The Amazing Chronicles escrita por Kevin Souza


Capítulo 2
Capítulo Piloto, Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Bem, sem delongas, vamos a parte dois :D



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Em dezembro de 2011 aconteceu o que eu considero a tragédia da minha vida.

Tio Ben e eu resolvemos ir até o primeiro banco de Manhattan e pegar a aposentadoria dele. Era um lugar grande e muito bem seguro. Cada segurança protegia a entrada e saída do banco, alem dos guichês e o corredor que levava ao cofre.

Ficamos alguns minutos na fila até chegar ao gerente.

— Sintam—se a vontade, senhor Parker – disse o gerente – veio com seu sobrinho pelo visto.

O gerente estava muito bem vestido, todo almofadinha e com pinta de vigarista nas horas livres.

— Senhor Parker. O senhor veio pegar sua aposentadoria?

— É eu vim sim. E sem tentar me enrolar, como da última vez.

— Entendido

O gerente do banco começou a trabalhar no computador para gerar a aposentadoria do meu tio.

— Quando tudo ficar pronto aqui, Peter, o que acha de irmos comprar a televisão quarenta e duas polegadas?

— Seria uma ótima.

— Beleza. Aí assim a gente assiste ao jogo dos Knicks em full HD.

Sim, eu sei. Meu tio é todo moderno. E ele é mesmo.

De repente, três homens com sacolas numa mão e AK-47 na outra, adentraram ao banco e metralharam os seguranças na porta e nos guichês.

— Ninguém se mexe. É um assalto – anunciou o líder do trio

Todas as pessoas no banco correram para um canto no hall do edifício, exceto Tio Ben e eu, que nos aproveitamos da confusão e distração dos bandidos para sairmos do banco.

Já fora do banco, meu tio correu para um lado e eu para o outro. Pela primeira vez eu me via com a capacidade de proteger os cidadãos de Nova York.

— Ei, Peter. Volte aqui – disse tio Ben enquanto me via correndo na outra direção.

Assegurei-me de que ninguém me vira usando os poderes e dei um salto altíssimo, chegando ao topo do prédio. Tirei a roupa de cima e fiquei com a minha de homem aranha e entrei no duto de ventilação, até chegar ao hall do prédio, onde surpreendi aos bandidos.

— Esperavam por mim? Pode começar a festa galera.

— Homem aranha? Mas você não é artista?

— Ah, mas tenho poderes também – falei ao mesmo tempo dando um salto do teto do hall do prédio e aterrissando com um chute na cara de um dos bandidos – e eu posso acabar com vocês.

Facilmente derrubei o outro bandido e o prendi na parede com a minha teia.

— Ah droga. Sujou – falou o ultimo bandido, desesperado.

Acabei com quase todos os bandidos. Eu disse quase. Ignorei por completo a fuga do último bandido por causa dos aplausos das pessoas que torciam incessantemente para eu vencer a batalha.

— Por que você deixou o cara fugir? – perguntou o segurança do banco.

— Sinto muito, amigo! Eu só fiz esse trabalho porque tava por perto e vocês precisavam de ajuda. Isso é trabalho seu.

— Eu devia prendê-lo por..

— Economize o fôlego, seu guarda! Tenho que ir andando!

Um tiro foi ecoado de repente e todos foram correndo ver o que aconteceu, menos eu. Dei um salto de volta para o duto de ventilação de onde saí e fui fazendo o caminho de volta até chegar ao topo do prédio do banco novamente.

Já de volta como Peter Parker e virando a esquina que me deparei com a cena que marcou a minha vida. Meu tio Ben jazia morto. Caído no chão com os olhos estatelados e uma poça de sangue em volta do seu peito, ele não estava mais vivo.

— Desculpe, rapaz! – falou o policial – seu tio foi baleado pelo bandido que escapou do banco. Ele foi assaltar o carro do seu tio e o baleou.

Subitamente um ódio entrou em meu coração. Fiquei em estado de choque. Não conseguia chorar, não conseguia pensar. Só via a morte do bandido na minha cabeça.

