The Amazing Chronicles escrita por Kevin Souza


Capítulo 1
Capítulo Piloto, Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, sou o Kevin, escritor de Shadow of the colossus e estou aqui para mostrar mais uma fic minha. Diarios de um herói espetacular, minha fanfiction baseada no homem aranha.


Aqueles que conhecem o aranha dos quadrinhos: tentei ser mais fiel possível aos quadrinhos. Esse primeiro capítulo teve grande parte da base dele tirada da Amazing Fantasy #15 e o resto adaptado claro. Com o linguaja moderno de 2014 e até o estilo nerd moderno de Peter. Devo mesclar um pouco o universo Ultimate Spider man, mas o predominante nessa FIC é o do Amazing. Sintam-se a vontade para ler.

Aqueles que só conhecem o aranha nos filmes: essa história e bem diferente dos filmes, pois é puxada do quadrinho. Mas não sintam-se desanimados pois modernizei as histórias da década de 60 para agradar ao público que não conhece tanto o aranha assim. sintam-se a vontade para ler.



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31 de Janeiro de 2013, 11:50 PM (Times Square, Manhattan)


Ah o ano novo na Times Square. A mesma coisa de sempre. Gente gritando, brigando, bebendo, e o pior de tudo para uma pessoa forever alone como eu: ver vários casalzinhos se beijarem na virada do ano..e bem na época de frio Cara, mesmo assim eu ainda gosto do ano novo na Times Square. Pelo menos os bandidos dão paz e não escuto ninguém falando sobre ser assaltado no Central Park ou Greenwich Village, inclusive eu, que já estou cansado de quase ser assaltado quinhentas vezes durante o ano todo.

Meu nome é Peter Parker e sim, fui picado por uma aranha geneticamente alterada, mas não, não sou o homem aranha. Pelo menos não mais.

A minha longa e tediosa história como um herói começou em Agosto de 2011, exatamente no dia do meu aniversário. Presentão hein.

Eu morava com meus tios no Queens, perto de Manhattan. Infelizmente meus pais morreram num acidente de avião quando eu ainda muito pequeno. As únicas coisas das quais eu me lembro eram minha mãe me empurrando num balanço de um parquinho quando eu ainda era do jardim de infância e um desenho de um projeto que meu pai fazia no escritório dele mas que eu nem sei exatamente o que era. Fora isso, a única coisa que sei dos meus pais é que eles eram cientistas que trabalhavam num laboratório mas que também nem sei onde fica.

Desde que eles morreram, comecei a morar com meus tios em Forest Hills no Queens. Eles cuidaram de mim desde os 6 anos até hoje em dia, e mesmo não morando em uma casa rica ou sendo tios de grande estudo, eles me ajudaram a crescer em caráter e ser o homem que sou hoje. Ou melhor dizendo, o quase homem, porque só tenho 17 anos.

Eu era um nerd, mas mais ao estilo gamer, que sacava tudo de 'WoW', 'NFSW' e muitos outros jogos. Também sempre fui o melhor aluno da sala e tirava as melhores notas de todas as escolas nova-iorquinas — modéstia parte, claro — e tinha grande paixão pela ciência em si. Porém, meu grande problema chamava-se Eugene Flash Tompson, o cara que implicou comigo desde o primeiro ano do ensino médio. Fui colocado inúmeras vezes no meu armário, tive a cabeça colocada no vaso sanitário e até dar um jeito de hackear meu facebook. Sem contar apelidos como ‘ferrinho’ (derivado de CDF) e etc.

Pior que isso era ser apaixonado pela garota mais popular da escola e que só tinha olhos para o Flash. Liz Allan. Uma loira muito gata, que não falava nada para mim a não ser "se manca, Parker" e que junto a Flash, me humilhava todo momento. Diferente de todos os outros colegas da escola, Liz estuda comigo desde a sétima serie e desde essa época sou apaixonado por ela. Fazer o que né? Cada um carrega seu fardo.

Mas tem quem diz que quem possui uma vida azarada precisa que aconteça algo de bom para compensar e vice-versa. Comigo não era diferente. Enquanto passava a manhã sofrendo para colegas de escola como liz e flash, a tarde eu era amado pelos meus tios, Ben e May Parker.

