Pequena Maria escrita por Ryskalla


Capítulo 4
Capítulo 4 - Sentimentos Ausentes


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores! Bom, esse capítulo já estava pronto, no entanto eu queria atualizar minha outra fic antes, para ser "justo". Peço perdão pela demora e espero que gostem dele. Alguns mistérios foram solucionados, contudo eu os redobrei XD Espero que possam me desculpar por isso.



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Era um mundo de vultos.

Vultos murmurantes, embora ela não prestasse atenção no que tais vultos murmuravam. Não era importante. Pouca coisa era importante.

Foi então que apareceu aquele vulto. Aquele que lhe era mais nítido que os demais. Era um vulto que possuía uma diversidade enorme de sentimentos. E a garota lembrou-se de como aquilo deveria ser perturbador, de como aquilo deveria ser... invejável, porém não sentiu nada daquilo. Não estava perturbada, não sentia inveja, apenas esperava que aquele vulto desaparecesse como todos os outros.

No entanto aquele vulto lentamente a despertou.

Inicialmente, foi necessário apenas encará-lo fixamente, deixar que sua forma penetrasse lentamente por sua retina, pode visualizar suas cores e seus traços. Pode visualizar seus sentimentos e lembrou-se de como era sentir desespero. Um desespero tão grande quanto a certeza de que se afogaria, pois não sabia para que lado ficava a superfície. Um desespero de quem toma consciência da morte. E mais uma vez o sentimento não veio, tinha que contentar-se apenas com aquela lembrança quase vívida.

Ele foi embora e a garota esperava que ele jamais voltasse. Mas ele voltou e foi então que ela acordou.

O vulto era um garoto, um garoto aparentemente estúpido. Teria valido a pena acordar? Quando observou o garoto correr para longe teve a certeza de que não valia. Lembrou-se de que deveria sentir-se grata e, como de costume, tudo continuou como lembrança.

Quando o garoto voltou pela terceira vez, ela já estava quase adormecendo novamente.

Porém nunca mais tornaria a adormecer. Graças àquele vulto que declarara que a salvaria. Lembrou-se de uma gama de sentimentos que poderia estar sentido e soube que era o mesmo que lembrar o gosto das frutas que poderia provar, entretanto sem possuir nenhuma fruta realmente. Ficava apenas aquela falsa sensação. Se eu imaginar o gosto com mais vivacidade... Nada mudaria o fato de que a fruta não estava ali.

Agora que não poderia tornar a entregar sua mente ao vazio, teve que contentar-se com suas lembranças. Sentia que sua alma ia pouco a pouco definhando, as recordações tornavam-se mais vagas. Aquilo ocorrera antes ou depois daquele outro acontecimento?

Que lembrança que a... assombraria? Perturbaria? Não poderia dizer ao certo e aquilo não importava, apenas deixou que sua mente fosse invadida pelas recordações. Quem sabe fossem melhor que o vazio.

— Você vê, Noire? Mesmo que ela aparentemente esteja em dificuldades, deve deixá-la se libertar sozinha. — Uma garota ruiva um tanto pequena para sua idade dizia enquanto observava um casulo de borboleta. A borboleta, como a própria garota dizia, sofria aparente dificuldade para se libertar de seu antigo lar. — Se a ajudarmos agora, poderemos piorar sua situação. Porque ela conseguirá se libertar no seu devido tempo.

Noire observava atentamente a luta da borboleta, em silêncio. Pensava se aquilo também se aplicaria aos humanos, provavelmente não. Sabia que humanos não eram tão fortes quanto uma borboleta.

— Eu quero ser como essa borboleta... — A ruiva murmurava como se estivesse pensando alto. Noire desviou o olhar da borboleta para encarar sua pequena amiga. — Quero ser capaz de resolver todos os problemas que me afortunarem sozinha, digo, sei que receber a ajuda de amigos é necessário, mas...

— Há coisas que você deve fazer sozinha... — Noire completara enquanto dava um leve sorriso. A ruiva sentiu-se incomodada com aquilo e lançou um olhar triste àquela que acreditava ser sua melhor amiga. — Que houve, Ridley?

