maior parte do dia trabalhando no barco... Você vai ficar bem?” Mathew peguntou apos um tempo.

“Eu nao sei... talvez eu tente ler.”

“Sim, quem sabe no final da viagem você tenha sucesso?” Concordei e ele sorriu olhando para seu reflexo na janela. Seus cachos castanhos iguais só um pouco mais claros que os meus estavam mais bagunçados que o normal ou talvez estavam como sempre so que finalmente ele tirou a boina que ele usa para todo canto. “E é isso. Eu vou indo, tchau Carteiro.”

“Espere!”

Ele franziu a testa e me encarou.

“Voce nao esta ouvindo o barulho?”

Ele sorriu.

“Que barullho?” Ele abriu a porta e saiu.

Olhei para a porta por alguns segundos e torci o labio. Ouvi o barulho do navio partindo (que fez o passarinho fazer ainda mais barulho) e senti seus movimentos suaves pela agua. Havia muito barulho e pela janela pequena eu conseguia ver algumas esposas e criancas se despedindo dos marinheiros e capitao, afinal, mesmo que a maioria das craincas no barco nao tivessem familia sempre ha alguem para ascenar para nos na partida. Depois de mais 5 minutos o passarinho calou-se e eu sai do quarto, levando minha bolsa de carteiro como sempre, para avistar as pessoas de longe. De longe elas parecem mais calmas e eu consigo as encarar ja que normalmente fico olhando para o chao durante uma conversasao. Menos com o Mathew, obviamente, ele e’ a unica pessoa que nao me abandonou quando pode ou era melhor para ele.

O deck era de uma madeira mais clara e fazia todo sentido Sr. Samson amar tanto aquele navio, ele era enorme e moderno, uma viajem normal duraria meses e neste navio so meio mes. O dia estava claro e eu me acostumei com o balanco do barco em pouco tempo. ‘Posso sobreviver por meio mes’ pensei e sorri. Alguns adultos andavam para la e para ca, alguns passando ordens, outros as cumprindo. Eu estava bem no meio do barco, mas ninguem notava minha presenca o que me fez sorrir mais ainda.Â

“Hey, no que estava pensando?” Mary me asusstou e eu pulei.

“Nada.”

Ela sorriu e olhou para minha bolsa de carteiro.

“O que voce leva ai dentro?”

Coloquei minha mao em cima da bolsa como se a protegesse de ser vista.

“Nada”

“Nao parece” Ela sorriu novamente e olhou para outro lado. Franzi a testa e me virei para outro canto. De repente senti algo rapidamente tocar na minha bolsa de carteiro cheia de remendos e sair correndo, a alca se partiu e eu levei alguns segundos para notar que Mary havia fugido com minha heranca.

A segui correndo enquanto ela pulava as escadas. Chegamos no corredor onde ela parou de correr, se virou e comecou a andar de costas sem tirar seu olhar do meu. “Mary...”

“Se correr atras de mim eu me tranco e mexo em tudo que estiver aqui dentro” Ela falou e sorriu. Mordi o labio.

“O que quer que eu faca entao?”

“Nao sei... hum...” Ela riu e examinou a alca partida da bolsa de correio. “Durante todo o tempo que eu estiver sem fazer nada voce devera estar comigo, estas viagens sao entediantes e eu nao quero ficar entediada.” Ela sorriu satisfeita com a proposta e acresentou “Converasando.”

“Pode esquecer”

“Ok, vejamos...” Ela abriu a bolsa e colocou sua mao dentro, tateando os objetos secretos que levo dentro.

“Mary!

“Temos um trato?”

“Nao”

“Ok.” Ela tirou meu livro da bolsa e sorriu procurando minha cara preocupada que nao veio “Epa! O que e’ isso?” Ela tirou minha adaga e olhou para a lamina brilhante. “Ups...” Ela sussurou e fez com quem iria gritar, mas comecou sussurando “Capitao!”

Arregalei os olhos enquanto ela caminhava na direcao da escada. Segurei seu braco e ela semi cerrou os olhos, desta vez ela gritou mais alto “Capitao!”

