Irremediavelmente Grávida escrita por PepitaPocket


Capítulo 28
Quando Byakuya Pisa em Falso


Notas iniciais do capítulo

Olá sejam bem vindos, façam uma boa leitura e até o próximo.



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_ Kuso! – Byakuya soltou um muxoxo, sabe aquelas situações em que todas as circunstâncias parecem conspirar contra você? O taichou se via numa dessas situações. Justo quando as coisas estavam indo tão bem.

_ Soi-chan não é o que você está pensando. – Byakuya falara com a voz um tanto abafada já que a mulher se enroscara nele de um jeito um tanto libidinoso.

_ E o que você acha que eu estou pensando, baka? – Soifon dissera lutando para assumir o autocontrole. Normalmente, ela já teria socada Byakuya até a morte, e encurralado a mulher contra a parede com sua espada na garganta dando inicio a uma tortura somente depois que ela contasse todos os detalhes sórdidos.

Mas, havia coisas na eterna rivalidade feminina que eram um tanto mais complexas. E Soifon havia se deparado com uma rival a altura, e ela sentia isto, não por que a estranha estava enrolada ao seu futuro marido, mas tinha um olhar irritante no rosto, do tipo que prenunciava a vitória sem nem ao menos ter lutado.

Ih, ih, alguém esta pensando em casar e nem avisou o noivo. – Suzumebachi não perdeu a oportunidade de provocar.

As bochechas se tornaram rubras, e Byakuya achou que a causa disto era o inexplicável. Sentindo as pernas bambas ele se empertigara, embora sentisse seus joelhos trêmulos, aquela era uma sensação que ele não sentia ha muito tempo.

_ Medo de perder. – Era ridículo que o homem que sempre teve tudo se sentisse dessa maneira, mas ele não podia evitar não quando se deparava com aqueles olhos cinzentos cheios de dúvida e incerteza. Justo depois de eles terem feito tantas juras. Ele que sempre fora um homem de palavra via o efeito das mesmas se desvanecerem.

Isto é tudo culpa de suas ações impensadas. – Senbonzakura dissera em seu tom imparcial. – Eu avisei que não daria certo.

_ Bibineko, você deixou assuntos inacabados na última noite. – A garota de profundos olhos azuis, cabelos loiros, curvas sinuosas e abundantes, sorriso provocante, falava como se tivesse alheia aos acontecimentos, contudo ela estava calculando muito bem suas palavras e suas ações.

Byakuya abriu a boca para falar, mas a fechou quando sentira a reiatsu de Soifon tornara-se mais densa e mais fria.

_ Kuchiki Byakuya é o meu nome. Ponha-se em seu lugar. – O nobre tornara-se mais frio em suas ações, sobretudo, com a recém-chegada.

_ Engraçado você não reclamou do apelido carinhoso quando esteve pelado na minha cama. – Soifon e Byakuya se sentiram constrangidos com a declaração, mas Yoruichi que lentamente assumia a sua forma humana alargara o sorriso.

Neste momento Soifon descera a passos lentos, estava de cabeça baixa, seu coração palpitava no ritmo de sua respiração, descompassada. Mas, fora isto a sombra em seu rosto não deixava passar nenhuma emoção, ela fora até Byakuya, que se preparara para um golpe que não veio.

Tudo o que ela fez foi passar por ele, juntando a dignidade que lhe restava, se aquela mulher horrível achava que ela ficaria ali ouvindo e se debulhando em lágrimas ela não lhe daria este gostinho, muito menos estapearia aquele imbecil até a morte, para também não dá chance para que ele notasse o ciúme e a inveja a corroendo por dentro.

Tudo o que lhe restava naquele momento, era o orgulho, mas a armadura do mesmo era repleta de espinhos, e era inevitável se machucar.

_ Soifon deixa-me explicar. – Byakuya dissera em um tom quase suplicando, mas ela rechaçara seu toque mais uma vez.

_ Acho que você tem assuntos mais importantes para resolver. – Soifon dissera em um tom amargo.

_ Nada é mais importante do que você... – Byakuya falara tentando alcançar seu rosto, mas ela apenas com o olhar o imobilizou.

_ Se ainda não percebeu tudo o que nós não precisamos agora são palavras vazias. – Ela involuntariamente deslizara suas mãos pelo ventre, enquanto caminhara até a porta sem se dar o trabalho de olhar a recém-chegada.