Toda manhã era a mesma rotina. Eu fingia que dormia para dar um susto no tio Ben, mas ele sempre me pegava e mandava ir tomar banho e escovar os dentes. Depois, tia May preparava o maravilhoso 'bacon e ovos dos Parkers' junto com waffles e suco, fazendo um café da manha perfeito. E por volta das sete da manha, partia todo feliz para a escola sofrer o bullying 'nosso de cada dia', quando só a noite encontrava meus tios, que me tratavam bem e compensavam a manhã. A mesma rotina durante anos, sem mudar nada. Ate que naquele Agosto de 2011, minha vida ganhou algo novo.


Eu estava na porta da escola Midtown. Fazia um dia ensolarado, claro, era verão. Abri a mochila e coloquei os livros dentro dela muito rápido para que ninguém visse e eu virasse novamente motivo de chacota da galera. Vi dentro da mochila meus remédios de homeopatia contra a alergia que tia May mandava tomar— e que já estava justamente na hora deles —, mas os ignorei para que tambem não parecesse motivo para zoação.

De relance vi Sally, uma das amigas de Liz Allan, sozinha com uma das alças da mochila sobre os ombros e segurando livros na altura do peito, enquanto batia o pé esquerdo. Ela parecia esperar alguém, porque olhava a todo momento para trás. Devia esperar Flash e sua tchurminha.

Foi então que eu tive uma das piores ideias da face da terra. Se Sally é amiga de Liz, provavelmente se eu virar amigo dela posso me aproximar de Liz, não é mesmo? Só que não. Mas resolvi me aproximar e convidá-la para uma exposição de ciências que iria ter. Maravilha hein, Parker.

— Oi, Sally – disse, tomando coragem — v-você..vai fazer alguma coisa hoje à noite?

— Pela milésima vez, Peter...LARGUE DO MEU PÉ. Já disse que você não é do meu tipo.

Infelizmente Flash apareceu para piorar as coisas.

— É ferrinho, fica com seus livros – disse Flash, me empurrando e fazendo minha mochila cair ao chão.

Logo depois chegou Liz e a galera se juntando a Flash e Sally. Ainda tentei chamar o pessoal para a exposição. Sem sucesso.

— Ei, pessoal! Tem uma exposição ótima no pavilhão de ciências, amanha! Alguém quer ir comigo?

— Exposição de ciências? BAH! – retrucou um dos amigos de Flash

— Fique com as suas ciências que a gente cuida das gatas, falou, cara?

A grande diferença minha para Flash está nessa seguinte frase. Ele tem carro e eu não. A galera subiu no conversível dele enquanto o idiota nerd foi a pé mesmo para a exposição.

— Até, ferrinho – disse Flash

— Lembrança aos tubos de ensaio, Peter – falou Liz por fim, e sumiram no carro do Flash.


Chegando em casa, encontrei tio Ben e tia May muito feliz por terem me visto. Tio Ben estava sentado lendo jornal e tia May fazendo um lanche na cozinha.

— Olá querido – disse Tia May, já preparando o lanche – comeu direitinho na escola?

— Sim, tia. Comi sim – respondi, revirando os olhos.

— Você mima muito esse garoto – retrucou o Tio Ben sem tirar os olhos do jornal.

— Ah, Ben. Ele e meu Peter.

— Bem, então tá. Depois não reclame quando ele ficar todo mimadinho quando estiver doente.

— Bem, eu vou deixar vocês discutindo aí enquanto vou tomar meu banho para depois lanchar — disse e me retirei para ir tomar banho.

Após o banho, quando todos ja estavam sentados a mesa e lanchando, lembrei que tinha de pedir a meu tio para que me levasse a exposição de ciências no dia seguinte.

— Peter, querido — disse Tia May — você já sabe o que quer para aniversário de 15 anos? Amanhã é seu grande dia. Dia 10 de Agosto.

— Verdade, Peter. Amanhã e seu aniversário e você não pediu nada. Ah e me passa a manteiga ali.

— Aqui — disse

— Obrigado. Sobre o que eu estava falando mesmo?

— Aniver..

— Isso. Cabeça de velho é um problema. Você vai querer o quê?

