O Retorno - A Marca Negra Renasce (Hiatus) escrita por Laurent


Capítulo 19
O Golpe




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Paige desaparatou em frente à casa dos Lestrange. Era um grande alívio voltar para lá, afinal, ela pouco saía de dentro do lugar. Não interagia com outros bruxos que não fossem Ralph ou qualquer um dos outros.

A porta estava destrancada. O corredor de entrada, como sempre, estava mergulhado em escuridão, imerso na madrugada silenciosa. O sol logo nasceria.

A garota encontrou Liadan espreitando do lado da escada.

— Trouxe o que eu pedi? — indagou ela.

— Sim — respondeu Paige. — Está tudo aqui dentro — e indicou uma bolsa que trazia consigo, entregando-a à Liadan.

— Hum. Bom trabalho, garota — murmurou ela, recolhendo a bolsa.

— Vai me deixar em paz agora? — Paige não gostava de chantagens.

— Posso dizer que a sua dívida comigo está paga — respondeu Liadan.

— Fico feliz em ouvir isso — disse Paige, irônica.

Mas, de algum modo, ela sentiu que aquilo ainda não acabara.

***

— Muito bem — disse Liadan, enquanto todos se alinhavam na frente dela na Sala de Treinamento. — Chamei vocês aqui porque tenho um comunicado a fazer.

— Onde esta o Ralph? — indagou Orson Dolohov, a sua carcaça gigante sobrepondo-se à baixa estatura dos outros.

— Cale a boca e deixe eu terminar — a voz dela carregava desprezo.

Liadan vestia-se de preto dos pés à cabeça. Calçava botas apertadas, as mesmas que ela sempre usava desde que viera do mundo trouxa. Usava um vestido curto, mas em contrapartida, uma capa larga caía até seus pés. A cascata negra de cabelos formava cortinas escuras sobre o rosto claro e carrancudo. Aquelas eram roupas que ela não costumava usar.

Entretanto, ela acordara todos bem cedo, alegando que deveriam comparecer à Sala de Treinamento para uma reunião urgente. Os outros nem tiveram tempo de pegar suas varinhas.

— Sou a líder de todos vocês agora — proclamou ela.

A reação foi instantânea. Todos fizeram cara de quem não estava entendendo nada. E não estavam mesmo.

— Curvem-se para mim. Agora. — Liadan parou no meio da sala.

Ninguém fez nada.

Ela tirou a varinha do bolso.

Crucio! — apontou-a para Dolohov, e o garoto rechonchudo caiu no chão, gritando de dor, impotente.

— Isso só pode ser brincadeira, não? — murmurou Scabior.

— De maneira alguma — Liadan disse. Continuou impiedosamente mirando Orson com a varinha. — Crucio! Crucio!

E dava risadas sádicas e psicóticas.

Orson parecia um leão-marinho recém saído da água. Rolava no chão, molhado de suor, e gritava como um porco no chiqueiro. Porém, em meio a gemidos e soluços, ele conseguiu dizer:

— Façam... o... que ela... mandou...

Mesmo assim, ninguém moveu um músculo. Estavam todos chocados por aquela declaração inusitada.

Façam! — insistiu Orson.

Mesmo sem a reação esperada dos outros, Liadan parou de torturar Dolohov.

— Levante-se — disse ela.

O garoto teve muitas dificuldades, mas conseguiu se curvar para cima e se por de pé.

A garota apontou a varinha para seu peito.

Avada Kedavra!

O raio verde saiu certeiro, atingindo Dolohov em cheio. Elora gritou, em pânico.

— E agora? Vão fazer o que eu mando? — indagou Liadan, a varinha preparada para a ação.

Todos se dobraram perante a nova líder.

Todos, exceto Scabior e Paige.

— Eu sabia — disse ele. — Você é uma traidora mesmo. Como ousa questionar a liderança de Ralph? Ele é o nosso verdadeiro líder.

— Ralph está morto! — gritou Liadan.

O silêncio foi mortal. Paige ficou ereta. Havia tanto perigo na atmosfera... mas como? Liadan era só uma bruxa impulsiva, nada mais que isso. Por que estavam com medo dela? Para Paige, não importava. Ralph estava morto, e ninguém lamentava mais que ela. O choro foi instantâneo.

— Morto? Como ele morreu?

Liadan limitou-se a dar um sorriso medíocre e dizer:

Eu o matei. Ele e o idiota do pai.

Não, ela não podia estar falando sério. Paige amava Ralph. Ele não tinha morrido. Não, não, aquilo era um pesadelo ruim do qual a garota acordaria logo.

Mas, no fundo, ela sabia que era verdade.

— Eu ainda estou esperando vocês se curvarem para mim, Marshal e Paige. Vamos, é pra hoje.

— Não pode me obrigar! — reclamou Scabior. — Não pode nos obrigar a servir você, se não quisermos.

— Vocês têm de me servir. Ou morrerão.

— Até parece. Sou muito mais experiente que você! Eu era o melhor amigo de Ralph, e ele me ensinou coisas que você nem imagina.

— Você não tem varinha, mocinho — disse Liadan, fazendo um biquinho falso. — Não pode lançar feitiços sem uma varinha. E, caso não tenha notado, eu tenho uma. Posso te matar, se quiser.

Marshal irritou-se. Que situação ridícula.

— Devolva a minha varinha!

A garota riu com vontade.

— Todas as varinhas estão comigo agora... guardei-as num lugar secreto.

— Ah, tudo bem. Se você não quer devolver, não devolva. Mas eu não entendo como lhe será útil um grupo de bruxos desarmados, que não são leais a você.

— Deixe-me explicar uma coisa, querido Scabior — disse Liadan, o olhar frio penetrando o rapaz. — Você acha que eu sou burra, não acha? Pois bem — e levantou a voz. — Esta casa está trancada por vários feitiços antifuga. Feitiços os quais vocês não podem desfazer se não tiverem isso aqui — ela indicou a varinha com a cabeça. — Não há como fugirem, nenhum de vocês. Só desfarei o feitiço quando vocês forem realmente leais a mim.

— Isso não adiantará — falou Scabior, mas pela primeira vez, sentindo um pouco de medo. — Fingiremos ser leais, depois mataremos você, quando devolver nossas varinhas.

— Acontece que vocês vão precisar provar sua lealdade.

— O que está querendo dizer?

Ela andou até perto de Scabior.

— Estou dizendo que vocês só ficarão livres quando fizerem um Voto Perpétuo, jurando obedecer a todas as minhas ordens. Vocês decidem: sigam-me, ou morram.


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