“Cala a boca!”

“Nao!” Ela respirou fundo e antes que ela gritasse novamente eu a beijei. Tentei me afastar, mas ela me impediu segurando minha face. Senti a bolsa de carteiro cair nos meus pes e o livro aparecer enquanto suas maos estavam no meu cabelo. Tentei me afastarr novamente e ela finalmente me soltou. Recuperei o ar e ela sorriu vitoriosa.

“Meu silencio se voce concordar” Ela falou estendendo a mao e eu olhei para outro lugar com raiva “Acordo? Outro beijo nao vai me manter calada.” Suspirei e concordei. “Quer tentar isso de novo?”

“Nao!”

Ela riu e eu cruzei os bracos. “Voce em o meu silencio... em relacao a tudo...” Suspirei novamente e passei a mao por meus cabelo confuso.

“Por que voce me beijou?”

“Para voce calar a boca” Falei me agachando e pegando minha bolsa de carteiro.

Ela franziu a testa “Beijar alguem quer dizer que voce gosta desta pessoa”

“Eu nao gosto de ninguem...”

“E a Victoria? Voces nao estao juntos?”

“Eu nao sei!” me apoiei na parede “Eu nao sei se gosto dela por que eu nao consigo gostar de ninguem!”

“Mas e seus amigos, voce gosta deles... nao e’?”

“Eu nao sei!”

“Voce sente algo positivo ao estar com eles?”

“Eu nao sei o que e’ se sentir positivo.” Tentei nao olhar para seus olhos confusos “Eu nao presto” Deslizei minhas costas na parede ate me encontrar sentado no chao com a cabea entre as pernas.

“Hey nao fique triste.” Ouvi sua voz falando. “Carteiro?” Observei seus sapatos pretos se mexendo inquietamente “Hey, voce queria ler, nao e’?”

“O que isso tem a ver com –?”

“Venha” Ela me puxou pelo braco, mas eu nao me movi “Temos um trato.” Suspirei e a segui. Ela abriu uma porta do corredor de madeira revelando um quarto espacoso comparado ao meu. “Sente-se”. Me sentei em uma das cadeiras de madeira que rangiam. Ela colocou outra cadeira do meu lado e se sentou. “Por que voce tem uma adaga em sua bolsa?”

“Protecao”

“Okay...” Ela se levantou e foi ate a escrivaninha. A observei enquanto ela tirava um livro da gaveta e um caneta tinteiro com tinta. Ela voltou com os obejtos e se sentou. “conte uma historia, eu a escrevo para voce”

“Este e’ o problema, eu nao consigo inventar historias!”

“Porque? Historias nao existem so nos livros, mudinho, voce faz parte de uma historia!” Mary pareceu satisfeita com esta frase e continuou mais firmemente “Pronto. Conte algo que goste da sua vida.”

“Hum...”

“Poderia comecar falando do seu nome verdadeiro”

“Nao.”

Ela suspirou impaciente. “Eu vou te ajudar, vamos, comecemos com... acho que quando chegou aqui mencionaram que morava em uma fazenda”

“Nao gosto de lembrar disso”

“Algum trauma... imagino” Ela olhou para a folha em branco e suspirou “Assim e’ complicado”

“Eu -” fui interrompido com a observacao da caneta tinteiro deslizando pela folha deixando um mancha preta na pagina amarela em branco. Era um simbolo que eu conhecia.

“Vamos comecar com isso okay?” Ela falou tentando me encarar.

Lembrei da minha avo escrevendo o mesmo simbolo em outro papel durante minhas aulas. Ela escreveu algo e me encarou esperando que eu o lessese.

"Ja lhe falei que nao consigo."

"Voce consegue sim!"

Mary tirou o jornal da gaveta e o mostrou pra mim. “Voce tem que tentar ler."

“Mas eu nao conheco estes simbolos.”