Aquele foi o momento em que a reiatsu de Byakuya tornara-se densa, quase raivosa, tudo por que Soifon puxara consigo Yoruichi, vê-las saírem de mãos dadas dali foi como um soco direto no estômago. Contudo, ele tinha de resolver as coisas ali.

_ Eh, mulherzinha sem graça e dramática. Não é a toa que você veio em busca de diversão àquela noite.

Byakuya sentiu um calafrio de arrependimento em sua espinha, enquanto perguntava-se o quanto foi tolo.

FLASHBACK ON

No fim ele saiu de lá tentando convencer-se de que tudo estava resolvido, mas ele ainda não estava satisfeito.

Acabou tomando um rumo diferente de sua casa, estava na hora de tirar a prova algo que ficara em sua mente desde que conversara com Ukitake e Shunsui. Quem sabe fosse hora de experimentar um pouco mais dessa coisa de como Shunsui mesmo falou: sexo quente e esquecer esta história de compromisso.

Caminhara aos arredores da Sereitei, sendo conduzido por um caminho que todo homem que se preze conhecia. Na fachada um bar, que servia também como a recepção para o salão de mulheres mais caro da Sociedade das Almas. Os dois leões de chácara como eram conhecidos os guardas, já haviam sido muito bem pagos, para compreenderem que ele não estivera ali.

O mesmo acontecera com o garçom detrás do balcão de mogno, que aquela altura encontrava-se cercado de bebidas, dispostas em prateleiras logo atrás dele. Tinha uma taça de cristal nas mãos.

_ Se ainda não percebeu nós ainda não abrimos cavalheiro. – Byakuya apenas colocara um maço de notas em cima do mesmo, uma quantia para fazer os olhos do garçom se arregalar. Ele que há mais de um século via homens torrarem fortunas com bebida, mulheres, jogatinas, tudo por algumas horas de esquecimento, nunca vira ninguém tão ávido por algo assim.

O homem puxara o dinheiro para o interior do salão, num estalar de dedos, uma mulher de meia idade aparecera. Tinha a pele rosada, os cabelos levemente rosados, os olhos esmeraldinos, por alguma razão lembravam os de uma serpente, a expressão tingida de tédio e indiferença.

_ Ofereça o nosso cavalheiro o que há de melhor. – O homem dissera com um sorriso malicioso.

Byakuya seguiu a mulher por um longo corredor, que levava a outro corredor, fazendo tudo ali, parecer um labirinto. Esta era a intenção, uma vez que aquele ali deveria ser uma área privada do Salão.

_ Quinze minutos são tudo o que eu lhe peço. – A mulher dissera em um tom de voz que lembrava o de um órgão. Fazia tanto tempo que ela não escutava, mas houve algo em seu sorriso que o fez ficar parado ali obedientemente, como o homem inseguro e deprimido que aquela mulher o tornara.

A lembrança dos olhos cinza, o corpo pequeno, os cabelos negros azulados, aquele perfume único que ela emanava, a postura altiva e arrogante, a raiva contida que ela demonstrava toda vez que ele estava por perto, tudo naquele momento machucava, como uma espada enfiada bem no centro de seu ego, isto por que nada daquilo seria dele algum dia, e isto o aturdia demais.

Então, seus pensamentos foram interrompidos, por uma linda jovem de pele alva, cabelos loiros ondulados, curvas voluptuosas, olhos azuis, sorriso fácil, perfume adocicado, um jeito de andar manhoso e provocante, em nada lembrava sua amada.

Mas, quando a jovem lhe estendeu a mão, ele achou que fosse melhor assim, de nada adiantaria querer saciar sua fome com uma imitação barata, a fome apenas aumentaria seu desejo, e aquele era o tipo de desejo que nunca seria saciado.

_ O que deseja meu amo? – A jovem perguntou, mas a resposta ela soube quando ele a puxara para si, sedento, desesperado, angustiado... Nobres ou não, os homens eram todos iguais.

Resistentes no campo de batalha, tenazes no mundo dos negócios, fanfarrões entre outros homens, mas facilmente quebráveis nas mãos de uma mulher.

Mas, diferente dos outros, aquele era um belo exemplar. Byakuya Kuchiki, o homem mais desejado de toda a Sereitei. Rico, bonito, poderoso, forte... Seus predicados eram muitos, Amaranthine daria tudo para saber quem foi a estupida que jogava tudo isto pelo ralo.

A forma como ele beijava, acariciava, tocava era tão intenso que ela sentiu que mesmo sendo uma espécie de objeto sexual, ela sentiu que aquela era uma tarde que valeria a pena lembrar. Isto é até algo dar muito errado!

