O Segredo dos Códigos escrita por Luna Sapphire Calhoun


Capítulo 3
A Fuga




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Rubi começou a ficar desesperada quando conseguiu fazer seu caminho de volta ao acampamento e encontrou todos em um estado de sono profundo.

O que Malcom tinha feito com eles? Por que não a tinha afetado? Confusa, sem nenhuma ideia do que fazer, ela correu para o seu quarto e começou a atirar vários itens em um mochila. Ela podia tentar enfrentar o garoto vírus sozinha, mas o que quer que ele tivesse feio, isso ela não podia consertar sozinha, ela precisava de ajuda, e rápido, mas o único lugar em que ela poderia encontrar alguém para ajudar seria fora do jogo.

Mas os guardas não a deixariam sair, e mesmoque ela conseguisse sair escondida, era perigoso lá fora. Não que ela se importasse, não podia ser mais perigoso do que ali. Mas ainda assim, deixar aquele lugar e as únicas pessoas que ela tivera por sua vida inteira, mesmo que muitas não gostassem dela... Mas era a única maneira de salvá-los.

Ela fechou a mochila e abriu a porta, só para encontrar Malcom parado ali.

"Onde está indo, Red?" Ele perguntou divertido.

"Não pode me afetar, é por isso que está me seguindo?" Foi a resposta da menina, empurrando-o para o lado e se afastando.

"Só ainda não descobri como chegar ao seu código."

"Boa sorte então." Ela disse, sarcástica, sem olhar para ele.

"Tem mesmo coragem de sair sozinha? Sabe que vão prendê-la se te pegarem, não sabe?"

"Você disse certo. 'Se' me pegarem. Não espere que isso vá acontecer fácil. E porque você se importa?"

"Não me importo. Sabe eles não te pegarem, mais cedo ou mais tarde eu vou, você não tem coragem de abandoná-los, vai ter que voltar aqui."

"É. Mas quando eu voltar, é você quem vai se arrepender."

"Quem você acha que vai te ajudar queridinha? Ninguém iria contra as eis do Arcade por um bug que eles nem conhecem."

Rubi parou. Nesse ponto ele tinha razão. Mas ela tinha que pensar positivo, tinha que ter esperança.

Ela terminou de checar tudo o que precisava e se afastou. Parou perto da casa de guarda na saída do jogo. Estava vazia, provavelmente devido a caça ao vírus. Ela podia denunciar Malcom, mas ninguém iria acreditar nela, Rubi já tivera várias más experiências com isso.

Ela se esgueirou sorrateiramente pela passagem, até alcançar a borda do túnel de saída. Ela armou seu cruzador e subiu nele com cuidado e começou a atravessar o túnel. Foi quando cruzou a passagem para chegar a central que ouviu alguém gritar por ela, um alarme tocando e de repente um grupo de cinco policiais começou a atirar contra ela.

Ela começou a manobrar, desviando dos tiros. Tinha chegado tão longe, não iria parar agora. Não por causa de uma regra boba. Tirando os policiais atirando contra ela, ela não via nada perigoso em volta, apenas um tipo de estação vazia.

Ela não tinha ideia para onde ir, ziguezagueava pela estação com certa habilidade, tentando prestar atenção ao máximo de nomes dos jogos em volta.

Então um tiro atingiu o cruzador, fazendo Rubi perder o controle. Ela não teve tempo de ver o jogo no qual entrou, tudo o que ela podia fazer era tentar não cair.

Estava quase alcançando a entrada do novo jogo quando outro tiro a acertou, fazendo-a perder o equilíbrio e cair. Rubi sentiu sua cabeça bater contra algo duro, mas mesmo atordoada e dolorida ela recolheu seu veículo de fuga e fez o possível para correr dali antes que a alcançassem.

Ela olhou em volta e encontrou floresta rodeando seu caminho, mais a frente uma rua bem iluminada e um pouco mais adiante, à vista da tela do jogo, um apartamento. Foi para lá que ela correu, o lugar parecia grande para que ela achasse um esconderijo.

Ela parou derrapando no hall de entrada, avistou as escadas, estava para subir quando ouviu vozes vindas de cima, alguém vinha descendo, impedindo que ela passasse sem ser vista. Ela tentou o elevador, mas por algum motivo as portas não abriam, provavelmente ocupado no momento, ou até mesmo quebrado.

Ela notou algo curioso, a pedra em sua pulseira brilhava de uma forma incomum. O que estava acontecendo?

Foi quando ela sentiu uma mão, pequena mas forte, puxando-a para algum lugar, que pareceu ser a parede, mas se revelou uma sala escura.

"O que..." Ela começou, mas uma mão enluvada cobriu sua boca.

"Fique quieta, quer que te encontrem?" A voz de outra garota a alertou com urgência.

Então ela notou algo no braço da menina que a segurava. Uma pulseira, idêntica a sua, mas com uma pedra azul, que também brilhava da mesma maneira.

Num movimento rápido, Rubi conseguiu afastar sua salvadora.

"Quem é você?" Ela perguntou num sussurro. Estava tão escuro que era impossível distinguir alguma coisa na sala.