Eu até realmente queria uma coisa, mas era injusto pedir isso porque eles gastariam muito dinheiro. Eu queria um telescópio para meus projetos de ciências.

— Ah, tio. Você sabe que não precisa de nada — falei — apenas uma festa e já está bom.

— Que nada. fala, moleque.

— Não, tio. Olha eu quero que você me leve a uma exposição que terá amanha a tarde — falei, mudando de assunto.

— Numa tarde de Sábado? Mas quem faz exposição numa tarde de Sábado? — perguntou Tia May.

— Particularmente, não sei. Só quero saber de uma coisa, Peter.

— Ai, lá vamos nós falarmos de novo de presente.

— Não é isso. Só quero saber se vou ter que pagar alguma coisa. Já basta ter pago sua conta em tal de craft.

— Ben Parker.

Meu tio insistiu para comprar algo como presente de aniversário, mas reclamou se tivesse que pagar o ingresso da exposição, que sairia talvez uns 10 dólares. Contraditório hein.

— Não, tio. Não terá de pagar nada. Fique tranquilo. E o nome do jogo é World of Warcraft.

— Dá no mesmo. Então tá bom. Levo você amanhã.

Rapidamente a tarde do dia 10 chegou. Meus tios não disseram nada, mas preparavam uma festa surpresa para mim. O gênio aqui obviamente esqueceu do aniversário então nem se ligou e foi tranquilamente com tio Ben para a exposição.

— Pronto, Peter — disse o Tio, ao estacionar o carro num meio fio em frente ao prédio da expo — pula fora.

— Obrigado, tio.

— Te pego as 4:00PM


Depois do tio Ben me deixar em frente a expo, adentrei ao prédio e fiquei maravilhado com toda a ciência que pude presenciar. Eram três pavilhões gigantescos com quase 1KM de extensão e vários equipamentos de fissão nuclear, cruzamento genético de espécie e até clonagem. Os cientistas estavam totalmente apressados para apresentar seus projetos e corriam para que tudo funcionasse corretamente. Mas o projeto atração da exposição era um equipamento que mostrava como a radiação podia alterar o DNA de qualquer ser. Desde um homem até..uma aranha.

Assegurei mentalmente de que iria apenas para ver a atração da exposição e não me distrair com outros projetos. Precisava tirar uma foto para o jornal da escola e faturar o premio de foto do ano que concorria com outros dois colegas.

Infelizmente eu não fui um dos poucos que quis ir à expo. O lugar estava muito lotado com pessoas espalhafatosas, barulhentas e que esbarravam em mim à todo momento. Levei quase duas horas até chegar ao terceiro pavilhão, onde estava o projeto principal. Ou seja, tive de andar praticamente 3KM. E no meio do caminho levando toda sorte de esbarrão, grito no ouvido de gente barulhenta e até refrigerante caindo na minha calça jeans.

Ah Deus, depois desse tempo todo consegui chegar ao terceiro pavilhão. O projeto era realmente tudo o que prometia. Dois gigantescos canhões radioativos estavam ligados a uma pequena mesinha central onde os cientistas planejavam colocar algum ser vivo ali para ser alterado geneticamente. A máquina estava colocada sobre um grande palco que se localizava bem no final do terceiro pavilhão.

Fiquei muito ansioso para que a apresentação começasse, mas como faltava uma hora ainda, resolvi tirar algumas fotos com minha câmera profissional Nikon e matar o tempo lanchando na cantina próxima.


Pouco a pouco as pessoas foram chegando e uma hora depois começou a ultima apresentação e principal da expo. Dois cientistas muito renomados se aproximavam para poder nos apresentar o grande trabalho da vida deles.

— Eu sou Otto Octavius – disse o primeiro cientista. Ele era baixinho, com cabelo de cuia e expressão bastante séria e muito ambiciosa.

— Eu sou Curtis Connors – disse o outro cientista. Esse já era diferente. Maior que eu e possuindo apenas um dos braços, esse tinha uma expressão mais serena e amistosa.