— Você é tão triste... Tão triste... — Seus olhos azuis começaram a se marear de lágrimas. Aquilo era algo que Noire detestava e apreciava em Ridley: demonstrava suas emoções muito facilmente. — Eu tenho medo, Noire... Existe algo que a acompanha, tenho medo de que isso faça mal a você.

— Não, Ridley, eu sou muito feliz. Sei que tenho muita sorte por encontrar amigos aqui. E também, como você mesma diz: Apenas os amigos podem nos mostrar a verdadeira felicidade, desde que nossos olhos aceitem encará-la. — E novamente aquele sorriso leve, falso que tanto perturbava Ridley. A ruiva acreditava que aqueles olhos pálidos já houvessem encontrado a felicidade em algum dia de seu passado, mas quão forte fora o sentimento de felicidade para fazer com Noire passasse a temê-la? Quando aquilo passou a persegui-la? Olhava com desgosto para algo que Noire não conseguia ver. — Ridley?

— Não é nada, você está certa Noire. Apenas os amigos... — E a família, a ruiva completara mentalmente. O quão cruel fora a família de Noire para que toda vez que ouvia aquela palavra estremecesse levemente? Por que aquela aversão? Eram tantas as perguntas que assolavam a pobre garota.

— Acho que você tem mais com o que se preocupar sem precisar se preocupar com meus problemas, Ridley... — E para retificar o que dizia fez um amplo gesto para se referir ao grande jardim onde estavam. Lembrava-se da primeira impressão que teve ao entrar ali: Era tudo tão luminoso como o Sol. Havia vários tipos diferentes de flores, porém as que prevaleciam eram as que possuíam cores quentes, e sempre que o Sol as iluminava, parecia que os flutuantes grãos de poeira viravam ouro exatamente como acontecia na biblioteca de Phil. — A rainha irá realmente destruir esse lugar?

— Mamãe não queria... Mas teme que sim, ela diz que tempos difíceis estão por vir e por isso precisará de todo o espaço disponível no castelo... E o jardim ocupa um espaço grande demais. — Ridley explicava tristemente e Noire compreendia, provavelmente era difícil ser uma princesa legítima. Os tempos difíceis também a preocupavam, suas suspeitam a inquietavam e achava que a pequena bolha de felicidade que ousava manter finalmente estouraria, como todas as outras. — Só espero que a borboleta consiga sair do casulo antes que isso aconteça.

A lembrança tornava-se cada vez mais vaga agora... O que teria acontecido após aquela cena? Não conseguia lembrar, embora se lembrasse de tudo que ela e Ridley sentiam naquele momento. Lembrava-se de como era a sensação de ter lágrimas escorrendo por seu rosto e da sensação que a saudade causava. Ridley tinha o direito de ser a pessoa que nutria maior quantidade de ódio por ela, no entanto... Talvez ódio fosse o único sentimento que aquela garota não conseguia de fato sentir. Ela era extremamente conformista e Noire lembrava-se de como aquilo sempre a irritara.

— Lute! Por que não luta? — Aqueles olhos gélidos ardiam em fúria. Encaravam a ruiva caída no chão frio da caverna e sentia a cólera pedir por mais espaço. Por que ela sempre aceitava tudo? Por que nunca brigara com ela? Sempre abaixando a cabeça e exibindo aquele sorriso de “ficará tudo bem”. — Pare de aceitar tudo, você não tem que aceitar a morte. Não tem que aceitar que irei te matar.

— Eu sei que você não vai... Helena pediu, mas sei que você não vai. — A ruiva murmurava enquanto segurava o braço deslocado, seu pequeno rosto se contorcia de dor, entretanto não havia medo nele. — Porque você é minha amiga.

Noire sentia que a situação ia saindo do controle, estava fazendo tudo errado. Tinha que se acalmar, ignorar os sentimentos que, anos depois, ela daria qualquer coisa para sentir. As chamas de seus olhos se apagaram e seu olhar voltou ao seu frio costumeiro.

