The Amazing Chronicles escrita por Kevin Souza


Capítulo 3
Capítulo 2: O vigilante mascarado


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, boa tarde ou boa noite pessoal.

Estou aqui para postar o capítulo 2 da fic. "Não é capítulo 3, kevin?" Não é cap 2 porque, apesar de ter parte 1 e 2, o capítulo piloto representa um só capítulo. É que segundo das dicas do Nyah, capítulos com até 4 mil palavras não deixa o texto cansativo. Então dividi em parte 1 e 2.

Agora mudando de assunto. O capítulo 2 de DHE será recheado de surpresas e marca o começo do sentimento de justiça do nosso querido Peter Parker. Optei por seguir mais um estilo anti-herói para o cabeça de teia. Nos quadrinhos ele é 70% herói e 30% anti-herói. Nessa fic preferi colocar 60% Anti-herói e 40% herói. Isso vai deixar ele puxado mais para um jeito igual ao do Batman, o que deixaria o filme do H.A super show.

Diferente do capítulo piloto que era inspirado no Amazing Fantasy #15, esse capítulo resolvi tirar da minha cabeça, que é onde entra a chamada adaptação. Esse capítulo apesar de não existir nos quadrinhos, é bom porque dá uma origem mais sombria para o cabeça de teia, ao mesmo tempo mantém o jeito de herói. Bem, é isso.

Aproveitem e espero vocês lá embaixo.



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8 de Janeiro de 2014, 8:00PM (Forest Hills, Queens)


Começa agora o jornal CNN: Nova York, com Steven Dewolf.

Boa noite. Segundos pesquisadores, aumentou a criminalidade em toda a região de Manhattan, Queens, Brooklyn, Bronx e Coney Island em até 25%. O numero de estupros no Brooklyn, Manhattan, e Bronx aumentou em até 15%, e o número de assaltos a mão armada aumentou em quase 50% em toda a Manhattan. A polícia diz não saber mais o que fazer e tem como planejamento, trazer o chefe da policia de Nova Jersey, George Stacy, conhecido por reduzir a criminalidade no estado vizinho de Nova Iorque em quase 70%. Provavelmente, o capitão Stacy chegará à Nova Iorque ainda esse ano. Enquanto isso, vamos aguardar para ver mais detalhes.

E hoje mais cedo, Árabes são presos por porte ilegal de armas na região da Times Square. Segundo o Departamento de Policia de Nova Iorque, esses árabes pertencem ao grupo radical Talibã, que inclusive teve seu líder no Paquistão, Hakimullah Mehsud, morto em Outubro do ano passado. Os radicais alegaram não usar essa arma para atentados, mas sim para autodefesa. Porém, segundo o advogado criminalístico, Matt Murdock, esses árabes possuíam escutas em suas casas no Bronx, onde as usavam para receber missões de seus compatriotas direto do Paquistão.


— Não acredito! Mas para que tanta violência, meu Deus?! – exclamou tia May inconformada, enquanto passava roupa na sala e assistia televisão. – Querido, tenha muito cuidado ao andar na rua. Você sabe como é bastante frágil e fica doente facilmente. Não quero você impressionado ou assustado por aí.

— Tudo bem, Tia May — Respondi sorrindo

Tia May está certa. A violência é realmente grande aqui em NI, e eu preciso me cuidar ao tirar as fotos de acontecimentos como esses. Claro que com meus poderes e agilidade de aranha, consigo me esquivar fácil de qualquer obstáculo, mas mesmo assim tenho que ter um enorme cuidado.

— Mas como eu vou tirar fotos, tia May? – me virei com o intuito de olhar para ela — Eu tenho que conseguir fotos como essas que a gente está vendo na reportagem para poder pagar a hipoteca.

— Peter, você sabe que não me importa ficar pagando a hipoteca aos poucos. A pensão do seu tio dá para pagar. Além do mais você é jovem e tem que se preocupar em estudar.

Tia May continuou passando roupa sem olhar para mim, enquanto me virei para ver a televisão novamente, pensando.

A pensão do tio Ben mal paga 1/4 da hipoteca. Meu Deus, preciso ajudar a tia May.

— Mas, Tia – me virei novamente – a pensão do tio Ben paca muito pouco a hipoteca da casa.

