O Retorno - A Marca Negra Renasce (Hiatus) escrita por Laurent


Capítulo 20
A Fuga


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora.



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— Paige, minha cara. Obrigado por ter feito o que eu pedi — acrescentou Liadan, enquanto todos ainda absorviam aquela informação.

A garota tinha sido chantageada por Liadan, quando esta alegara que seu irmão fora pego por causa dela. Impotente, Paige não teve escolha a não ser obedecer a Liadan. Ela mandou-a até o Beco Diagonal para comprar alguns ingredientes de poção.

Já que teria que fazer um Voto Pepétuo, Paige tinha ao menos direito de saber o porquê de Liadan querer tanto aqueles ingredientes.

— Pra que vai usar aquelas coisas?

A outra garota sorriu malignamente.

— Vou preparar poção polissuco.

— E o que você vai fazer com isso?

— A questão é o que nós vamos fazer — ela analisou friamente a expressão de todos no ambiente. — Vamos invadir o Ministério da Magia e resgatar Kenrick.

***

Liadan explicou como eles iriam realizar tal proeza. Arquitetou um plano idiota de como conseguir fios de cabelo de trabalhadores do Ministério, e especulou em qual parte do extenso lugar Kenrick estaria exatamente. Não podia estar muito longe de lá, afinal, ele não fora para Azkaban — ainda.

Liadan disse que todos deveriam esperar no corredor enquanto ela fazia o Voto Perpétuo com Elora. Todos estavam apreensivos. Scabior olhava para o chão fixamente, atônito por Ralph, seu melhor amigo, ter morrido. Os olhos de Paige Malfoy estavam vidrados de desespero. O motivo de ela estar no meio dos Comensais da Morte era unicamente um: Ralph Lestrange. Mas agora, ele se fora para sempre, e não havia mais razão em a garota obedecer a Liadan.

Mas ela não tinha escolha; ou a seguia, ou morria. Não havia meio termo.

Ora, vamos, pense em alguma coisa, dizia ela a si mesma. Liadan era impulsiva e descontrolada, mas nunca fora a mais inteligente. O plano dela com certeza tinha alguma brecha pela qual Paige pudesse perpassar, alguma falha não percebida. A menina Riddle não era nenhuma boa estrategista, ao contrário do irmão dela. Kenrick sim era calmo, racional e realista. E talvez não fosse tão mal quanto pensava.

Sinto-me culpada pelo que fiz com ele agora. Paige queria que houvesse algum jeito de libertá-lo. Provavelmente, estão tratando ele pior do que um elfo...

E uma chama iluminou seus pensamentos obscuros. Pior do que um elfo...

Elfo.

Os elfos da cozinha. Sim, na casa de Ralph Lestrange, havia um grupo agitado de elfos domésticos que trabalhavam diariamente. Paige sempre gostara daquelas criaturas, mas nunca tivera oportunidade de falar com nenhuma delas. Contudo, ela lera bastante sobre o assunto, e sabia que elfos podiam desaparatar de locais trancafiados por feitiços.

É isso. Eles eram a sua salvação. Só esperava que Liadan também não tivesse obrigado os coitadinhos a fazer algum Voto Perpétuo.

— Volto logo — disse Paige a Marshal.

— Onde você...?

Mas a menina já estava longe, atravessando o corredor o mais rápido que podia. Nem se importou em pegar seus pertences. Foi direto até a cozinha, e lá, encontrou os pequenos elfos...

Mortos e imóveis no chão.

A imagem que a garota viu embrulhou seu estômago. As criaturas jaziam estateladas no piso de mármore, espalhadas em uma disposição aleatória pela cozinha.

Não, não pode ser. Ela simplesmente não queria acreditar naquilo. Liadan era tão cruel assim? Como ela fora capaz de tamanha covardia com os elfos domésticos?

Um murmúrio calou seus pensamentos, e Paige voltou-se para trás, na direção do som.

Sandor, um dos elfos — e talvez agora o único — estava em pé, entre os cadáveres dos colegas.

— Sandor — chamou Paige, a voz trêmula — Sandor, o que aconteceu aqui?

Ele demorou para respoder.

Ela matou. Todos. Matou meus irmãos — o elfo começou a soluçar, e Paige foi até ele, em busca de consolo. Só que a garota estava ainda mais perdida e abismada do que Sandor. — Consegui me esconder em um armário... sem... que el-la... me-me.... vis-s-se...

— Por que você simplesmente não desaparatou? — quis saber ela, pondo a mão no ombro da criatura.

— Não consig-go, est-tou com med-do dela — disse ele.

A garota hesitou antes de falar:

— Sandor, tire-nos daqui. Por favor.

— Eu não sei se consigo...

— Consegue, sim! Olhe, se nós ficarmos aqui nessa casa, coisas ruins nos acontecerão. Nossas vidas ficarão mais horríveis ainda, com a Liadan nos infernizando. Por favor, Sandor, tentedesaparatar...

O elfo doméstico encarou o chão.

— Fa-rei isso por mi-minha senhora, minha verdadeira senhora, a se-senhora Malfoy — disse ele, e então segurou a mão de Paige. Ele tremia, com medo, mas a garota reconfortou-o.

E, antes que ambos pudessem pensar em mais alguma coisa, o mundo se desfez ao redor deles, enquanto viajavam para fora da Casa dos Lestrange... um lugar ao qual nunca mais gostariam de retornar.

***

Eles reapareceram num beco estranho e escuro. Uma rua de trouxas, isso era óbvio. Mas para Paige, tudo o que importava era fugir de Liadan, qualquer que fosse o local de seu destino. Havia um latão de lixo perto dela, e lá dentro, ela encontrou uma bolsa velha e rasgada. Pediu a Sandor que se escondesse na bolsa, enquanto ela procurava um lugar para ficar.

Acabou se hospedando em uma pequena pousada. Não tinha dinheiro para pagá-la, mas nisso, Paige pensaria depois. O que importava agora era que ela e o pequeno elfo estavam seguros.

Mas havia uma última coisa a fazer.

— Sandor, me arranje um pergaminho e uma pena — pediu a garota. Em um minuto, a pequena criatura desaparatou e retornou com um papel, uma pena e um pequeno tinteiro.

Eu gosto de Kenrick, pensou a garota antes de começar a escrever. Mas sacrifícios são necessários. Infelizmente.

Paige Malfoy escreveu todos os planos de Liadan de invasão ao Ministério. A pena parecia estar pesada demais, mas Paige não ligou. Foi até o fim.

Ao dobrar a carta, fez um pequeno envelope com o que restava do pergaminho. E, no papel amarelado e seco, ela escreveu:

Ao Ministro, Kingsley Shacklebolt


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