— Amiga? Você é apenas uma criança sem graça, Ridley. É terrivelmente insegura e provavelmente seu reino sofrerá com isso quando você tiver que assumi-lo. Como eu poderia ser amiga de alguém como você? É repulsivo. Você é repulsiva. — Um novo sentimento ia brotando no rosto da pequena princesa indefesa: tristeza. E as lágrimas ensanguentadas provavam isso. Ridley agitava a cabeça negativamente enquanto pensava: É tudo mentira, ela está mentindo, eu sei que está, Noire por que você mente tanto? — Sabe o quão exaustivo foi ter que te tolerar? Essa sua insegurança irá machucar os outros, Ridley. Você machuca muitas pessoas. Essa é uma diferença essencial entre nós: Eu aceito o fato de que machuco os outros, você nega.

— Ridley? Ridley! Eu a encontrei! — Gritava alguém da entrada da caverna. Noire conhecia aquela voz, nem precisou virar-se, continuava a encarar a princesa que chorava humilhantemente. — Noire! Eu já deveria ter imaginado.

Noire virou o rosto inexpressivo lentamente na direção da voz, e lá estavam eles. Os guardiões da princesa. Logo a frente estava Klin, com a espada desembainhada, seus olhos azulados encaravam Noire com fúria. Seu cabelo loiro parecia branco devido à claridade da entrada. Parece um verdadeiro herói, Noire pensava com desgosto. Os outros chegavam depois, ofegantes, mas com o mesmo olhar determinado e furioso.

— Solte-a, Noire. Por favor. — Por favor, Noire debochava internamente, esse deve ser Aurel. E de fato era, seus cabelos castanhos e olhos de igual cor não mentiam, o garoto parecia o único que obtera algum sucesso em controlar a raiva e ele nem sequer conhecia Noire.

— Por favor? Matem-na logo. — Como sempre dono de curtas palavras, Lumper, ela pensava enquanto fazia uma rápida avaliação. Ele, de fato, era quem mais amava a princesa e provavelmente seria aquele quem mais se machucaria devido à insegurança dela. Possivelmente ele já estivesse machucado, afinal aqueles olhos arroxeados já apresentavam suas feridas. Apiedava-se dele, por alguma razão. Seria pelo fato do garoto ter cabelos quase tão negros quanto os dela? Aquela cor sempre fora sua maldição. Seria a maldição dele também?

— Não tem razão para tal, deveria desejar a morte dela. — E apontara para a chorosa princesa no chão. Finalmente o último “guardião” aparecera. Cabelos quase negros desgrenhados que escondiam suas orelhas pontudas de elfo passaram voando por ela. De seus olhos verdes escorriam lágrimas que pareciam não ter fim. — Olá, Nokeeo.

— Olá? Olha o que fez, Noire... Olhe... Ridley, sentimos muito, chegamos tarde demais... — Ele temia tocar na princesa e piorar sua situação, apenas a encarava com olhos vermelhos. O que poderia fazer? Noire imaginava-o pensando. Com o exemplo de Nokeeo, todos correram para próximo de Ridley que, mesmo estando em situação desesperadora, insistia em sorrir para os amigos.

— Você fala... Como se eu fosse morrer... — Um falso riso flui da boca da ruiva, que fitava o teto de uma caverna que não podia ver. Talvez, se Noire não houvesse cegado-a, Ridley pudesse entrar em desespero ao ver seu estado lamentável.

— Noi...! — E Klin interrompera seu grito ao perceber que a garota já não estava mais ali. Deveria estar bem longe, indo para o lado de Helena. Tornou então a olhar para a princesa que sorria docemente, parecia que toda dor que sentia não estava mais presente.

— Eu disse... Eu disse que ela não me mataria... — E novamente a lembrança tornava-se vaga, uma negritude preenchia a cena até que Noire já não conseguia se lembrar de mais nada daquele dia.