— Eu sei, querido, eu sei – tia May desligou o ferro de passar e se sentou ao meu lado no sofá — sabe, eu sinto tanta falta do Ben. Esses dias – fez uma pausa para engolir as lagrimas que começavam a vir – eu estava limpando o porão e encontrei umas fotos dele com o seu pai numa caixa velha. Puxa Peter – as lágrimas enchiam os olhos de minha tia – você não imagina como o seu pai gostava do seu tio, e vice-versa. Os dois saíam para jogar basquete, basebol e futebol americano. Ben sempre foi dez anos a frente do Richard, e seu pai sempre ficava com raiva disso, porque Ben era mais forte e ágil que ele. Era muito engraçado.

Os olhos delas se mostraram tão nostálgicos e a primeira gota de lagrima escorreu do seu rosto. Era uma lágrima sofrida. Tão sofrida que eu pode sentir.

— Meu Deus, Peter. Como eu quis que prendessem o homem aranha por ele ter sido negligente. Mas não posso culpá-lo. Ele não era um herói, mas sim uma celebridade. Pelo menos, para que ele possa aprender que poder implica em responsabilidade, é digno que ele fique sentido pela morte do meu Ben.

Ele sente sim, tia. Pode ter certeza de que como ele sente.

Abaixeia cabeça e senti um dor no coração

— Mas vamos deixar isso para lá — falou, limpando as lágrimas e levantando do sofá — isso é passado, eu tenho que passar a roupa e você ir ao Clarim Diário. Vai, rapazinho.

— Ah tia — fiz uma careta de preguiça.

— Ah tia, ah tio, ah avó e ah avô. Nem adianta. Você tem que trabalhar — foi me empurrando para fora de casa. Onde já se viu essa minha tia. Me expulsando da minha casa.

— Mas, tia. A senhora mesma me disse que eu não tenho que me preocupar em trabalhar porque sou jovem.

— Realmente, eu disse. Mas mudei de ideia. Vai trabalhar menino. E pegue o casaco. Está nevando.

Bem, após ser expulso de casa, peguei minha mochila e fui para o Clarim Siário de camisa polo, calça, tênis e — claro — o casaco. Também peguei meu skate e fui andando com ele até o ponto de ônibus.

Durante o percurso até o ponto, pude reparar que boa parte do Forest Hills estava sem luz e a rua bastante deserta. Os moradores corriam a todo momento olhando para trás e de quinze em quinze minutos eu escutava estouro de cano de descarga vinda de motos passando pela avenida que ligava a ponte Queensboro.

Minha casa ficava há umas 10 quadras da avenida principal, onde eu poderia pegar o ônibus. E a cada rua que eu passava a escuridão só aumentava no bairro todo. Teve um momento, quando eu estava há quatro quadras do ponto, usei meus poderes de aranha e pulei sobre o telhado de um condomínio onde era suficiente para ver a minha casa dali. A escuridão havia chegado lá também.

Tive a ideia de ligar para tia May. Talvez ela tivesse planos de sair a noite para a casa de uma amiga na rua de trás.

O telefone chamou umas cinco vezes e quando eu já estava ficando bastante aflito, ela atendeu.

— Tia May — resolvi ligar para ela. Talvez fosse sair de casa.

— Diga querido. Tá uma escuridão total.

Eu sei, tia. Olha, por algum motivo a luz acabou no bairro todo e eu estou ouvindo motos passando direto por aqui.

— Oh céus. Peter volte para casa.

Não dá mais. Estou há duas quadras do po..

De repente sou interrompido por tiros que vinham justamente de onde o ponto do ônibus se situa.

Peter, ouvi tiros.

Não, tia. Foram fogos de artifício — tentei acalmá-la — fique em casa. É mais seguro.

— Eu ouvi ti..

— Não, tia. Não foram..

Foi sim.

Suspirei antes de falar.

— Só me prometa que ficará em casa.

— Está bem. E você tem que me prometer que ficará bem.

Certo. Eu te amo.

— Também amo você.

A tia May estava certa mesmo. A violência era muito grande no Forest Hills. Era preciso fazer algo. Mas tudo estava tão longe do meu alcance.

Bem, eu posso tentar o hom..não, Parker. Isso não é sensato. No primeiro momento, JJJ irá usar a mídia contra mim.

Balancei a cabeça, ignorando tais pensamentos e pulei do prédio. Eu me sentia tenso porque há duas quadras de onde eu estava provavelmente tinha um homem morto no ponto de ônibus.