Quando me virei para correr em direção onde as marcas de pneu do carro do meu tio indicavam, ouvi um dos policias falarem que o bandido estava encurralado no armazém em waterfront, perto do porto. Era a hora da minha vingança.


Em poucos minutos cheguei até o armazém. Ele estava escuro e totalmente abandonado. As madeiras já estavam podres e podia cair a qualquer momento. O bandido observava o tempo todo a janela do armazém e nem sequer percebeu minha furtiva presença ali.

— Eu só tenho que segurar os tiras mais um pouco e escapar no escuro!

— Você não vai escapar, assassino! – respondi em meio as sombras.

O homem se virou e ficou me procurando, sem sucesso.

— O que?

— Surpreso em me ver? Pois ainda vai ter muitas surpresas esta noite!

O homem saiu correndo na direção contrária onde eu estava, esfregando os olhos para ver se aquilo tudo era verdade.

— T-tenho que fugir! Devo estar vendo coisas!

— Você não tem onde se esconder do homem aranha! – retruquei, pulando a sua frente.

Joguei uma teia no revólver dele e depois dei um soco no desgraçado que caiu numa área com pouca luminosidade e onde eu pudesse ver o assassino do meu tio.

Me aproximei do cara, mentindo a mim mesmo que não era o mesmo que deixei escapar, mas a vida e cruel e mostra a verdade.

— Este e o fugitivo que deixei escapar sem fazer nada.

Com raiva, peguei o bandido desmaiado e joguei do alto do armazém. Primeiramente eu tive o intuito de matá-lo. Mas quando faltava poucos metros para ele bater ao chão e morrer, o prendi com minha teia.

— Culpa minha...tudo culpa minha! – exclamei enquanto tirava a máscara — Se eu tivesse pego o maldito quando pude, o tio Ben não estaria morto agora.

Foi nessa hora que eu aprendi que poder implica em responsabilidade, algo que eu não tive ao manter meu tio a salvo.

Após a morte de Ben Parker por parte da negligencia do homem aranha, surgiu o meu maior inimigo: John Jonah Jameson, que, usando o seu império o Clarím Diário, fez todos perceberem que eu não passava de uma celebridade viral egoísta e aos poucos fui sendo esquecido pelo povo, até que no final daquele mesmo mês de Dezembro anunciei que não apareceria ao mundo como homem aranha..nunca mais.


1 de Janeiro de 2014, 00:00 AM

Senti uma lagrima rapidamente escorrer de meus olhos. Tio Ben naquele mesmo dia fatídico de sua morte disse-me que queria passar o ano novo comigo pescando na América do Sul. Para mim, perdi o pai de toda a minha vida.


Saltei do alto de um prédio na Times Square e fui me balançando pelas minhas teias, passando pela escuridão dos becos de Manhattan até o Queens. Mesmo não sendo mais o homem aranha, ainda uso meus poderes para poder me transportar à noite. Economiza tempo e dinheiro de passagem.

Como é bom ter os poderes de aranha. Dá para esquentar o corpo nesse inverno glacial.

Assim que cheguei em casa, encontrei um recado de tia May na bancada dizendo que ela passaria o ano novo na casa da nossa vizinha, Anna Watson. Bom, pelo menos vou ficar um pouco em casa sozinho. Preciso aliviar a cabeça.

Andei até a sala de estar e liguei nossa televisão 42 polegadas. Ah, tio, como você era a alegria dessa casa!

Deus, por favor, me perdoe por ter sido tão negligente. Quantas vezes pensei em desfazer o que fiz.

Ainda passava a festa do ano novo. Fiquei praticamente afundado no sofá assistindo a televisão. Os fogos faziam um barulho quase ensurdecedor e eu já estava ficando estressado com as crianças que apertavam campainha e saíam correndo.

Calma, Parker. Você também já foi criança.