— E somos cientistas conhecidos em todo o mundo. – disse Octavius – O doutor Connors é conhecido mundialmente por ser um grande cientista na área de herpetologia, que é o estudo de repteis e anfíbios e também em cruzamento genético de espécies. Já eu, sou conhecido pelo meu grande trabalho na área de radioatividade e criação de armamentos nucleares. Juntando o estudo dele com o meu, — falou o cientista, andando da direita para a esquerda com a mão nas costas — construímos esse aparelho de radiação, que possuí a capacidade de alterar totalmente o código genético de qualquer ser que possa existir na face da terra. Desde o homem...até pequeninos insetos – fez uma pausa – claro que não testamos em cobaias humanas. Não sabemos os efeitos colaterais ainda.

Sem mais delongas, Octavius deu a ordem para que seus assistentes ligassem os canhões radioativos, antes mesmo de colocar sua cobaia. Dois barulhos altíssimos ecoaram por todo o pavilhão e em seguida vários LED's foram acesos em volta dos canhões.

— Para a cobaia — falou Connors ao pegar um pote e agradecer ao assistente por lhe entregar a cobaia, abrindo a tampa em seguida — trouxemos uma aranha Spermophora senoculata da família Pholcidae. Isso quer dizer que ela e uma aranha de origem caseira, que encontramos nas nossas cômodas, por exemplo.

Com a tampa do pote aberta, Connors colocou a aranha sobre um recipiente maior, que parecia bastante agitada e ficava correndo sobre o vidro. Aproveitei para tirar ótimas fotos da aranha tentando sair do recipiente, ao mesmo tempo torcendo para que meus rivais nao estivessem ali também.

— Liguem os lasers dos canhões — ordenou Otto, enquanto Connors se apressava a chegar à uma zona segura, para evitar que a radiação o contamine. — senhoras e senhores. Gostaria de pedi-los que se afastem mais um pouco até uma linha amarela que esta delineada no chão. A radiação e muito perigosa e não queremos que ninguém vire um homem aranha – disse Otto, rindo.

O publico de um pouco mais de cinquenta pessoas (inclusive eu) que estava próxima dos canhões se afastou para poder dar espaço, seguindo o conselho de Octavius.

Após a ordem de Otto houve uma expectativa da minha parte que durou meio minuto até finalmente a mágica acontecer. Os canhões começaram a se iluminar por dentro e em seguida lasers poderosíssimos iluminaram todo o recipiente onde a aranha estava. Um poderoso telão mostrou a todos a formação completa do DNA daquela simples aranha.

— Agora senhores — informou Connors – usando meus conhecimentos em cruzamento genético de espécies alterações do código genético de seres vivos, farei alterações no DNA da aranha a fim de ampliarmos a capacidade dessa pequenina aranha. E tem mais. As alterações em seus genes serão suficientes para fazer com que essa aranha passe seu DNA para qualquer ser, desde que ela morda o individuo, claro.

— Fale ratificar que não fizemos testes em humanos ainda, portanto não sabemos as alterações que podem ocorrer caso o DNA da aranha se misture ao de um ser humano.

Mexendo num computador central, o doutor Connors usou a radiação dos canhões para poder alterar totalmente a aranha. Foi um processo muito rápido. Era obvio que o cara tinha treinado isso em casa até em frente ao espelho antes de fazer isso.

— Está feito ­– Falou o Dr Connors assim que acabou seu serviço.

Dessa vez Octavius se aproximou do recipiente onde estava a aranha e começou a fazer vários testes com a cobaia. Tirou uma bola de ping pong de seu jaleco e soltou sobre a aranha. Por um milésimo de segundo de distancia de si, a cobaia deu um salto muito feliz e se grudou sobre a lateral do recipiente. Em seguida Octavius pegou uma barata morta e pôs sobre o recipiente, exatamente sob a angulação de onde estava a aranha, no teto da caixa de vidro.

— Agora observem.

A aranha teceu uma teia que encobriu toda a barata e com facilidade a puxou como se fosse um mosquito.

— Nós não apenas melhoramos seu sexto sentido como aumentamos sua força e até mesmo a capacidade de subir pelas paredes.

— Antes de mais nada – disse Connors – queremos agradecer as indústrias OSCORP por nos dar verba suficiente para esse trabalho maravilhoso e por nos fornecer o conceito do projeto, para que melhorássemos.