Ao chegar no meu destino, minhas teses se tornaram verdadeiras. Há uns 25 metros do ponto de ônibus a penumbra de um corpo jazia no chão, de barriga para cima. Fui me aproximada do corpo, ao mesmo tempo com a cabeça abaixada e olhando para os lados. Quando estive próximo o suficiente, pude ver o corpo de forma mais nítida. Era um homem de mais ou menos uns 35 anos, branco, cabelos pretos, olhos azuis e levemente barrigudo. Marvin o nome dele. Pelo menos era o que estava na carteira de identidade ao lado do cadáver. Vi que a carteira ficara tambem. Nela possuía 25 dólares e 32 centavos, cartões de débito, crédito e uma foto dele com a família com Marvin no meio sendo abraçado pelas duas filhas e a esposa.

O homem morreu de olhos abertos e tinha uma expressão de terror, como se tivesse sido torturado segundos antes de morrer. Havia um leve filete de sangue saindo de sua garganta e um mais grosso na altura do peito, onde era possível ver que estava perfurado por bala.

Aquela parte da estrada era a única que possuía alguma luminosidade e o poste de luz estava justamente sobre o corpo do homem, parecendo um filme de terror.

Rapidamente um carro passou e eu me escondi atrás de uns arbustos, para que ninguém pensasse que eu fosse o assassino.

De volta ao corpo do homem, tive a insana, porém necessária ideia de tirar uma foto do cadáver com a intenção de publicar antecipado no Clarim. Na realidade o certo seria ir a delegacia de Nova Iorque para relatar o crime depois publicar as fotos no jornal, mas eu preciso muito desse dinheiro e tia May não pode esperar.Tirei fotos de vários ângulos do corpo e fui para Manhattan via aranha, já que nenhum ônibus passava pela estrada na altura do Queens.


Por volta das 9:30PM cheguei ao Clarim. Fora até bem rápido, considerando o fato que tive de escalar a parte debaixo da ponte Queensboro e dar um salto fortíssimo até atingir o prédio mais próximo no meio de Manhattan movimentada, e ainda ter de fazer isso sem ninguém perceber um ser estranho saltando por entre prédios e lançando teias.

Mesmo sendo noite o edifício do CD continuava muito agitado com vários funcionários correndo a todo minuto. Um rapaz limpava — desesperado — a mesa toda suja de café enquanto Foswell reclamava com ele que o teclado do computador estava sujo, outro empregado corria com vários papeis na mão e a gravata balançando e mais um monte de gente tentava a todo custo fazer a edição final do jornal.

— Pete

Fiquei tão estonteado com a bagunça no escritório principal do clarim que nem ao menos avistei Betty. Ela esboçou um sorriso logo ao ver-me e correu a minha direção ainda com um semblante amigável. A secretaria do Jameson trajava uma camisetinha cinza bem básica com a alça do sutiã levemente tocando nos ombros e uma minissaia da mesma cor e se mostrava muito linda. Até me cumprimentou com um beijo no rosto.

— Tudo bem? Ontem você não veio.

— Pois é. Eu tive que ficar com a minha tia, ela estava meio adoentada. E além do mais não tive fotos boas para poder tirar.

— Mas é normal, Pete. Todos os freelancers quando começam ficam um pouco perdidos sobre que tipo de foto tirar.

Concordei e cocei um pouco a cabeça, pensando se devia contar a Betty sobre o corpo ou não. Poderia ser um choque para ela fazer o que fiz.

— Mas e aí? Eu estou no meu intervalo de cinco minutos do senhor Jameson. Me acompanha para tomar um cafezinho?

É a sua grande chance, Parker. Vai lá e arrasa.

— Claro. Eu pago.

Betty deu uma risadinha e segurou no meu braço.

— Pete, o café fica ao final do corredor.

Andamos até a máquina de café. Betty pediu café sem cafeína e eu cappucino.

— Então, senhor Parker. O que o traz aqui?

Você

— Bem, eu encontrei um corpo perto da minha casa.

Betty chegou até se engasgar.

— O que você disse?

— Que encontrei um corpo perto da minha casa.

— Mas como isso?

— Tá bem, vamos lá. Misteriosamente, lá onde moro, no Queens, acabou a luz. Quando eu vinha para cá, ouvi barulho de motos e em seguida dois tiros. Mesmo assim resolvi ir até o ponto de ônibus com destino à Manhattan. Mas quando cheguei ao ponto, vi o corpo do cara todo estatelado. Tinha até carteira de identidade e carteira normal com cartões e até dinheiro.