#

_ Cuidado com suas palavras nem que vivesse mil anos você estaria à altura dela. – Amaranthine sorriu em tom de zombaria, se levasse ao pé da letra o que ele estava dizendo ela já havia ultrapassado Soifon em todos os quesitos.

_ Eu não entendo o que faz aqui, os momentos que passamos juntos já estão quitados. – Byakuya falou em tom formal, mas seu coração palpitava, ele queria resolver aquela questão, ir atrás de Soifon e tirá-la das garras de Yoruichi.

_ Até pode ser! Mas, tem coisas que o dinheiro não paga... – Amaranthine lhe sorrira e se ele não estivesse tão irritado admitiria que fosse um sorriso bonito, do tipo que homens em sua posição não hesitariam em pagar para ter. – Frustração é uma delas. – A mulher falara em um tom baixo, melodioso, Byakuya perdera a posição enfadonha que estava. Ficara vermelho, constrangido.

_ O que quer? – Byakuya quis saber, mas a resposta o desestabilizou.

_ Você. – Ela disse de forma sensual, mas isto não fez efeito no homem.

_ Impossível. – Byakuya disse com rispidez, mas a mulher o envolvera em seus braços delgados, emanando todo seu calor sobre o dela.

_ Você me deve uma noite de amor de verdade, prometo que não cobrarei nada por isto. – Entretanto, o taichou se desvencilhou dela.

_ Não seja estúpida. Não passa de uma dama da noite. Eu sou um homem que tem uma posição a zelar, e acima de tudo uma mulher de verdade para amar e cuidar.

A resposta foi uma risada maliciosa.

_ Chama aquilo de mulher. Ela nem ao menos quis lhe escutar, talvez por que não estivesse interessada. – Amaranthine estava sendo venenosa e Byakuya sabia disto, mas ele não podia evitar se contaminar nem que fosse um pouquinho, mesmo correndo risco de não haver antidoto para aquele veneno.

_ O que esta insinuando.

_ A mulher que saiu daqui é a taichou da segunda divisão não é? – Amaranthine falava de uma maneira contida, mas em seus olhos ele podia ver o contentamento em dizer às coisas que chegavam ao seu ouvido como farpas dolorosas. – Sempre houve boatos sobre sua orientação sexual. Uma ou duas garotas, no Salão disseram que caíram em sua lábia em Rokungai, mas isto nunca pode ser confirmado talvez seja verdade... – Byakuya estreitou os olhos fazendo um convite para que ela falasse de uma vez ou se calasse de uma vez por todas.

_ Eu nunca conheci a antecessora dela. Dizem que era da nobreza. E dizem que elas eram muito próximas... A ponto de... – Byakuya engolirem em seco, ouvir o que já sabia deveria ser menos incomodo, mas tem coisas que é melhor permanecer na incerteza. – Ah, tolinho. Esta é uma coisa com a qual você não tem armas para competir. Talvez ela fique hoje de seu lado, mas e amanhã? Se por um acaso você não puder mais satisfazê-la...

Amaranthine deslizara seus dedos pelo rosto de Byakuya. Mas, Byakuya mergulha em suas próprias lembranças.

_ Soifon cadê o bip que a Yoruichi lhe deu? – (...) Ele não queria aquela maluca em sua casa, mas nestas horas ela era a única que poderia ajudar, especialmente por que ela era a pessoa que talvez melhor soubesse lidar com Soifon.

Era o que ele pensava antes de ela começar a chorar.

_ Não me fale este nome nunca mais ouviu bem? – Disse ela numa tristeza no semblante de dar dó. – Aquela vaca traidora que só pensa no próprio umbigo. Ela acha que vai ser feliz com aquele sabugo de milho, mas esta errada... Ninguém é feliz tripudiando em cima de outras pessoas como ela fez comigo. – As palavras saíram um tanto trôpegas, mas numa clareza assustadora.

_ Ainda assim, me dê o Bip... – Pediu ele com educação.

_ Nunca, Yoruichi-sama não pode me ver assim... – Uau, aquela mulher ia do ódio para o amor numa fração de segundos. Quem sabe os dois sentimentos fossem muito próximos um do outro afinal.

_ Mas, ela é a única que pode cuidar de você. – Tentou argumentar.

_ Você não pode cuidar de mim? – Perguntou ela tirando a roupa vagarosamente.

_ Poder eu posso, mas eu não devo. – O homem tentou tomar o controle de si, mas instintos estranhos estavam começando a manifestar-se com mais força.