Os cientistas não disseram mais nada além de que iriam fazer testes com cobaias humanas daqui a um mês e que toda a plateia podia se aproximar do projeto, já que Octavius desligou a máquina.

Me aproximei junto ao público para poder tirar fotos dos equipamentos. Fiquei ali fotografando cada lado do projeto, juntamente com vários flashes pipocando das câmeras de outros fotógrafos muito importante. Até do New York Times.

Mas tinha algo que ninguém suspeitava que ocorrera. No momento em que os raios atingiam a cobaia num recipiente de vidro, uma outra aranha estava bem sobre o canhão esquerdo, absorvendo uma boa quantidade de radiação. Não o suficiente para matar uma pessoa, mas para alterar seu código genético e mantê-la viva. E advinha quem ela foi escolher para herdar seu DNA.

Eu estava sob o canhão esquerdo tirando fotos do projeto, quando aquela pequenininha aranha teceu um fio quase invisível de teia e pairou sobre meu dedo indicador. Rapidamente ela de uma mordida forte, perfurando a minha pele. Senti a mordida na hora e subitamente dei uma tapa no inseto.

Na hora na hora, eu nao senti nenhuma alteração. Mas mal sabia eu, Peter Parker, estava recebendo um dos maiores, senão o maior dom que o chamado acaso me entregava. Ou deveria dizer maldição?


Pouco antes de tio Ben aparecer para me pegar as 7:30 PM como combinado, me dirigi para o ponto de ônibus onde o tio iria passar. Naquela altura eu me sentia um pouco febril e com a cabeça bastante pesada, tanto é que parecia que tava como que ‘trocando as pernas’.

Me preocupei tanto com a saúde que impensavelmente atravessei a rua na faixa de pedestres mas com o sinal verde e fiquei no canto da pista onde os carros passavam, tentando acabar com a tontura. Um carro passava bem próximo do meio fio e muito rápido e se não fosse por pouco ele me mataria. Mas como eu sobrevivi ao carro? Há equivalente um segundo de distância da colisão do carro comigo senti que eu estava em perigo e dei um pulo impensado.

— SAI DA FRENTE, PAMONHA – gritou o cara no carro.

Após o pulo, minha cabeça começou a parar de latejar e eu me vi em outra situação um tanto embaraçosa. Meu salto fora tão alto, mas tão alto que quando deu por mim estava no terceiro andar do prédio da exposição...GRUDADO NA PAREDE.

Instintivamente comecei a escalar a parede do prédio como se fosse a coisa mais normal do mundo. E não para aí. Quando cheguei ao telhado do prédio, arrebentei um cano como se fosse feito de papel. Não tinha nada que Peter Parker não pudesse amassar e quebrar. Eu estava superforte e com uma habilidade incrível para escalar paredes e saltar de um prédio ao outro. Não precisava ser tão inteligente para saber que aquela aranha passou totalmente seu código genético para mim.

Com meus poderes de aranha, estava em casa em menos de vinte minutos, alem de atravessar a ponte Queensboro que liga Manhattan ao Queens em menos de cinco minutos. Só foi difícil mesmo para poder passar pelo Queens sem ser percebido. Lembrando que Queens é um subúrbio de Nova York, então não tem prédios gigantescos mas sim só casas. Fica muito mais fácil para todos virem meus poderes em atividade.

Pelo menos cheguei em casa logo. Como eu "corri" bastante no caminho de volta e por causa da época de verão tambem, eu estava quando horrores. Minha camisa do League of legends estava encharcada de suor e meus óculos totalmente embasados por causa do vapor das indústrias.

— Peter. Por que voce está tão suado? — perguntou Tia May — e por que você veio sem seu tio?

Pensa rápido, Parker.

— Ah, tia. Eu estava..correndo. Preciso me exercitar mais.

Fui andando até a cozinha e abri a geladeira para pegar um pouco de água, e deixei tia May falando sozinha. Maldade eu sei.

— Sei não, querido — falou tia May, colocando a mesa para o jantar — você é muito frágil para ficar correndo por aí.

— Tia May. Agora preciso tomar um banho antes de ir fazer o trabalho. Hum..a senhora sabe onde está o jornal de hoje? Quero ver quem os NY Nicks pegam amanhã.

— Na mesa da cozinha.