— Estranho — cogitou Betty — Para deixarem o dinheiro na carteira, provavelmente os bandidos tinham apenas a intenção de assassinar o homem. E qual é o nome dele?

— Marv. Marv Parker. Coincidência né? — sorri.

— É mesmo — falou enquanto tomava o café.

Quando as coisas no escritório esfriaram, fui até a sala do almofadinha para mostrar a ele as fotos de Marv. O cara ficou bastante assustado com as fotos, porque eram fortes mesmo. Tive a bondade de poupar Betty de tais imagens chocantes.

— Deus! — exclamou Jonah totalmente assustado ao ver as fotos. — Deus! QUE FOTOS SENSACIONAIS!

Eu tava enganado.

— Então você gostou.

— Se gostei? Maravilhosas, Porker.

— Parker.

— Que seja. Suas fotos são perfeitas. Já estava em cansando de você — Ameaçou enquanto dava uma tragada no cachimbo que levava consigo.

— Muito obrigado, senhor.

Jonah se levantou da cadeira, deu a volta na mesa e foi ate mim.

— Gostei das fotos — Deu uma tapa nas minhas costas — o que acha de 400 dólares?

— Por foto? — Perguntei com brilho no olhar

— HAHAHAHA, continua treinando assim e você poderá abrir um stand-up de piadas na Broadway. 400 dólares no total.

— Bem....

— Muito obrigado — Dizia, praticamente arrancando as fotos de minhas mãos — Agora vai embora fazer o cheque com a senhorita Brant.

Após falar o jameson, fazer cheque com Betty, saltar de prédio em prédio e ainda caminhar por mais 2KM, cheguei em casa. Abri a porta, deixei os sapatos ali mesmo na entrada e fui até a sala sentar no sofá numa escuridão total. Estava frustrado e arrastava minha mochila pelo tapete. Tia May apenas esperava por minha chegada para ir dormir e não ficar preocupada.

— Até que enfim, garoto. Liguei.. para o seu celular umas quatro vezes e nada.

— Que susto! Não vi a senhora aí.

— Liguei para o seu celular umas quatro vezes e nada.

— Desculpe, tia. Fui ao clarim como havia dito, ou melhor. A senhora me expulsou.

— Ah, pare de drama. Venha até a cozinha para eu lhe preparar um lanche.

— Ok.

Fomos até a cozinha. Tia May colocou uma vela sobre a mesa de jantar e começou a preparar o lanche.

— Conseguiu algum dinheiro? — Pergunta a tia enquanto abria a geladeira, pegando em seguida a queijeira.

— Sim. 400 dólares. — Fiz uma entonação frustrante.

— Bem, é melhor que nada.

— Dá para pagar a conta de luz.

— Nem pensar — Fez uma pausa — Você sabe que com a pensão do seu tio eu posso pagar as contas e até uma parte da hipoteca.

— Sim, mas eu quero..

— Peter, você é um rapaz maravilhoso, sabia? Mas eu sei cuidar de mim. Fique tranquilo. Compre algumas coisas para você.

Tia May pegou um copo e encheu de leite, pegando depois dois pães de forma no guarda-pão.

— Você acha que consegue tia?

— Claro que consigo garoto. Aqui, seu sanduíche de queijo e um copo de leite.

Coloquei o sanduíche na mesa e continuei conversando.

— Tia, estou com um problemão — Disse, colocando as mãos nos bolsos.

— O que foi?

— Bem, vou direto ao ponto. Não consigo tirar muitas fotos das coisas que acontecem na cidade. Sei lá, é muito difícil isso. Eu tenho que estar no momento certo, na hora certa e isso é quase impossível.

— Querido, você tem que pensar o seguinte: que fotos os fotógrafos profissionais tiram?

— Hum, fotos de acontecimentos marcantes?

— Exato. E como eles tiram essas fotos?

— Hum..Não sei.

— Pensei um pouco.

— Nada — Retruquei.

— Fazendo patrulhando igual policial. Até uma hora em que ele presencia um assalto e tira várias fotos.

— Verdade. Faz sentido.

— Você tem que tirar uma foto espetacular. Bom. São quase meia noite e eu tenho que ir dormir. Boa noite — Deu um beijo em mim – está tarde. Vá dormir.

— Está bem. Boa noite.

Espetacular? Espetacular? Já sei.