Fui até a cozinha e comecei a preparar os sanduiches gordurosos que nós americanos tanto gostamos. Com hambúrguer e monte de besteiras, com ketchup e etc.

Cara, como estou depressivo.

Tomei um banho e fiquei jogando World of Warcraft, Need for speed: World e vários outros jogos até as três da madrugada, bebendo muita cafeína e comendo um monte de sanduíche gorduroso, até que me senti triste e deitei na cama para dormir.


2 de Janeiro de 2014, 8:00 AM (Forest Hills, Queens)


A porcaria do despertador tocava sem parar. Que estresse! Logo agora que eu tava sonhando com a Liz e gostando do que estava nos meus sonhos.

Levanta Parker, hoje você tem entrevista de emprego no clarim diário. Tudo bem que é o Jonah Jamenson que vai te entrevistar, mas trabalho é trabalho.

Fiquei sentado na cama com os cabelos totalmente bagunçados, tentando despertar pra valer. Sem sucesso. Tentei então levantar e andar ate o banheiro para ver se acordo e acabei pisando no Skate, levando um baita tombo. Aí sim despertei.

Cerca de quase uma hora depois de ter acordado, desci para poder tomar café da manha na cozinha. Tia May como sempre estava radiante e bastante animada com suas aulas de costura que tinha toda manhã de quinta feira. Ela já havia quase terminado de preparar a refeição da manhã, quando apareci na cozinha.

— Bom dia, tia

— Bom dia, querido. Estou quase acabando de preparar o café da manhã. Falta só o suco. Querido. Que roupa é essa que você está usando?

— Que quê tem?

Eu estava com uma camisa um pouco desbotada do Ramones, casaco cargo um pouco velho, calça jeans, all star e os óculos que meu pai usava. Ah, e estava com meu skate também.

— Isso não é roupa para entrevista de emprego.

— Mas eu vou ser fotógrafo.

— Eu sei, mas você precisa de uma coisa bem arrumada.

— Ah, tia.

— Vamos logo – disse ela me empurrando até as escadas – volte lá para cima e arrume uma roupa decente, que eu vou para o meu curso de costura.

Esperei por volta de 15 minutos depois que a tia May saiu para poder ir à entrevista de emprego. “Você é desobediente, Peter e blá blá”. Eu sei. Mas não quero me vestir como um almofadinha. Abri a porta bem devagar para ver se a tia May talvez estivesse conversando com a Anna Watson. Quando vi que não estava perto, subi no skate e fui andando até a estação de metrô.

Tive de aturar um bêbado desmaiado no fundo do metrô e um casal. Sim. Um casal de mendigos brigando por um pouco de cachaça, até descer na estação da Broadway. Fazer o que? Metrô das nove aqui em Manhattan é assim mesmo. Andei mais uns dez minutos, sendo esbarrado por toda sorte de pessoas até chegar ao clarim diário.

O prédio era muito bonito e estava recém reformado. Tinha vinte andares e parecia bem luxuoso por dentro

Adentrei no lugar e logo de cara encontrei uma recepcionista que me deu a informação que eu não queria ouvir. De que eu estava sendo enganado.

— Bom dia – disse a recepcionista – o que deseja?

— Bom dia. Sou Peter Parker. Recebi uma proposta pelo JJJ para trabalhar como fotógrafo aqui.

— Proposta?

— Sim. Por e-mail.

A mulher balançou a cabeça mostrando não entender.

— Será que não posso falar com ele?

— Poder, pode. Mas te garanto que não é uma boa ideia.

— Bem, eu vou tentar.

— Tudo bem.

A recepcionista apertou um botão de comunicação com a segurança e disse que eu podia subir.

— Obrigado.

Peguei o elevador até o vigésimo andar, onde estava meu talvez futuro patrão. Quando cheguei ao ultimo andar e assim que as portas se abriram, foi o momento que meu coração saltou pela boca. Não por causa do JJJ, mas sim por outra pessoa.

— Olá, eu sou Betty Brant, secretária do senhor Jameson. Você deve ser o Peter, certo?