— Ah, obrigado.

Peguei o jornal e subi até o quarto antes de ir tomar banho. Tirei a roupa e fiquei apenas de cueca e grudado com os pés no teto enquanto lia o jornal.

— Vamos ver, vamos ver. New York Knics versus...ah não acredito. Boston Celtics — meneei a cabeça negativamente — vamos apanhar de novo.

De repente alguém bateu na porta.

— Peter?

— Sim?

— É o tio Ben.

— Fala, tio

— Por que você nao esperou conforme combinamos?

Pensa rápido, Parker.

— Ah..hum..é porque um amigo meu me ligou pedindo para entrar na conta dele do League of Legends. Então tive que vir correndo.

— Eu hein. Esses garotos hoje em dia são tão viciados. Então ta.

Ufa. Graças a Deus o tio Ben não perguntou a tia May porque vim correndo. Por um instante esqueci a outra mentira que contei a ela. "Que coisa feia hein, Parker", pensei. "Mentindo para seus tios". Mas mal imaginava que eu iria mentir muitas vezes mais.

Voltei a ler o jornal.

— Que mais tem de bom?

Virei a página na parte de notícias.

— "Bandido assalta perto da ponte Wiliiamsburg e mata 10 pessoas. 4 ficaram feridas". Quando é que vão dar um fim nisso? Onde está o quarteto fantástico para ajudar? Ninguem merece. O povo precisa de um herói para salvar os outros de assaltos assim, não apenas de monstros mutantes alienígenas.

Virei a página na parte de anúncios.

— Deixa eu ver o que tem de bom anunciando. Preciso de um microscópio e uma câmera nova para meus trabalhos de ciências. Vamos ver. Hum..ah que merda — balancei a cabeça de raiva — "câmera profissional Nikon, em promoção. 100 dólares". Será que não tem alguma coisa na parte de emprego?

Virei a página na parte de empregos.

— Hum. "Técnico em eletrônica industrial na OSCORP. Operar e consertar tanques de eguinhas elétricas. Salário: US$ 8mil." poxa, muito bom, mas ainda estudo. E não quero cair num tanque de eguinhas elétricas e virar um homem energia da vida — falei mal imaginando que tava zombando do meu futuro

Continuei lendo até encontrar a oportunidade certa.

— Técnico em mecatrônica, bla bla bla. Técnico Em administração bla bla whiskas sachê. Espera..o que é isso? 100 dólares para quem vencer o..ESMAGADOR? — fiz uma careta — bem. Fazer o que né? A câmera e 100 dólares. Só preciso tomar um banho, botar umas roupas velhas e uma máscara. Se eu perder pelo menos não passo vergonha.


A madrugada rapidamente chegou e a hora para eu ir ao ringue de luta enfrentar o tal esmagador, também. É que de acordo com o anúncio, as lutas começariam a partir da uma da manhã, então tive que ser bem rápido. Parte de mim dizia que eu estava fazendo o certo e parte de mim, o errado.

A parte certa é que eu conseguiria os 100 dólares para poder comprar minha câmera novinha, já que a minha outra estava muito velha. A outra parte dizia que eu estava errado porque, para poder ir ao ringue de luta lá no Brooklyn, eu tive que cobrir minha cama com monte de travesseiros, para que meus tios não soubessem que saí de casa. Oh, droga.

Para que ninguém me reconhecesse, usei roupas bem velhas e ainda peguei uma mascara velha toda formada por redes que eu tinha no porão e que meu tio não usa há séculos. Claro que ela ficou larga em mim e ficou até difícil de andar na rua.

Usando meus poderes de aranha facilita e muito para poder chegar ao lugar. O ringue de luta ficava no Brooklyn, numa parte muito pobre do lugar, com becos muitos sujos, prostitutas, encostadas nas paredes com vários decotes, quase expondo os seios e bêbados brigando na esquina de uma rua cheia de lixo. Fazia um calor infernal nessa parte pobre de Nova York, e o vapor que saía dos esgotos piorava tudo. O lugar também era muito escuro com muitos postes de luz, mas nenhuma luz, parecendo que eu tinha voltado no tempo e andava pelas ruas da França no século 19.