Foi com as palavras da minha tia que lembrei que podia fazer algo muito bom para poder ganhar dinheiro como freelancer. Invés de tirar fotos de criminosos roubando, posso tirar fotos de um vigilante impedindo tal crime.

Que mal teria eu me vestir como homem aranha para poder combater os bandidos e tirar fotos?

Subi as escadas com a intenção de fazer o menor barulho possível. Tia May não podia saber que eu ia sair na calada da noite para ganhar um dinheiro. Puxei uma corda no teto para a escada que leva ao sótão abrir e subi pela mesma para pegar o meu traje de aranha.

Melhor não usar a roupa toda. Vão saber que sou o homem aranha e já fizeram minha caveira por toda a cidade.

Optei por pegar apenas a máscara e entrar no meu quarto. Numa gavetinha na parte inferior da minha escrivaninha, ficavam guardadas tintas de várias cores que o tio Ben usava para pequenos arranhões no carro. Peguei a tinta preta e passei por toda a máscara, exceto nos olhos. Logo a máscara ganhou um toque bastante sombrio com apenas os olhos em branco chamando atenção, o que serviria para assustar naquele bairro escuro.

Para usar de roupa, peguei uma camisa velha, jaqueta de couro e calça jeans preta. Apenas meu all-star tinha a cor tradicional invés de preto, mas não fazia diferença.

— Está na hora de ajudar os outros e ainda ganhar uma grana.


Meia hora depois de ter improvisado meu uniforme, fui me pendurando de teia em teia com meu lançador até chegar num — dos poucos — prédios em Forest Hills. Fiquei apenas observando todo o movimento no bairro.

Incrível ficar quatro horas sem luz. Alguém deve ter armado para deixar a população aqui assustada e vulnerável.

Nada, absolutamente nada aconteceu durante quarenta e cinco minutos. O prédio era em frente a uma praça, então cogitei que pudesse ver varias coisas, mas vi apenas uma pessoa sendo deixada de carro por amigos perto da sua casa, poucos transeuntes, um rapaz correndo com uma sacola de remédio na mão. O tédio foi tamanho que cheguei a dar uma cochilada, esperando algo de bom acontecer. Também fiquei pensando em Betty e revendo a cena quase romântica que passamos.

— Pete

Fiquei tão estonteado com a bagunça no escritório principal do clarim que nem ao menos avistei Betty. Ela esboçou um sorriso logo ao ver-me e correu a minha direção ainda com um semblante amigável. A secretaria do Jameson trajava uma camisetinha cinza bem básica com a alça do sutiã levemente tocando nos ombros e uma minissaia da mesma cor e se mostrava muito linda. Até me cumprimentou com um beijo no rosto.

— Tudo bem? Ontem você não veio.

— Pois é. Eu tive que ficar com a minha tia, ela estava meio adoentada. E além do mais não tive fotos boas para poder tirar.

— Mas é normal, Pete. Todos os freelancers quando começam ficam um pouco perdidos sobre que tipo de foto tirar.

Concordei e cocei um pouco a cabeça, pensando se devia contar a Betty sobre o corpo ou não. Poderia ser um choque para ela fazer o que fiz.

— Mas e aí? Eu estou no meu intervalo de cinco minutos do senhor Jameson. Me acompanha para tomar um cafezinho?

De repente ouvi uma pessoa falando alto e logo cheguei na ponta do prédio para averiguar.

— Solte-me ­— Gritava a mulher. Ela estava rodeada por uns 4 homens que a empurravam um para o outro ao mesmo tempo que tentavam tirar sua roupa. Provavelmente o plano era um estupro.

Sem pensar duas vezes dei um salto direto do edifício direto para uma árvore que circuncidavam a praça, e fiquei escondido por entre os galhos.

— Aí Joe, você ouviu isso? —Perguntou um dos bandidos.

— Ouviu o que?

— Um barulho de árvore.

— Você está ouvindo coisas — Retrucou Joe enquanto, depois de muito esforço, tirava a camisa da mulher, a deixando apenas de sutiã e calça comprida.

— SOLTE-ME.

— Cala a boca, vadia — Falou outro cara.

Prendi minha câmera no tronco da árvore com muita teia e a preparei para disparar fotos com flash de 3 em 3 segundos.

Assim que ativei para tirar fotos, o primeiro flash pipocou e os bandidos logo pararam de tentar tirar as calças da mulher. Aproveitei a deixa e o susto deles para lançar uma teia num dos postes próximos à praça e dei um impulso, acertando o primeiro bandido bem com uma pisada no rosto.