— Deveria tê-la matado... — As palavras foram sussurradas por uma garota prisioneira em plena praça pública. O dia ameaçava raiar, logo os vultos tornariam a aparecer. Murmúrios que ela não conseguia ouvir voltariam e agora ela estava desperta demais para ignorá-los.

— Lembrando-se de Ridley? — Uma voz familiar e acalentadora, a voz de Aury. Era um horário bastante inusitado, o que o gato tinha de tão urgente para falar? Noire elevou o rosto levemente para poder visualizar aquele rosto felino.

— Sim... Lembrava-me de quando perdi a oportunidade de tê-la matado. — Tinha uma leve recordação do que era sentir arrependimento e de aquele deveria ser o sentimento presente no momento. Só que, como esperado, o sentimento não veio. Apenas aquela lembrança vazia. — Se eu houvesse feito isso, minha alma não estaria assim.

— Ethan irá ajudá-la. — Aury ronronava alegremente enquanto visivelmente ignorava o que a garota dizia. No passado, Noire teria franzido o cenho em sinal de contrariedade, porém uma expressão tão simples já não lhe era permitida. E Aury não necessitava de nenhuma expressão para saber o que Noire deveria estar sentindo. Os anos de convivência haviam ensinado-o a ver os sentimentos inexistentes, por mais difícil que fosse. — Ele parece um pouco com ela... Não é tão inteligente e é bem menos inseguro, entretanto... Sim, são bem parecidos. Talvez seja sua única salvação.

— Não preciso ser salva. Não tenho como ser salva. Minha salvação perdeu-se junto de meus sentimentos. — Essa era a lógica e Aury sabia disso, no entanto o gato continuava a ignorar tudo o que a garota dizia e, por sua vez, falava os possíveis planos que o garoto poderia formular.

— Eu poderia ajudá-lo com o plano, mas seria melhor se ele pensasse em tudo sozinho, não? Porque poderíamos ver a capacidade do garoto. Fico me perguntando em que ele pode ter pensado... Você tem tão pouco tempo.

— Você sabe que... Se eu pudesse, estaria irritada agora, não sabe? E sabe que, se isso me fosse permitido, eu estaria cheia de agonia. Então por favor... — Não foi preciso que terminasse a frase, Aury logo estava interrompendo-a com uma expressão serena no rosto.

— Está lembrando... Isso não é um bom sinal, Noire? Digo, você estava até mesmo perdendo as lembranças. Sua alma pode ser curada, você pode voltar a sentir. Se você ao menos conseguisse lembrar-se da esperança com maior vivacidade... Talvez todos os outros sentimentos voltem. — O olhar frio de Noire fixou por um longo momento nos olhos do gato, ele parecia ser o único que não se importava com aquele olhar.

— Aquele garoto... Eu sei que ele pode recuperar meus sentimentos... — E continuou mesmo quando Aury fez menção de interrompê-la. — Mas você sabe que não é o suficiente. Não preciso recuperá-los. Olhe, lá vem ele...

Os olhos felinos de Aury imediatamente se fixaram no garoto de passos apressados. Noire imaginava se aquilo estava condoendo o coração do gato, deveria ser frustrante ver que o garoto preocupava-se com os sentimentos dela mais do que ela própria. Chegaria a hora em que os dois teriam que abandonar aquele devaneio infantil. A única salvação que Noire conhecia fora tirada de seu alcance.

— Talvez a alma dele não seja tão pura quanto a de Ridley... Caso seja necessário... O risco de danos pode ser menor... — O tom do gato tornara-se sombrio enquanto observava o garoto adentrar a biblioteca. Alguns minutos se passaram quando o bibliotecário saiu o mais rapidamente que a idade lhe permitia.

— Não... Nunca mais. — A garota disse por fim e voltou a abaixar a cabeça. Uma maior quantidade de vultos começava a aparecer. Primeiro os guardas, então os trabalhadores e depois as crianças que ficavam bem longe de sua prisão, ela reparara agora. Como se pudesse roubar a alma de alguma delas sozinha...