_ Então você não me ama você não gosta de mim, ninguém gosta para dizer a verdade... – Disse ela novamente chorosa. – Eu sou detestável... – Concluiu ela.

_ A senhorita não é detestável, pelo contrário, apenas... – Pensou ele um pouco. – Veja aquele botão de flor. Acho que apenas ainda não desabrochou, mas o dia que fizer... Será a mais linda flor do jardim daquele que tiver perseverança para esperar você chegar lá. – Disse ele com candura.

_ Com certeza este alguém não vai ser Yoruichi-sama. – Disse ela repousando a cabeça em seu ombro e refugiando-se praticamente em seu colo.

A dor de um amor perdido aquela era uma sensação que Byakuya podia compreender. Independente da causa não ter a quem se ama, era uma experiência amarga até para soldados fortes como eles. No primeiro momento, ele só queria anestesiar a dor dela, e aliviar um pouco do peso da própria solidão, ao menos foi o que ele esforçou-se para acreditar naquela noite, mas a experiência abre portas que não podem mais ser fechadas.

(...)

_ Estou lhe oferecendo casamento. – Disse ele com firmeza.

_ E por quê? – Perguntou ela tentando desconversar.

_ Não precisa.

_ Mas, eu a violei. Deixe-me reparar. – Disse Byakuya não percebendo o quanto aquilo era antiquado.

_ Não precisa. – Ela repetiu um pouco mais ríspida. Foi quando ele se calou vendo que ela tinha algo importante a dizer:

_ Pode ter sido minha primeira vez com homens, mas eu já tive experiências com... – Ela não conseguiu terminar por que a vergonha não deixou, mas Byakuya fez um gesto de que entendera.

Incrível como os sentimentos não resolvidos dela aproximaram eles dois. Mas, houve um momento que eles o expulsaram de sua vida. A insistência com uma pitada de acaso os colocaram juntos, mas ainda havia sombras espreitando no caminho.

_ Tem razão. – Disse Byakuya. Após alguns segundos de ponderação. – A única coisa que é simples nessa história é seu descaso com a Soifon. Acho que não se importa nem um pouco com o que possa acontecer. – Disse ele preparando-se para dar as costas e ir embora. Mas, parou quando sentiu a mão de Yoruichi pesar em seu ombro.

_ Eu não sei o que você ganha em me atacar assim. Porém, nem você nem ninguém tem o direito de falar em nome de meus sentimentos. Estes são meus e eu não divido com ninguém. – Yoruichi argumentou.

_ Este é o ponto sentimentos foram feitos para serem compartilhados. A vida inteira você zombou de mim por conta de meu jeito de lidar com as pessoas como se o seu fosse melhor. Pelo menos eu não brinco com os sentimentos das pessoas.

E esta era uma sombra que não por acaso tinha nome, se chamava Yoruichi e saíra por aquela porta com a sua mulher, que estava visivelmente magoada. Soifon era uma torrente emocional, e ele tinha medo que esta torrente a levasse para longe.

E só por causa disto vai se encolher como um garotinho medroso. – Senbonzakura falara de um jeito imparcial.

De jeito nenhum.

Byakuya voltara a si, e houve algo em seu olhar que fizera Amaranthine recuar um passo.

_ Desculpe, mas isto não tem nada haver com você. É uma coisa que diz respeito a mim e ela. E eu encontrarei um jeito, por que de todas as mulheres no mundo ela foi minha escolhida. Eu sei que o dinheiro não pode pagar todas as coisas, mas é tudo o que eu tenho a lhe oferecer, agora se me der licença.

Byakuya dera as costas sem perceber o lampejo de raiva deslumbrar os olhos de Amaranthine, contudo, ela o escondera em um sorriso de desdém.

_ Veremos até quando você conseguira comprar o meu silencio, bibineko – Foi inevitável um calafrio passar pela espinha do homem. Seu nome, sua fama, seu prestígio tudo estava em jogo, mas ele pela primeira vez não se importava com nada disto, ele queria Soifon para si e a teria por mais obscuro fosse o caminho que teria a seguir e por mais inusitados que fossem os obstáculos.

Contudo, Byakuya ainda não havia aprendido uma lição toda escolha tem sua consequência, e por isto, é tão difícil colocar, um ponto final em certas coisas.


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Notas finais do capítulo

Obs: Não eu não estou maluca, Amaranthine vai ser uma pedra bem incomoda no caminho de nosso casal, mas suas intenções são mais profundas do que parecem, fica a dica.



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