“Eu vou te ajudar.” Olhei para o jornal e ela apontou para uma palavra. Fiz que nao e ela susurrou “Tente, de veradade, como se tudo dependesse disso”. Suspirei e me ajeitei na cadeira. Observei a palavra esquisita e levantei meus olhos para encarar Mary novamente, ela permaneceu estatica e eu voltei a olhar para a palavra.

“C –” Falei e ela fez um sinal para que eu continuasse, mas eu nao conseguia entao ela leu o trecho.

“Cadaver da jovem moca desaparecida a tres dias foi encontrado no fundo do mar depois de uma –”

Gritei e ela se asusstou caindo da cadeira. Senti meu sangue ferver, me joguei no chao e bati minha cabeca.

“Mudinho! Pare! Pare! Eu paro de ler, voce vai se machucar!” Ela me ajudou a levantar e examinou minha testa que estava molhada e quando eu passei a mao estava sangrando e havia deixado marcas no chao. Engoli em seco o choro e me abracei. “O que aconteceu?”

“Eu nao posso”

“O que?”

“Ler”

Ela me encarou confusa e depois alisou minhas costas “Claro que pode, com o tempo. Voce precisa ter paciencia e –”

“Nao! Eu nao posso!”

Me levantei e bati a porta. O corredor estava escuro, mas o passarinho havia acordado e estava piando. Caminhei em direao a parede paralela e para o meu quarto.

Me sentei na cama, arregacei as mangas e quando ia biliscar meu braco me dei conta de que o passarinho ainda nao havia calado a boca. Fiquei em silencio por alguns segundos tentando faze-lo pensar que eu havia ido embora por que, em minha cabeca estava bem claro que ele estava paindo por que me odeia e quer me irritar.

Abri a porta do armario, coloquei uma meia na minha mao e peguei o passarinho. Me sentei na cama e tentei acariciar suas costas que nao estavam machcuadas (ja que suas asas estava muito danificadas). Ele tentou me bicar, mas eu ignorei e segurei seu biquinho com meus dedos. Ele balancou o bico tentando se livrar dos meus dedos, eu ri e soltei.

“Precisa de um nome...” Observei seus tons de marrom “Carvalho?”

O passarinho continuou piando e me ignorando.

Encolhi os ombros “Eu gostei.” Olhei pela janela. Estava tudo escuro e eu senti o sono se aproximando de minha pessoa, se o maldito passarinho nao continuasse piando eu provavelmente teria dormido no mesmo instante. “Nao esta com sono?” Eu perguntei colocando Carvalho no chao e o obervando cambalear para la e para ca no balanco do barco. “Bom, eu nao posso dormir hoje, se eu sonhar, se eu pensar” Engoli em seco “Com a noticia do jornal alguem vai morrer em vao.” O passarinho dava pouca bola para o que eu falava e piava mais alto. “Nao sei como nunca te ouvi na fabrica” Me joguei na cama e olhei para o teto. De repente o barco deu uma virada brusca e Carvalho deslizou para o outro lado do quarto. Me levantei e o coloquei de volta na gaveta. “Ah! Agora me veio o pensamento de que voce esta com fome...” Revirei os olhos enquanto Carvalho piava em minha direcao. “O que quer que eu faca? Eu tambem estou com fome.”

Desisiti de competir com sua piacao e fui ate o deck novamente. Alguns homens conversavam e bebiam e provavelmente haviam criancas depois da porta ‘a minha direita, mas onde a cozinha ficava era totalmente desconhecido para mim. Fechei os olhos e apontei para um lugar qualquer quando abri os olhos eu apontava para a frente do barco. Dei de ombros e andei em sua direcao. Na primeira porta que cheguei bati e uma senhora atendeu.

“O jantar e’ daqui a uma hora.” Ela falou secando a mao no avental e me fazendo lembrar da minha mae no dia que minha avo morreu.

“Hum, eu sei, eu so queria um pedacinho de pao”

Ela me encarou e arregalou os olhos.

“O que aconteceu com sua testa?”

“Oh..” Tentei olhar para minha testa e depois notei que estava so fazendo papel de bobo.