Em algum momento, Aury partira, embora não soubesse dizer qual. Em outro momento aquele garoto que a despertara saíra da biblioteca ao lado de outro vulto. Estariam montados em um cavalo? Agora era tarde para dizer, já não estavam mais ali.

Novamente estava suscetível. Suscetível as suas memórias. Nenhuma daquelas lembranças fazia com que Noire se recordasse de como era sentir felicidade, nenhuma daquelas lembranças a ajudavam. Pelo contrário, apenas tornavam sua alma ainda mais disforme. E essa lembrança em particular... Talvez diminuísse ainda mais o seu limitado tempo.

— Você é tão séria, Noire. Anime-se! Em breve aquele odioso reino estará destruído. — A mulher sorria, sentada no trono que outrora pertencera a Ridley, dada como falecida. Uma informação completamente falsa que apenas Noire possuía conhecimento. — Deixarei que você mesma mate seu pai, não é uma honra?

— A morte seria como um presente muito valioso. Creio que torturá-lo seria melhor... — Um leve sorriso iluminara o rosto de Noire. Mesmo não gostando de Helena, sabia que ela era a única que a compreendia. Ambas odiavam o rei Nicholas, só que no caso, Noire possuía motivos mais justificáveis para seu ódio.

— Perfeito! E poderia torturá-lo na frente de toda a família. Não, na frente de todo o seu reino! — Sua risada preencheu todo o salão, ordenou que lhe servissem mais vinho. Noire só podia pensar em como aquela mulher era patética. Tantas lendas em seu reino sobre como Helena, a estrela negra, era o ser mais cruel de quem se tinha conhecimento... E ela se resumia a isso. Apenas alguém com sede pelo poder. — Jade com certeza enlouqueceria, tem uma mente fraca, aquela mulher.

Naquele momento, Noire tentou ao máximo permanecer com a expressão fria, indiferente. Todavia, como poderia? Ouvir aquela mulher, que caminhava cada vez mais rápido para fora dos terrenos da sobriedade, falar que sua mãe era fraca acabava com qualquer tentativa de permanecer focada. Sua mãe não era fraca, de fato era submissa, contudo já havia sofrido muita coisa em prol do bem estar da filha.

— De fato... — Noire conseguira murmurar, porém sem fitar os olhos da mulher. Era um truque que aprendera, não precisava olhar nos olhos da pessoa, era só focar em um ponto do rosto próximo suficiente dos olhos para dar a falsa impressão de estar olhando para eles. Geralmente funcionava.

— Sim! De fato! Você poderia ter nascido minha filha, Noire. E nós poderíamos fazer tudo o que quiséssemos. Não haveria um único reino que não pudéssemos conquistar e todos os homens se curvariam sob nossos pés. — E novamente aquela risada tomou conta do salão. Os guardas reais sentiam calafrios cada vez que sua nova rainha fazia aquilo e Noire também sentiria, se aquilo não lhe parecesse tão ridículo.

— Não vejo razão para não ser assim, cara rainha. Afinal, o que verdadeiramente une dois seres não é o sangue, mas sim a alma. É essa a ligação que temos, e por isso somos tão poderosas. Principalmente você. — O sorriso calculado tomara conta da expressão de Noire. Há quanto não sorria verdadeiramente? Era como se possuísse eras de idade e não apenas vinte anos.

— Realmente! Ah, Noire, como agradeço por você existir! Minha vida era muito solitária, ninguém me compreendia. Agora tenho alguém para partilhar de meus planos e desejos. Com você aqui, eles não serão tão cansativos. Nicholas cairá e ele será apenas o primeiro. Qualquer um que ousar nos desafiar irá cair. Seremos soberanas. — Não conseguia prestar atenção em nada que a mulher dizia por duas razões. A primeira, porque a bebida tirava toda a beleza que aquelas palavras poderiam possuir. A segunda razão...

Aury encontrava-se em uma das janelas, em sua boca havia um objeto prateado que refletia a luz do Sol crepuscular.

Ele finalmente encontrara a faca.


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