Esquizo escrita por Yori Sora


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Querem meu feliz Ano Novo com ou sem Susano'o? heh



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"Seu nome? É, eu não sei, já que eu nem mesmo sei o meu"– Masquerade, Megurine Luka.

Era o dia, o tão temido dia, o tão aguardado dia, o tão assustador e inovador dia. O primeiro encontro de Naruto, o dia em que ele abriria uma exceção para o seu padrão de isolamento e teria uma vida social. Era difícil para Naruto começar isso, ele não gostava de ver pessoas, ele não gostava de interagir com pessoas, ele se sentia feliz apenas quando estava sozinho, com seus afazeres de diversão. Mas ele abriria uma exceção para Hinata, mas tudo bem, seria apenas por um dia, certo? Logo após, Hinata voltaria a ignorá-lo e tudo voltaria a sua normalidade habitual. Naruto acordou cedo naquela manhã, era apenas 7:45 am quando ele abriu os olhos e percebeu, ao se levantar preguiçosamente olhando para o teto e ao abrir as janelas, um terrível verdade.

O dia estava ensolarado, perfeito para um encontro. Ele olhou para as árvores e folhagens que apareciam em sua vista, com uma expressão entediada, mas uma brisa da manhã acariciou a sua face, o que o fez soltar um breve gemido. Ele percebeu outra terrível verdade: que ele não conseguiria dormir mais, por mais que tentasse. Ele estava sem a menor vontade de se encontrar com a Hyuuga, ele preferia passar o sábado inteiro em casa vendo animes ou lendo algum mangá, um perfeito recluso. Mas ele foi forçado pelas as circunstâncias a cortar isso, pelo o menos um pouco.

Sobretudo, ele sentia um pouco de raiva.

Ele decidiu ir, ainda com sono, até o banheiro para tomar uma ducha e fazer alguma coisa para se distrair até que fosse 10:30 am, horário em que sairia de casa para se encontrar com a Hyuuga. E assim ele fez, indo tomar sua ducha, inicialmente pegando uma camisa laranja, uma cueca negra e uma calça jeans negra, já que aquilo seria um encontro, ele deveria se vestir bem. E foi até o banheiro, claro que com uma toalha de cor azul. Lá dentro, ele se despiu completamente, com certa lentidão, isso porque estava com sono, e entrou debaixo do chuveiro, o ligando e deixando a água morna cair em seu corpo.

Aquilo era tão bom, ele queria que durasse para sempre.

Mas não durou, ele ficou cerca de quinze minutos, tempo demais, debaixo do chuveiro, divagando, pensando em várias coisas. Hinata era bela, inteligente e interessante, tinha tudo para fazer com que o loiro se apaixonasse por ela, mas então por que ele não sentia nada? Seria algo ligado a sua patologia? Ele a achava interessante de verdade e gostaria de ao menos saber mais sobre ela, mas não estava de forma alguma apaixonado ou querendo qualquer forma de intimidade. Mas Hinata parecia não respeitar isso. Ele fechou os olhos por alguns instantes, alguns segundos que pareceram eternos, e então os abriu, desligando o chuveiro.

Ele saiu debaixo dele e se secou com a toalha, botando a roupa que já estava no banheiro, em cima da privada fechada. Estava um pouco molhado, não se secou tão bem, mas não era grande coisa, afinal. Ele saiu do banheiro, se dirigindo até a sapateira perto do seu armário, pois o banheiro ficava ao lado do quarto, numa porta que unia ambos os locais. E foi vestir um tênis preto. Ele estava bastante bem vestido, será que Hinata gostaria? Ele deixou escapar uma pequena e breve risada imaginando, ela era interessante de verdade, afinal, após isso ele se repreendeu, não queria imaginar que ele estava realmente se interessando por aquela garota tão peculiar.

Ele foi até o notebook que estava no quarto e o ligou, pensando inicialmente em navegar na Internet, ideia que logo foi aceita por ele. Sentado em sua cama com o notebook no colo, ele entrou no Facebook, local virtual onde ele podia conversar com várias pessoas de maneira não-pessoal. Perfeito. Ele tomou um breve susto ao ver que Hinata estava online e sentiu uma vontade de falar com ela para ver a razão. Tal ato não foi necessário, pois ele logo ouve o ruído do chat do Facebook, percebendo que Hinata havia tomado a iniciativa.

"Good morning, Naruto-kun! ^^", era o que estava escrito na mensagem de Hinata.

"Good morning", ele respondeu.

"Se perguntando a razão de eu estar online tão cedo?", ela perguntou.

"Na verdade não".

"Insensível. Mas a razão é que eu não consegui dormir essa noite!".

Naruto sorriu com felicidade, embora uma parte dele estivesse um pouco chateada. Uma parte minúscula.

"Você deve estar com muito sono, é melhor não nos encontrarmos hoje", ele escreveu.

"Mas de jeito nenhum! Na verdade, eu durmo pouco e me sinto bem viva essa manhã. =P", ela digitou. Naruto bufou, meio irritado, mas com uma minúscula parte que era exceção a esse padrão.

Uma minúscula parte.

"Bem, vou ler mangá", ele escreveu.

"Qual?".

"Sei lá, de repente Watashi ga Motenai no Wa Dou Kangaetemo Omaera ga Warui".

"Ah, adoro a Tomoko, apesar dela ser um pouco bitch rs".

"Heh...", foi o que Naruto respondeu.