“Vamos, vamos fazer um curativo e...”

“Por favor, so quero um pedaco de pao.”

Ela suspirou, entrou na cozinha e voltou com um pedacinho de pao que se escondia no meu punho fechado.

“Se nao cicatrizar ate amanha eu vou fazer um curativo mesmo sem que queira.”

Franzi a testa e me despedi.

Voltei pelo corredor rapidamente quando sem querer esbarrei em um homem alto.

“Ei, olhe por onde anda”

Levantei meus olhos para seus olhos azuis. Ele me examinou por alguns segundos.

“Por que nao esta trabalhando?”

Ele me levantou pelo braco e eu tive que ficar na ponta do pe.

“Ele e’e convidado do meu pai” Mary falou saindo do nivel de baixo e se aproximando de mim.

“Tem certeza senhorita?”

“Esta me perguntando se eu nao tenho certeza sobre o que falo, senhor?” Ela falou me empurrando e entrando na minha frente para o encarar diretamente.

Os olhos azuis do homem grande se encontraram com os meus e eu fiquei horrorizado com sua espressao de ‘eu vou lhe pegar depois e voce vai se arrepender por ter nascido’. Ele voltou seu olhar para Mary, se curvou de leve e andou em outra direcao.

“Vamos.” Mary me puxou. “Voce nao deveria ficar passeando por ai sozinho.” Me virei em direcao ao meu quarto, mas ela me impediu. “Precisamos conversar.” Entramos novamente no seu quarto.

“Nao e’ como se eu fosse um prisioneiro” Cruzei os bracos “Ou uma garota”

Ela abriu a boca idignada e semi cerrou os olhos.

“Vou pedir para Mr. Maytross lhe levar para a area de trabalho. Por que esta garota acabou de lhe salvar de uma grande confusao” Ela se sentou na frente do espelho e desmanchou seu coque. A encarei pelo espelho. “Voce precisa fazer um curativo na sua testa.”

Fiz que nao. “Se eu colocar curativos terei que tomar banho e provavelmente verao –” Me interrompi.

“Verao o que?” Ela parou de escovar o cabelo brilhante e castanho.

“Isso” Arregacei a manga e ela se aproximou com uma vela. Ela iluminou meu braco e tentou abafar um grito de susto. “Ou isso” levantei um pouco da minha camiseta revelando minha barriga com mais hematomas. Ela tremeu. “Ou isso” Levantei um pedaco da barra da minha calca revelando meu primeiro machucado da morte negra.

Desta vez ela nao aguentou e soltou a vela. Eu rapidamente pisei no fogo e ela suspirou tentando encontrar ar. “Voce esta morrendo!” Tentei encontar seus olhos azuis no meio da escuridao. “Nao foi a primeira vez que se machucou de proposito, foi?” Nao respondi. “Voce esta se torturando!” Fiquei quieto tentando me fundir com o escuro e o silencio. Ela colocou as maos nos meus ombros e me chacoalhou “Me responda!”

“Sim! Mas eu nao consigo parar! Quando eu fico nervoso tudo desaparece, quando eu abro os olhos eu estou assim!” Suspirei “Sobre o que queria falar?”

“Eu quero te ensiar a ler e escrever.”

“Mas nao e’ de meu interesse.”

“Por que?”

Cerrei os punhos ao sentir a tensao voltar “Mary... por favor nao insista” falei em um suspiro.

“Talvez isso cure voce”

“Livros, historias, contos, lendas, isso nao vai me fazer parar” ela suspirou “Se eu nao consigo me controlar o que um pedaco de papel poderia fazer?”

“Pense bem, carteiro, tudo tem uma cura.”

“Existe sempre uma excecao para uma regra.”

“Incluive esta.” Ela insistiu

“Boa noite, Mary, obrigado, mas não.” Fechei a porta e voltei para meu quarto. Dividi o pao em tres pedacos e dividi um dos pedacos varias vez ate que era quase impossivel divi-lo mais. Joguei para o passarinho inquieto que devorou os pedacos rapidamente e calou a boca.


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