Então uma luz se ascendeu e ela viu-se diante de uma garota um tanto mais baixa que ela, de cabelos longos, castanhos e olhos azuis, num tom diferente dos seus. Ela estava vestida com boné e jaqueta rosa, camiseta e luvas brancas, jeans e botas pretas.

"Meu nome é Safira." Ela respondeu com um sorriso doce. "E você é..."

"Rubi."

Safira riu.

"O que foi?" Perguntou Rubi, um pouco irritada.

"Nada. É que Rubi e Safira... Não só são o nome de duas pedras preciosas, o que já torna nosso encontro uma coincidência bizarra, como também eu ouvi dizer que são duas versões opostas de um mesmo jogo de Pokémon."

Rubi nunca ouvira falar de Pokémon. O acesso de seu jogo ao mundo exterior era muito limitado em vista do de Safira, mas entendeu a onde a outra queria chegar e acabou rindo também.

"Tem razão. Quais são as chances de isso acontecer? Ainda mais somando o fator das pulseiras." Ela extendeu o braço para Safira, mostrando a pulseira que agora parara de brilhar.

"Uma em um milhão." Respondeu uma alegre Safira. "E isso porque estou sendo boazinha com as estatísticas." Então ela parou, examinando Rubi de alto a baixo. "Mas a pergunta certa a ser feita é: De onde você veio?"

"Hero's Duty."

Safira pensou por um segundo.

"Aquele jogo de tiro com os insetos robôs do mal?" Ela perguntou, Rubi concordou. "Agora eu me lembro de você. Mas, se é que posso perguntar, qual a relação entre você e a tal comandante daquele jogo?"

"Nenhuma. Ela é só minha guardiã. Porque a pergunta?"

"Vocês duas são idênticas. Tirando que seus cabelos são mais longos e tem um tom um pouquinho de nada mais escuro."

"Todo mundo diz isso." Rubi murmurou. "Mas nada a ver."

"É. Todo mundo aqui diz que eu me pareço com Felix, mas se isso tem um motivo, ninguém sabe qual é. Ele age como meu irmão, mas mão tenho certeza nenhuma de que somos parentes. Principalmente pelo que ele conta dos pais dele, sou rebelde de mais pra ser parte da família."

"Também dizem que sou boazinha de mais para eu e a Sargento sermos parentes."

"Eu tinha razão. Somos completos opostos."

Então, por que você está aqui? Do que está fugindo?"

"A polícia. Um vírus atacou meu jogo, fugi para buscar ajuda mas eles me perseguiram e tentaram atirar em mim, acabei aqui. Talvez você pudesse ir lá e explicar tudo a eles." Rubi sugeriu.

"Por que você não fez isso?"

"Não acreditariam em mim. Ninguém confia ou acredita muito em bugs, principalmente considerando que eu já fiz alguma 'brincadeirinhas' porque estava entediada ou porque eu queria respostas e ninguém me dava." Ela admitiu um pouco envergonhada.

"Então sinto desapontá-la, mas também não posso fazer nada. Acontece que sou um bug também. E pra piorar, tenho a mesma mania que você. Não acreditariam em mim também."

As duas suspiraram.

"Somos tão parecidas." Rubi comentou.

"Parecidas mas diferentes. Está ficando cada vez mais estranho termos nos conhecido por acaso."

"Acha que tem um motivo para mim ter caído aqui ao invés de qualquer outro jogo então?"

"Não sei, mas que é estranho isso é."

Então elas ouviram uma batida forte na porta. Rubi sobressaltou-se, Safira riu.

"Blue, eu sei que você está aí, abra essa porta!" Ralph chamou com urgência.

"Só um minuto Ralph!" A menina gritou de volta, então voltou-se para a amiga. "Rápido, se esconda." Ela indicou uma porta do lado oposto com a cabeça, Rubi obedeceu e se escondeu, enquanto Safira abriu a porta.

"Qual o problema?" Ela perguntou docemente ao amigo.

"Policiais. Estão revistando lá em cima, mas perguntaram por você, precisa sair agora se não quiser que descubram seu pequeno esconderijo."

"Mas o que eles estão fazendo aqui?" Ela perguntou inocentemente.

"Parece que alguém fugiu de um dos jogos e se refugiou aqui. Estão verificando o jogo inteiro atrás da fugitiva, mas parecem não terem tido sucesso."

Safira não pode conter um sorriso maroto.

"Bem, boa sorte para eles. Mas acho melhor eu aparecer mesmo."

Ela saiu, fechando cuidadosamente a passagem atrás de si. Para sua sorte e a de Rubi, ninguém sabia daquela passagem, ela nem sabia porque a passagem existia. Ela mesma a tinha descoberto por acidente, em algum tempo durante seus primeiros seis meses no jogo.

As duas estavam nervosas, mas não faziam ideia do que estava prestes a lhes acontecer.


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Notas finais do capítulo

Eu ia postar um capítulo com Perola e Cristal, mas resolvi terminar o de Rubi e Safira primeiro, então vou ter mais um capítulo com as duas...



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