Numa daquelas ruas podres do Brooklyn, após muitas horas procurando vi uma portinha que levava para um galpão, entreaberta e levando um pouco da luminosidade do lugar de dentro para fora. Era possível também ouvir o povo gritando: “esmagador, esmagador”. Não pensei duas vezes e entrei no lugar.

Já dentro do galpão, o povo estava uma loucura. Todos gritavam o nome do esmagador que acabava com todos que entravam no ringue. A população ficava cada vez mais animada e com vontade de ver sangue chorar na arena. Me senti no filme do gladiador. E assim como o gladiador precisava de um publico ao lado dele, eu também necessitava.

— Vim acabar com a sua panca, esmagador – falei, me aproximando do ringue.

— Ora ora! Um suicida mascarado! Pode subir, magrela!

O cara era realmente gigante, comparado a mim. Bombado, alto, careca e de sunguinha. Tudo bem que o visual do fisioculturista era bem homossexual, mas ele estava no ringue há um bom tempo e com uma hegemonia de quase seis meses.

— Eu prometo não te machucar muito – falou o rei da testosterona, assim que subi ao ringue.

Mas a luta não durou nem dez segundos. Logo que o gongo tocou, o puxei pelo braço e joguei bem alto, batendo forte no chão e ficando tonto.

— Você venceu! Você não e gente! – falou o esmagador, antes de apanhar mais.

Assim que a luta acabou, um ricaço que financiava aquela luta se aproximou de mim para fazer uma oferta irrecusável. Ele usava um terno italiano e fumava cigarros super caros.

— Maravilhosa luta, hein. Escute, rapaz! Sou produtor de televisão. Me procure lá no estúdio e você vai ganhar muito mais do que isso.

— Obrigado, senhor.

Estranho um produtor de televisão, rico, financiar lutas. Enfim.

No dia seguinte, de manhã bem cedo, acordei e comecei a costurar roupa para poder ir ao programa de televisão. Eu precisava de uma máscara e roupa boa e decente se quero ficar famoso.

Passei a manhã toda costurando e costurando até que a roupa ficou pronto. Um traje vermelho e azul. A parte da frente do traje (exceto as costelas) mais luvas, parte dos braços, e botas são vermelhas. A parte de trás da roupa (mais costela), parte dos braços e a ‘calça’ são azuis. A máscara era vermelha (abafa minha voz) e as lentas brancas, para evitar que a luminosidade atrapalhe a minha visão. Costurei uma aranha pequena e preta na altura do preto e uma grande, azul nas costas. Para finalizar, nas partes vermelhas do traje costurei varias pequenas teias de aranha, inclusive na máscara.

Foi um grande trabalho que tive para poder fazer o uniforme. Mas a parte pior veio na parte da tarde. Aranhas soltam teias. Obviamente, pensei em fazer um dispositivo lançador de teias. Fiquei horas e horas no porão fazendo o lançador.

Para isso, peguei a bateria de um relógio, cartuchos pressurizados, nylon misturado a vários outros elementos químicos, botões ligados a cabos de plástico e pequeninas turbinas de teflon. Quando eu aperto o botão na altura da palma da mão, a bateria dá ordem à turbina para comprimir os cartuchos pressurizados, obrigando o fluido a sair por um pequeno buraco do lançador e solidificar em contato com ar, se transformando numa linha de teia comprida e pegajosa.

Obviamente me intitulei como homem aranha. Bem lógico.

No programa de televisão, deixei a todos espantados com as minhas habilidades. Apareci no estúdio, grudado na parede, para o delírio do público. Soltei teias por todo o auditório e as pessoas gritavam e aplaudiam de forma ensurdecedora.

Em pouco tempo fiquei conhecido em todo o país, como o homem aranha. Inspirei séries de TV e até virei ídolo nacional. Dei entrevistas para David Letterman, New York Times e vários outros lugares. Virei uma celebridade viral com 2 bilhões de acessos no Youtube e milhares de fãs em todo os EUA.

Mas há pessoas que dizem que celebridade viral dura no máximo um ano e depois entra para o esquecimento. Essas pessoas estavam certas.


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Notas finais do capítulo

Bem pessoal, essa é a parte um do capítulo piloto. Já vou postar a segunda :D



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