"Por favor, Naruto-kun, não fique offline. Tenho a impressão de que você vai se esquecer do nosso encontro se eu não o lembrar", Hinata pediu. Naruto ficou levemente irritado e constrangido, até fez uma careta.

"Não vou me esquecer! Isso é importante para você, né?", ele digitou.

"Isso o quê? O.o".

"Esse encontro", Naruto respondeu. "Exatamente por isso eu não vou esquecer".

Naruto não foi capaz de ouvir o breve gritinho de Hinata, um breve grito de felicidade e um sorriso enorme em seu rosto. Ela olhava para a tela de seu computador um tanto emocionada, com os olhos perolados arregalados. Ela logo desfez o sorriso de forma parcial, permanecendo com um curto em seus lábios.

"Estou realmente emocionada, Naruto-kun! Você é mesmo a pessoa mais interessante do mundo!", ela digitou, com certa dificuldade, pois não estava em seu estado normal, uma euforia a dominara. Lentamente, bem lentamente, ela viu que estava chorando, lágrimas desciam de seus olhos, indo por toda a extensão de seu rosto, até o queixo. Ela chorava de alegria e euforia, Naruto conseguiu mostrar que se importava, que num mundo onde todos a olhavam torto, ele mostrou um pouco de sensibilidade. Ela teve então certeza absoluta de que Naruto era seu igual, ela percebeu que o fato de somente ela ser capaz de o entender era uma verdade parcial, se ela adicionasse o fato de só ele ser capaz de compreendê-la, seria uma verdade completa.

Eles se entendiam mutuamente.

Hinata ficou preocupada, será que ela estava...

As poucas horas foram se passando e logo estava na hora de Naruto sair do notebook e sair do quarto, indo para fora da sala. Ele ouviu batidas na porta, provavelmente era sua mãe, Uzumaki Kushina.

– Filho, está na hora de acordar! - ele ouviu a voz dela do outro lado da porta. É, realmente era sua mãe.

– Já acordei, mãe! - ele respondeu, abrindo a porta.

Uzumaki Kushina era uma mulher de pele bem clara e olhos azuis, ela possuía ótimos traços faciais e apesar de não ser mais tão jovem, parecia sempre bela, com um inconfundível frescor. Ela possuía um cabelo longo e avermelhado, como tomate ou sangue e uma face redonda. Parecia um tomate, o que era um tanto engraçado, mas ela ainda era bela. Entretanto, seus olhos estavam marcados por olheiras, ela não havia dormido muito naquela noite e Naruto sabia o motivo: depressão. Kushina sofria de depressão, mas havia melhorado muito desde quando era mais nova, então somente às vezes tinha os seus surtos.

Na verdade, toda a família materna de Naruto tinha problemas psicológicos.

Kushina arregalou os seus olhos, em espanto, ao ver o seu filho arrumado.

– Por que está arrumado assim, filho? - ela perguntou. Naruto bufou irritado e constrangido. Um sorriso travesso se plantou nos lábios de Kushina.

– Por acaso o meu filhote está mudando? - ela perguntou.

– Como assim? - Naruto perguntou com a feição entediada.

– Você vai ter um encontro, né? - ela perguntou, um tanto feliz. - Eu sabia que o doutor poderia te mudar!

Naruto bufou.

– Mãe, você sabe que é psicologicamente impossível mudar o núcleo de personalidade de alguém. O meu núcleo é esquizoide, serei assim até morrer - Naruto disse, ele se interessava bastante por Psicologia, afinal.

– Mas não importa, isso é um progresso! Com quem você vai sair? - Kushina perguntou, ainda animada.

– Ah, não importa, mãe. Já estou indo - ele disse, começando a andar para longe dela e a descer as escadas de sua casa.

Ao sair de sua casa, ele notou novamente a triste verdade: o dia estava perfeito para um encontro, o sol brilhava fortemente, mas agradavelmente no céu, as árvores possuíam um doce cheiro, surpreendentemente e o céu estava inegavelmente azul e com poucas nuvens. Ele começou a caminhar pela a pacata Konoha, ninguém falava com ele na rua e ele não falava com ninguém, mas estava bom assim, especialmente porque ele não estava com o máximo de seu humor. Ele deixou que sua mente caísse em devaneios e divagações inúteis, ou que talvez até fossem úteis para ele, não poderia se dizer.

Ele pegou o celular para verificar, era 10:45 am, mas ele logo chegaria em seu destino e poderia esperar um pouco com Hinata, tendo seus momentos de solidão. Uma parte dele estava ansiosa, pensando em milhares de possibilidades, sua mente criou várias simulações para o seu encontro, mas ele tinha que admitir que no fundo não fazia ideia do que a louca Hinata faria. Ela era imprevisível em certas e dadas horas. Em poucos minutos, ele chegou em seu destino, a praça de Konoha, no centro da cidadezinha, era 10:50 am.

Tal qual foi sua surpresa ao ver Hinata sentada em um banco da praça, distraída. Ele deveria voltar? Deveria fingir que não a viu? Não, mesmo que ele não fosse a pessoa mais sensível do mundo, ele sabia que tinha o dever de cumprir o que disse que faria. Ele foi, então se aproximando, notando que Hinata ainda não o via, até então parar na frente dela. Ele tossiu falsamente para que ela o notasse, ela estava de cabeça baixa, e só então a levantou lentamente e seu rosto se iluminou quando ela percebeu quem era, depois de alguns segundos.

– Naruto-kun! - ela exclamou.


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Notas finais do capítulo

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