O monstro dentro de nós escrita por Sayu


Capítulo 6
A garota de cabelos rosa


Notas iniciais do capítulo

Muito tempo sem postar, hein. Mas estava mesmo ocupada, e continuo ocupada na verdade. Mas dei um tempinho pra continuar a história, espero que gostem.



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O helicóptero desceu em algum lugar, eu não consegui ver direito onde, porque acabei adormecendo. Assim que descemos, vi uma espécie de casino, havia muitas luzes e pessoas com roupas finas, aquilo fez com que minha cabeça girasse. Hector notou que eu estava confusa e segurou minha mão. Na verdade, aquilo não me acalmou, sua mão estava tão fria que me lembrou sobre a morte que ainda estava impregnada nelas.

– Bem, chegamos. – Claire disse sem se importar muito com toda aquela bagunça.

– Aí é o lugar cheio de assassinos perigosos? – perguntei.

– Ah não. É que eu preciso falar com alguém e acho melhor passarmos a noite por aqui mesmo.

Claire andou em direção ao lugar e nós dois a seguimos. Cada vez que chegávamos mais perto da multidão, mais meu coração começava a disparar. Eu estava usando uma roupa muito simples, apenas um moletom bege e sem graça com um short jeans, no meio de tantas pessoas com vestidos luxuosos e ternos que pareciam caríssimos.

Nós paramos na frente de um balcão de bebidas. Do outro lado estava uma garota com cabelos rosa que a faziam se destacar de todo aquele lugar. Sua roupa tinha um estilo muito esquisito, havia engrenagens, um óculos daqueles que usam em aviões e tudo tinha uma cor de ferrugem ou algo do tipo.

– Claire! – a garota gritou, sorrindo. – Você por aqui, garota. Espere, vou chamar o Oliver, ele vai ficar feliz de te ver. Não mais que eu, porque sabe, eu sou sua melhor amiga. E se ele ficasse tão feliz em te ver, isso seria um problema, porque eu sou a namorada dele e ficaria com raiva. Ah, mas eu não posso ser tão ciumenta, se as coisas ficarem desse jeito o Oliver nunca vai gostar de mim e...

– Lis.

– Sim?

– Fica quieta um pouquinho, tá bom? – Claire deu um sorrisinho. – Eu preciso da sua ajuda.

– Eu ficaria muito feliz em ajudar a minha melhor amiga!

– Tá certo. Enfim, eu preciso que consiga uma casa pra mim no Bairro Proibido.

– Não vai ser difícil pra eu conseguir uma... Mas por que você iria querer uma casa lá?

– Não terminei ainda, Lis. Eu também preciso que você e Oliver sirvam de seguranças lá. Eu os pagarei, então podem largar esse emprego idiota de vocês.

– Na verdade, isso seria até bom. Sabe que eu não sei nada sobre bebidas? Eu só misturo tudo e as pessoas já chegam tão bêbadas aqui que nem notam a diferença.

– Muito interessante. Mas vá logo chamar o Oliver e converse sobre isso com ele.

– Certo! Eu volto logo! Ah, e olá para as pessoas ao seu lado! – a garota nos encarou com seus alegres olhos verdes - Oh, espere, esses olhos são inconfundíveis. Esse garoto é seu irmão? Aquele que você pegou meu helicóptero para resgata-lo?

– Sim, é esse mesmo. E vocês precisariam servir de segurança para os dois.

– Espere. Não precisamos de seguranças. Eu posso proteger a Karin e já está bom. – Hector disse.

– Quer saber, Hector? A Karin deve ser mais forte que você, seu magrelo. Você realmente só pode matar alguém usando a lógica. Mas tente planejar a morte de alguém que está com uma faca em sua garganta. Lembrando que não vai poder contar com esses palitos que você chama de braço. – Claire falou, estando previamente irritada pela faladeira da garota de cabelos rosa.

– Fale assim comigo de novo e...

– E o que, Hector? Pare de besteira. Use essa sua cabeça. Eu estou te ajudando e você devia estar grato a mim. Sem mim, você não conseguiria sair daquele lugar. Não está feliz que pode ficar com a Karin? Então, pare com seu orgulho. Fique frio de novo, aquele garoto frio de antes, manipulador, eu o preferia que esse idiota de cabeça quente.

Hector não olhou novamente para o rosto de Claire e se calou. Eu não sabia o que fazer naquela situação, mas achei que qualquer coisa que eu faria apenas pioraria tudo. Claire parecia um pouco arrependida de falar tudo aquilo e apesar de tudo, eu conseguia ver calor humano em Claire. Até mais que em Hector.

– Isso foi tenso. Mas eu vou chamar o Oliver, certo? Volto já. – a garota saiu por uma portinha do balcão e desapareceu na multidão.

O clima ficou ainda mais pesado depois que ela foi embora. Claire pegou qualquer copo que estava no balcão e entornou em sua boca. Hector não parecia triste e nem derrotado, ele parecia furioso. Seu olhar estava ainda mais estranho.

– Desculpem a demora. – Lis voltou segurando a mão de um garoto. Ele era igualmente estranho, seus cabelos eram uma espécie de vermelho muito denso e falso. Apesar de tudo, era muito bonito e tinha um rosto gentil.

– Olá Claire. – ele sorriu. – Eu não entendi muito bem o que a Lis disse, porque ela se comunicou por códigos. Algo do tipo: “Claire... Irmão... Segurança... Tchau emprego...”.

– Quero que vocês dois trabalhem como seguranças no Bairro Proibido para proteger meu irmão e sua namoradinha. Eu vou pagar bem e vocês vão poder largar esse emprego. Olha, vocês são bons demais pra esse lugar, vocês são fortes e lutam muito bem.

– É, nós somos mesmo, não é? Eu não aguento mais ficar sem alguma animação. – Lis disse, puxando o braço de Oliver.

– Elizabeth, pare com isso. – ele riu. – Não sabia que estava tão entediada aqui.

– Lis. É Lis. Chame-me de Lis. Quantas vezes tenho que falar?

– Desculpe, desculpe. Bem, então acho que aceitamos, certo?

– Sim, sim, nós aceitamos!

– Ótimo. Mas antes, lembre que preciso de uma casa lá. Vamos passar a noite aqui, então não se preocupem com detalhes, podemos acertar tudo amanhã. – Claire falou.

Eles se despediram e nós saímos dali. Andamos até um hotel luxuoso que não era muito longe de onde estávamos. Tudo parecia muito chique, inclusive seus hóspedes. Fomos até a recepção.

– Está tudo bem que vocês dois fiquem no mesmo quarto? É apenas por uma noite.

– Eu não me importo. – falei.

Pegamos as chaves e subimos até nossos respectivos quartos. Eu e Hector já ficamos sozinhos muitas vezes, mas agora aquilo parecia muito estranho. Talvez por Hector estar realmente zangado ou por que aquilo era um hotel incrivelmente luxuoso.

– Você... Acha que eu realmente estou sendo muito cabeça quente? – Ele me perguntou.

– Acho que não. Bem, eu prefiro você assim, eu sinto que você está mais humano.

– Mais humano?

– Sim. Eu não sinto sua humanidade às vezes, Hector, é um pouco assustador. Não vou deixar de confiar em você, mas me dá medo.

– Talvez não devesse confiar em mim, Karin. – ele deitou de costas na cama enquanto suspirava. Finalmente estava mais parecido com o garoto que havia conhecido.

– Tarde demais. Você é a única pessoa que eu confio. – sorri.


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Notas finais do capítulo

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