Betty Brant. A garota de longe a mais linda que já vi. Tinha um cabelo Chanel e usava vestidos cheios de classe, além de ter um perfume e um sorriso maravilhoso. Olhos castanhos, cabelos pretos e devia ser um ou dois anos mais velha que eu. Quem quer saber de Liz Allan, com uma garota linda dessas?

— Sim, sou eu sim. Fotógrafo que falei com o JJJ por e-mail.

— Na verdade, você falou comigo. Senhor Jameson mal sabe usar o celular dele – disse, rindo – venha, entre.

Controle o coração Parker.

Assim que entrei no escritório principal do clarim, notei que a correria das pessoas eram constantes. Como se estivesse numa maratona. É até bom para mim, que preciso queimar umas calorias.

— Você vai gostar daqui, Peter – disse, Betty – senhor Jamenson tem bom coração. Só é..

— FOSWEEEEEEEEEEEEEELLLLLL, venha já aqui seu desgraçado de araque.

Um homem foi correndo até o JJJ

— Senhor, na semana pass..

— Eu não quero saber de semana passada, eu quero saber de noticia de agora. Cadê o cara da rotativa que tava aqui para pegar o conceito do jornal de amanhã?

— Senhor Jamenson?

— Pelo amor de Deus, Foswell. Eu já disse para você TOM...

— Senhor Jamenson – disse Betty

— Sim?

— Quero que o senhor conheça Peter Parker.

Deus, o Jonah Jameson era a visão do diabo que sofreu um acidente e cuspiram na face dele. Pior que o cão chupando manga. Sem contar o bigodinho like Hitler, e o fato de falar cuspindo.

— Prazer, rapaz. Mas você entrou no lugar errado. Aqui não e a escola Midtown. FOSW..

— Senhor, o Peter veio aqui para a entrevista de emprego como fotógrafo.

— ENTREVISTA? HAHAHAHAHA. Garoto, você tem quantos anos?

— Dezessete.

— Pra você, nem estágio dá para o gasto.

— Mas eu participei da seletiva no e-mail.

— Betty, você só pode estar doida de aceitar esse moleque. Chame outro e dessa vez adulto. FOSWEEEELLLLL.

Não disse mais nada e dei de ombros, me virando e indo para casa.

— Peter, espera – disse Betty – não fique assim.

— Ah, Betty. Eu preciso desse emprego.

— Talvez você consiga em outro lugar. Quem sabe.

Ela está se preocupando comigo. Controle a emoção, Parker.

PERQUI.

— É Parker, senhor.

— Dá no mesmo. Pensei duas vezes. O que acha de ser freelancer?

— Freelancer?

— Sim. Você tira fotos e de acordo com a qualidade eu lhe dou dinheiro.

— Bem, Peter. É melhor que nada.

Depois de pensar um pouco, aceitei.

— Ok.

— Ótimo. Se você tirar uma ótima foto eu lhe dou um peru de natal.

— Certo.

— O QUE VOCÊ ESTÁ ESPERANDO? O ANO NOVO CHINÊS? METE O PÉ. FOSWEEELL.

— Seja bem-vindo, Pete.

Cara, é claro que ela está flertando comigo. Me chamou de ‘Pete’.

— Até mais – disse, me retirando e sorrindo como um bobo.

— Até – ela respondeu retribuindo o sorriso e ainda com um olhar que parecia se apaixonar por mim.

Calma, Peter. Sem paixões platônicas.

Bem. Ano novo chegou e já comecei sendo enganado, ganhando um patrão semi nazista e vivendo com contas e mais contas para pagar. Até que não tá ruim não, ironicamente falando. Pelo menos conheci Betty Brant. Ah a Betty.


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Notas finais do capítulo

Bem, pessoal é isso. Espero que tenham gostado. Façam Reviews, pois só assim vou saber como está meu trabalho. Podem comentar me corrigindo também, pois posso ser ajudado. Abraço :D



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