— Ah bonito né? Tentando convencer a moça a ser stripper.

Restavam três. Dois deles tentaram atirar em cima de mim, mas puxei suas armas e dei dois socos básicos neles, que caíram em cima do último, totalmente inerte e assustado com a cena que presenciou. Enquanto lutei com eles, várias fotos foram tiradas.

— Quem é você? — Perguntou a moça enquanto pega sua camisa no chão e olha para as lentes da máscara. Na realidade, se estivesse de manhã ela veria a teia e logo me reconheceria.

Não falei nada, peguei minha câmera e fui até outro ponto da cidade caçar mais bandidos.

Exatos três minutos após impedir o estupro da moça e começara a patrulhar, avistei um cara furtando um carro e indo em direção ao centro. Aproveitei a parte mais arborizada de Forest Hills para saltar de árvore em árvore e seguir o cara até o centro, onde possuíam bancos, mercadinhos e outros produtos para poder fazer uma limpa.

Quando chegou ao destino, o cara saiu do carro e foi até o porta-malas onde tinha vários tacos de beisebol. Com certeza o bandido sabia que o dono do carro devia praticar beisebol, para poder roubar o veiculo com monte de tacos.

O cara tirou um dos tacos de dentro do porta-malas e foi andando até a vitrine de uma loja de roupas batendo com a ponta dele não mão.

— Isso vai ser divertido.

Aproveitei para poder tirar uma foto dele com o taco na mão. O flash pipocou e chamou a atenção dele, que olhou para onde eu estava.

Surgi furtivamente atrás dele e o joguei para cima, prendendo pelo pé com minha teia colada no poste.

— Deus! O que é isso? — Falou o cara olhando para minha máscara sombria.

— Vamos conversar um pouquinho.

— Eu não tenho nada para falar pra um palhaço como você.

— Poxa, não é assim que se fala com o amigo da vizinha. Você já viu aquele filme Batman Begins, quando o batman ameaça jogar o cara do quinto andar? Então. Eu gosto muito do batman e sempre quis imitar ele. Se eu soltar você daqui do poste você não vai morrer, mas quebrar um braço vai.

Balancei de leve a teia para o amedrontar.

— Tá legal tá legal. O que você quer saber?

— Ah, agora está sendo esperto. Eu quero saber — Fiz uma pausa — por que estamos sem luz no bairro há quase seis horas.

— Ora, seu..

Soltei a teia do poste e segurei com a mão.

— Nãaaaooo pelo amor de Deus.

— Então fala.

— Ok. Foi um trio de mafiosos russos que teve como ideia apagar todo o Forest Hills e assim facilitar os assaltos. Todos nós, inclusive eles, recebeu ordem de um cara que nunca vi nada. Esse cara mandou a gente limpar todo o bairro do Queens e Brooklyn. Eu só sei disso, eu juro.

Antes que o tagarela pudesse falar mais alguma coisa, desmaiei ele e deixei preso na teia, partindo para a companhia de energia que ficava noutro canto da cidade.

Menos de dez minutos cheguei a um edifício que dava de frente para o local que iluminava o bairro, que por sinal estava totalmente dominado por aquele trio de bandidos russos, dito pelo cara que interroguei. Era um terreno grande com várias torres de energia e uma cabine que ativava essas torres. O trio de bandidos estava na porta da companhia elétrica e a todo momento olhavam a rua para ver se alguém chegava. Infelizmente quando avistei a companhia de energia, observei dois funcionários do lugar serem praticamente fuzilados da forma mais bruta possível.

Joguei uma teia numa das torres de energia que estavam desligadas e entrei furtivamente no terro da companhia de energia de onde os bandidos estavam. Aproveitei para observar o movimento deles. Um era pequeno e usava terno e chapéu, outro tinha estatura mediana e vestia as roupas iguais do anterior. Tinha o terceiro também, um grandão, que usava roupas mais esculhambadas. Nenhum policial entraria ali e os prenderiam, exceto o hom..vigilante mascarado.

Talvez o cara pequeno nem tenha sentido minha teia acertar o pé dele. Rapidamente ele foi puxado para cima onde eu estava na torre e recebeu um soco fortíssimo meu. Foi possível ouvir o som do osso do nariz dele quebrando seguido de um grito de dor.

— O que foi isso? — Perguntou o outro cara, vendo o amigo dele cair no chão desmaiado e com o nariz sangrando.

Esse cara podia ter poupado a garganta ao perguntar o que era aquilo, porque o mesmo soco que dei no parceiro dele, ele também levou. Igualmente ao que aconteceu com o pequeno, foi possível ouvir o som do nariz do cara de estatura mediana, quebrando. Restava apenas o grandão.

— Eu sei que você está aí. — Disse ele, pegando uma arma no chão.

Nevava bastante e ficava quase impossível tanto para o grandão quanto para mim conseguir ver nessa nevasca toda. Sorte minha que eu tenho meu sentido de aranha e pude utiliza-lo para encontrar minha presa.

Sem nem ao menos ver minha presença, o grandão levou um chute bonito na altura do peito e cambaleou para trás. Corri para dar o golpe final nele, mas meu sentido de aranha me alertou que ele iria se levantar e dei um salto para o alto da torre que eu tinha usado como base para entrar no terreno.

— Aparece para eu quebrar suas costelas.

Eu tinha que pensar rápido como acabar com o grandão.

O osso do cara e mais duro que aço.

Pra piorar minha situação, tive uma surpresa. Quando fui me balançar pelas teias para chegar até a outra torre que estava há 30 metros de distancia de onde eu estava, senti a teia mais fraca o que significava que o cartucho de teia estava quase vazio.

Droga. Esqueci os outros cartuchos em casa.

Na situação desesperadora para combater o grandão, que tive a ideia de fazer luvas de teia usando o restinho do meu cartucho.

— Bem — Sussurrei ofegante — Agora é a hora.

Esperei o grandão se virar e pulei do alto da torre, caindo certinho na frente dele. Concentrei toda minha força e dei um soco muito forte no cara que voou e bateu na parede, desmaiado. A força que usei fora tamanha que minha luva direita rasgou.

Aproveitei para tirar foto dos três bandidos desmaiados como prova do ataque do ‘vigilante mascarado’.

Isso vai render uma boa grana.

De repente, a polícia apareceu em frente à companhia elétrica. Provavelmente ouviram os tiros, grito dos dois caras de nariz quebrado e o grandão se chocando contra a parede e vieram averiguar. Usufruí do fato dos policiais ainda não terem saído do carro e saltei para o alto da torre, saindo em seguida do grande terreno e fui para casa pulando por todo o bairro, já que eu estava sem teia.

Até que eu gostei dessa de ser anti-herói.

Eu nem imaginava, mas aquela foi apenas a primeira de muitas lutas que iria travar na minha vida.


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que tenham gostado desse capítulo. Anteriormente, peço minhas humildes desculpas por demorar a postar o cap 2. É porque eu trabalho na minha outra fic, escrevo um livro e tenho minha vida particular. Mas mesmo assim estou me esforçando para postar um capítulo por semana.

Mas e então. Gostaram desse capítulo? poxa, eu gostei do estilo do Peter ser um vigilante mascarado e conseguir salvar o bairro dele, mesmo tendo só interesse em fazer aquilo tudo. Achei bonitinho também o fato dele tentar chegar junto da Betty. Uma coisa que ninguém sabe é que nos quadrinhos a primeira namorada do Peter foi a Betty, e não a Gwen "perfeita" Stacy :3.

Falando em Gwen, gostaria de perguntar a vocês: Vocês preferem que eu coloque a Gwen nessa ou na próxima temporada?

Primeiramente pensei em guardar esse segredo para vocês, mas prefiro avisar logo. Como essa fic é baseada no quadrinho, Amazing Spider Man e ele tem 700 edições, pensei em fazer 4,5 temporadas dessa fanfiction, tentando ao máximo resumir essas 700 edições e colocando apenas as lutas legais e passando por cima das sagas fracassadas.

Obs: Queria dar uma excelente notícia para quem conhece e não conhece os quadrinhos do aranha. Após a lambança que se chama superior spider man surgir em 2012, a Marvel resolveu colocar o aranha no projeto All new Marvel Now, que é recontar desde o início a história de vários heróis. Não se preocupem que os roteiristas prometeram não mexer em nada. Assim a gente espera. Pelo menos vou ter a oportunidade de fazer minha coleção de quadrinhos do aranha. Em Abril será lançado nos EUA Amazing Spider Man #1, que é até o quadrinho que inspirará o próximo capítulo da minha Fic. Eu estou animado, e vocês?

Abraços e até semana que vem.



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